Assistência de enfermagem no tratamento de feridas: estudo bibliográfico

Enviado por Luana Gardioli


  1. Introdução
  2. Desenvolvimento
  3. Considerações finais
  4. Referencias bibliograficas

1 INTRODUÇAO

O Programa de Saúde da Família (PSF), implementado em 1994, faz parte da reorganização do Sistema Único de Saúde (SUS) caracterizando-se como estratégia para a conformação de uma rede de cuidados progressivos em saúde no SUS, sendo responsável pela atenção primária e também pela articulação com os outros níveis de atenção, contribuindo para a construção de um sistema de saúde integrado. Dentre suas propostas, em harmonia com o SUS, o PSF está composto por uma equipe, que se propõe interdisciplinar que atua inserida num território específico enfocando: a família, a integralidade do indivíduo, a intersetorialidade do serviço e a participação ativa da comunidade (BRASIL, 1994; 1997).

Assim, o PSF tem o objetivo de contribuir para a reorientação das práticas em saúde, rompendo com o modelo de assistência que prevaleceu tradicionalmente em nossa sociedade: centrado na doença, individualizado e segmentado. Como a intervenção se dá no nível primário de atenção, ele trabalha localmente e, portanto, numa maior proximidade às famílias (BORGES; JAPUR, 2005). O acolhimento e o vínculo são privilegiados e se caracterizam como uma modalidade de intervenção usuário-centrada, incentivada na proposta do SUS, para que se possa estabelecer uma relação interpessoal mais próxima dos usuários em suas demandas. Nesta perspectiva, a saúde é tomada num processo complexo envolvendo múltiplos fatores que podem favorecer ou impedir um estado saudável. Segundo o Ministério da Saúde (2001),

O SUS, como não poderia deixar de ser, está em constante processo de aperfeiçoamento. Por um lado, a promoção da saúde à população nunca deixará de sofrer transformações, pois, como as sociedades são dinâmicas, a cada dia surgem novas tecnologias que devem ser incorporadas para a melhoria dos serviços e das ações de saúde. Da mesma forma, é constante o surgimento de novos agravos à saúde que carecem de novas profilaxias e de novos cuidados. Sob outro aspecto, não obstante todo caminho já percorrido até aqui, o SUS ainda está em estruturação. (BRASIL, 2001, p. 07)

Desta forma, a ênfase dada à assistência está embasada na proposta de um trabalho menos tecnificado e que privilegia uma maior proximidade com a comunidade.

Entretanto, a consolidação de um novo modelo de atenção depende muito de profissionais de saúde com conhecimentos e habilidades adequados centrados em um novo enfoque, buscando com criatividade a eficiência e a eficácia de seu trabalho (MATTEI; TAGLIARI; MORETTO, 2005).

A complexidade desta questão foi percebida durante os estágios acadêmicos em diferentes situações e contextos que levaram-nos às seguintes questões: por que ainda observamos pacientes ocupando leitos hospitalares para troca de curativo quando estes poderiam ser realizados pelas equipes de Saúde? Até que ponto o enfermeiro compreende o tratamento de feridas na Atenção Primária como uma atividade de sua responsabilidade? E, quais os tratamentos mais adequados nesse contexto?

A prática de Enfermagem nesta área vem se reorientando, exige que o enfermeiro se instrumentalize com novos saberes e técnicas para que seu cuidado esteja em consonância com as necessidades da sociedade e das novas práticas sanitárias.

Nessa perspectiva, o artigo de Barbosa et al (2004) nos remete a reflexão sobre o processo de trabalho do enfermeiro, especialmente, em Saúde Coletiva quando afirma que a Enfermagem é uma profissão que possui significativo contingente de profissionais atuando em diferentes lugares e desenvolvendo as mais variadas funções dentro da área da saúde. Além disso, na maioria das vezes a atuação da Enfermagem acontece sem que as pessoas percebam o que realmente esses profissionais desenvolvem e qual é o seu potencial para a implantação, manutenção e desenvolvimento de políticas de saúde. Portanto, não se pode negar que a Enfermagem constitui o eixo principal para suportar qualquer política de saúde que tenha como objetivo uma assistência de qualidade, atribuindo-se a ampliação da competência e do reconhecimento do trabalho do enfermeiro, à sua inserção nas práticas de saúde.

Ainda, corroborando com o autor acima, o Art. 1º do capítulo I do Código de Ética dos profissionais de enfermagem consta que: "[...] a Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais" (BRASIL, 1995).

Uma situação constantemente observada nos serviços de Atenção Primária refere-se aos pacientes portadores de feridas crônicas que buscam as Unidades de Saúde, periodicamente, para tratamento e muitas vezes não são avaliados pelo médico ou enfermeiro utilizando soluções e pomadas indiscriminadamente. Outro ponto que chama bastante a atenção é o preparo dos profissionais da sala de curativo, auxiliares e Técnicos de Enfermagem, para decidirem o tratamento destas feridas, freqüentemente, sem a avaliação do Enfermeiro.


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