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A criação do homem (página 2)


Os cristãos creem que o homem foi criado por Deus e que ele não resultado de um processo macro evolutivo, resultante da mente humana. Na verdade a criação do homem foi uma das coisas mais importantes de todas as obras de Deus, sendo um maravilhoso testemunho da grandeza de Deus e de que o homem faz parte de um lugar único no mundo de Deus. A Bíblia relata a singularidade do homem de várias formas diferentes. Em Gen. 1:26, diz que Deus falou consigo mesmo antes de criar o homem, porém ele não fez a mesma coisa quando criou as outras coisas. Também em Gen. 1:26-27 diz que Deus criou o homem à sua própria imagem. Deus criou o homem para viver em comunhão com ele (Gen. 2:15-17).A Palavra de Deus ensina de forma muito clara a doutrina de uma criação especial, que tem um significado de que Deus fez cada criatura "segundo a sua espécie". Cada ser foi criado fechado dentro de sua própria espécie. Não há margem para se dizer que uma espécie se transforma em outra. Deixando as para que se desenvolvessem e progredissem segundo as leis do seu ser. A diferença entre o homem e as criaturas inferiores implica a declaração de que "Deus criou o homem à sua imagem". A redenção só tem significado diante do entendimento do homem como imagem de Deus. Não se redimi animais evoluídos. Contradizendo a criação especial de Deus, surgiu, então, a teoria da evolução, ensinando que todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só forma e que as espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferior. A teoria da evolução do homem difere de forma radical do que está relatado na Bíblia, onde vê o homem diferente dos animais somente em grau, e não em natureza e tipo, e também em sua habilidade de conhecer a Deus e viver em comunhão com Ele. Esta teoria (determinismo biológico) forneceu ao homem uma justificativa para seu procedimento. Ao invés de ver no pecado uma distorção do propósito inicial de Deus, certos comportamentos são tidos como sendo resultados da herança animal, uma força sobre a qual ele (o homem) não tem domínio nem escolha. O homem é muito superior e diferente de qualquer outra criatura em sua composição, pois somente dele é dito que foi feito à imagem e semelhança de Deus. A composição espiritual do homem não foi por criação, foi por inspiração direta de Deus: Deus soprou nas narinas do homem que ele formou do pó. Neste aspecto o homem é único. Visto que no episodio da criação, foi apenas no homem que Deus adicionou uma natureza diferente. O espírito soprado por Deus no homem é o princípio da vida de Deus no homem. A bíblia diz que "é o espírito que vivifica" (Jo 6: 63). O homem é composto de duas substâncias, a substância material, chamada corpo, e a substância imaterial, chamada alma (Gen. 2:7). A alma é a vida do corpo e quando a alma se retira o corpo morre. Mas, segundo 1 Tess. 5:23 e Heb. 4:12, o homem se compõe de três substâncias – espírito , alma e corpo. O espírito e a alma são inseparáveis, são entrosado um no outro. Por estarem tão interligadas, as palavras "espírito" e "alma" muitas vezes se confundem (Ecl. 12:7; Apoc. 6:9). O espírito humano faz o homem diferente de todas as outras coisas criadas. É dotado de vida humana e inteligência (Prov. 20:27) que se distingue da vida dos irracionais, representando a natureza suprema do homem, que rege a qualidade de seu caráter. Os irracionais têm alma (Gen. 1:20 no original), porém não tem espírito. O espírito humano que é habitante da carne humana, foi dado por Deus em forma individual (Num. 16:22), formado por Deus na parte interna da natureza do homem, sendo capaz de renovação e desenvolvimento. Este espírito é o centro e a fonte da vida humana; a alma possui e usa essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. Já a alma é um princípio inteligente e que dá vida ao corpo humano, usando os sentidos físicos como seus agentes na exploração das coisas materiais e os órgãos do corpo param se expressar e comunicar-se com o mundo exterior. A origem da alma veio de um resultado do sopro sobrenatural de Deus. Podemos descrevê-la como espiritual e vivente, porque opera por meio do corpo. No entanto, não devemos crê que a alma seja parte de Deus, pois a alma peca. É mais correto que são dom e obra de Deus (Zac. 12:1). Como já foi dito anteriormente, o homem foi criado à semelhança de Deus, foi feito como Deus em caráter e personalidade. E em toda a Bíblia o ideal e alvo exposto diante do homem é o de ser semelhante a Deus. E ser como Deus significa ser como Cristo, que é a imagem do Deus invisível. O homem tem um corpo feito do pó da terra, porém Deus soprou nas narinas o sopro da vida (Gen. 2:7); dessa maneira dotou-o de uma natureza capaz de conhecer, amar e servir a Deus. Por causa dessa imagem divina todos os homens são, por criação, são filhos de Deus. Mas, desde que essa imagem foi manchada pelo pecado, os homens devem ser recriados ou nascidos de novo (Ef. 4:24) para que sejam em realidade filhos de Deus. Quando Deus criou o homem, este foi designado para ser a sua imagem com respeito à soberania; e como ninguém pode ser monarca sem súditos e sem reino, Deus deu-lhe tanto um "império" como um "povo". Em virtude dos poderes implícitos em ser o homem formado à imagem de Deus, todos os seres viventes sobre a terra estavam entregues na sua mão. Ele devia ser o representante visível de Deus em relação às criaturas que o rodeavam.

3. A NATUREZA ORIGINAL DO HOMEM

"Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste que fosse o homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus, e de glória e de honra o coroou. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares." (Bíblia sagrada. Sl 8: 3,8). A natureza original do homem é desenvolvida hipoteticamente através de um raciocínio, onde se afasta a autoridade dos fatos e dos livros científicos, buscando respostas na própria natureza, que "jamais mente" (Rousseau, 1991). As primeiras considerações estão sobre a constituição física do homem natural. São muitas às incertezas que os naturalistas têm a respeito da anatomia do homem primitivo, supomos, então, na forma que ele é hoje: bípede, utilizando as mãos para manipular coisas e objetos e medindo com os olhos a extensão da natureza à sua volta. Este homem se viu obrigado a suportar o calor e o frio, e para se defender de muitos animais ferozes, ele aprendeu a correr, pular, subir em árvores e em determinadas situações, lutar. Por isso, imagina-se esse homem como uma criatura ágil, forte e robusta. Sobre a infância, a velhice e as doenças, que obviamente poderiam impor certas limitações, pode-se afirmar que os dois primeiros estão em conformidade com a natureza; já o terceiro tem mais a ver com a vida em sociedade em virtude da extrema desigualdade na maneira de viver (Rousseau, 1991). O homem original era solitário, livre e disperso entre as outras criaturas, que estava preocupado apenas com suas necessidades físicas imediatas e guiado por dois princípios, o amor de si, responsável por sua conservação; e pela piedade, que  consistia num certo estranhamento ou incômodo pelo sofrimento alheio. Para descrever o homem sobre o ponto de vista psicológico, foi introduzido um novo conceito, a perfectibilidade, que é uma faculdade do gênero humano em aperfeiçoar-se em função das circunstâncias. Porém, esta capacidade de reagir permanece latente  enquanto o meio externo permanecer imutável. Essencialmente, a perfectibilidade e a liberdade são as qualidades que tornam o homem singular entre os animais. Esta característica assegurou ao homem a sobrevivência com a chegada dos terremotos, cataclismos, tempestades e outras transformações naturais que afetaram a Terra. É necessário entender que a perfectibilidade não está associada ao uso da razão, uma vez que as únicas operações presentes na  alma do homem natural resumia-se a perceber e sentir, querer e não querer. Há nessa ideia um rompimento com o pensamento tradicional, pois, acreditava-se que os homens se distinguiam dos animais por fazerem uso da razão. Porém, as ideias desses homens eram muito simples; nessa época, o homem era incapaz de acumular ou comunicar qualquer tipo de conhecimento; a espécie se multiplicava sem qualquer progresso (Rousseau, 1991). O homem natural era um ser pacífico pois não tinha necessidade nem disposição para a maldade. A natureza original do homem era propícia à paz e não à guerra de todos contra todos. Os conflitos que existiam nesse estado não eram significativos, não passavam de pequenas disputas pela posse de um alimento e que dificilmente  tinham consequências sangrentas. A Bíblia explica que, quando Deus criou o homem, elevou-o à vida sobrenatural e deu-lhe alguns dons sobrenaturais, entre outros, os da ciência e da integridade. Segundo Gênesis, Adão e Eva tinham todos os conhecimentos e toda a educação. Não tinham necessidade de aprendizagem, pois Deus tinha-lhes dado essa "personalização" do corpo que necessitavam. O corpo original do homem era um instrumento perfeito e uma expressão perfeita da sua alma. E, por isso, a sua sexualidade era uma expressão perfeita da sua entrega e generosidade. Viviam em perfeita amizade com Deus, no que se chama estado de graça habitual. E essa generosidade a respeito de Deus, repercutia-se nas suas relações mútuas. Foram criado um para o outro, capazes de entregar-se plenamente e assim se viam e experimentavam. Nada entre eles os separava, e cada um deles dava-se conta de que a entrega ao outro era caminho da entrega a Deus. Podemos observar nas escrituras sagradas que Adão e Eva andavam nus e não sentiam vergonha, pois para eles, a nudez era expressão da entrega perfeita, da generosidade que impregnava em cada um. A sexualidade do corpo era expressão da generosidade da sua alma. Existia um perfeito domínio e a total personalização do corpo, a integridade, união perfeita da corporal idade e da espiritualidade, fazendo com que a sexualidade fosse perfeita expressão do amor pessoal. Na Bíblia, podemos observar uma passagem que diz que Deus fez o homem justo, À sua imagem e semelhança: sendo infinitamente santo (Gênesis 1:27). Deus só podia criar aquilo que é justo. Deus viu que tudo quanto Ele fez foi muito bom, incluindo o homem (Gênesis 1:31).Quando Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, isto consistiu em duas coisas: a Santidade e a Personalidade. Na Santidade, o homem teve uma semelhança moral com Deus. Quando afirmamos que a santidade foi uma parte da imagem de Deus no homem, dizemos que, na criação do homem, Deus comunicou as faculdades humanas uma inclinação reta. A santidade foi parte da imagem de Deus no homem, pois a santidade é o atributo fundamental de Deus. Isto se confirma pelo fato que ela se comunica na renovação da imagem de Deus na regeneração (Efésios 4:24; Colossenses 3:10). Podemos confirmar isto em Eclesiastes 7:29: "Vede, isto tão somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas eles buscaram muitas invenções". O estado original do homem com Deus constitui em mais que mera inocência. A inocência não é o bastante para satisfazer essa afirmação, pois, concluiríamos, então, que cada criança que nasce é imagem moral de Deus, o que a Bíblia nega: "eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe"; "Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram proferindo mentiras" (Salmos 51:5; 58:3) e "Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e perverso: quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9). A personalidade do homem tem uma semelhança natural com Deus. A personalidade pode ser definida como auto-concienciosidade e autodeterminação. A primeira é a habilidade do homem em conhecer-se distintamente de tudo o mais e de analisar-se. A segunda é o poder de fazer escolhas em vista de motivos. Tais escolhas envolvem a razão e o juízo; e, quando se relacionam com assuntos morais, envolvem consciência. É através da personalidade que o homem é distinguido num modo natural do bruto, sendo que o bruto tem um senso íntimo, porém não é autoconsciencioso. Um bruto não pensa "Eu", nem jamais se detém para analisar-se. Um bruto nunca reflete sobre sua própria natureza em distinção de tudo mais. Ele nunca se empenha em introspecção. Nem o bruto faz escolhas em vista de motivos. Suas ações são determinadas por instintos e por influencias de fora. Assim, o bruto tem determinação, mas não autodeterminação. Que o bruto se move por instinto mais do que por escolha em vista de motivos está evidenciado pelo fato que os brutos nunca melhoram nos seus métodos de fazer as coisas. Em Gênesis diz que a personalidade foi uma parte da imagem de Deus no homem, mesmo quando este está decaído, faltando santidade, ainda assim, se diz estar na imagem de Deus: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem" (Gênesis 9:6). A humanidade tem a característica de inclinação a repelir o mal e a procurar o bem. Os homens, porém, inconscientemente levados por uma força má, repelem o bem desejado por suas mentes originais e fazem más ações, que eles realmente não querem fazer. No Cristianismo, esta força má é conhecida como "Satanás". Visto que o homem não conhece a verdadeira natureza de Satanás, ele é incapaz de liquidar a força de Satanás. A fim de eliminar a fonte do mal, de terminar a história pecaminosa da humanidade e estabelecer uma era de bem, devemos primeiramente esclarecer a motivação de Satanás e a natureza do seu ser.

4 – A PERDA DO ESTADO ORIGINAL HUMANO PELO PECADO

O homem natural, aquele criado por Deus no Jardim do Éden não conheceu a raiz do pecado. Os cristãos acreditam que Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher comeram o fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal, e que este ato foi a raiz do pecado. Há certo número de pessoas de fé que assumem que o fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal é um fruto de uma árvore real, enquanto outros acreditam que o fruto é um símbolo. Tais opiniões diversas conduzem a diferentes interpretações e, daí, à confusão. A santidade original do homem não era imutável. A mutabilidade é uma característica necessária da natureza humana. Imutabilidade requer infinidade de conhecimento e poder. A infinidade é uma característica só da divindade. Portanto, desde que Deus desejou criar o homem e não um deus, Ele fez Adão mutável. Isto tornou possível a queda. Ainda hoje, muitos cristãos acreditam que o fruto que levou Adão e Eva a cair era literalmente o fruto de uma árvore (uma maçã). Porém, como poderia Deus fazer um fruto tão tentador (Gen. 3.6) que seus filhos haveriam de desejar mesmo com o risco de caírem? Como poderia Ele ter colocado um fruto tão nocivo onde Seus filhos pudessem facilmente alcançar? Na Palavra de Deus, a Bíblia, nós podemos encontrar Jesus dizendo: "o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca isto é o que contamina o homem"" (Mt 15.11). Como poderia, então, um alimento que é comido pelo homem levá-lo a perdição? O pecado original do homem tem sido herdado do primeiro homem e da primeira mulher. Um comestível não pode ser a fonte daquele pecado ou a causa da transmissão daquele pecado original aos filhos. Tudo o que se herda é transmitido através da linhagem de sangue. O que uma pessoa come não pode ser transmitido de uma geração para a outra". Muitas pessoas ainda creem que Deus criou o fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal, e deu ao homem o mandamento de não o comer com a intenção de testar a obediência do homem para com Ele. Pergunta-se, então: Será que um Deus de Amor poderia ter posto o homem em teste de maneira tão impiedosa, por um meio que poderia causar a sua morte? Adão e Eva sabiam que haveriam de morrer, quando comeram o fruto, pois Deus lhes havia dito. Mesmo assim eles o comeram. Não podemos compreender porque Adão e Eva, que realmente não estavam passando fome, haveriam de desobedecer ao mandamento de Deus, com o risco de suas vidas. O fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal deve ter sido tão extraordinariamente estimulante e tão ardentemente desejado, que nem o medo da punição - nem a morte - os pôde impedir de comer aquele fruto. Sabe-se que, o fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal não era um fruto material, mas um símbolo. Para que se possa entender o verdadeiro caráter da Árvore da Vida, é necessário conhecer a natureza da Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Segundo as Escrituras Sagradas a Árvore da Vida é onde está a esperança do homem decaído, ou seja, o desejo em transformar-se em uma Árvore da vida. Os israelitas do Velho Testamento encaravam a Árvore da Vida como sua esperança última (Pv 13.12). A esperança dos cristãos desde o tempo de Jesus até a presente época está na direção da Árvore da Vida (Ap 22.14). Já que a esperança última do homem decaído é a Árvore da Vida podemos concluir que a esperança de Adão antes da queda também era a Árvore da Vida. Por que podemos concluir que a esperança de Adão era alcançar a Árvore da Vida? Em Gênesis 3.24 diz que depois que Adão cometeu o pecado, Deus colocou querubins com uma espada de fogo para guardar o caminho da Árvore da Vida. Devido à queda Adão foi expulso do Jardim do Éden (Gen. 3.24) sem ter atingido a Árvore da Vida. A partir de então o homem decaído tem colocado sua esperança em atingir o que Adão falhou em atingir: a Árvore da Vida. Adão teve muita esperança enquanto estava no processo de crescimento à perfeição, para atingir a perfeita virilidade sem cair e assim realizar o ideal da criação de Deus. Por isso, podemos compreender a importância da Árvore da Vida como "virilidade que realiza o ideal da criação"" como Adão aperfeiçoado. A Árvore da Vida representa o Adão aperfeiçoado. Entende-se com isso que, se Adão tivesse atingido a Árvore da Vida, todos os seus descendentes também teriam atingido a Árvore da Vida e assim eles teriam realizado o Reino do Céu na Terra. Contudo, Adão caiu e Deus colocou uma espada de fogo na entrada do Jardim, para guardá-lo. Portanto, a Árvore da Vida ficou sendo a esperança dos homens decaídos que se esforçam por restaurar o ideal da criação. A procura da realização da Árvore da Vida é muito difícil, e ninguém conseguiu, ainda, a atingir. O homem hoje decaído está sobrecarregado com o pecado original, não podendo alcançar a meta apenas por sua própria capacidade. É necessário que um homem que tenha realizado o ideal da criação na Terra venha e atraia todos os homens decaídos para si, em unidade harmoniosa (Rm 11.17). Tal homem deve vir para mostrar o caminho aos homens decaídos. Jesus veio como a Árvore da Vida, para realizar a esperança dos santos do Velho Testamento, que tinham esperado por seu advento (Pv 13.12).O objetivo da providência da salvação de Deus é restaurar a Árvore da Vida, que foi perdida no Jardim do Éden (Gen. 2.9), para a Árvore da Vida, mencionada em Apocalipse 22.14. Por causa da Queda, Adão não pôde atingir a primeira Árvore da Vida. Por isto, Cristo deve voltar novamente como o último Adão (Ap 22.14), a fim de salvar o homem decaído. É por este motivo que Cristo é chamado de "Último Adão"" (I Co 15.45).

4.1 – AS CONSEQÜÊNCIAS DA QUEDA DO HOMEM ORIGINAL

Uma das consequências da desobediência do homem é o seu afastamento de Deus; porém ele recebe, em Cristo, a única oportunidade de se arrepender e ser salvo. Porém, não é correto dizer que o homem perdeu a imagem de Deus quando pecou. Mesmo após a queda, encontramos afirmações bíblicas de que o homem traz em si a imagem de Deus. (Gn. 9.6; Tg. 3.9)

O que podemos concluir é que de fato esta imagem foi corrompida, foi embaçada, de modo que quando olhamos para o ser humano em todo o seu caminhar pela historia, tanto nos admiramos da grandeza de seus feitos e da nobreza de suas atitudes, como nos envergonhamos de seus atos violentos e animalescos. Conseguindo abrigar em si tanto a grandeza quanto a corrupção. Não devemos duvidar da Palavra de Deus, pois Ela é a Verdade. No capítulo 1º do livro de Gênesis afirma que "no princípio, criou Deus os céus e a terra". No versículo 27 do mesmo capítulo, está a seguinte afirmação: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criaram". Na Bíblia Sagrada está relatado que Satanás se aproximou e convenceu a mulher e o homem a se rebelarem contra Deus. Não se encontra nas Escrituras de onde veio o tentador, apenas mostra que ali surgiu um tentador e que se deu uma tentação, e que o homem pecou. Daí entende-se que, nem Deus nem o homem são autor do pecado, pois este é algo que vem de fora, mediante a serpente (Satanás, cf. 2 Co 11:14). "Deus não criou o mal, porém realmente criou tudo que existe. Sendo o mal a ausência e/ou perversão do bem. O pecado é um produto das quedas de Satanás e de Adão, originando se aí todo o mal". (Stanley M. Horton) Percebe-se ainda que o pecado dele (Adão) começa na sua livre escolha moral, e não em um tentação. O que poderia ter resistido. (1Co.10.13;Tg.4.7). Isto é, embora a tentação os incentivassem a pecar, a serpente não colheu o fruto e nem tampouco os forçou a comê-lo. O casal optou por assim fazer, o que nos leva a concluir que o Diabo existe e que vive procurando seduzir o homem a pecar. Observe que a tentação está associada à dúvida relativa à Palavra de Deus. Em Gênesis podemos encontrar sobre a criação do homem e do seu estado original, ou seja, de pureza e inocência. Com isso entende-se que o homem sempre foi humano. Deus o criou homem humano, e mesmo nessa condição, tinha comunhão com Deus. Não dá para saber quanto tempo o homem permaneceu nesse estado de inocência e santidade, porém só era possível, porque ele fora criado à imagem de Deus, e porque não havia pecado que se interpusesse entre ele e Deus. O homem tinha uma relação especial com Deus que se agradava dele. Porém, toda essa maravilhosa condição foi destruída quando o tentador se aproximou e levou o homem a pensar que Deus procurava privá-lo de alguma coisa boa. Fazendo o homem pensar que tal proibição estaria vida limitando sua vida no jardim. O homem se enche de dúvidas sobre a sinceridade de Deus e sua justiça. Deus disse: "se o homem pecar morrerá" (Gn. 3: 3), porém, Satanás diz: "é certo que não morrereis" (Gn. 3: 4). Satanás levou o homem à inveja: "... Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal" (Gn. 3: 5). E com isso, parte para o apetite: a mulher viu "que a árvore era boa para se comer..." (Gn. 3: 6). E depois Satanás investe na vaidade: ela viu que a árvore era "agradável aos olhos..." (Gn. 3: 6). Satanás ainda é mais astuto quando promete ao homem que, por meio da desobediência a Deus, ele seria mais inteligente, e o leva a ver que "a árvore é desejável para dar entendimento" (Gn. 3: 6). Muitas são as palavras do dicionário para descrever aspectos diferentes para o pecado na vida do Homem, como erro, transgressão, injustiça, iniquidade, descrença, perversidade, impiedade etc.. Todas essas palavras, entretanto, se originam de uma atitude comum: o homem se intrometeu na autoridade Divina. Muitas foram as consequências pelo homem ter se distanciado de sua criação original, como: a morte; a existência de crianças sem pais e famintas; o adultério e a prostituição; os divórcios; a sociedade degenerada e corrupta; a dificuldade de comunicação entre filhos e pais; a depressão que muito tem levado pessoas ao suicídio, e muitas outras. A decadência do estado original do homem tem pesado muito sobre o seu espírito, o levando a uma agonia esmagadora. O homem precisa saber que se pecar, ele passa a sentir o peso do seu pecado e sabe que está condenado perante três tribunais: Deus, ele mesmo e o próximo. Ele será punido, pois nenhuma transgressão jamais ficou impune e a do pecado é a morte! "O salário do pecado é a morte" (Rm 6:23a).

CONCLUSAO:

O reconhecimento da natureza do homem leva-o a buscar um relacionamento com Deus. Se o homem é produto de um acaso e resultado de um processo frio e impessoal, além de sua vida ser totalmente desprovida de motivação, ele não se sentirá constrangido a buscar algo além de seus sentidos. Porém, sabendo este, que é uma criatura planejada e criada por Deus, trazendo em si a imagem e semelhança deste, seu procedimento será outro. Ele buscará algo além de si mesmo até encontrar. Através do conceito monoteísta de Deus, algo existente em todas as culturas, pode se provar o que dizem as Escrituras com referência à realidade não física da natureza humana. É muito importante lembrar do lugar que tinha o homem quando foi criado. Era um lugar de Glória e Plenitude, e o homem perdeu por meio da queda. Somente lembrando este lugar, pode-se entender a miséria do estado em que se encontra hoje. O homem, que foi criado para a vida eterna pôde, por seu pecado, trazer sobre si a morte eterna. Desta forma, entendemos que é impossível para o homem se levantar por suas próprias iniciativas, porém somente Jesus é a única solução para a miséria em que se encontra.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Cultura Cristã: São Paulo. Pp.167, 2001. BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. Versão revista e corrigida. Ed. Central Gospel, 2004. CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. Hagnos: São Paulo. Vol. II pp.545, 2003. ROUSSEAU, Jean-Jacques, Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, 5.ª ed., São Paulo: Nova Cultural, Os Pensadores, 1991.RONALD HANKO. Doctrine According to Gogliness. Reformed Free Publishing Association, p. 98-99, 2007.RYRIE, Charles. Teologia básica. Mundo Cristão: São Paulo. Pp.271, 2004. STRONG, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática. Hagnos: São Paulo. Vol. I, pp.547, 2003.

 

Autor:

Flávio Nei de Araujo

flavionei-araujo[arroba]hotmail.com

Nome do Orientador:

Dr. João Domingos Soares de Oliveira

Janaúba-MG: Setembro, 2014



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