Avaliou-se o processo ensino/aprendizagem aplicado no acolhimento na área de saúde, alicerçado na abordagem multiaxial (somato.mental.social.pessoal) centrada no paciente, assinalando os fatores relevantes da comunicação aluno - paciente, sua importância no processo diagnóstico, seus efeitos terapêuticos e iatropatogênicos. Avaliou-se, ainda, o feedback de pacientes.
Palavras chave: entrevista centrada no paciente, pré-consulta, acolhimento, abordagem multiaxial, medicina e comunicação clínica, feedback de paciente, interação aluno – professor - paciente
Summary
The process applied teaching/learning was evaluated in the reception in the +area of health, found in the approach multiaxial (somato.mental.social.pessoal) centered in the patient, marking the communication student's important factors - patient, your importance in the process diagnosis, your therapeutic effects and iatropatogênicos. It was evaluated, also, the patients' feedback. It was evaluated, also, the patients' feedback.
Key words: interview centered in the patient, pré-consultation, reception, approach multiaxial, medicine and clinical communication, patient's feedback, interaction student –patient - teacher.
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"Numerosas pesquisas demonstram: quem passivamente escuta e vê, quase nada aprende; quem escuta, vê e faz, aprende mais; quem escuta, vê, faz e cria, aprende ainda mais; quem escuta, vê, faz, cria e ensina, aprende muito mais. (...) O estudante se formará na aprendizagem ativa... Assim, será sujeito ativo da criação de saberes e práticas e não simplesmente um 'consumidor' do conhecimento". Naomar de Almeida Filho, professor e pesquisador 1-A do CNPq
O processo de acolhimento[1] na área de saúde deve estar presente em cada ação desenvolvida ("..). nos diversos pontos de atenção do sistema de saúde (...) para dar respostas às demandas apresentadas pelos usuários disponibilizando as alternativas tecnológicas mais adequadas"[2].
Entende-se que trabalhar o acolhimento como norma de procedimento para as políticas de saúde pública pode transformar esta estratégia num eficiente instrumento clinico capaz de operacionalizar as principais diretrizes do SUS: universalidade, integralidade, equidade. Trata-se de uma atividade que precisa ser contínua, articulada e interdependente e envolver a participação multiprofissional.
Apesar disso, não tive a pretensão de pesquisar, na sua totalidade, a rede de ações interligadas que constitui o todo do acolhimento. Por questões de viabilidade da pesquisa recortei, deste todo, o campo de acolhimento (que, por isso mesmo, prefiro chamar de campo de boas-vindas) que é oferecido ao paciente do ADAB durante a consulta médica didática, no polo de comunicação clínica da disciplina Semiologia Mental1, operacionalizada por três agentes ativos, paciente - aluno - professor através de táticas, técnicas e estratégias comunicacionais; todos atuando no circuito: início em sala de aula – atendimento supervisionado em consultório didático – conclusão em sala de aula.
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Mecanicismo: a primeira ruptura do homem com a natureza
Relógio do sol
Nosso ascendente costumava contar o tempo com a ajuda de eventos naturais – o nascer do sol, o crepúsculo[3], o plantio, a colheita.
O "tempo" mecânico
Historicamente, o primeiro relógio mecânico pode ter sido a causa da primeira ruptura do homem com a natureza. A sua invenção possibilitou ao ser humano contar o tempo utilizando o girar das engrenagens que fez emergir o chamado "tempo" mecânico. Aliás, o relógio fez mais que isso. Tornou-se modelo do Cosmos[4]. E aí aconteceu o inesperado: confundiram o modelo com o original. Acharam que a natureza era só um grande relógio, não uma coisa viva, mas, sim, uma máquina.
1.01- René Descartes
Descartes ("penso, logo existo") parece ter sido o primeiro a conceber o mundo como um relógio mecânico[5]. Na verdade, para ele era importante descobrir sem a ajuda do papa e de deuses como o cosmos funcionava, rompendo, assim, com a cosmovisão da Igreja Católica Romana. Tal hipótese eminentemente mecanicista conduziu à técnica de fragmentar o todo, desmontando-o e reduzindo-o a um monte de peças simples, para entender este todo. Fragmentar o todo para estudá-lo é considerado, ainda hoje, a metodologia científica de eleição. A premissa generalizou-se abarcando as ciências, a arte, a política e a medicina -, que nos interessa aqui.
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