Redes de apoio ao desenvolvimento local: uma estrategia de inclusao produtiva


Resumo: O circuito superior da economia vai bem obrigado, com apoio aos bancos, abertura de mercados para os grandes produtores de soja, disponibilidade dos principais meios de comunicação para divulgação dos produtos e assim por diante. No andar de baixo da economia, no entanto, no que Milton Santos chamava de circuito inferior da economia, que envolve pequenas empresas, iniciativas sociais dos mais diversos tipos, a imensa área informal, os apoios consistem em alguns cursos de formação, fragmentos de apoio tecnológaico, iniciativas de micro-crédito, mas nada que se possa chamar de política de apoio no sentido amplo, comparável ao que existe em outroa países. Inúmeras experiências de gestão local, de inovação tecnológica, de dinamização de pequenas e médias empresas, de expansão da economia familiar, de promoção de emprego através de iniciativas da sociedade civil organizada e de poderes locais, continuam relativamente pouco conhecidas, e permanecem frequentemente isoladas, quando poderiam ter um impacto muito maior na economia como um todo. O pequeno estudo que segue visa dar subsídios para a organização de redes de apoio capazes de gerar efeitos multiplicadores, na linha da chamada “cross-fertilization”, ou inter-fertilização das iniciativas da área da economia social. Trata-se, portanto, de sugerir formas de organização da sinergia entre instituições financeiras de fomento, instituições de apoio tecnológico, de formação profissional, setores da academia, organizações da sociedade civil e outros atores do processo.

O problema central não é a insuficiência de recursos, e sim o seu desperdício ou subutilização. A poupança do país, que atinge cerca de 20% do PIB, não é canalizada para financiar iniciativas de desenvolvimento, e sim para financiar ganhos financeiros, fenômeno caracterizado como esterilização de poupança. O volume de crédito aumentou sem dúvida, atingindo cerca de um terço do PIB em meados de 2006. No entanto, o crédito destinado a financiar iniciativas de desenvolvimento econômico e social é absurdamente baixo, e os juros absolutamente proibitivos. O resultado prático é, por exemplo, que o Sebrae ensina as pessoas a abrir uma pousada, mas o banco exige uma taxa de juros que inviabiliza a iniciativa. Em outros termos, há uma impressionante subutlilização dos nossos recursos financeiros.


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Ladislau Dowbor
ladislau[arroba]dowbor.org


 
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