Viajem ao vale do Douro (Portugal)

Enviado por José A. Afonso Alexandre - jaaalexandre[arroba]gmail.com


  1. Resumo
  2. De Sandim ao Douro
  3. Aspectos geológicos
  4. Aspectos climáticos
  5. Aspectos fitogeográficos
  6. Ao Longo do Douro
  7. Ao Longo do Tua
  8. Bibliografia

Resumo

Breve monografia realizada ao sabor da viajem realizada. Começando pela margem sul do Rio Douro, atravessa-se o rio na Régua e segue-se ao longo de um dos seus afluentes. Esta área, bastante diversificada do ponto de vista geológico e fitogeográfico, faz parte do Património da Humanidade reconhecido pela UNESCO.

Palavras-chave.

Douro; Portugal; Geografia; Geologia.

De Sandim ao Douro

Foi no início do mês de Novembro de 1999 que se realizou esta viagem de recreio para alguns, de descoberta para outros. A viagem consistiu na partida de Sandim logo de manhã descendo a estrada ao longo do rio Távora a caminho do Douro, podendo observar-se a mutação climática, geológica e fitogeográfica. Pois passa-se de uma altitude que ronda os 800 metros em Sandim e progressivamente se vai atingindo o vale do Douro perto da cota dos 60 metros.

Aspectos geológicos

As rochas que se encontram nesta área fazem parte da grande unidade estrutural a que se tem chamado Maciço Ibérico, Maciço Hespérico, Soco Hercínico, Maciço Antigo Ibérico ou simplesmente Maciço Antigo, correspondendo a um velho soco pré-Câmbrico e Câmbrico que foi formado antes da orogenia Hercinica, sendo dobrado e fracturado por esta orogenia e mais tarde pelas orogenia Alpina (Mesozoico e Cenozoico) e Neotectónica no Quaternário.

Assim, em termos geológicos passa-se do domínio do granito para o xisto, repercutindo-se tal facto na mutação da paisagem, passando dos vales quase rectilíneos dos cursos de água, para a meandrização do Távora perto da sua confluência com o Douro.

A sul do rio Douro encontram-se áreas aplanadas. A fisionomia actual ter-se-ia originado a partir da superfície de aplanamento elaborada ao longo do Cenozoico (desde há 65 milhões de anos). Morfologicamente, trata-se de um relevo cujos interflúvios se apresentam aplanados, ainda que, no seu conjunto, a topografia seja muito movimentada, onde a fragmentação dos diversos níveis de aplanamento são uma evidência.

De especial importância para a área em estudo é o Planalto da Nave. Este planalto é uma superfície aplanada evidenciando uma inclinação para sudoeste. A descida não é feita de modo regular, antes se processando por níveis de escalonamento, desde os 900-950 metros de altitude na área da Nave até aos 600-650 metros na área de Viseu-Mangualde.

Assim, a seguir a uma fase de aplanamento, sucedeu-lhe um encaixe acelerado do rio Douro, que pelo menos os seus afluentes da margem esquerda, no sector dos planaltos centrais, não conseguem acompanhar. A erosão regressiva esbarra contra os granitos, e até mesmo nos xistos não conduz a profundos entalhes, para além das duas dezenas de quilómetros da confluência. O encaixe do Douro deverá, assim, constituir um fenómeno relativamente recente e os níveis altos que o acompanham, últimas manifestações de um regime de aplanamento, não deverão ser mais antigos que o início do Quaternário (há 2,5 milhões de anos).

Extensas manchas envolventes do rio Douro pertencem ao conjunto do complexo xisto grauváquico ante-ordovicíco e séries metamórficas derivadas. Como a própria designação sugere, as rochas que o constituem são fundamentalmente xistos e grauváques. Não contendo fósseis significativos do ponto de vista estatigráfico, sabe-se apenas que o complexo xisto-grauváquico é anterior ao Ordovícico, pois sobre ele assentam os terrenos deste sistema. Poderá, no entanto, corresponder aos primeiros tempos do Câmbrico. Estes terrenos estão, de uma maneira geral, afectados por um metamorfismo de baixa pressão ou intermédio. Por sua vez, o metamorfismo de contacto, relacionado com a intrusão dos mais jovens granitos hercínicos, originou auréolas metamórficas relativamente estreitas, constituídas por xistos mosqueados e corneanas pelíticas, estas ultimas por vezes bastante duras e postas em evidência pela erosão diferencial.

Toda a região é bastante montanhosa. Para explicar este modelado devemos ter em conta diversos factores, por um lado a caracterização litológica e por outro lado a densidade e forma da rede de drenagem.

As forças endógenas, ou seja, os processos tectónicos, criam as diferenças de altitude. Estas irregularidades da superfície da Terra formam o relevo, acabando por serem destruídas pelas forças exógenas, que constituem os processos de erosão, provocando a alteração e a desagregação das rochas através de vários agentes, são eles o vento, a chuva, os glaciares e os rios. As forças endógenas e as forças exógenas actuam ao mesmo tempo à superfície dos continentes e as formas do relevo resultam da relação existente entre a intensidade destes dois grupos de forças e a natureza e disposição das rochas.


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