O conceito de Evolução nos livros didáticos: avaliação metodológica



 

  • Resumo

O artigo apresenta considerações sobre a teoria da argumentação e sobre o papel das metáforas na passagem da linguagem das ciências para a linguagem dos livros didáticos. Analisa o conceito de evolução em 12 livros didáticos e indica que as metáforas pedagógicas presentes nos textos reduzem a evolução a noções não científicas.

Palavras-chave: Teoria da argumentação, metáforas pedagógicas, conceito de evolução nos livros didáticos.

Resumen

El artículo presenta consideraciones sobre la teoria de la argumentación y sobre el papel de lãs metáforas em la transformación de las ciências para el lenguage de los libros didácticos. Analisa el concepto de evolucion em 12 libros didácticos y indica que las metáforas presentes em los textos reducen la evolucion a las nociones no cientificas.

Palabras-clave: teoria de la argumentación, metáforas pedagógicas, concepto de la evolucion em los libros didácticos.

Abstratc

The article presents considerations on the theory of argumentation and on the role of metaphors in the passage of the language from science to the didactic books. It analyses the concept of evolution in twelve didactic books and indicates that the pedagogical metaphors in the texts restrict evolution to non scientific notions.

Key words: Argumentation theory, pedagogical metaphors, concept of evolution in the didactic books.

 

INTRODUÇÃO

Como se dá a comunicação das idéias, das noções e conceitos das ciências para os livros didáticos? Para muitos estudiosos esta passagem estabelece alguns problemas que merecem avaliações metodológicas. Pretto (1985) e Bizzo (2000) indicam erros conceituais, alguns demasiadamente grosseiros, sem qualquer conexão com o vocabulário das ciências. Daisy Lara de Oliveira (1992) aponta, nos livros didáticos de ciências, a visão antropocêntrica da natureza que orienta a classificação dos seres vivos em úteis, nocivos, em selvagens, domésticos ou outras categorias como animais importantes, devoradores, gangues, ovelhas negras. Aponta, também, para o desconhecimento da biologia evolutiva que faz com que os autores de livros didáticos deturpem as explicações paleontológicas em prol de supostas histórias dos animais. Renato José de Oliveira (1992) discute duas concepções básicas que aparecem nos livros de ciências, para ele, equivocadas. A primeira, romântica, que mostra a ciência como uma história romântica: com começo, meio e fim, certinha e bem sucedida. A segunda concepção é a de solilóquio, uma prática muito comum em sala de aula. Trata-se da aula em que o professor conversa consigo mesmo. Ou seja, ele conta, para ele, as histórias das ciências ou as suas definições, repetindo a si mesmo o que já sabe.

Os problemas apresentados por estes autores denunciam que a comunicação didática das ciências padece de muitos males: distorções nos enunciados, interpretações errôneas dos conceitos científicos e concepções estranhas às ciências. De tudo isto, podemos afirmar que sobra aos alunos um universo científico sem a instrumentação intelectual própria do mundo das ciências, os problemas, as hipóteses de investigação, um vocabulário específico com conceitos pertinentes à área que se estuda.

Neste artigo, discutiremos a transposição do conhecimento científico para a situação de difusão ou de ensino, investigando o conceito de evolução a partir da teoria da argumentação enfatizada por Contenças (1999) no estudo sobre a eficácia das metáforas na genética.

 


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