Gestão das mudanças: Controlando o estresse organizacional

  1. Resumo
  2. Introdução
  3. O que é estresse
  4. Estresse e as mudanças
  5. Estresse e tecnologia
  6. Estresse e a gestão dos estimulos
  7. Considerações finais
  8. Bibliografía

Resumo

O presente artigo aborda um fenômeno essencial para a sobrevivência e desenvolvimento das organizações e de seus colaboradores, o qual quando mal compreendido pode causar prejuízos tanto para seus funcionários, como para suas organizações. As mudanças e o estresse organizacional têm chamado a atenção de um número cada vez maior de corporações preocupadas com o crescimento dos problemas de saúde e produção relacionados a estes fenômenos. Os estímulos físicos e psicossociais do estresse podem ser considerados grandes inimigos da saúde, qualidade de vida e produtividade. A gestão das mudanças e do estresse organizacional tem se tornado um assunto estratégico para as organizações. Neste artigo trataremos dos estímulos psicossociais geradores de estresse no contexto das mudanças organizacionais constantes.

Palavras Chave: Estresse psicossocial, gestão, mudanças organizacionais

 

introdução

O desgaste físico e emocional ao qual as pessoas são submetidas nas relações com o ambiente de trabalho é um fator muito significativo na determinação de transtornos de saúde relacionados ao estresse, como é o caso das depressões, ansiedade, transtorno de pânico, fobias e doenças psicogênicas (Goleman, 1997-98).

Geralmente, no ambiente de trabalho das organizações, os estímulos estressares são muito variados e em grande quantidade. Podemos experimentar ansiedade significativa diante de descontentamentos com os colegas, diante da sobrecarga de trabalho e da corrida contra o tempo, diante da insatisfação salarial ou da política de recursos humanos da empresa, entre outras, e, dependendo da pessoa, até mesmo com tarefas rotineiras de sua própria função dentro da empresa.

Muitos fatores emocionais relacionados ao próprio emprego na atualidade contribuem para que a pessoa mantenha-se excessivamente estressada: a sensação de instabilidade no emprego, a sensação de insuficiência profissional, a pressão para comprovação de eficiência, a impressão continuada de estar cometendo erros profissionais, a falta de visão sobre a relevância social do seu trabalho, a percepção de falta de reconhecimento de seus esforços, entre outros. Além disso, preocupações pessoais do funcionário não podem ser eliminadas simplesmente ao entrar no seu posto de trabalho... Toda a história de vida da pessoa está junto a ela em todos os momentos e quando ela vem para o trabalho não é diferente. Seus conflitos, suas frustrações, suas desavenças conjugais, a preocupação com seus filhos, seus interesses e necessidades pessoais, etc.

Existem muitas evidencias de que trabalhadores motivados positivamente produzem mais e são menos acometidos por doenças (Nahas, 2003).

Neste século que está começando, as organizações devem tratar os interesses e necessidades dos seus colaboradores, não apenas como benefícios ou caridade, mas como assunto estratégico de sobrevivência organizacional.

A diminuição de taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida da população trás como conseqüência o envelhecimento da força de trabalho. Para que esta força de trabalho envelhecida possa produzir bem, tanto em termos físicos como intelectuais, o estresse precisa ser dosado de forma adequada, uma vez que este é um dos principais fatores de incapacidade funcional precoce quando em excesso.

O QUE É ESTRESSE?

O estresse é a alteração global de nosso organismo para adaptar-se a uma situação nova ou às mudanças de um modo geral (Deitos, 1997a).

O estresse é um mecanismo normal e necessário ao organismo, pois faz com que o ser humano fique mais ativo e sensível diante de situações do dia-a-dia que exijam respostas ou adaptações, diante do perigo ou de dificuldade. Mesmo situações consideradas positivas e benéficas, como por exemplo, promoções profissionais, casamentos desejados, nascimento de filhos, etc., podem produzir estresse significativo. De fato, o estresse é um mecanismo essencial para o desenvolvimento de nossa sociedade e ele, em si, não é bom nem ruim (Deitos, 1997b; Goleman, 1997).

As mudanças ocorrem continuamente na vida e os organismos devem estar preparados para se adaptar a elas o mais rapidamente possível a fim de garantir a sobrevivência. O estresse funciona como um mecanismo de adaptação, necessário para estimular o organismo e melhorar sua atuação diante de circunstâncias novas.

Nas dimensões social e cultural as mudanças cotidianas sempre ocorreram em toda a história da humanidade, elas são à base da evolução da espécie humana.

De acordo com França & Rodrigues (1999, p.18), "não existem evidencias cientificas de que as pessoas na atualidade sofram mais com o estresse do que em outras épocas, onde o esforço, para simplesmente manter-se vivo, era seguramente, maior".

O estresse sofrido na atualidade é diferente do que foi vivenciado em outras épocas devido à tendência secular de aceleração das mudanças impostas, principalmente, pela globalização da economia e pela decadência cultural resultante do mau uso dos meios de comunicação em massa que acabam modificando os valores e criando necessidades de consumo não existentes em épocas passadas. Isso é novo ao ser humano e perigoso à sua saúde. A velocidade sem precedentes com a qual as mudanças e as exigências que elas propiciam acontecem na vida moderna, é um fator de constante preocupação para as pessoas.

ESTRESSE E AS MUDANÇAS.

As mudanças estão em toda à parte: na tecnologia, na ciência, na medicina, no ambiente de trabalho, nas estruturas organizacionais, nos valores e costumes sociais, na filosofia e até mesmo na religião. Há continuamente uma enorme solicitação de adaptação às pessoas em geral, tanto para os jovens como para os mais velhos.

As necessidades de mudanças podem ser comparadas a um ciclo vicioso; o momento presente está quase sempre exigindo mudanças, essas mudanças acabam trazendo novos problemas. Esses problemas despertam novas soluções, as quais passam a exigir novas mudanças e assim por diante.

Para França & Rodrigues (1999, p.105), "os estressares psicossociais são os acontecimentos relacionados com o tipo de vida que levamos em nossa sociedade".

A inserção dos valores sociais, principalmente nos paises cujo capitalismo é "selvagem", tem gerado um grande número de estressares psicossociais novos e constantes. Se antes as ameaças à sobrevivência física eram a maior preocupação, hoje temos uma infinidade de ameaças subjetivas construídas na complexidade de nossa estrutura social que constantemente leva a pessoa à alienação.

De acordo com França & Rodrigues (1999, p.106), "a capacidade de gerar riqueza é sinônimo de competência profissional e serve de índice de respeito e consideração que a sociedade emprestará a pessoa".

Num modelo de sociedade cujo maior valor é a geração de riqueza econômica, o trabalhador, muitas vezes é considerado, apenas uma peça de uma engrenagem cruel e quando não funciona bem, é substituído.

O estresse ocasionado pelas constantes e brutas mudanças representa um grande perigo à saúde das pessoas. Saúde aqui entendida como define a Organização Mundial de Saúde, como o mais completo possível estado de bem estar físico, emocional, social, intelectual e espiritual.

As constantes mudanças exigem alterações de papeis sociais de forma rápida e muitas vezes, sem o devido período de transição (Goleman, 1998).

Segundo França & Rodrigues (1999, p.107), "papel é toda função, acompanhada de um conjunto de condutas próprias para aquela função, que a pessoa desempenha em determinado momento de sua vida".

A progressiva exigência de qualidade nos produtos e serviços, juntamente com a necessidade de redução de despesas nas empresas tem induzido a mudanças e acúmulo de papeis, determinadas por diversos fatores como: as mudanças determinadas pela empresa, devidas á novas tecnologias, devidas ao mercado e mudanças auto-Impostas para sobrevivência no mercado de trabalho.

Para Maslach (1998), é de muita importância que a pessoa desempenhe um papel adequado e coerente com suas condições pessoais e profissionais, pois isso motiva e facilita o bom desempenho.

As mudanças determinadas pela empresa podem ser originadas por uma nova chefia ou devido à nova orientação geral da empresa, seja por causa de alguma fusão ou aquisição da empresa. Normalmente esse tipo de mudança gera muita insegurança.

O aumento do nível de estresse, inevitavelmente acontece diante das mudanças. O que mais se solicita das pessoas é a adaptação aos novos papeis, portanto, é o momento onde o estresse está acontecendo. As pessoas possuidoras de dificuldades físicas, emocionais ou sociais, naturalmente sofrerão mais nesse processo. Abrir mão de métodos e papeis usuais para aprender ou aceitar novos sempre exige um esforço emocional significativo.

ESTRESSE E TECNOLOGIA.

A tecnologia está em contínua substituição por sistemas mais modernos e poderosos. Nessa situação também as pessoas são emocionalmente solicitadas a se adaptar ao novo. Nesse caso o estresse será variável, de acordo com as disposições Pessoais e de acordo com o tipo dessa nova tecnologia a ser implantada. Geralmente as pessoas que tiveram em suas histórias de vida, pouco contato com as novas tecnologias, são "esmagadas" pelas tensões decorrentes de ter que se adaptar rapidamente a uma máquina ou software.

Por tendência pessoal sofrerão mais aqueles com instabilidade afetiva, com traços marcantes de ansiedade ou já previamente estressados em excesso com as expectativas negativas em relação às mudanças (Golleman, 1995). Em relação às próprias mudanças, sofrerão mais as pessoas confrontadas com novas tecnologias ideologicamente diferentes das anteriores.

A expectativa negativa em relação às novas tecnologias no trabalho, muitas vezes é decorrente do paradoxo existente entre os dois, pois a tecnologia no trabalho que deveria facilitar a vida do trabalhador muitas vezes apenas substitui o trabalhador. É de conhecimento popular que nas empresas, as máquinas extinguiram muitos postos de trabalho, ampliando as responsabilidades e monotonizando os postos restantes. Logo, a tecnologia que deveria proporcionar ao trabalhador maiores facilidades e ampliação do seu tempo de lazer, acabou escravizando o trabalhador e gerando ainda mais insegurança nos postos de trabalho.

As constantes exigências do mercado sempre são levadas a sério pelas empresas e, freqüentemente, determinam mudanças de procedimentos no trabalho. Os ansiosos tendem mais para o estresse excessivo devido, principalmente, a expectativa negativa que aparece muito antes de quaisquer resultados das mudanças.

De acorde com França & Rodrigues (1999), são as exigências que fazemos de nós mesmos as mais danosas a nossa psique. O mais sadio é que estejamos sempre inconformados e sempre adaptados. Isso significa que, através do inconformismo estamos sempre buscando fazer com que o amanhã seja melhor que o hoje. Entretanto, é indispensável que a pessoa se mantenha adaptada às circunstâncias atuais, mesmo que sejam circunstâncias adversas.

Sadio seria reclamar das mudanças organizacionais, quando estas estão reduzindo a qualidade de vida no trabalho, para podermos buscar opções que melhorem nossa vida em relação a essas mudanças (reivindicar treinamento, programas de promoção de saúde, mudanças de cargos e salários, etc), outra coisa é estarmos padecendo de hipertensão, úlcera, ansiedade ou enxaqueca por causa dessas mudanças que muitas vezes até melhoram o ambiente de trabalho.

O próprio inconformismo humano exige uma reciclagem constante, ou seja, exige mudanças continuadas e necessidades de adaptação a essas mudanças. Encarar a mudança sob uma perspectiva de crescimento e adequação pode ajudar nossa adaptação, considerá-la uma tarefa tediosa, inútil e humilhante "para quem já sabe tanto", favorece o descontentamento, a ansiedade e, conseqüentemente, o estresse (França & Rodrigues, 1999; Golleman, 1998; Maslach, 1998).

Para França & Rodrigues (1999, p.110), "vários autores preferem usar o termo adaptação ativa para designar os processos de enfrentamento que incluem (...) uma posição ativa e critica em que a pessoa tem consciência de que não é uma mercadoria, que não pertence ao empregador nem ao estado, que assume sua posição de produtor para si e para a sociedade. Que tem um projeto de futuro...".

ESTRESSE E A GESTÃO DOS ESTÍMOLOS.

Não apenas o excesso de estímulos diferente, como também a sua falta, pode resultar em estresse negativo e doença. Por exemplo, a incidência de ataques cardíacos e depressão, são significativamente maiores nos dois primeiros anos após a aposentadoria. Provavelmente a condição associada seja o tédio, a sensação de inutilidade e/ou a solidão, portanto, a falta ou escassez de solicitações também proporciona situações negativamente estressoras.

Às vezes, no final do dia, sentimos nosso corpo exausto, mas apesar disso, experimentamos uma agradável sensação de bem estar. Em geral uma atividade pode se tornar muito gratificante quando possui um significado especial ou quando desperta grande interesse em nós.

As atividades medíocres, destituídas de significação ou aquelas onde não temos noção do porquê estamos fazendo, podem ser extremamente estressantes. As tarefas altamente repetitivas ou monótonas também podem produzir demasiado estresse. Situações de carência de solicitações ou sensação de falta de significado para o que fazemos, costumam causar elevado estresse (Goleman, 1998; Maslach, 1998).

De acordo com França & Rodrigues (1999, p.106), outros fatores que tem sido objetos de estudo do estresse organizacional são: autoritarismo das lideranças, execução de tarefas sob repressão, falta de autoridades e de orientação, excesso de trabalho, intervenção do trabalho na vida particular e desconhecimento do processo de avaliação de desempenho e promoção, entre outros. Enfim, os dois principais conflitos entre as empresas e seus trabalhadores, são: metas e estrutura das empresas versus necessidades individuais (identidade, autonomia e realização), e produção em larga escala versus satisfação no trabalho pessoal.

A chamada Síndrome de Burnout é uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional. Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, esse transtorno faz com que a pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer uma tortura (Maslach, 1998).

Esta síndrome afeta, principalmente, profissionais da área de serviços que trabalham em contato direto com os usuários. Entre a clientela de risco, estão os trabalhadores em educação, profissionais em saúde, policiais, agentes penitenciários, os bancários, profissionais liberais, departamentos de vendas e de compras, enfim, funções que obrigam um contacto intenso com o outro.

Os sintomas básicos dessa síndrome são, inicialmente, uma exaustão emocional onde a pessoa sente que não pode mais dar nada de si mesma. Em seguida vem a despersonalização, onde a pessoa desenvolve sentimentos e atitudes muito negativas, como por exemplo, um certo cinismo na relação com as pessoas do seu trabalho e aparente insensibilidade afetiva. O trabalhador manifesta, também, sentimentos de falta de realização pessoal no trabalho, afetando drasticamente a eficiência e habilidade para realização de tarefas e de adequar-se à organização. Finalmente, vem à depressão, uma doença grave, que tem sintomas físicos e emocionais incapacitantes (França & Rodrigues, 1999).

O processo do estresse envolve o organismo todo, o qual assume uma certa postura diante dos estímulos proporcionados pela vida que dependerá da natureza desses estímulos (Goleman, 1998).

O excesso de estresse deve ser considerado um problema social. O homem é um ser histórico e social, isto é, ao mesmo tempo em que é formado pelos acontecimentos de sua história de vida que são determinados pelo meio social onde ele está inserido, ele também afeta esse meio social através de suas respostas aos acontecimentos que formam a sua história de vida.
A maneira como pensamos sobre nosso passado e imaginamos nosso futuro é uma forma pela qual podemos desencadear a reação de estresse. Reviver lembranças desagradáveis imaginar situações ameaçadoras ou visualizar o presente ou o futuro com apreensão, angústia ou medo, conduz à reação de estresse negativo. Felizmente, o inverso também é verdadeiro, a imaginação de situações agradáveis e pensamentos positivos têm um efeito benéfico sobre o corpo produzindo uma sensação de bem-estar. A expectativa otimista é uma das motivações que mais aliviam as tensões. Pensar que o amanhã será melhor que hoje, alivia e minimiza a ansiedade e a frustração do cotidiano (Goleman, 1995).
Kertesz e Kermam citados por França & Rodrigues (1999), propõem um modelo operacional de avaliação e gestão do estresse denominado hexágono vital baseado em seis aspectos importantes do estilo de vida da pessoa. De acordo com esse modelo, a gestão do estresse dependeria de uma alimentação adequada e equilibrada, atividade física regular, tempo de repouso e relaxamento adequado às necessidades, espaço para atividades de lazer a diversão, trabalho que ofereça a possibilidades de realização profissional e inserção em pelo menos um grupo social ativo (igreja, grupo de esporte, grupo de amigos de um clube, trabalho, etc.).
O modelo reporta que a responsabilidade pela gestão do estresse é tanto do funcionário quanto da empresa, que deve dar suporte ambiental, político e educacional para que os comportamentos de risco sejam controlados, uma vez que, é no ambiente de trabalho que as pessoas passam a maior parte do seu tempo ativo e as demandas do trabalho influenciam drasticamente o seu estilo de vida.
De acordo com França & Rodrigues (1999, p.118), "qualidade de vida no trabalho é uma compreensão abrangente e comprometida das condições de vida no trabalho, que inclui aspectos de bem estar, garantia de saúde e segurança física, mental e social, e capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso da energia pessoal".
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gestão do estresse no ambiente de trabalho deve ter como principal objetivo à melhoria da qualidade de vida e isso deve estar assegurado na política de qualidade e recursos humanos da empresa, e identificado em sua visão e missão.
Um programa de gestão do estresse no trabalho deve ser sempre encarado com muita responsabilidade e comprometimento de todos os níveis de liderança da empresa. Ele deve contemplar os seguintes critérios:
    • Avaliação sistemática dos níveis de estresse no ambiente de trabalho;
    • Aumento da variedade de rotinas através do rodízio de funções a fim de evitar a monotonia dos trabalhos repetitivos;
    • Evitar o excesso de horas extras, pois isso acarreta em desgaste orgânico, ou selecionar pessoas com aptidão física para suportar um maior volume de horas de trabalho;
    • Melhorar as condições físicas do trabalho com a adoção de ferramentas adequadas às pessoas e as tarefas ale de um ambiente físico adequado conseguido com o apoio da ergonomia;
    • Investir no aperfeiçoamento pessoal e profissional dos funcionários, oportunizando a realização de cursos profissionais e vivencias socioeducativas "in company";
    • Oferecer gratificações simbólicas e personalizadas aos funcionários, como, por exemplo: publicar fotos de reconhecimento dos funcionários do mês nos murais da empresa ou na revista institucional;
    • Oferecer oportunidades para que os funcionários possam apresentar idéias que melhorem a qualidade e produtividade da empresa, sempre dando feedback para essas idéias;
    • Implementar um código de ética construído democraticamente pela empresa e seus funcionários. Esse código de ética de ser revisado periodicamente.

França & Rodrigues (1999, p.124), oferecem uma lista de intervenções que podem ser implementadas com o objetivo de gerenciar os níveis de estresse pessoal e organizacional, são elas:

  • Técnicas de relaxamento,
  • Alimentação balanceada,
  • Exercício físico regular,
  • Repouso, lazer e diversão,
  • Sono apropriado ás necessidades individuais,
  • Psicoterapia e vivências que favoreçam o autoconhecimento,
  • Aprendizado de estratégias de enfrentamento,
  • Administração do tempo livre para atividades ativas e prazerosas,
  • Administração de conflitos entre pares e grupos,
  • Revisão e reestruturação das formas de organização do trabalho,
  • Educação para saúde e
  • Equacionalização dos planejamentos econômico, social e de saúde.

A gestão do estresse organizacional exige uma visão multifatorial da realidade envolvendo aspectos econômicos, afetivos, culturais, físicos e ambientais e as ações devem contemplar o maior número possível desses aspectos envolvendo as seguintes etapas de implementação: identificação do problema e das percepções, verificação dos padrões culturais, discussão das características individuais e planejamento e implantação de programas de promoção de saúde, segurança e qualidade de vida.

O estresse negativo, como já foi dito, é um problema de saúde pública que afeta todas as camadas da sociedade e a maior parte dele tem relação com o modelo socioeconômico dominante no atual contexto. Logo a gestão do estresse corporativo é uma ação de responsabilidade social digna de empresas comprometidas com o desenvolvimento equilibrado de nossa sociedade.

BIBLIOGRÁFIA

Deitos, F (1997a). O mito de Ulisses. Santa Maria: Kaza do Zé.

_______ (1997b). Diálogo corporal. Santa Maria: ed. kaza do Zé, 1997.

França, A.C.L & Rodrigues, A.L (1997). Stress e Trabalho: Guia básico com abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas.

Goleman, D (1995). Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva.

__________ (1997). Verdades simples, mentiras essenciais: a psicologia da auto-ilusão. Rio de Janeiro: Objetiva.

__________ (1998). Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva.

Maslach, C (1998). The Truth about Bournout. New York: New Books.

Nahas, M (2003). Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceito e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf.

 

Autor:

João Francisco Severo Santos

Doutorando em Psicologia, Saúde, Educação e Qualidade de Vida pela American World University-AWU; Mestrando em Atividade Física Relacionada á saúde pela Universidade Federal de Santa Catarina; Especialista em Gestão e Promoção de Saúde Empresarial pela Fundação Universidade da Região de Blumenau; Especialista em Ciências do Movimento Humano pela Universidade da Região de Joinville; Professor do Departamento de Ciências Básicas e Sociais do Centro de ciências Tecnológicas da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC e da Faculdade de Educação Física do Instituto Educacional e Superior IELUSC; Ex-gestor de Atividades do Serviço Social da IndústriaI de Joinville; Palestrante e Consultor de promoção de saúde.

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