Sete Previsões Imprevidentes minha "caixa de surpresas" para o novo ano



 

Todo final ou todo começo de ano é a mesma coisa: certos especialistas em prever o futuro fazem, pelos jornais e programas de rádio e TV, suas previsões sobre os fatos, processos, eventos, catástrofes (muitas), bondades (algumas) e outros cataclismos e fatalidades que devem ou podem ocorrer nos próximos doze meses. Dentre os especialistas convidados pelos meios de comunicação para antecipar o futuro que nos espera no ano que começa, há um pouco de todas as categorias: economistas, astrólogos, cientistas políticos, futurólogos, sociólogos, adivinhos, psicólogos, videntes, antropólogos, cartomantes, prospectólogos, pitonisas modernas, programadores de cenários, donas de bolas de cristal, estatísticos, jogadoras de búzios, meteorologistas, pais-de-santo, enfim, toda a gama de profissionais e de amadores que se dedicam de forma regular ou ocasional às artes científicas ou às práticas cabalísticas, segundo o gosto da clientela.

No gênero das estimativas sérias, os jornais econômicos também costumam arriscar seu lote de previsões sobre os cenários globais, seja em relação ao preço do petróleo, ao comportamento das principais moedas, alguma quebra de bolsa, as inevitáveis fraudes corporativas, o fim do crescimento econômico chinês ou, até mesmo, o esperado fim do protecionismo agrícola nos países desenvolvidos (também não custa nada acreditar). Até mesmo o respeitável The Economist, não contente em antecipar os próximos doze meses, costuma traçar cenários para dez ou vinte anos à frente, mas não estou certo de que os bookmakers londrinos aceitem apostas sobre essas previsões.

Não pretendo, neste modesto exercício previsionista, fazer concorrência a meus colegas de academia ou aos especialistas do mundo das artes adivinhatórias. Por isso mesmo nem tentarei falar de coisas previsíveis, plausíveis ou suscetíveis de acontecerem, por necessidade ou por obra do acaso, nos próximos meses ou mesmo anos. Prefiro, simplesmente, arriscar minha (baixa, ou inexistente) reputação (nessa área) na previsão de coisas impossíveis, aquelas que poderiam ser classificadas no gênero "surpresas". Sobre elas não estou disposto a aceitar qualquer aposta ou, que seja, a menor responsabilidade intelectual por eventuais fracassos, aliás implícitos e totalmente previsíveis no meu gênero particular de previsão. Talvez minhas probabilidades de "acerto", estejam aí mesmo, no fracasso completo e definitivo de previsões tão imprevidentes quanto as que pretendo fazer.

Para tornar ainda mais aleatório este meu experimento de futurologia, vou restringir meus "chutes" a um país sabidamente difícil em matéria de previsões, este que nos abriga nesta aventura terrestre, o "florão da América". No Brasil, como costuma dizer o ex-ministro Pedro Malan, não é só o futuro que é impossível de ser antecipado; também o passado se revela difícil de ser "previsto", querendo ele com isso se referir, obviamente, aos "esqueletos" financeiros derivados de planos pretéritos de estabilização, que aliás continuarão assombrando as autoridades orçamentárias pelos próximos anos. Uma última advertência cabe quanto aos meus "poderes preditivos": se por acaso alguma de minhas "surpresas" se materializar na prática, terá sido, como se alerta nos frontispícios dos romances policiais e em certos filmes, por pura coincidência, não cabendo nenhuma correspondência com fatos e personagens da vida real.

Feitas estas ressalvas, vamos às minhas "surpresas" para o ano que começa, sem nenhuma ordem especial, mas com esta característica de que nenhuma delas escapa ao meu universo "obsessional" particular, qual seja, o dos problemas econômicos, políticos, sociais e diplomáticos do Brasil.

 


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