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Efeito de espaçamentos e densidades de semeadura no comportamento de cultivares de arroz de sequeiro (página 2)

Carlos Alexandre Costa Crusciol; José Ricardo Machado; Orivaldo Arf; Ricard

 

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em área experimental pertencente à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP, localizada no município de Selvíria - Estado de Mato Grosso do Sul, apresentando como coordenadas geográficas 51º22’ de longitude oeste de Greenwich e 20º22’ de Latitude Sul, com altitude de 335 metros. O solo do local é do tipo Latossolo Vermelho-Escuro epi-eutrófico álico textura argilosa. A precipitação média anual é de 1.370 mm, a temperatura média anual é de 23,5ºC e a umidade relativa do ar fica entre 70 e 80% (média anual).

O delineamento experimental foi o de blocos casualizados em esquema de parcela sub-subdividida sendo as parcelas constituídas por dois espaçamentos entre linhas (0,20 e 0,40 m), as sub-parcelas constituídas por quatro cultivares (Araguaia, Caiapó, Carajás e IAC 201) e as sub-subparcelas por cinco densidades populacionais (50, 100, 150, 200 e 400 sementes viáveis/metro quadrado), com quatro repetições.

As sub-subparcelas foram constituídas por cinco linhas de 6m de comprimento, sendo a área útil constituída pelas três linhas centrais, desprezando-se 0,50 m em ambas as extremidades de cada linha.

O solo foi preparado através de uma aração e duas gradagens, sendo a primeira logo após a aração e, a segunda realizada às vésperas da semeadura.

Após a abertura dos sulcos realizou-se a adubação básica com 250kg/ha da fórmula 4-30-10, de acordo com as características químicas do solo e as recomendações de Raij et al.

(1985). Aplicou-se o inseticida granulado (carbofuran - 1.500g/ ha de i.a.) no sulco, fazendo-se então a semeadura manual (15/ 12/1995) e em seguida, foi aplicado o herbicida em pré-emergência (oxadiazon - 1.000g/ha de i.a.). Aos 19 dias após emergência das plantas realizou-se o controle de plantas daninhas em pós-emergência com a aplicação de herbicida (2,4 D - 670g/ ha i.a.). Aos 34 dias realizou-se uma adubação de cobertura com 30kg/ha de nitrogênio, utilizando-se como fonte o sulfato de amônio.

Para o monitoriamento das irrigações foram instalados tensiômetros na área, com o centro geométrico da cápsula porosa na profundidade de 0,15m. As irrigações foram realizadas quando os tensiômetros indicavam de -0,033MPa para o início do primórdio floral e florescimento e -0,058MPa nas demais fases de desenvolvimento da cultura.

A avaliação do comportamento agronômico de cada cultivar foi realizada através das seguintes características: emergência das plântulas - obtida através do número de dias entre a semeadura e a emergência de 51% das plântulas da área útil da parcela; florescimento pleno - determinado através da contagem do número de dias transcorridos entre a emergência e o florescimento de 50% das panículas da sub-subparcela; ciclo - determinado através da contagem do número de dias transcorri- dos entre a emergência das plântulas até a colheita, quando 90% das panículas apresentavam maturidade fisiológica; ocorrência de brusone - foi avaliada através de observações visuais no estádio de florescimento (50% das panículas emitidas) utilizando- se a seguinte escala de notas zero - não ocorrência de brusone, um - 1 a 5% de área foliar lesionada, dois - 5 a 25%, três - 25 a 50%, quatro - mais de 50% de área foliar lesionada e presença ou ausência de brusone nas panículas na fase précolheita; grau de acamamento - foi determinado através de observações visuais na fase de maturação, utilizando-se a seguinte escala de notas: zero - sem acamamento, um - até 5% de plantas acamadas, dois - 5 a 25%, três - 25 a 50%, quatro - 50 a 75% e cinco - 75 a 100% de plantas acamadas; altura média das plantas - foi obtida durante a fase de colheita, em 10 plantas ao acaso, na área útil de cada sub-subparcela, medindo-se a distância média compreendida desde a superfície do solo até o ápice da panícula; número de panículas por metro quadrado - foram contadas, na fase de colheita, na área útil de cada subsubparcela, todas as panículas em 1m de linha, e posteriormente, foi realizada, matematicamente, a conversão para o número de panículas/m2. número de colmos por metro quadrado - foram contadas na área útil de cada sub subparcela, na fase de colheita, todos colmos de 1m de linha, e posteriormente, foi realizada, matematicamente, a conversão para número de colmos/m2; perfilhamento útil - calculado através do quociente relativo percentual entre o número de panículas/m2 e o número de colmos/m2; número de sementes por panícula - obtido através da contagem, em 20 panículas, do número de espiguetas chochas e sementes granadas, separadas por fluxo de ar; fertilidade das espiguetas - calculada através do quociente relativo percentual entre o número de sementes granadas e o número total de sementes; peso de 100 sementes - foi determinado através da coleta ao acaso e pesagem de duas amostras de 100 sementes de cada sub-subparcela (13% de umidade na base úmida); rendimento de sementes - as plantas da área útil de cada sub-subparcela, foram colhidas e trilhadas manualmente.

As sementes obtidas foram pesadas e os dados transformados em kg/ha (13% de umidade na base úmida). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados em esquema de parcela sub-subdividida sendo as parcelas constituídas por dois espaçamentos entrelinhas (0,20 e 0,40 m), as sub-parcelas constituídas por quatro cultivares (Araguaia, Caiapó, Carajás e IAC 201) e as sub-subparcelas por cinco densidades populacionais (50, 100, 150, 200 e 400 sementes viáveis/metro quadrado), com quatro repetições. Todos os dados de cada característica avaliada, foram submetidas à análise de variância. As médias dos tratamentos foram comparadas pelos Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os dados referentes ao acamamento de plantas foram transformados em e os dados referentes ao número de panículas/m2, número de colmos/m2, número de sementes por panícula e produção de sementes foram transformados em , enquanto que nos outros dados a análise foi realizada sem transformação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verifica-se na Tabela 1 que os cultivares Araguaia e Caiapó apresentaram o mesmo número de dias para florescimento e ciclo, 87 e 110 dias, respectivamente. Já os cultivares IAC 201 e Carajás apresentaram o número de dias semelhantes, 73 e 72 dias para florescer e 105 e 106 dias para completarem seu ciclo, respectivamente. Não houve ocorrência de brusone no experimento.

Os cultivares IAC 201 e Carajás apresentaram florescimento e ciclo menores que os cultivares Araguaia e Caiapó. Estes resultados foram semelhantes aos obtidos por Oliveira (1994) para os mesmos cultivares, Arf (1993) para os cultivares Araguaia e Carajás.

Na Tabela 2 observam-se os resultados referentes ao acamamento, altura de plantas, número de panículas/m2, número de colmos/m2 e perfilhamento útil dos tratamentos utilizados.

Os resultados obtidos para o acamamento de plantas foram influenciados pelos cultivares, densidades e interações cultivar x espaçamento, cultivar x densidade, espaçamento x densidade e cultivar x espaçamento x densidade. Os desdobramentos encontram-se nas Tabelas 3, 4 e 5. Analisando os resultados de espaçamentos dentro de cultivar, verifica-se que o cv. IAC 201 apresentou maior porcentagem de plantas acamadas no espaçamento maior (0,40 m). Já os resultados de cultivares dentro de espaçamento evidenciaram que no espaçamento de 0,20 m, o cv. Carajás apresentou as menores porcentagens de plantas acamadas e os outros cultivares não diferiram entre si; já no espaçamento de 0,40 m, o cv. Carajás apresentou menor porcentagem de plantas acamadas e o cv. IAC 201 a maior porcentagem. Oliveira (1994) não observou plantas acamadas para estes cultivares.

No que se refere a interação cultivar x densidade (Tabela 4) os dados de densidades dentro de cultivar mostraram que para o cv. IAC 201 as densidades de 50 e 100 sementes viáveis/ m2 apresentaram maior porcentagem de plantas acamadas.

No caso do cv. Araguaia, as maiores porcentagens de plantas acamadas foram verificadas nas densidades de 100, 150 e 400 sementes viáveis/m2. O cv. Carajás apresentou maior grau de acamamento na densidade de 200 sementes viáveis/m2 e para o cv. Caiapó a densidade de 150 sementes viáveis/m2 que levou a um maior acamamento de plantas. Com relação aos resultados de cultivares dentro de densidade, o cultivar IAC 201 apresentou maiores índices de acamamento na maioria das densidades utilizadas e os menores índices foram apresentados pelo cultivar Carajás. Quanto aos resultados de densidades dentro de espaçamento (Tabela 5) observa-se diferença significativa entre as densidades somente no espaçamento de 0,40 m onde a maior porcentagem de plantas acamadas foi observada na densidade de 150 sementes viáveis/m2, quando comparadas com a densidade de 50 e 400 sementes viáveis/m2. Os dados de espaçamentos dentro de densidades mostraram que para a densidade de 150 sementes viáveis/m2 o espaçamento de 0,40 m propiciou um maior acamamento de plantas.

TABELA 2. TABELA 3. TABELA 5.

Os dados obtidos para altura de plantas evidenciaram efeito significativo para cultivares e densidades de semeadura. Os cultivares Araguaia e Caiapó apresentaram-se mais altos, diferindo estatisticamente dos cultivares Carajás e IAC 201. Este último apresentou a menor estatura média (117,28 cm), sendo que Arf (1993) e Oliveira (1994) encontraram resultados semelhantes para os cultivares Araguaia e Carajás. Verificou-se uma tendência de diminuição da altura das plantas em função do aumento da densidade de semeadura, uma vez que as densidades de 50 e 100 sementes viáveis/m2 apresentaram plantas mais altas quando comparadas com aquelas da densidade de 400 sementes viáveis/m2. Resultados semelhantes foram obtidos por Souza & Azevedo (1994) que verificaram maior altura de plantas para menor população (65cm x 50sementes/m linear), e menor altura para maior população (20 cm x 125 sementes/m linear). Assim fica evidente que com um espaçamento maior as plantas podem crescer mais, uma vez que tem maior espaço e menor concorrência em luz, água e nutrientes.

Com relação ao número de panículas/m2 houve efeito significativo do espaçamento, densidade de semeadura e das interações cultivar x espaçamento e cultivar x densidade. Os desdobramentos encontram-se nas Tabelas 6 e 7, respectivamente.

Analisando os resultados de cultivares dentro de espaçamento (Tabela 6) verifica-se que o cv. Carajás apresentou o maior número de panículas que o cv. IAC 201 no espaçamento de 0,40 m. No que se refere a espaçamentos dentro de cultivar, observa-se que diminuição do espaçamento levou ao aumento no número de panículas/m2 para os cultivares IAC 201 e Araguaia, resultado semelhante ao obtido por Stone & Pereira (1994). Arf (1993) observou que o espaçamento de 0,35m apresentou maior número de panículas/m2 que o espaçamento de 0,50 m. Enquanto que Pacheco (1985) observou o maior número de panículas/m2 no espaçamento de 0,20 m, o que concorda com as observações do presente trabalho.

O efeito da interação significativa cultivar x densidade referente ao número de panículas/m2, encontram-se na Tabela 7, onde os resultados de cultivares dentro de densidade mostram que o cultivar Carajás na densidade de 200 sementes viáveis/m2 apresentou o maior número de panículas/m2 comparativamente aos demais cultivares. Analisando o desdobramento densidades dentro de cultivar observou-se que para o cv. IAC 201, a densidade de 400 sementes viáveis/m2 não diferiu estatisticamente das densidades de 100 e 200 sementes viáveis/m2, no entanto superou as densidades de 50 e 150 sementes viáveis/m2. No entanto para o cv. Araguaia a densidade de 400 sementes viáveis/ m2 não diferiu estatisticamente das densidades de 150 e 200 sementes viáveis/m2 e superou as densidades de 50 e 100 sementes viáveis/m2, que por sua vez não diferiram estatisticamente entre si. Nota-se que para o cv. Carajás, as densidades de 150, 200 e 400 sementes viáveis/m2 não diferiram estatisticamente entre si e a densidade de 50 sementes viáveis/m2 apresentou menor número de panículas/m2, não diferindo estatisticamente da densidade de 100 sementes viáveis/m2; para o cv. Caiapó a densidade de 400 sementes viáveis/m2 não diferiu estatisticamente da densidade de 200 sementes viáveis/m2 e apresentou maior número de panícula/m2 do que as demais densidades.

TABELA 7.
Desdobramento da interação cultivar x densidade da análise de variância
referente ao número de panículas/m2, número de colmos/ m2 e perfilhamento útil. 

Com relação ao número de colmos/m2 foi verificado efeito significativo do espaçamento, densidade de semeadura e das interações cultivar x espaçamento e cultivar x densidade. Os desdobramentos da interação significativa cultivar x espaçamento encontram-se na Tabela 6. Os dados de espaçamentos dentro de cultivar mostraram que o espaçamento de 0,40 m proporcionou um menor número de colmos/m2 para os cultivares estudados. Os resultados de cultivares dentro de espaçamento, evidenciaram que no espaçamento de 0,40 m, o cv. Carajás apresentou maior número de colmos/m2 quando comparado com o cv. IAC 201, não diferindo estatisticamente dos cultivares Araguaia e Caiapó.

O efeito da interação cultivar x densidade referente ao número de colmos/m2, encontra-se na Tabela 7. Os resultados obtidos para cultivares dentro de densidade mostraram que para a densidade de 200 sementes viáveis/m2, o cv. Carajás apresentou maior número de colmos/m2, comparativamente aos cultivares Araguaia e IAC 201, e não diferiu estatisticamente do cv.

Caiapó. Para os resultados de densidades dentro de cultivares, observou-se que para os cultivares IAC 201 e Carajás, a densidade de 400 sementes viáveis/m2 não diferiu estatisticamente da densidade de 200 sementes viáveis/m2, e superou estatisticamente as densidades de 50, 100 e 150 sementes viáveis/m2.

Para os cultivares Araguaia e Caiapó a densidade de 400 sementes viáveis/m2 apresentou maior número de colmos/m2 do que as demais densidades. Notou-se uma tendência de aumento no número de colmos/m2 com o aumento da densidade de semeadura.

Os resultados obtidos quanto ao perfilhamento útil mostram efeito significativo da densidade de semeadura e da interação cultivar x densidade. Os desdobramentos da interação cultivar x densidade encontram-se na Tabela 7. Quanto ao desdobramento cultivares dentro de densidade, verificou-se que na densidade de 400 sementes viáveis/m2, o cv. IAC 201 apresentou maior perfilhamento útil que o cv. Araguaia e não diferiu estatisticamente dos demais. A densidade de 200 sementes viáveis/ m2 proporcionou um menor perfilhamento útil para o cv. IAC 201, enquanto que os outros cultivares não diferiram estatisticamente entre si. O desdobramento de densidades dentro de cultivar mostrou que o cv. Araguaia, na densidade de 400 sementes viáveis/m2, apresentou menor perfilhamento útil do que as densidades de 50, 100, 150 e 200 sementes viáveis/m2 não diferiram estatisticamente entre si. No caso do cv. Carajás as densidades de 200, 150, 100 e 50 sementes viáveis/m2 apresentaram maiores porcentagens de perfilhamento útil que a densidade de 400 sementes viáveis/m2. O perfilhamento útil entre os cultivares apresentou valores médios superiores a 85%. O perfilhamento útil não foi influenciado significativamente pelo espaçamento entre linhas.

TABELA 8.
Valores médios obtidos na avaliação do número de sementes por panícula e fertilidade das espiguetas,
peso de 100 sementes e rendimento de sementes, na cultura do arroz de sequeiro,
irrigado por aspersão em função de diferentes cultivares, espaçamentos entre linhas e densidades de semeadura.
Selvíria (MS), 1995/ 96.

Os resultados referente ao número de sementes por panícula, fertilidade das espiguetas, peso de 100 sementes e rendimento de sementes estão apresentados na Tabela 8.

O número de espiguetas chochas/panícula variou em função do cultivar e densidade de semeadura. O cv. IAC 201 apresentou maior número de sementes chochas/panícula e as densidades de 200 e 400 sementes viáveis/m2 apresentaram menores números de sementes chochas do que a densidade de 50 sementes viáveis/m2. Verificou-se uma tendência de redução no número de sementes chochas, com o aumento da densidade de semeadura.

Com relação ao número de sementes granadas/panícula, houve efeito significativo da densidade de semeadura (Tabela 8) e da interação cultivar x espaçamento (Tabela 9). As densidades de 50 e 100 sementes viáveis/m2 apresentaram maior número de sementes granadas/panícula do que a densidade de 400 sementes viáveis/m2. Através do desdobramento da interação cultivar x espaçamento (Tabela 9) e observando-se o efeito de espaçamentos, dentro de cultivar, verifica-se que para o cv.

IAC 201 a diminuição do espaçamento entre linhas aumentou o número de sementes granadas por panícula.

No que se refere a fertilidade das espiguetas observou-se efeito significativo para cultivar e também para a interação cultivar x espaçamento. O cv. IAC 201 apresentou menor fertilidade de espiguetas (65,3%) enquanto que outros cultivares não diferiram estatisticamente entre si (Tabela 8). No desdobramento da interação cultivar x espaçamento (Tabela 9), que avalia o efeito de cultivares dentro do espaçamento, observou-se que os cultivares Araguaia e Caiapó apresentaram maior fertilidade de espiguetas no espaçamento de 0,20 m; enquanto no espaçamento 0,40 m o cv. IAC 201 apresentou menor fertilidade de espiguetas comparativamente aos demais. No que se refere ao efeito de espaçamentos dentro de cultivar, verificou-se que houve efeito significativo para o cultivar IAC 201, onde o aumento no espaçamento proporcionou diminuição da fertilidade das espiguetas, ao passo que os cultivares Araguaia e Carajás apresentaram efeito inverso, ou seja, o aumento no espaçamento proporcionou aumento na fertilidade das espiguetas.

Os resultados da avaliação do peso de 100 sementes (Tabela 8), mostraram que o cultivar IAC 201 apresentou os menores valores para o peso de 100 sementes, o que era esperado devido as características da semente do cultivar, tipo longa e fina. O peso de 100 sementes não foi influenciado significativamente pelo espaçamento e pelas densidades de semeadura, resultados concordantes com os de Oliveira (1994). Enquanto Arf (1993) constatou um aumento no peso de 100 grãos com a diminuição do espaçamento entre linhas e Stone & Pereira (1994) obtiveram um aumento significativo no peso de 100 grãos, quando aumentaram o espaçamento entre fileiras.

Com relação ao rendimento de sementes foi observado apenas efeito significativo para as densidades de semeadura; as densidades de 100, 150 e 200 sementes viáveis/m2 não diferiram estatisticamente entre si, apresentando produções superiores a 50 sementes viáveis/m2, enquanto que 100 sementes também diferiu significativamente de 400 sementes viáveis/m2. Por outro lado, Arf (1993) e Oliveira (1994) não encontraram efeito do aumento da densidade de semeadura no rendimento de grãos.

No entanto ao considerarmos o gasto de sementes, a densidade de 100 sementes viáveis/m2 torna-se a mais adequada, além de ter proporcionado a obtenção de elevados níveis de rendimento.

CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos nas condições experimentais, pode-se concluir que:

- os cultivares Carajás e IAC 201 apresentaram ciclos, na média, cinco dias menores, do que os cultivares Araguaia e Caiapó;

- o cultivar IAC 201 apresentou maior acamamento do que os cultivares Carajás, Araguaia e Caiapó;

- a medida que se aumentou a densidade de semeadura ocorreu a redução no número de espiguetas chochas e de sementes granadas;

- os cultivares Araguaia, IAC 201, Caiapó e Carajás, apresentaram rendimentos semelhantes; 3726, 3832, 3841 e 3900kg/ ha, respectivamente - os espaçamentos entre linhas não afetaram a produtividade dos cultivares;

- a densidade de sementes mais adequada para semeadura foi a de 100 sementes viáveis/m2.

TABELA 9.
Desdobramento da interação cultivar x espaçamento da análise de variância
referente à número de sementes granadas por panícula e fertilidade de espiguetas.

REFERÊNCIAS

ARF, O. Efeitos de densidade populacional e adubação nitrogenada sobre o comportamento de cultivares de arroz irrigado por aspersão. Ilha Solteira: Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, 1993. 63p.(Tese Livre Docência).

OLIVEIRA, G.S. Efeito de densidade de semeadura no desenvolvimento de cultivares de arroz (Oryza sativa L.) em condições de sequeiro e irrigado por aspersão - análise comparativa de custos. Ilha Solteira: Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, 1994, 45p. (Trabalho Graduação).

PACHECO, A.R. Efeito do espaçamento e densidade de plantio sobre a produtividade de quatro cultivares de arroz sob irrigação por aspersão. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1989. 5p. (Relatório).

PINHEIRO, B.S.; STEINMETZ, S.; STONE, L.F. & GUIMARÃES, E.P. Tipo de planta, regime e hídrico e pordutividade do arroz de sequeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.20, n.1, p.87-95, 1985.

RAIJ, B.van; SILVA, N.M.da.; BATAGLIA, O.C.; QUAGGIO, J.A.; HIROCHE, R.; CANTARELLA, H.; BELLINAZZI-JUNIOR, D.; DECHEN, A.R. & TRANI, P.E. Recomendação de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: IAC, 1985. 107p.

SOUZA. A.F. & AZEVEDO, S.M. Influência do espaçamento e densidade de semeadura na cultura do arroz sob irrigação por aspersão (Pivo central). Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v.29, n.12, p. 1969-1972, 1994.

STONE, L.F. & PEREIRA, A.L. Sucessão arroz-feijão irrigados por aspersão: efeitos de espaçamento entre linhas, adubação e cultivar na produtividade e nutrição do arroz, Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.29, n.11, p.1701-1713, 1994.

Gilda Santos Oliveira2, Orivaldo Arf3, Marco Eustáquio De Sá3 E Ricardo Antonio Ferreira Rodrigues4
arf[arroba]agr.feis.unesp.br

Notas

1. Aceito para publicação em 16.12.98; parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora (apoio financeiro FAPESP).
2. Aluna do doutorado da FCAVJ-UNESP.
3. Prof. Adjunto, Depto. de Fitotecnia, Economia e Sociologia Rural - FEIS - UNESP, 15385-000 - Ilha Solteira-SP.
4. Prof. M.Sc., Depto. de Ciência do Solo e Engenharia Rural - FEIS-UNESP.



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