Registro de Sterrastrolepis brasiliensis Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa com descrição do habitat e de assembléia



RESUMO

Segundo registro de Sterrastrolepis brasiliensis Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa (Demospongiae, Potamolepidae)
com descrição do habitat e de assembléia, Bacia do Rio Paraná, Brasil
Second register of Sterrastrolepis brasiliensis Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa (Demospongiae, Potamolepidae)
with description of the habitat and of assembly, Paraná Basin, Brazil

 

A descoberta recente, no fundo rochoso do Rio Piquiri, Bacia do Paraná, Brasil, de Sterrastrolepis brasiliensis Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa, 1978, uma espécie de esponja continental ameaçada, possibilitou o registro fotográfico de espécimes vivos, o aperfeiçoamento das ilustrações ao MEV e da descrição de algumas características, a descrição do habitat e o registro de uma assembléia de esponjas composta por S. brasiliensis, Oncosclera navicella (Carter, 1881) e Oncosclera tonolli (Bonetto & Ezcurra de Drago, 1968). Oncosclera tonolli tem seu primeiro registro para águas brasileiras e para a Bacia do Paraná. Gêmulas de O. navicella são tambem ilustradas ao MEV.

Palavras chave: América do Sul, espécies ameaçadas, esponjas de água doce, fundo rochoso.

ABSTRACT

The recent discovery of Sterrastrolepis brasiliensis Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa, 1978, a brazilian endangered freshwater sponge, at the rocky bottom of River Piquiri, Paraná Basin, Brazil, enhanced the photographing of living specimens, the improving of SEM illustration and description for some characteristics, the description of the habitat and the register of an sponge assembly composed by S. brasiliensis, Oncosclera navicella (Carter, l881) and Oncosclera tonolli (Bonetto & Ezcurra de Drago, 1968). Oncosclera tonolli has its first register for Brazilian waters and for the Parana Basin. Gemmules of O. navicella are also SEM illustrated.

Key words: Endangered species, freshwater sponges, rocky bottom, South America.

 

A descrição original de Sterrastrolepis brasiliensis Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa, 1978, foi baseada sobre apenas dois exemplares, o holótipo, proveniente do rio Turvo (afluente do rio Paranaíba) na localidade de Paraúna-Goiás e um parátipo, proveniente do rio Itararé (afluente do rio Paranapanema) na localidade de Carlópolis-Paraná (e não Carbópolis como registrado). A singularidade dos materiais justificou a proposição do novo gênero Sterrastrolepis Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa, 1978, de esponjas de água doce, restrito portanto à Bacia do Rio Paraná. A descrição original foi ilustrada apenas com desenhos das megascleras e gemoscleras em câmara lúcida. EZCURRA DE DRAGO (1978) descreveu e ilustrou sumariamente Stratospongilla brasiliensis, com as mesmas características espiculares de Sterrastrolepis brasiliensis Volkmer-Ribeiro && De Rosa-Barbosa, 1978, e mesmo registro de localidade tipo, baseado no mesmo material de Sterrastrolepis brasiliensis, logo um sinônimo. Posteriormente Volkmer-Ribeiro & & DE ROSA-BARBOSA (1979), forneceram fotografias do holótipo e do parátipo de Sterrastrolepis brasiliensis, da estrutura do esqueleto, além de fotos em microscopia óptica dos conjuntos espículares. Nesse trabalho as autoras posicionaram o novo gênero dentro da família Potamolepidae Brien, 1967, então extendida da região Etiópica à região Neotropical, contendo, além de Sterrastrolepis os gêneros Uruguaya Carter, 1881, Potamolepis Marshall, 1883, Potamophloios Brien, 1970, Stratospongila Annandale, 1909 e Oncosclera Volkmer-Ribeiro &, 1970. Essa proposição foi ratificada por MANCONI & PRONZATO (2002), que ofereceram fotos em microscopia de varredura das espículas e de uma gêmula de Sterrastrolepis brasiliensis, essa obtida por empréstimo da coleção de Porifera do MCN/FZB e seccionada. Até esse momento não se tinha conhecimento do habitat da espécie, julgando-se que pertencesse à fauna bêntica de fundo rochoso em águas turbulentas, uma vez que os dois espécimes, com consistência extremamente dura, haviam sido destacados sem maiores cuidados do substrato, contendo apenas o holótipo a sua placa basal, com raras gêmulas a ela aderidas. Dada a inexistência de data de coleta e precisão do local de origem do holótipo e parátipo, aliada à ausência de novos registros, Sterrastrolepis brasiliensis foi incluída na recente lista da fauna brasileira ameaçada (BRASIL 2004). Deveu-se essa inclusão ainda ao fato de que o rio Itararé teve suas águas barradas pela Represa de Xavantes, na localidade de Carlópolis, o que deve ter contribuído para a redução da ocorrência de Sterrastrolepis brasiliensis no local, já que o ambiente passou de lótico a lêntico. Em agosto de 2004 o autor junior foi abordado por residentes da localidade de Porto Bananeira, distrito de Campina da Lagoa-Paraná, para que identificasse material que estava causando ferimentos nos pés dos residentes, que buscavam o rio em atividades de lazer e pesca. Havendo-se reconhecido a espécie, foi providenciado de imediato o reconhecimento da área e realizada amostragem mais representativa e observação de características "in situ", visando ainda o conhecimento do habitat e de eventuais outras esponjas associadas. Tendo em vista a reduzida definição das fotos ao MEV apresentadas por MANCONI & PRONZATO (2002), foi providenciada uma outra série de ilustrações, conducentes a correção de alguns termos utilizados por esses autores, além de confirmação e ampliação de características originalmente descritas.

 


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