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Melhorando à qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais através de terapias complement (página 2)

Adriana Soares Lourenço Dos Santos
Partes: 1, 2, 3

O problema tratado nesta monografia engloba a melhoria na qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais para que eles possam voltar a ocupar seu lugar na sociedade.

A dislexia, o autismo, a hiperatividade, as desordens de atenção, problemas de aprendizagem e muitos outros, são problemas que nos deparamos em nosso dia-a-dia e para os quais poucas soluções existem, ou melhor, poucas soluções se conhecem. No entanto cada vez mais estão surgindo novas teorias e novas formas de melhorar e aliviar tais problemas visto que cura, não tenho ouvido falar em nenhuma possibilidade.

Sabemos que essas disfunções se devem ao mau funcionamento no nível de sistema nervoso central. Como o sistema nervoso central é um campo muito vasto, vemos que existem muitas teorias, mas por vezes as soluções tardam a dar resultados, ou esses resultados são inconsistentes.

Na observação de jovens, adultos e crianças tem mostrado a existência de disfunções no corpo e no sistema sacro craniano. Vê-se que, a correção dessas disfunções resulta em um melhoramento grande nas condições de dislexia, autismo, hiperatividade, desordens de atenção, problemas de aprendizagem, agressividade, depressões, etc..., que os adultos e crianças apresentam.

Infelizmente, muitas das disfunções existentes no corpo ou no sistema sacro craniano não são detectáveis nos exames que atualmente são realizados. Uma vez que essas disfunções não são visíveis nos exames e que são poucas as pessoas treinadas na sua detecção e correção, essas disfunções passam então despercebidas pela grande maioria dos profissionais da saúde. É dessa forma que apenas se detectam as conseqüências ou os resultados do mau funcionamento do corpo e do sistema sacro craniano, mas não as suas causas e origens. E são essas alterações que muitas das vezes provocam o mau funcionamento do sistema nervoso.

Se o corpo não está bem ele acaba por criar um desconforto constante que esgota e altera todo o sistema nervoso e mental.

Após uma pesquisa, na internet sobre as pessoas com necessidades especiais, conhecemos a Terapia Craniosacral da qual relataremos uma pequena história.

Por volta de 1900, o estudante de osteopatia, Dr. William Ganer Sutherland D.O., percebeu que os ossos do crânio eram desenhados de tal forma que permitiam um movimento entre si. Por mais de vinte anos ele estudou as possibilidades dos movimentos dos ossos. Fez experiências com seu próprio crânio, utilizando um capacete de forma a exercer diversas pressões em varias partes de sua cabeça.

Sua esposa manteve um relatório sobre as mudanças de personalidade que ocorreram com ele durante as diversas e variadas aplicações de pressão. Ele desenvolveu dores, problemas de coordenação motora, etc., conforme cada tipo de pressão. Ele aprendeu a sentir os movimentos dos ossos cranianos, percebeu o movimento rítmico do corpo, que ajudam a restabelecer a harmonia do corpo por manipulação dos ossos e meninges. Descobriu que a causa do movimento era o fluído cérebro-espinhal que, como nos sabemos hoje, é essencial para manutenção do sistema nervoso.

O Dr. Sutherland estabeleceu o princípio do sentido comum que o sistema nervoso central do corpo estava "no movimento rítmico constante" e este movimento era fator essencial na saúde humana e na vida sustentada. A teoria do Dr. Sutherland sobre a estrutura psicológica do corpo foi validada hoje com o avanço do equipamento diagnóstico computadorizado.

A experiência clinica do Dr. Sutherland, revelaram que alterando as relações de pressão do sistema craniosacral tiveram efeitos de longo alcance realmente dentro do sistema nervoso e do corpo inteiro. Então, seis anos antes de sua morte, fez uma segunda descoberta: Ele detectou um tipo de energia gerado no corpo das pessoas que, sozinhas geram correções sem a influência externa do terapeuta. Energia esta semelhante a "Chi" para os chineses, a "Ki" para os japoneses, a "Prana" para os hindus e a "Bioenergia" para os parapsicólogos, a essa energia ele chamou de "Respiração de Vida", e mudou o foco de seu tratamento inteiro para um de referencia espiritual e toque sutil.

Em 1970, o Dr. John E. Upledger, durante uma cirurgia para remoção de uma placa de cálcio depositada na meninge "dura-máter" de uma vértebra cervical, observou a pulsação rítmica desta meninge que teimosamente dificultava a cirurgia.

A partir daí começou a pesquisar e desenvolver as bases cientifica do Sistema Craniosacral, do seu funcionamento e das formas de seu tratamento.

O Sistema Sacrocraniano ou craniosacral e um sistema hidráulico semi-fechado, contido numa robusta membrana, a dura-máter, a qual envolve o cérebro e a medula espinhal. Este sistema tem a função importante de produzir, colocar a circular e de absorver o liquido cefalorraquidiano (líqüor), liquido este que envolve, protege e cria o ambiente fisiológico no qual o cérebro e o sistema nervoso se desenvolvem, vivem e funcionam.

Nosso corpo, como um organismo vivo, está envolvido em um movimento continuo em toda a sua estrutura. Esta mobilidade representa a vida em si mesma que de vez em quando é perturbada por agentes, tanto internos como externos, que representa os contratempos que o desenvolver da vida nos apresenta. Eles alteram os ritmos corporais e a mobilidade de nossas estruturas. A paralisação destes movimentos se traduzem em enfermidades, dor e sofrimento.

Com as técnicas das terapias complementares, um terapeuta devidamente treinado, vai através de diversos artifícios agir sobre diferentes estruturas celulares provocando a recuperação desse movimento perdido. Estas terapias que poderíamos definir como uma "terapia não agressiva e nem invasiva", através de pequenos estímulos volte a permitir que o corpo ative suas freqüências básicas, e com isso, sua capacidade de auto-cura e equilíbrio. Usaremos então para isso, energias vibratórias do tipo natural ou artificial:

  • Energia natural representada pelas energias encontradas diretamente na natureza (energia solar, energia telúrica, energia cósmica e energia mental).
  • Energia artificial são aquelas criadas pelo homem para simularem as energias naturais como (energia luminosa, energia elétrica e energia magnética).

A sua aplicação pode ser direta para doenças específicas em geral, e indireta para prover harmonia e equilíbrio em geral.

Em suma, todas essas técnicas servem para harmonizar o sistema energético das pessoas de modo que elas mesmas possam iniciar o seu processo de auto-ajuda em níveis: físico, mental e emocional.

Estas terapias complementares são compatíveis com qualquer tipo de tratamento alopáticos ou homeopáticos. O tratamento de pessoas com Necessidades Especiais se dá em nível de sistema nervoso e lesões cerebrais, podem ser facilitadas através das terapias complementares que trabalham com todos os tipos de energia, que será mais benéfico quando aliado a Medicina Tradicional.

2 - Medicinas Complementares

Estas medicinas devem ser chamadas de medicinas complementares e não alternativas, uma vez que elas complementam e não substituem nem a medicina Tradicional e nem qualquer outro tipo de medicina ou terapia. Tudo se complementa e não deve ser dito que uma é melhor do que outra ou que uma substitui a outra.

Umas dão melhores resultados nuns problemas e outra em outros e cabe sempre à pessoa o direito de decidir o que quer para ela e qual a técnica, terapia ou medicina que deseja. O ideal é usar várias de forma a se complementarem, pois dessa forma os resultados são muito superiores.

Ao técnico cabe o papel de aconselhar e recomendar convenientemente a pessoa para aquilo que se acha melhor para ela baseado nos seus conhecimentos. Esse trabalho tenta dar esclarecimentos sobre algumas medicinas complementares bem como suas capacidades, utilidades e contra indicações.

2.1 - TERAPIAS VIBRACIONAIS

Terapia Vibracional é um termo genérico que designa todas as terapias que visam atuar no campo de energia de um outro ser com o objetivo de equilibrá-lo.

Tudo no Universo é composto de energia interligada. O nosso corpo não é exceção, essa energia vibra e é absorvida pelo nosso corpo através dos nossos corpos sutis. Mas esse equilíbrio por vezes é quebrado e a entrada e saída de energia é feita de forma deficiente por razões que têm a ver com o tipo de vida e emoções que vivemos levando-nos a um estado de doença. No entanto existe à nossa volta tudo o que precisamos para nos curar. Libertando das impurezas e equilibrando nossas energias.

2.2 - EM QUE CONSISTE...

Estas Terapias consideram que existem corpos sutis que interagem entre si, e que uma alteração no Corpo Físico é sempre precedida por outra em algum dos corpos sutis, sendo a doença uma somatização de alguma desarmonia ocorrida em algum plano energético. A cura consiste então em harmonizar as vibrações dos nossos corpos sutis, resultando, ao nível do paciente, em saúde e bem-estar.

Uma maneira de situarmos as vibrações dos corpos sutis é lembrarmos-nos do espectro vibracional da natureza, onde estão incluídas as freqüências baixas, como por exemplo, as acústicas e até as muito altas, como as eletromagnéticas (ondas de rádio e TV), as do espectro de luz visível (do infravermelho ao ultravioleta), as de microondas e muitas outras. As vibrações dos corpos sutis que envolvem o corpo físico também estão neste espectro, e podem ser harmonizadas pelo fenômeno da ressonância ao contacto com vibrações de mesma freqüência.

A grande vantagem nestas terapias é não terem efeitos secundários, pelo contrário, contribuem para anular os efeitos secundários de tratamentos complexos das medicinas convencionais, restituindo o equilíbrio físico, emocional, mental e psicológico.

2.3 – TERAPEUTA NATURAL

Partindo da concepção de Leloup (1998), que enfatiza que o Terapeuta Natural é aquele que cuida do SER em todas as suas dimensões (corporal, psíquica e espiritual), ou seja, da sua integralidade, chega-se à concepção do que seja um terapeuta natural.

A palavra ‘natural’ soma-se à palavra ‘terapeuta’ no sentido de retomar as idéias dos cuidados que acompanharam a espécie humana. Sabe-se que os tratamentos que pertencem às terapias naturais são, provavelmente, tão antigos quanto a espécie humana. Entretanto, nos últimos 200 anos, muitas dessas terapias naturais foram esquecidas devido ao progresso da moderna medicina científica (tecnicista, racionalista, especialista), tendo uma ação direta na formação e na prática dos profissionais que se destinam a cuidar de seres humanos. Então, nos primórdios da humanidade, os cuidados eram feitos segundo o ciclo da vida natural, portanto, atrelados aos fenômenos da natureza (clima, ciclo da terra, ciclo da lua, dos planetas...). Essa natureza era tanto interna (sintonia4) quanto externa (sincronia) com o outro e o cosmos. Esses cuidados eram prestados por um SER que se percebia integrado à natureza, aceitava seu potencial intuitivo, sem negar o estudo aprofundado dos elementos que a natureza terra e lua, sobretudo, forneciam-lhe.

Com o avanço gradual e progressivo da razão, deixando de lado tudo o que é da ordem da emoção, do sensível, da intuição, porque não são passíveis de se explicar, o cuidado gradativamente e progressivamente ficou ao encargo daqueles que dominavam a escrita, e o saber dito científico (racional). Como conseqüência desse inegável avanço científico e tecnológico, houve um distanciamento maior da interação pessoa à pessoa, e desvalorização dos processos naturais.

As pessoas, dando-se conta da nocividade e da artificialidade do seu processo de viver, retomaram a prática das terapias naturais como meio de atingir uma melhor qualidade de vida. O ser humano não é simplesmente uma máquina física, mas uma sutil e complexa combinação de corpo, mente, espírito e natureza, sendo que todos ou qualquer um desses fatores em desequilíbrio podem causar problemas de saúde ou contribuir que ocorram.

Ora, se o cuidador de saúde é uma pessoa vista dentro dessa compreensão, seu preparo para a ação de cuidar não pode ser dissociado dessa complexa relação ser humano – natureza – saúde. Logo, sua formação precisa recuperar a natureza como elemento forte no processo de cuidar: a pessoa não pode ser cuidada isoladamente por seus sintomas físicos a partir de uma padronização de soluções indistintas de suas condições emocionais, sociais, espirituais. Cada pessoa é um ser completamente original e individual, que não pode ser cuidado exatamente da mesma maneira que outra pessoa foi. Da mesma forma, um cuidador é uma pessoa original e individual que não pode ser ‘moldada’ exatamente da mesma maneira que outro cuidador. Ele possui crenças e valores que interferem na sua compreensão sobre ser humano, saúde e cuidado. Se esse cuidador acredita que existe uma força natural de cura no universo, como ele pode negligenciar a sua crença no ato de cuidar?; Como ele pode fazer de conta que o próprio ser humano não é uma força potencializadora de cura?; Como ele pode negar a influência do ambiente no processo de cuidar?; Como ele pode ignorar a fé do outro em algo maior que o simples ato medicamentoso de cuidar?; Como ele pode impor uma forma de cuidar sem colocar-se no lugar do outro?.

Das reflexões acima, estruturou-se a concepção do Terapeuta Natural como sendo aquele que cuida do ser humano na sua integralidade sem negar a sua própria integralidade, buscando a todo o momento entrar em sintonia consigo mesmo para sincronizar-se com o Cosmo e com o outro. Assim sendo, ele coloca-se como um elemento mediador entre a grande Fonte de Energia Cósmica e a grande fonte de energia do próprio cliente. Logo, estabelece uma comunicação para a ação (cuidado) de SER para SER5.

Sua tarefa é cuidar, já que a natureza é quem cura:

Antes de tudo cuidar do que não é doente em nós, do ser, do sopro que nos habita e inspira. Também cuidar do corpo, templo do espírito, cuidar do desejo, reorientando-o para o essencial; cuidar do imaginal das grandes imagens arquetípicas que estruturam a nossa consciência e cuidar do outro [...] (LELOUP, 1998, p. 9-10).

A comunicação de Ser para Ser, entende-se como a comunicação de essência para essência. A poesia a seguir demonstra como o ser humano no seu cotidiano passa cada vez mais se distanciar de sua essência:

Apertam-me a garganta para que eu não grite, e eu não grito;

Matam-me a criança que em mim ensaia um sorriso, e eu não sorrio;

Pisam-me os calos pra que eu não me alegre, e eu não me alegro;

Chamam-me de bobo quando faço graça, e eu não me descontraio;

Fazem-me gracejos quando a dor me dilacera o peito,

Para que eu não chore, e eu não choro;

Convencem-me que faz mal sentir saudades, e eu não sinto saudades;

Ensinam-me que é feio ficar triste, e eu não entristeço;

Dizem-me para amar quando sinto ódio, e eu não odeio;

Cobram-me a competição e o desamor,

Quando quero apenas amar, eu não amo.

Depois, onipotentes, vêm-me falar

De minha apatia,

De mina impotência,

De minha falta de energia,

De minha insensatez,

De minha frigidez,

De minha insensibilidade,

E com já não mais lhes entendo a linguagem,

E como já não mais faço parte do mundo deles,

E como já não mais percebo a realidade,

Rotulam-me um nome qualquer

E me marginalizam em uma das prateleiras da vida.

(Poesia de José Roberto da Silva Fonseca)

3 - MUSICOTERAPIA

Os sons da natureza sempre fascinaram e influenciaram profundamente os seres humanos:

O terror provocado pelos trovões, à tranqüilidade gerada pelo ruído de uma chuva fina, o enlevo produzido pelo canto de um pássaro, o êxtase a que se é conduzido pelo som de uma flauta, todos esses sentimentos são fruto de efeitos inexplicáveis, mas que sempre atraíram e exerceram forte influência sobre o ser humano.

A definição oficial, adotada pela Federação Mundial de Musicoterapia, diz: "Musicoterapia" é a utilização da música ou seus elementos (som, rítimo, melodia e harmonia) em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas. A Musicoterapia busca desenvolver potenciais ou restaurar funções do indivíduo, para que alcance uma melhor organização intra ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida através de prevenção, reabilitação ou tratamento.

Nos nossos dias, a musicoterapia é empregada em diferentes tratamentos de anomalias psicofísicas como esquizofrenia e em típicos problemas neurológicos, como a afasia (perda total ou parcial da fala). Também exerce uma grande influência tratamento de neuroses e no autismo infantil. Recentemente foi divulgado que certas músicas têm efeitos benéficos no tratamento da crise asmática e da colite nervosa. Em certas clínicas obtiveram-se bons resultados ao incluir concertos musicais no tratamento de doentes mentais com profundas tensões nervosas, em casos de neuroses e depressões.

3.1 - HISTÓRIA

A mitologia grega apresenta o semideus Pã, que através de sua flauta, eliminava os maus sentimentos das pessoas ao seu redor. Homero, famoso historiador que precedeu Platão, já afirmava que a música era uma dádiva divina para o homem que com ela poderia alegrar a alma e assim apaziguar as perturbações de sua mente e de seu corpo.

No Egito, por volta de 1880, foi encontrado um papiro, datado de 4500 a.C, que revelava uma organizada estrutura de utilização de um sistema de sons e musicas, instrumentais ou vocais, para o tratamento de problemas emocionais e espirituais.

O uso da música para combater enfermidades é quase tão antigo quanto a música em si. Temos conhecimento desde papiros médicos egípcios que datam de 1500 a.C. e que se referem ao encantamento pela música, influenciando favoravelmente a fertilidade da mulher até citações bíblicas, como em Samuel, 16:23: " Quando o mau espírito de Deus se apodera de Saul, David tomava a harpa, tocava-a, e Saul acalmava-se e sentia-se melhor, e o espírito mau afastava-se dele...".

Nas fontes medievais, tanto árabes quanto judias, narra-se com freqüência como se chamavam os músicos para aliviar as dores dos enfermos no hospital.

No século XVIII, Lorry atribui à música um efeito tríplice: excitante, calmante e harmonizante.

Encontramos diversos relatos históricos do uso da música como terapia para estados melancólicos. No ano de 1500, o pintor Hugo Van der Goes "acreditava estar perdido e condenado às penas do inferno, e queria suicidar-se", tendo sido então levado a Bruxelas, onde se chamou o padre superior que, depois de examiná-lo, comprovou que o paciente sofria do mesmo mal que Saul e, recordando do relato bíblico, mandaram que se fossem tocados vários instrumentos diante do enfermo, com o intuito de promover sua melhora.

A Musicoterapia é a utilização da música e ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um paciente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas (Federação Mundial de Musicoterapia, 1996).

A música é a forma mais antiga de nos expressarmos. De fato, a música é o homem e o homem é a música, pois ela toca em sentimentos profundos fazendo com que respondamos com todo o nosso ser. Ela já é benéfica antes mesmo do bebê nascer, pois já existem pesquisas comprovando que a escolha musical de agrado dos pais e a audição freqüente e principalmente prazerosa dessas músicas durante a gravidez, faz com que a criança, inclusive após o nascimento, seja capaz de reconhecer essa música e de tranqüilizar-se ao ouvi-la, segundo Stéphanie Sapin- Lignières (monitora perinatal).

Vários estudos confirmam a importância que a música tem para o bem estar do bebê, desde quando ele ainda é um feto e está no ventre da mãe. A música traz tranqüilidade para a mãe e para o bebê, introduzindo-o na sensibilização aos sons, desde muito cedo.

Não dá pra imaginar um mundo sem som e, se pararmos para analisar, quase todos os sons que ouvimos durante dia-a-dia, são como instrumentos musicais tocando alguma melodia: os pingos de uma torneira, os trovões, a chuva, as cigarras cantando lá fora, o arrastar de um chinelo ao andar, as ondas do mar explodindo na praia e tantos outros.

O estímulo musical deve começar na gravidez; a futura mamãe deve entoar canções infantis ou até mesmo ouvir música. Isso porque a partir do 7º mês de gestação, o bebê consegue reconhecer vozes, música e sons do ambiente, além dos batimentos cardíacos da mãe. Pesquisas revelam que o desenvolvimento da inteligência é bem maior nas crianças cujas mães cantavam para seus bebês, enquanto eles ainda estavam no útero. E esse resultado pode ser ainda mais benéfico se a mãe der continuidade ao estímulo musical da criança. Um dos benefícios do estímulo musical na gestação é, propiciar à gestante desvendar aspectos pessoais que desconhecia, além de ser uma importante vivência musical.

A musicoterapia, por ser uma intervenção terapêutica não-verbal, cujo objeto formal de estudo é o comportamento sonoro do indivíduo, baseia-se na hipótese da existência de representações internas de sons (vivenciados desde a vida intra uterina) que embora permaneçam inconscientes, permitirão que haja a formação de canais de comunicação sonoro não verbais.(Cascarani, 2004) É por meio do som, dos elementos musicais (melodia, harmonia e ritmo) e da intervenção do terapeuta, que o indivíduo encontra sua identidade sonora como também passa a criar produtos significantes que ampliam as suas formas de comunicação.

O objetivo do trabalho musicoterápico é o de promover melhora na qualidade de vida do paciente, beneficiando em seu desempenho nos aspectos biopsicossociais.

Aplicações importantes da Musicoterapia:

  • Educação especial, reabilitação, psiquiatria, geriatria e gerontologia.
  • Outras áreas:
  • Acompanhamento às mães e pais no pré-natal; método mãe canguru;
  • Estimulação essencial com bebês em escolas, creches e outras instituições;
  • Atendimento em escolas para crianças com déficit de atenção e distúrbios de Aprendizagem, Hiperatividade;
  • Atendimento a deficientes mentais e sensoriais; A.V.C.
  • Clínicas e hospitais na área da saúde mental;
  • Recuperação de dependentes químicos (drogas e álcool);
  • Na assistência aos deficientes físicos em instituições de reabilitação;
  • Atuando em clínica de Oncologia;
  • Atuando com idosos;
  • No desenvolvimento pessoal, aprofundando a vivência do processo criativo e as relações interpessoais;
  • Área social, com meninos e meninas de rua e menores infratores.

3.2 – O RITMO E O SOM

A reflexão sobre os elementos principais da música, ritmo e som tornam-se fundamental, para entender a Musicoterapia. Estes dois elementos nos acompanham desde a vida intra-uterina. Estudos comprovam que o feto os sente inicialmente através do corpo todo, utilizando seu sistema tátil e posteriormente através do ouvido. O som e o ritmo passam a ser percebidos pelo feto como vitais e essenciais para a continuidade da vida, qualquer irregularidade nestes elementos é sinal de alerta e desconforto para o feto (Barcellos, 1992). Todo organismo vivo necessita de ritmo nas funções, pois do contrário, estão fadados ao aniquilamento. No homem, por exemplo, os ritmos são complexos e indispensáveis à atividade do indivíduo, como no desenvolvimento embrionário, na gestação, no nascimento, no crescimento físico e mental da criança, no dinamismo nervoso e humoral, nas marchas das operações mentais, nas alternativas de agitação e repouso, de vigília e sono, na multiplicação das células e dos tecidos (Ribas, 1957).

O ritmo se incorpora a todas as concepções humanas, no domínio das artes, das ciências, da indústria, do comércio e de toda a civilização.

O som é produzido por rápidas oscilações impostas a um corpo elástico por uma excitação qualquer e se propaga em conseqüência de tais movimentos vibratórios acarretarem o abalo sucessivo das moléculas de outros meios elásticos circundantes, sólidos, líquidos ou gasosos, inclusive o ar atmosférico. Quando estas vibrações são rigorosamente regulares obtém-se o som musical e em caso contrário, o ruído (Ribas, 1957).

O universo sonoro nos envolve de tal maneira, que mesmo sem nos darmos conta somos possuidores de uma história sonora individual, composta através do tempo por todos os momentos da vida (Benenzon, 1985).

Segundo Ribas (1957), em nosso sistema nervoso central são memorizados sons que identificamos como referência de perigo, medo, aflição, alegria, paz, somos capazes de naturalmente modificarmos nossa marcha ao andar adaptando-a a um ritmo que está sendo sentido no momento da ação, seja de marteladas sucessivas em uma construção próxima ou mesmo de uma música.

3.3 – A MÚSICA E SUAS FUNÇÕES

Os estudos relativos à música persistem desde há muitos séculos. Como exemplo, podemos citar, Pitágoras que desenvolveu uma teoria segundo a qual, cada planeta movendo-se no espaço emitia um determinado som, formando uma escala.

Autores mais atuais como, Merrian (1964), Wisnik (1989), Uricoechea (1998) e Paz (2000) dentre outros estudiosos, empenham-se na busca por compreender o significado e a importância da música para a vida e para a sociedade.No percurso científico, contradições e polêmicas por vezes se fazem presente, porém, o fato de que a música está presente durante toda a vida do ser humano, o acompanhando desde o ventre materno, é ponto pacífico. Através dela é possível expressar idéias, sentimentos, frustrações, medos, elaborar pensamentos, estabelecer raciocínio lógico etc. Sendo assim, a música cumpre com algumas funções como, por exemplo, expressar emoções, proporcionar prazer estético, simbolizar idéias e comportamentos, unir pessoas de crenças, raças e grupos sociais distintos, impor conformidade às regras e condutas sociais, comunicar, educar, recrear, instigar determinada reação física, preparar um ambiente para determinada atividade, validar instituições e rituais religiosos e contribuir para a estabilidade e continuidade da cultura.

Além destas funções, os estudos referentes à função da música na educação, apontam esta arte como capaz de estimular todo o desenvolvimento físico e cognitivo da criança.

3.4 – A MÚSICA NA MUSICOTERAPIA

"Musicoterapia é utilização da música e/ou de seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento"

(World Federation of Music Therapy, 1996).

Segundo Barcellos (1992), a música vem sendo utilizada como elemento terapêutico há trinta mil anos, mas a musicoterapia como profissão, exigindo um corpo de conhecimento reunido e organizado suficientemente para formar uma "disciplina", se concretizou apenas há um pouco mais de trinta anos.

Unindo os saberes da musicologia, história da música, música e educação, aos da psicologia da música, neurologia, medicina de reabilitação dentre outros, é possível ao musicoterapeuta manipular a utilização da música para atingir objetivos terapêuticos, contribuindo na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da condição física, mental e psíquica do ser humano.

A Musicoterapia como uma especialização científica se ocupa do estudo e investigação do complexo som/ser humano, seja o som musical ou não, predisposto a buscar elementos diagnósticos e os métodos terapêuticos dos mesmos. Seus fundamentos científicos de ordem clínico-terapêutica permitem estabelecer claramente uma metodologia de trabalho e uma série de técnicas capazes de serem desenvolvidas (Benenzon, 1985).

O trabalho da musicoterapia abrange toda produção sonora como o canto, músicas gravadas, músicas que emergem do paciente, exploração das várias fontes sonoras (corpo, ambiente, objetos, natureza), a utilização de instrumentos musicais, jogos, experiências musicais, movimentos corporais e as várias formas de expressão, que aplicadas às técnicas e recursos da musicoterapia, visam prover ajuda às pessoas, objetivando contribuir para uma melhor qualidade de vida, restaurando ou promovendo a saúde (Bruscia, 2000).

A musicoterapia é distinta de outras modalidades de terapia por apoiar-se nas experiências musicais como agente de intervenção. Sua utilização pode influenciar, dentre outros, os padrões de sono e vigília, a respiração, os batimentos cardíacos, a circulação sanguínea e as secreções de diversas glândulas (Bruscia, 2000). Facilmente, o uso da musicoterapia por uma pessoa inabilitada, ou seja, sem formação específica, resultará em iatrogenia, reforçando determinada patologia e/ou comportamento indevido, pela má utilização da música no processo terapêutico. (Benenzon,1985).

A musicoterapia atua, por exemplo, na reabilitação estimulando a formação de novas redes neuronais, contribuindo para a recuperação de movimentos perdidos, auxiliada pelo efeito de contração e relaxamento que determinados sons causam no músculo, além de trabalhar a aquisição do esquema e da imagem corporal e a noção de tempo e espaço. (Tromply, 1978).

Na oncologia, a musicoterapia tem como finalidade ajudar o paciente a manter seu sistema imunológico em equilíbrio, já que este segundo Falcão (1998), é influenciado pelas condições emocionais do paciente. A musicoterapia atua canalizando a energia psíquica que, muitas vezes impede e/ou dificulta o tratamento necessário, permitindo a expressão de sentimentos e pensamentos, além de trabalhar a auto-estima e auto-aceitação.

Na área psiquiátrica, a musicoterapia trabalha com a expressão dos conteúdos internos do cliente, com a descoberta de novas potencialidades e com a estimulação de sua reabilitação social. Com o autismo particularmente, a Musicoterapia tem aberto um novo campo conseguindo segundo Barcellos (2004), abrir um canal de comunicação a partir da música, favorecendo o tratamento do cliente com os outros profissionais da área de saúde.

Citando um último exemplo, gostaria de trazer o trabalho da musicoterapia na educação social. A musicoterapia neste caso trabalha conteúdos referentes aos conflitos ligados à rebeldia, delinqüência, apresentados pelo cliente, com o objetivo de ajudá-lo a estruturar-se no tempo, no espaço, na vida, desenvolvendo a noção de ordem e organização, além de contribuir com o equilíbrio da autoestima e auto aceitação.

3.5 - A MUSICOTERAPIA NO DEFICIENTE MENTAL

Ao contrário do que se poderia imaginar, a musicoterapia permite, de maneira bem fácil, a introdução de mensagens que pareciam difíceis ou complicadas para o deficiente mental. Para estabelecer contato, primeiro o deficiente mental é tratado individualmente, e após, grupalmente, para integração com os demais. É importante o uso do corpo como instrumento de movimento e percussão: soltar a voz, bater palmas, bater a mesa, marchar, bater o rosto do musicoterapeuta, ou o próprio rosto controlando a força - meio de contato humano, de descarga, de autoagressividade. É necessário encontrar um meio para que a criança se expresse: num ritmo, ruído, som ou melodia. Os deficientes mentais têm facilidade para viver a intensidade e aprendem à duração do ritmo, podendo passar para as aulas de música após a terapia.

3.6 - A MUSICOTERAPIA EM PERTURBADOS MOTORES

O objetivo é produzir novas vias no cérebro lesado, tanto em crianças como em adultos. A música dá a emoção do movimento, porque se move no tempo e no espaço, e a meta da musicoterapia é provocar a sensação da possibilidade de realizar o movimento. Também nestes pacientes é necessário trabalhar individualmente no início, pois os espásticos e os atetósicos apresentam reações diversas frente à música. O musicoterapeuta deve procurar o melhor meio de expressão do paciente. Deve-se ainda buscar a integração com outras áreas como a psicoterapia.

3.7 - A MUSICOTERAPIA NOS DEFICIENTES AUDITIVOS

A atividade para o som é completamente distinta em pacientes com experiência auditiva prévia, em pacientes com surdez parcial, e nos surdos de nascimento. De qualquer maneira, interessa-lhe mais o ritmo e menos a melodia. Utiliza-se de outros sistemas capazes de perceber o som: sistemas de percepção interna, táctil e o visual. As sessões podem ser individuais ou em grupos, pois são pessoas normais com suficiente capacidade para integrar-se ao movimento de dança. É importante o piso de madeira na sala de musicoterapia para sentir as vibrações, os audiofonos, os grandes instrumentos, e as vibrações no ar. Sentir as vibrações do musicoterapeuta quando este canta e compará-las com as de seus companheiros é uma das experiências mais ricas de comunicação que existe.

3.8 - A MUSICOTERAPIA NO AUTISMO INFANTIL

É a primeira técnica de aproximação para com este paciente. Pode-se considerar que o autista é uma espécie de feto que se defende contra os medos de um mundo externo desconhecido e contra as sensações das deficiências de seu mundo interior. Portanto, é importante trabalhar em etapas com elementos de regressão, ou seja, musicoterapia passiva ou receptiva (o paciente é submetido ao som sem instruções prévias); de comunicação e de integração.

A água pode ser fundamental para a terapia, pois é elemento com o qual a criança convive diariamente produzindo efeitos diversos, assim como sons primitivos como batimentos cardíacos, inspiração e expiração.

A Musicoterapia também se adapta perfeitamente nas famílias de crianças autistas, psicóticas, ou mesmo em qualquer grupo familiar enfermo, quando realizada paralelamente à terapia da criança. O objetivo é evitar a criação de um sistema de comunicação incorreto: hiperestimulação ou comunicação estereotipada, como expressões verbais repetitivas e rígidas ("isto é feio!", "caca!"). Visa também fazer com que a família compreenda o tempo de seu filho na comunicação, de romper o uso incorreto da comunicação e de reconstruir a comunicação com a criança.

3.9 - A MUSICOTERAPIA E A ESTIMULAÇÃO NA SÍNDROME DE DOWN

Embora exista um trabalho significativo de musicoterapeutas brasileiros com crianças portadoras de síndrome de Down, encontramos poucas referências bibliográficas sobre esse trabalho. Dentre o material bibliográfico encontrado, destaco dois trabalhos: Lopez (1998), em seu artigo As influências das Músicas Infantis no Desenvolvimento Psicomotor da Criança, enfoca a importância da linguagem musical e de seus elementos no desenvolvimento psicomotor infantil de uma maneira geral; Uricoechea (1997) investiga a possibilidade de criação de uma ampliação do "setting" musicoterapêutico através da construção de objetos sonoros e da exploração de seus sons.

3.9.1 - QUANDO COMEÇAR

O melhor momento para se iniciar a estimulação com um portador desta síndrome é logo após o nascimento; nesse momento já há indícios de que o bebê será portador da síndrome de Down e, portanto, o perinatologista já pode fazer um diagnóstico prescritivo. Na síndrome de Down, esta estimulação deve começar cedo, envolvendo sempre as mães, porque elas serão responsáveis pela continuação da estimulação.

"Sabemos que já existe uma estimulação sonora desta mãe com seu bebê, mas a musicoterapeuta vai incentivar mais ainda esta relação sonora; conhecemos a importância do estímulo sonoro, do som, durante todo o desenvolvimento destas crianças." (Uricoechea, 2003).

Eis a apreciação da importância da ajuda da mãe neste processo; este envolvimento favorecerá a terapia, pois, desse modo, a criança, será conduzida pelo terapeuta e apoiada pela família, o que com certeza muito ajudará para que atinja os objetivos traçados com mais segurança. "Orientar a família é fundamental para que esta possa dar uma continuidade aos estímulos em casa." (Guerra, 2003).

3.10 – OS EFEITOS BENÉFICOS DA MÚSICA EM PESSOAS COM DOENÇAS NERVOSAS

Com base na experiência do Centro de Pesquisas e Aplicações Psicomusicais, o efeito de determinadas músicas sobre os pacientes com doenças nervosas foi dividido em quatro grandes grupos.

3.10.1 - EFEITO RELAXANTE

Hino ao Sol, de Rimsky-Korsakov

Sonho de Amor, de Liszt

O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky

Fantasia e Fuga em Sol Menor, de Bach

Serenata, de Schubert

Largo do Xerxes, de Haendel.

3.10.2 - EFEITO DE TRANQUILIDADE PROFUNDA

Avé Maria, de Schubert

Rêverie, de Schumann

Canção da India, de Rimsky-Korsakov 5

Suite em Ré Maior de Bach.

3.10.3 - EFEITO TONIFICANTE

Abertura da Aída, de Verdi

Sinfonia n.° 5, de Dvorak

A Grande Marcha, do Tannhauser, de Wagner

Judeus da Opera Fausto, de Gounod.

3.10.4 - EFEITO DE EXALTAÇÃO E ESTIMULAÇÃO

Serenata, de Toseili

Adagio, de Albioni

Daphiris et Chloé, de Ravel

As Criaturas de Prometeu, de Beethoven

Réquiem, Opus 48, de Fauré (parte final).

3.10.5 - COMO UTILIZAR A MUSICOTERAPIA

As obras de compositores clássicos vêm sendo estudadas e aplicadas há longo tempo, com resultados comprovados:

  • PARA COMBATER A ANSIEDADE:
  • • Barcarola (dos Contos Musicais), de Offenbach;
  • • Dança Polovetsiana, de Borodin;
  • • Os 4 Improvisos, de Chopin;6
  • • Canção Sem Palavras, Andante cantabile, Primeiro Quarteto para Cordas em Ré, de Tchaikovsky;
  • • Sonho de uma Noite de Verão, de Mendelssohn;
  • • Ária para a Quarta Corda, de Bach.

Inicialmente, ouça as peças — uma a cada dia — e indique aquela que produz maior impacto no plano dos sentimentos.

  • PARA ESTIMULAR A ENERGIA VITAL:
  • Marcha Eslava, de Tchaikovsky;
  • Marcha da Festa, do Tannhauser, de Wagner;
  • Marcha Fúnebre para uma Marionete, de Grounod;
  • Marcha Triunfal, de ópera Aída, de Verdi.

As peças acima expostas são recomendadas no tratamento de doenças crónicas, debilitantes, nas quais ocorre profunda redução da vitalidade. Em casos de fraqueza profunda, anemias e depressões.

  • PARA PRODUZIR HARMONIA, EQUILÍBRIO EMOCIONAL E MENTAL:
  • Consolação n.° 3, de Liszt;
  • Noturno, de Rimsky-Korsakov;
  • Sonata ao Luar, de Beethoven;
  • Canção Noturna, de Schumann;
  • Trio de Dó Menor, segundo movimento, de Chopin.

Recomendadas aquelas que perderam pessoas queridas e nos estados de inconformismo, as peças musicais acima têm sido aplicadas com bons resultados em certos tipos de esquizofrenia e no retardamento mental. 7

  • PARA COMBATER A DEPRESSÃO E O MEDO EXCESSIVO:
  • Sonho de Amor, de Liszt;
  • Serenata, de Schubert;
  • Guilherme Teil (Abertura), de Rossini;
  • Nocturno, Opus 48, de Chopin;
  • Chacona, de Bach.

O ideal é uma sessão diária de meia hora pela manhã, ao levantar; se necessário, repita no decorrer do dia.

  • PARA COMBATER INSÓNIAS, TENSÃO E NERVOSISMO:
  • Canção da Primavera, de Mendelssohn;
  • Sonata ao Luar, de Beethoven 8 primeiros movimentos);
  • Valsa n.° 15, em Lá Bemol, de Brahms;
  • Sonho de Amor, de Liszt;
  • Movimentos Musicais n.° 3, de Schubert.

Depois de ouvir todas as peças indicadas, escolha a que deu melhores resultados e escute-a diariamente, antes de dormir.

  • PARA FAVORECER À INTERIORIZAÇÃO E À MEDITAÇÃO:
  • Concerto 11.0 2 para piano, de Rachmaninov (último movimento);
  • Concerto em Lá Menor, para piano, de Grieg (primeiro movimento);
  • Concerto n.° 1 para piano, de Tchaikovsky (primeiro movimento). 8

Prepare-se bem para a prática da meditação ouvindo qualquer uma das peças acima dos 10 minutos.

  • PARA PESSOAS DE CARÁCTER PESSIMISTA:
  • Abertura do Guilherme Teu, de Rossini (parte final);
  • Carmen, de Bizet (parte final);
  • Abertura de 1812, de Tchaikovsky;
  • Mestres Cantores, de Wagner (abertura);
  • Valquírias, de Wagner (abertura);
  • Dança Húngara n.° 5, de Brahms;
  • Bacanal, de Sansão e Dalila, de Strauss;
  • Dança dos Comediantes de A Noiva Vendida, de Smetana;
  • Bolero, de Ravel;
  • Lohengrin, de Wagner (Prelúdio do terceiro acto);
  • Dança de Anitre, da Suíte Peer Gynt, de Grieg.

Estas peças devem ser ouvidas frequentemente pelas pessoas que tendem à negatividade e ao pessimismo.

  • PARA CASOS DE DEBILIDADE MUSCULAR, APATIA, SENSAÇÃO DE FRAQUEZA, OBESIDADE COM PROSTRAÇÃO, DESEQUILÍBRIOS NERVOSOS E DOENÇAS DEBILITANTES DOS MÚSCULOS EM GERAL:
  • Danças Eslavas, de Dvorák;
  • Dança Húngara n.° 5, de Brahms;
  • Pavana, de Debussy;
  • Valsa da ópera Eugéne Onéguine, de Tchaikovsky 9
  • Marcha da ópera Aída, de Verdi;
  • Dança dos Marinheiros Russos, de Gliére.

Recomenda-se ouvir as peças continuamente, como música de fundo, durante todo o dia e também à noite, mesmo dormindo.

  • DURANTE A GRAVIDEZ E PARA FACILITAR O PARTO:
  • Concertos para Violino, Opus 87B, de Sibelus;
  • Sonata Opus 56, de Haydn,
  • As Quatro Estações, de Vivaldi;
  • Concerto Tríplice, de Beethoven;
  • Concerto para Violino, de Brahms;
  • Concerto para Violino, de Tchaikovsky.

Ouvidas alternadamente, durante a gravidez e nos dias que precedem o parto, estas peças geram bem estar e contribuem para o nascimento de crianças mais tranquilas.

  • PARA OBTER EFEITO ANALGÉSICO E ANESTÉSICO EM CIRURGIAS:
  • Estrela Nocturna e murmúrio no Bosque, de Wagner;
  • Clair de Lune, de Debussy:
  • Sonata ao Luar, de Beethoven.

Devem ser ouvidas algumas horas antes e durante uma cirurgia.

  • PARA ESTIMULAR A MEMÓRIA:
  • Concerto em Dó Menor para Bandolim, Corda e Clavicórdio, de Vivaldi; 10
  • Largo do Concerto em Dó Maior para Clavicórdio, BMW 976, de Bach;
  • Largo do Concerto em Fá Menor, BMW 988, de Bach;
  • Spectrum Suite, Confort Zone e Starborn Suite, de Stephen Halpern.

Faça sessões de uma hora, de preferência pela manhã, ao acordar.

  • PARA ACALMAR AMBIENTES TUMULTADOS:
  • Sonho, de Debussy;
  • Tema de Amor da Abertura de Romeu e Julieta, de Tchaikovsky;
  • Pavana para uma Infanta defunta, de Ravel;
  • Morte do Amort, de Tristão e Isolda, de Wagner;
  • Dia de Esponsales en Troldhausen, (Nocturno), de Grieg;
  • Noturno para Cordas, de Borodin;
  • Variação n.° 18 sobre um tema de Paganini, de Rachmaninov.

Estas músicas podem ser tocadas em escritórios, lares tumultuados, hospitais, fábricas, salas de espera, etc. Os resultados obtidos foram notáveis.

  • PARA COMBATER O STRESS E DOENÇAS CORRELATAS:
  • Traumergi, de Schumann;
  • Clair de Lune, de Debussy;
  • Melancolia Matinal, da Suite Peer Gynt, de Grieg;
  • Canção da Estrela da tarde, do Tannhauser, de Wagern;
  • Estudo Opus 10, n.° 3, de Chopin. 11

Todas as manhãs, antes de iniciar o trabalho, façam uma sessão de meia hora. Ouça cada uma das peças durante uma semana: É eficaz contra stress, o cansaço por excesso de trabalho ou de preocupações, a tensão nervosa, a impulsividade, a preocupação exagerada com pequenas coisas, também produzem bons resultados nos casos de doenças orgânicas psicossomáticas decorrentes do stress, desde que associadas a tratamentos médicos, como nos casos de úlceras gástricas e duodenais, colites, soluços e outros distúrbios de origem nervosa.

  • MÚSICA COMO MELHOR MEDICAMENTO

Um psiquiatra inglês aplicou técnicas em alguns manicômios para doentes mentais graves, com excelentes resultados. Ao perceber que os doentes reagiam a certos tipos de músicas que revelavam várias sensações nos pacientes como a música desarmônica e dissonante produzia agitações e despertava sentimentos agressivos.

Utilizando apenas a música e evitando as drogas psiquiátricas, obteve resultados excelentes, inclusive a cura de vários casos considerados difíceis. As indicações abaixo se baseiam nas observações e conclusões desse trabalho.

  • Esgotamento físico: O Rio Moldava, de Smetana; peças de Grieg;
  • Esgotamento nervoso: Prelúdio do Carnaval, de Dvorák;
  • Depressão de manias: A Cavalgada das Valquírias, de Wagner;
  • Insónia: Obras de Chopin;
  • Tristeza: Concertos de Dvorák; Obras de Beethoven;
  • No combate à inveja: Prelúdio dos Mestres Cantores, de Wagner;
  • No combate à preguiça: Valsas, Polcas e Mazurcas;
  • No tratamento de loucura com fúria: Coro dos Peregrinos, do Tannhauser, de Wagner;
  • No combate ao alcoolismo: Obras de Bach. 12
  • AS SINFONIAS DE BEETHOVEN

Em Musicoterapia a música de Beethoven, tem um Dom de gerar profundas mudanças na vida dos seus ouvintes.

A seguir será feita uma síntese dos principais efeitos nas lindas sinfonias de Beethoven.

  • Primeira Sinfonia: estimula a motivação e a auto confiança;
  • Segunda Sinfonia: gera grande força de vontade, poder de decisão; promove transformações em mentes passivas;
  • Terceira Sinfonia: contribui para o equilíbrio do sistema nervoso; combate a tensão e o pessimismo, a incerteza e o desânimo;
  • Quarta Sinfonia: transmite uma forte carga de sentimentos altruístas; ajuda a eliminar sentimentos maus como o ódio, o ciúme, a inveja, etc;
  • Quinta Sinfonia: estimula a reflexão existencial levando o paciente a reflectir na própria vida;
  • Sexta Sinfonia: desperta a criatividade, estimula a esperança;
  • Sétima Sinfonia: propicia a auto análise e permite um maior aprofundamento no inconsciente;
  • Oitava Sinfonia: eleva o discernimento, abrindo os campos de consciência a formas superiores de ser e de perceber;
  • Nona Sinfonia: Induz à devolução religiosa.

3.11 - A FICHA MUSICOTERÁPICA

Segundo Landrino (2003), a parte mais importante do trabalho de estimulação é fazer uma boa ficha musicoterápica, para que se pesquise e conheça bem a vida do paciente:

O ambiente familiar, a experiência musical, os contatos musicais que esta pessoa tem a bagagem musical deste indivíduo. Se ele ouve discos em casa, se ele gosta de rádio, se gosta de música, que tipo de música o atrai. Deve-se saber de que música ele gosta e estimulá-lo, fazendo com que comunique esta música, mostre para você esta preferência, se é que ele consegue falar sobre isto, porque muitas vezes o paciente com síndrome de Down não tem um vocabulário muito bom.

Apesar de não mencionar a ficha musicoterápica, Guerra (2003) acrescenta a importância de a família falar um pouco de como é o dia deste paciente e de qual é a vivência sonora desse grupo: o musicoterapeuta precisa estudar o processo desta criança, buscar entender as necessidades que ela tem as suas prioridades e preferências.

3.12 - O USO INADEQUADO E CONTRA-INDICAÇÕES DO USO DA MUSICOTERAPIA

O som e o fenômeno acústico têm uma grande potência e, portanto, deve-se ter muita cautela no uso dos mesmos. Se profanado pelo uso indiscriminado e sem conhecimento, trará com certeza efeitos negativos, como a piora dos sintomas do autismo, pois os sons utilizados de forma passiva (ficar horas ouvindo música sozinho) contribuem para o maior isolamento dos pacientes perante o mundo.

3.12.1 - CRÍTICAS À MÚSICA FUNCIONAL

Na música funcional, são geralmente utilizadas em ambientes de trabalho, oficinas, indústrias, consultórios, hospitais etc. peças musicais de ritmo variado, volume uniforme, de escala fixa, orquestrada, como o fox-trot, valsa, samba, nunca se impondo à percepção consciente. Tem o objetivo de aumentar a eficiência do trabalhador, elevar o estado moral, diminuir tensões, aborrecimentos, monotonia, acidentes de trabalho, ruídos de fábricas etc.

Entretanto, pode-se criar a ilusão de um grupo de apoio, diminuindo a ansiedade da solidão. Pode ser um elemento invasor para algumas pessoas, pois estas necessitam de um determinado tipo de música em um determinado momento de sua vida. Além disso, a música pode trazer fortes associações mnêmicas e emocionais com algumas situações, como momentos traumáticos da vida de um paciente.

3.12.2 - CONTRA-INDICAÇÕES

Na epilepsia musicogênica, a música é fator-estímulo desencadeante dos ataques dessa rara doença, portanto a musicoterapia está contra-indicada para esses pacientes.

A música eletrônica pode ser considerada também uma contra-indicação, pois apresenta sons com propriedades alucinógenas muito similares às das drogas, além de ainda se encontrar numa etapa de experimentação. O som eletrônico tem características próprias que provocam fenômenos distintos, incluindo o poder de provocar manifestações muito regressivas.

Partes: 1, 2, 3


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