Absenteísmo por transtornos mentais na enfermagem no período de 1995 a 2004



Resumo

O ambiente hospitalar é caracterizado, freqüentemente, por uma estrutura formal e burocrática, que dificulta a comunicação entre as pessoas, além de expor seus trabalhadores a riscos de ordem biológica, física, ergonômica, mecânica, psicológica e social. Inserida neste ambiente está a equipe de enfermagem, maior força de trabalho, que no desenvolver de suas atividades se vê, muitas vezes, forçada a conter suas emoções frente ao paciente. Tal situação, somada aos problemas pessoais, a conduz a uma sensação de impotência e insatisfação pessoal resultando no absenteísmo que repercute diretamente na qualidade da assistência prestada. Diante do exposto, este estudo descritivo exploratório teve como objetivo descrever os afastamentos do trabalho da equipe de enfermagem por motivo de transtornos mentais, registrados no período de 1995 a 2004. Os dados foram coletados no período de setembro a dezembro de 2004 por meio de um instrumento próprio embasado no objetivo da pesquisa. Os resultados apontaram a ocorrência de 294 episódios de afastamentos do trabalho por transtornos mentais na equipe de enfermagem. A população envolvida no estudo era do sexo feminino (88,8%), casada (43,2%), com média de idade de 30 a 49 anos (80,0%), auxiliares de enfermagem (83,7%), com jornadas de trabalho de 6 horas diária (30,6%) realizadas no período da manhã (18,4%) e lotados nas unidades de Centro Cirúrgico (17,4%), Emergência (16,0%) e Unidade de Terapia Intensiva (15,3%). Os registros de afastamento tiveram um aumento a partir de 2000, com maior ocorrência no ano de 2004 (28,9%), com duração de 15 a 29 dias (39,8%), e diagnóstico predominante de transtornos do humor (afetivos) — F.30- F.39 do CID 10 (68%). Os dados encontrados nessa pesquisa permitiram identificar os vários fatores relacionados com os episódios de afastamentos do trabalho. Tais dados fornecem subsídios para a implantação de intervenções corretivas que visem uma melhoria da qualidade da assistência prestada por esses trabalhadores e, conseqüentemente, de sua qualidade de vida.

Palavras-chave: Saúde Ocupacional, Absenteísmo, Licença médica, Transtornos mentais, Equipe de Enfermagem.

Abstract

The hospital environment is often characterized by a formal and bureaucratic structure. This results some difficulties in the communication among people, furthermore exposing their workers to biological, physical, ergonomic, mechanical, psychological and social risks. The nursing team is inserted in this environment, a larger workforce. To develop their activities they are forced to control their emotions in front of the patient. Such situation besides the personal problems may result certain impotence and personal dissatisfaction resulting the absenteeism which impairs the quality of assistance. This exploratory descriptive study aimed to describe the absenteeism from work of the nursing team due to mental disorders, registered in the period from 1995 to 2004. Data were collected by means of a proper instrument in the period from September to December of 2004. The results pointed out 294 episodes of absenteeism due to mental disorders in the nursing team. The population was female (88.8%), married (43.2%), the ages ranging from 30 to 49 years (80.0%), nursing auxiliaries (83.7%), workload of 6 hours daily (30.3%) performed in the morning period (18.4%) and enrolled in the units of Surgical Center (17.4%), Emergency (16.0%) and Intensive Care Unit (15.3%). The notification of absenteeism had an increase since 2000, with greater occurrence in the year of 2004 (23.7%), the duration from 15 to 29 days (39.8%), and predominant diagnosis of mood disorders (affective state) – F.30-F.39 CID 10 (68.0%). Such data provided subsidies to introduce corrective interventions aiming to improve the quality in these workers´ service, consequently, in their quality of life.

Keywords: Occupational health, Absenteeism, Medical license, Mental disorders, Nursing team.

 

 

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Anne C. de Faria (1)

annefaria[arroba]bol.com.br

Denise B. Barboza (2)
Neide A. M. Domingos (3)

1 Acadêmica da 4ª série do curso de graduação em enfermagem*;
2 Professora assistente curso de graduação em enfermagem*;
3 Doutora em Psicologia, Professora adjunta do departamento de Psiquiatria e Psicologia*.
* Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/FAMERP


 
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