Póstero-Depressão Escapular

  1. Introdução
  2. Escápula
  3. Faces
  4. Bordas
  5. Ângulos
  6. Movimentos da Articulação Escapulo-Torácica
  7. Músculos Intervenientes na Diagonal de Póstero-Depressão
  8. Referências Bibliográficas

INTRODUÇÃO

A biomecânica é a base da actividade músculo-esquelética. Os músculos geram forças que agem através do sistema de alavancas ósseas. O sistema ósseo ou move-se ou age estaticamente em oposição a uma resistência. O arranjo de fibras de cada músculo define a quantidade de força que pode produzir e o comprimento no qual os músculos se podem contrair. Dentro do corpo, os músculos são as principais estruturas controladoras da postura e movimento, diferenciando-se, segundo a função, em agonistas, antagonistas, fixadores e sinergistas. Para além da musculatura, ligamentos, cartilagens e outros tecidos moles também ajudam no controle articular ou são afectados pela posição ou movimento.

Logo, torna-se indispensável conhecer toda a estrutura muscular do corpo, de modo a que se possa determinar um plano de tratamento adequado à enfermidade do paciente. Para além disso, o conhecimento da inervação permite distinguir se a lesão é apenas num músculo ou em vários músculos com inervação comum, o que aponta para uma irregularidade nesse nervo. Não menos importante é o saber que abrange as estruturas articulares, cartilaginosas, ligamentares, bem como a vascularização, mecanismos que interagem na motricidade e que deles depende o bem-estar da pessoa.

Os padrões escapulares são determinantes para o tratamento dos membros superiores e do tronco, porque, apesar da omoplata não estar directamente relacionada com os movimentos desse, os músculos da escápula intervêm nos movimentos do tronco (colunas cervical e torácica). Além disso, a aplicação de resistência nos músculos mais potentes da escápula ou a sua estabilização produz irradiação para músculos mais fracos de outras zonas corporais, como o tronco e os membros superiores.

PÓSTERO-DEPRESSÃO ESCAPULAR

Escápula:

Características Anatómicas

A escápula consiste num osso par, chato e fino, de forma triangular, podendo evidenciar-se em certos pontos. Possui duas faces, três bordas e três ângulos. Forma a parte dorsal da cintura escapular e é um dos dois ossos que compõem o ombro e que estabelecem uma ligação entre os membros anteriores ao tronco. Situa-se na região dorsal do ombro, em altura entre a segunda e a sétima costela e articula-se com dois ossos: úmero e clavícula. A escápula não irá articular-se directamente ao tronco, mas sim através da clavícula. Mesmo assim, a movimentação dos braços está relacionada à musculatura que parte desse osso de grande importância funcional. Quando se realizam movimentos como erguer os braços lateralmente ou para frente, não estamos apenas a movimentar os úmeros, mas também as escápulas e até mesmo as clavículas.

No que se refere à vascularização, os músculos escapulares são, em geral, irrigados pela artéria subescapular, derivada da artéria subclávia.

Faces

Face Dorsal/Posterior

  • Espinha da Escápula - separa as fossas supra e infra-espinhal
  • Acrómio - situa-se na extremidade da espinha.
  • Fossa Supra-Espinhosa - côncava e lisa, localizada acima da espinha, os ⅔ mediais dão origem ao músculo Supra-Espinhoso.
  • Fossa Infra-Espinhosa – côncava, localizada abaixo da espinha, os ⅔ mediais dão origem ao Infra-Espinhoso.

Face Costal/Ventral

  • Fossa Subescapular

Bordas

Borda Superior

  • Incisura Escapular - incisura semi-circular, situada na porção lateral, formada pela base do processo coracóide e dá passagem ao nervo e artéria supra-escapular.
  • Processo Coracóide - Processo curvo e espesso, próximo do colo da escápula

Borda Lateral - emerge da margem da cavidade glenóide e inclina-se obliquamente para o ângulo inferior.

Borda Medial - apresenta um lábio ventral, um dorsal e uma área intermediária, com o lábio ventral dando inserção ao Serrátil Anterior.

Ângulos

Ângulo Superior - fino, liso e arredondado, e dá inserção a algumas fibras do Elevador da Escápula.

Ângulo Inferior - espesso e áspero, dá inserção ao Redondo Maior e a algumas fibras do Grande Dorsal.

Ângulo Lateral - é ampliado num processo espesso e é a parte da omoplata que entra na articulação do ombro, sendo escavada para formar a cavidade glenóide.

  • Cavidade Glenóide - É uma escavação da escápula que se articula com o úmero
  • Tubérculo Supra-Glenoidal - acima da cavidade glenóide, no qual se insere a porção longa do Bíceps Braquial.
  • Tubérculo Infra-Glenoidal - abaixo da cavidade glenóide

A espinha escapular consiste na lâmina óssea que se projecta da face dorsal da escápula e separa as fossas supra e infra-espinhal.

Início - borda vertebral, numa área lisa e triangular, sobre a qual desliza o tendão de inserção do músculo Trapézio.

Face Superior - côncava, colabora na formação da fossa supra-espinhal e dá origem a parte do músculo Supra-Espinhoso.

Face inferior - forma parte da fossa infra-espinhal, dando origem a uma porção do músculo infraespinhoso., e apresenta, próximo ao seu centro, o forame do canal nutrício.

Borda Dorsal/Crista da Espinha - ampla, com o Trapézio inserindo-se no seu lábio superior e Deltóide inserindo-se em toda a extensão do lábio inferior.

Borda Lateral/Base da Espinha - continua-se com a face inferior do acrómio e o colo da escápula, formando o limite medial da grande incisura escapular, que comunica as fossas supra e infra-espinhais.

Movimentos da Articulação Escapulo-Torácica

Os movimentos da escápula requerem deslizamento da mesma sobre o tórax. Normalmente existe flexibilidade considerável de tecido mole, o que permite que a escápula participe de todos os movimentos do membro superior.

Os movimentos da escápula são:

  • Elevação, depressão, protracção (abdução) e retracção (adução);
  • Rotação para cima e para baixo;
  • Colocação alar da borda medial e inclinação do ângulo inferior.

Músculos Intervenientes na Diagonal de Póstero-Depressão

Acção

Músculos Principais

Músculos Secundários

Retracção escapular (adução)

Rombóide

Grande Dorsal

Angular da Escápula

Trapézio

Depressão escapular

Peitoral Menor

Porção inferior do Trapézio

Subclávio

Grande Dorsal

Rotação escapular para baixo

Peitoral menor

Grande Dentado

Rombóide

Angular da Escápula

Caracterização dos Músculos Intervenientes

  • Trapézio (porção inferior)

Origem: processos espinhosos das vértebras torácicas

Inserção: espaço triangular na base da espinha da escápula

Orientação das fibras: para cima e para fora, da coluna até à espinha escapular

Acção principal: Roda superiormente, deprime, aduz e estabiliza a escápula

Inervação: nervo acessório (nervo craniano XI_ espinhal) e ramos de C3-C4

  • Rombóide (pequeno e grande)

Origem: processos espinhosos de C7 a T5

Inserção: bordo vertebral da escápula, entre a espinha e o ângulo inferior

Orientação das fibras: para baixo e para fora

Acção principal: retrai a escápula

Acção secundária: estabiliza, roda e eleva a escápula

Enervação: nervo escapular dorsal C4-C5

  • Grande Dorsal

Origem: processos espinhosos de T6-T12, vértebras lombares e sagradas, da 8ª à 12ª costela, fáscia toraco-lombar, ângulo inferior da escápula e, por vezes, lábio posterior da crista ilíaca

Inserção: lábio medial do sulco intertubercular do úmero

Orientação das fibras: para cima e para fora, em direcção ao úmero

Acção principal: aduz o braço (e a escápula)

Acção secundária: estende e roda medialmente o braço

Inervação: nervo toraco-dorsal

  • Peitoral Menor

Origem: superfícies anteriores da 3ª à 5ª costela

Inserção: processo coracóide

Orientação das fibras: para cima e para fora

Acção principal: deprime a escápula ou eleva as costelas

Inervação: nervo torácico anterior

  • Subclávio

Origem: 1ª costela

Inserção: na clavícula, entre os ligamentos costoclavicular e conóide

Orientação das fibras: para cima e para fora, quase horizontalmente

Acção principal: estabiliza a cintura escapular

Acção secundária: deprime a cintura escapular e eleva a 1ª costela

Inervação: nervo subclávio

Fig. 1 – Aplicação da diagonal de póstero-depressão escapular

Referências Bibliográficas

  • KISNER, C. e COLBY, L. A.. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas (3ª ed.). Editora Manole Ltda. São Paulo. pág. 271-273. ISBN: 85-204-0746-3.
  • LOSSOW, F. J. Anatomia e Fisiologia Humana. Editora Guanabara.
  • MINHOTO, S. e VALINHO, J. Sebenta de Teste Muscular.
  • SEELEY, STEPHENS e TATE (2001). Anatomia e Fisiologia (3ª ed.). Lusodidacta. Lisboa. pág. 348,353-356. ISBN: 972-96610-5-7

Referências da Web

  • http://www.jennerssa.hpg.ig.com.br/
  • http://www.totalsport.com.br/colunas/artemio/ed5299.htm
  • http://www.jennerssa.hpg.ig.com.br/cintura.htm
  • http://fisioterapia.no.sapo.pt/fisio12.htm
  • http://195.76.91.208/Monografias/Fichas/Omoplato/Ficha018.htm
  • http://www.osteologia.hpg.ig.com.br/escapula.html
  • http://www.fundeci.com.br/anatomia/resumos/ossos/escapula.doc

 

Ana Catarina Cruz Andrade

anandrade_ft[arroba]hotmail.com


 
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