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Fundamentos teóricos e didáctico- metodológicos sobre o estudo da localidade escolar (página 2)

Mabel Font Aranda

Entretanto, da perspectiva geográfica e como princípio no ensino desta disciplina, existem múltiplas definições de localidade, por exemplo para Acevedo González, M. e outros (1985:45) é aquele território que se estende da escola até ao horizonte visível a nível do solo ou o que é igual compreendendo todos os lugares que se podem percorrer a partir do centro escolar. Portanto, deve-se entender esse termo, como aquele território que permite a realização de observações durante actividades de aprendizagem dos alunos, seja nos arredores da escola ou numa área de um raio de 7 a 8 km e que tenha como centro a escola correspondente.

Os mesmos autores consideram que a realização da visita aos arredores da escola pode incluir uma área de dez quarteirões circunvizinhos, para observar as questões físico - geográficas e económico-geográficas, que apresentam travessa por travessa, ou em seu defeito o terreno vizinho de um perímetro que tenha aproximadamente um quilómetro de distância.

O termo localidade, defendido pela Cuétara López, R. e Hernández, P. (1999), considera esta como: "o território de extensão variável, que tem como centro a escola, onde se podem executar actividades de aprendizagem meio ambientais e que depende da extensão superficial. Se os alunos viverem nela, se os alunos forem tributários de outra comunidade".

Segundo Bosque Suárez, R. (2002:91) a localidade escolar é o território que permite a realização de observações durante a aprendizagem dos alunos já seja nos arredores da escola ou numa área de um raio variável e que tem como centro a instituição.

No contexto da presente investigação assume-se a localidade, não só como comunidade, a não ser a engrenagem entre todos aspectos físico geográficos, biogeográficos, económico - geográficos, histórico, sociais, culturais que se desenvolvem ao redor do centro escolar.

1.1.2 O estudo da localidade, sua conceitualização

Ao longo da história do ser humano, o meio imediato que rodeia o homem teve significação especial, e foi fonte de motivação e abordagem na transmissão de conhecimentos de uma geração a outra.

De igual forma, existem evidências históricas a respeito da necessidade de incorporar o estudo do contexto no processo docente educativo. A tabela 1 mostra algumas destas evidências.

Tabela 1. Evidências históricas da incorporação do estudo da localidade na educação

Século

Precursores

Concepção

XV e XVI

Italiano, Vittorio de Feltre (1378-1446)

Francês, Francisco Rabeláis (1494-1553)

Propõem a realização de passeios e excursões à natureza

XVII e XVIII

Checo, Juan Amos Comenio (1592-1670) Padre de la Geografía Local

Suecos, Rousseau (1712-1778) e Juan Enrique Pestalozzi (1745-1827),

Expõem a vinculação dos conhecimentos geográficos com a comarca, reconhecida esta como o âmbito imediato à escola

XIX

Alemán, Juan Federico Herbart (1776-1841)

O estudo da geografia local vinculado a heimat

Segunda metade do século XIX

Generalizaram-se aos Estados Unidos

Tendência para o estudo home geography

Segunda metade do século XIX e primeira do século XX

Rusos, Konstantin D. Ushinski (1821-1870), Alexandra A. Perrotté (1880-1963) e Konstantin A. Sangalio (1890-1961)

Estudo da etnografia territorial: condições naturais, socioeconómicas e históricas do território natal

Fonte: Elaboração própria a partir do Vázquez Novoa, Alejandro D. 2003:8,9)

Como se aprecia, transitou o estudo da localidade desde sua observação naturalista até à concepção mais integram no que se consideram além disso o resto dos componentes, entende-se como uma caracterização integral da mesma.

Para a Cuétara López, R. (1989:3) consiste na análise multilateral do território que rodeia a escola, com o objectivo de despertar o interesse cognitivo dos estudantes em relação aos objectos, fenómenos e processos geográficos que ali se manifestam, como via correcta para formar conceitos que contribuam para a formação da concepção científica dos estudantes.

Mediante este tipo de estudo é possível relacionar o processo docente - educativo com a vida real, os alunos familiarizam-se com a natureza, a história, o desenvolvimento sócio-económico e cultural da localidade, tanto na sala como dela a nível da escola, cidade e município. Também favorece o ensino da Geografia em geral, na educação moral, estética e física dos estudantes, assim como o desenvolvimento das suas capacidades, ou que constitui um meio para o vínculo inter materiais.

Da perspectiva anterior, estudar a localidade implica conhecer mais profundamente todos os seus aspectos, e pode ser feito não só através da Geografia, também mediante outras disciplinas curriculares, todas têm algum ponto de contacto com a localidade e a vida do estudante.

O estudo da localidade pode-se definir como uma forma de organização do processo de ensino e aprendizagem que dada a sua interdisciplinaridade dá oportunidade aos estudantes para relacionarem a teoria com a prática.

Entre os objectivos principais, o estudo descobre a importância da localidade em que estão inseridos os estudantes, e sua contribuição económica, social, cultural e outros aspectos para o país.

Todo o anteriormente exposto resume-se na figura 1 que mostra a interpretação realizada pelos autores do Trabalho de Fim de Curso.

Figura 1. Conceitualização sobre o Estudo da Localidade

Fonte: Elaboração própria

O desenvolvimento de trabalhos dessa natureza encontra diversos entraves, como a dificuldade de o professor achar material apropriado para o desenvolvimento do estudo e deficiência em desenvolver metodologias de ensino deste conteúdo. Ambos os problemas estão também relacionados às condições adversas do trabalho docente e aqueles que estão directamente ligados à formação dos profissionais.

1.1.3 Princípios associados ao estudo da localidade

Como achar-se de manifesto no parágrafo anterior a preocupação em como e quanto aprende o aluno, o que foi abordado ao longo da história, assim Pestalozzi, dava-lhe muita importância aos factores afectivos e à claridade expositiva apoiada na experiência, para que o aluno aprendesse.

Froebel (1913) citado pelo Bejarano Franco, M. (2005:200) por sua parte, apostava por um método integral na organização dos estudos, mostrando-se muito contrário a ensinar de maneira artificial as disciplinas, e desenha um método de ensino - aprendizagem apoiado em que o aluno esteja constantemente relacionado com a realidade.

Especial relevância atribui a este aspecto para o Paulo Freire (Freire, P. 1975: 15), que expõe de maneira clara em seus tratados sobre pedagogia, que educar significa ensinar o ser humano a ter consciência do mundo em que vive. Tomar consciência do mundo que lhe rodeia e reflectir sobre ele para descobrir suas possibilidades de reestruturá-lo e trocá-lo, obrigava o educando a estar em permanente contacto com o contexto próximo no que vivia e se desenvolvia. Dos postulados do Freire, a pessoa faz-se sujeito por meio da reflexão e a acção guiada do educador, que lhe põe em relação com o mais próximo.

Pôr o aluno/a em conexão com o quotidiano, com o próximo, possibilitará aproximá-lo do activo, a experiência, e fazer como dizia John Dewey, (1903) citado pelo Bejarano Franco, M. (2005: 200), que a vida humana e a educação não podem viver uma sem a outra.

Lev Semionovich Vygotsky (1896-1934) considera o homem como o resultado do desenvolvimento histórico e social onde o conhecimento é um processo de interacção entre o sujeito e o meio, não só físico mas também sócio-cultural, enfatiza-se na edificação de novas cognições e maneiras de pensar mediante a exploração e a manipulação activa de objectos e ideias, abstractas e concretas; a construção pessoal que realiza o homem em interacção com o mundo circundante.

Por todo o antes exposto, o estudo da localidade constitui um princípio nas diferentes escolas do mundo, e através dele lhe dá cumprimento a outros princípios didácticos referidos por Babanski, Y. K. (1982:5)

-A direcção do processo de ensino sobre o desenvolvimento harmónico e multilateral da personalidade.

-Carácter científico do ensino.

-Sistematização do ensino.

-Carácter consciente, activo e independente dos alunos.

-Estímulo e motivação.

-Unidade e a inter-relação da actividade docente cognitiva e a busca.

-Relação intermédia.

Além deste estudo manifesta-se a unidade das acções educativas da escola, a família e a comunidade, reconhecidas como os ambientes de influências educativas mais significativos.

Desta forma, rompe-se o marco tradicional do ensino das distintas matérias e da Geografia em particular, ministrada na sala de aula e alheia ao conhecimento do laboratório óptimo que é a natureza e toda a realidade circundante. Evita-se o ensino apoiado na repetição de dados e nomes geográficos desvinculados da realidade e apoiados na memorização mecânica.

1.1.4 Importância do estudo da localidade

O estudo da localidade é muito importante para todo o processo docente educativo de forma geral e de uma maneira particular para os intervenientes directos desta actividade no caso dos estudantes, professores da própria instituição, e dos moradores e autoridades, porque eles constituem a fonte fundamental de informação actualizada e retroalimentam-se dos resultados obtidos pelo colectivo ou por cada estudante. Também se podem citar outras relevâncias como:

-Compreende um sistema de conceitos e de habilidades que enriquecem o desenvolvimento das disciplinas geográficas e exige uma participação activa de professores e alunos neste processo.

-Possibilita conservar a memória histórica de um núcleo de pessoas unidas por laços sanguíneos e afectivos, perceber a transformação, a heterogeneidade das relações natureza sociedade num espaço determinado.

Como afirma Garcia, C. (1995) citado por Reyes González, J. R. (1999:17) as histórias contadas pelos moradores, uma vez organizadas, sistematizadas e emolduradas no seu contexto vão-se convertendo pouco a pouco em "Historia com maiúsculas".

A leitura do espaço vivido busca criar significados, abrir um espaço em que a dúvida e o questionamento possibilitam o surgimento do interesse pelo saber. O surgimento de um espaço de comunicação possibilita o estabelecimento da articulação do conhecimento meramente empírico com o que contempla análises integradoras do particular com o universal e vice-versa. (Pezzato, João Pedro e Passini, Elza Yasuko. 2003:4)

O trabalho docente vinculado com o conhecimento das características físico-geográficas e económico - geográficas do território que rodeia a escola e a colecta de amostras de objectos naturais, de produtos industriais ou elaborados, garante uma motivação mais adequada do ponto de vista pedagógico e uma aprendizagem mais científica e profunda como resultado da acumulação de experiências por via directa e a criação de conceitos particulares, que poderiam ser enquadrados a novas situações docentes mediante generalizações lhes conceitue, quer dizer conhecer na realidade objetos e fenómenos locais, que podem ser posteriormente identificados noutras regiões, territórios longínquos, outros países ou moderados.

Tudo isto garante que os alunos conheçam bem o ambiente que lhes rodeia e não se produza um conhecimento teórico de áreas geográficas longínquas e um desconhecimento total das características e objectos geográficos que se manifestam na realidade circundante.

As amostras e objectos compilados mediante o trabalho docente na localidade, podem servir com um duplo propósito:

1-Para usá-los como meios de ensino nas aulas de Geografia

2-Para organizar o museu da maqueta da localidade na escola.

Permite desenvolver o amor à localidade ou lugar de nascimento, saber valorizar as riquezas locais.

A figura 2 resume os aspectos antes assinalados.

Figura 2. Importância do estudo da localidade

Fonte: Elaboração própria

O estudo da Geografia da localidade, que considera a experiência vivida pelos alunos e a observação e análise de conceitos sistematizados pela Geografia, pode representar um salto de qualidade na formação do sujeito em inteirar no quotidiano escolar.

1.1.5 Particularidades do aluno do Ensino Secundário e o estudo da localidade

A respeito das características do aluno no Ensino Secundário, segundo Altunaga Zerquera, J. (2005:9) expressa que do ponto de vista sócio-afectivo, nesta faixa etária, o aluno organiza-se em função da sua escala de valores. Inicia a sua integração na sociedade, especialmente no que diz respeito à certeza na escolha de uma profissão. Neste período de vida diminuem as oscilações morais e começa a aparecer a maturidade na sua conduta e nas suas relações interpessoais;

A ideia de entrada no mundo do trabalho e as preocupações com os estudos superiores tornam-no cada vez mais sensível aos problemas do mundo;

Do ponto de vista intelectual, o aluno desenvolve as capacidades lógicas e de representação simbólica, tal como são usadas pelos adultos. Aprende a raciocinar sobre um problema, bem como avaliar as várias alternativas possíveis, decidindo entre elas qual é a mais apropriada;

É de notar que o estádio de desenvolvimento depende em grande parte do grau de instrução da pessoa em causa; muitos adultos, segundo Piaget, nunca chegam a fazer raciocínios formais. Nas sociedades em que não existem escolas formais, nenhum dos seus membros é capaz de raciocinar formalmente. Este estádio de operações formais é, afinal de contas, produto da nossa sociedade e não um estádio de desenvolvimento inevitável em toda a Humanidade.

Tratando-se de alunos do Ensino Secundário, o enorme esforço que requer um adequado estudo do meio ambiente e da localidade não pode ficar numa mera contagem e descrição de feitos, mas sim deve conduzir, ao menos, a sua compreensão e interpretação, a sua análise (de elementos, relações e princípios de organização) e a valorização que lhes permita emitir julgamentos de valor em função de evidências internas e de critérios externos. (Ubieto Arteta, A. 2007:16)

Terá que ter em conta que os alunos do ensino médio superaram com acréscimo os estádios «sensomotor», «preoperacional» e do «pensamento concreto» e se afiançaram no «pensamento formal», posto que começa a dar-se aos 12 anos e se consolida entre os 15-17.

Quer dizer, os alunos do Ensino Secundário têm capacidade de combinar elementos, de isolar variáveis, de formular e comprovar hipótese e de interaccionar dois ou mais sistemas. O aluno do Ensino Secundário possui, em geral, a capacidade para entender conceitos históricos, geográficos, demográficos, patrimoniais, etc., de uma maneira integrada e dinâmica, ultrapassando o estádio da compreensão isolada e estática. Um projecto de estudo do meio ambiente para estes alunos não pode ignorar esta realidade se não quiser cair na mera descrição.

É conveniente, portanto, desenhar uma armação lógica de estudo e de trabalho que permita ao aluno tanto uma perfeita interacção entre o já sabido e a nova informação como enlaçar e equilibrar ambas as coisas, e que seja capaz de superar os conflitos cognitivos que tal processo acumulativo supõe, resolvendo as contradições que lhe conduzirão ao benefício de um novo equilíbrio do que voltar a progredir.

Rodríguez Rebustillo M. e Bermúdez Seguera, R. (1995: 63) expõem que no contexto escolar transcorre a maior parte do tempo dos adolescentes, assim o expressa L. I. Bozhovich: "A vida escolar constitui para os adolescentes como uma parte orgânica de sua própria vida...". Sua actuação neste âmbito caracteriza-se pelo estabelecimento dos elos interpessoais concernentes a outros sujeitos que estão relacionados de forma directa ou indirecta com o estudo, como principal actividade. Portanto, no contexto escolar se dão as condições para desenvolver a educação ambiental por via formal, já seja através do modelo interdisciplinar ou multidisciplinar, utilizando as potencialidades que brindam as diferentes disciplinas e o meio natural e social onde está situada a escola.

Da perspectiva anterior o aluno nesta etapa do seu desenvolvimento está em condições de realizar a interpretação, análise e síntese de diferentes aspectos do meio em que vive ou estuda o aluno e potenciar as vantagens que brinda o estudo da localidade.

1.1.6 Politica educacional de Angola sobre o estudo da localidade

Nos documentos oficiais do Sistema de Educação em Angola aparece expressa de forma implícita o posicionamento da política educacional que diz respeito ao estudo da localidade.

Na Lei de Bases do Sistema de Educação. Lei N.º 13 / 01 de 31 de Dezembro no Artigo 3º (Assembleia Nacional da República de Angola. 2001:3) nos Objectivos gerais expõe -se:

a) Desenvolver harmoniosamente as capacidades físicas, intelectuais, morais, cívicas, estéticas e laborais da jovem geração, de maneira contínua e sistemática e elevar o seu nível científico, técnico e tecnológico, a fim de contribuir para o desenvolvimento sócio-económico do País.

b) Formar um indivíduo capaz de compreender os problemas nacionais, regionais e internacionais de forma crítica e construtiva para a sua participação activa na vida social, à luz dos princípios democráticos.

Tal como já se referiu no desenvolvimento deste capítulo, o princípio do estudo da localidade contribui com acréscimo a dar cumprimento aos dois objectivos antes expostos.

Altunaga Zerquera, J. (2005:10) no documento sobre Currículo do 2º Ciclo do Ensino Secundário. Reforma Curricular, ao referir-se ao Perfil de Saída dos Alunos da 12ª Classe, exprime que o perfil de saída dos alunos deste ciclo deve completar determinados pontos entre os quais se encontram:

-Assegurar que os alunos se identifiquem criativamente com a realidade angolana, proporcionando conhecimentos sólidos sobre a sua história, geografia, aspectos sócio-culturais e sócio-demográficos;

-Proporcionar as bases teóricas necessárias para que os alunos se familiarizem com alguns grandes sistemas de interpretação da realidade.

-Assegurar o desenvolvimento de capacidades de observação e de análise crítica.

-Fomentar o desenvolvimento de atitudes e capacidades de relacionamento interpessoal com base num espírito de confiança e cooperação.

Justamente o estudo da localidade constitui uma das vias para obter um perfil de saída dos estudantes que satisfaça as expectativas antes assinaladas, mediante o desenvolvimento de processos de indagação destinados à compreensão e explicação dos processos físico geográficos e sócio-económicos geográficos que têm lugar no contexto escolar e comunitário.

Para complementar os postulados declarados na política educacional de Angola é preciso que o professor tenha domínio dos procedimentos metodológicos a seguir para levar a cabo o estudo da localidade.

1.2 Fundamentos didáctico - metodológicos

Todo o trabalho relacionado com o estudo da localidade deve estar harmonicamente estruturado e cumprir com os seguintes princípios científicos:

a) Enfoque em sistema

b) Objectividade

c) Historicidade

d) Análise multilateral

e) Análise teórico - prático

Significa realizar o estudo de modo coordenado entre componentes físico -geográficos e sócio-económicos geográficos, o que expressa a integração de elementos. A análise evolutiva da transformação ambiental e as consequências futuras. Tudo a partir da vinculação entre conteúdos teóricos tratados nas salas de aula e a confrontação com a realidade mediante a actividade prática.

Para desenvolver o estudo da localidade o professor deve realizar uma análise dos documentos oficiais da disciplina tais como: programa, livro de texto, cadernos de mapas e/ou actividades e as orientações metodológicas da disciplina, então planear cada actividade a realizar.

A figura 3 mostra a concepção didáctico - metodológica geral para o estudo da localidade.

1.2.1 Objectivos do estudo da localidade

Objectivos gerais

Estão destinados a obter competências a longo prazo, o que implica o domínio de um conjunto de conhecimentos, de métodos e de atitudes correspondentes ao estudo sistemático da localidade, durante um curso escolar ou todo um ciclo como ocorre para esta investigação. Estes objectivos são muitas vezes formulados por directivas gerais.

-Familiarizar os estudantes com os métodos e procedimentos para estudar geograficamente a localidade.

-Apreciar as inter-relações constantes entre os componentes geográficos da localidade.

-Reconhecer a unidade e variedade dos componentes geográficos.

-Descobrir as relações causa efeito entre os objectos, fenómenos e processos geográficos.

-Preparar para a acção diária e ser um cidadão responsável, preocupado com a natureza, a sociedade e o meio ambiente de forma geral.

-Reafirmar o amor ao local de nascimento, os arredores da escola e do lar e o seu país

-Contribuir ao amparo do meio ambiente

-Educar na apreciação estética da natureza e a sociedade.

Figura 3.Concepção didáctico - metodológica para o estudo da localidade

Fonte: Modificado a partir do Betancourt Rodríguez, M. e Font Aranda, M. (2000:16)

-Despertar o interesse do ponto de vista estético, pelas paisagens próximas.

Objectivos intermédios específicos

Decompõem-se numa série de operações ou tarefas que implicam vários exercícios que se colocam em diversas sequências ao longo de um ano.

-Determinar a orientação no terreno

-Utilizar a folha topográfica para orientar-se espacialmente

-Observar objectos e fenómenos geográficos

-Interpretar mapas, folhas topográficas e fotografias aéreas

-Usar instrumentos próprios das ciências geográficas

-Elaborar esboço

-Desenhar esquemas

-Explicar as relações causa efeito que existem entre os objectos, fenómenos, e processos geográficos.

A partir destes objectivos intermédios específicos elaboram-se os objectivos específicos operacionais que indicam tarefas precisas para um período de tempo curto e associadas a matérias muito claras.

1.2.2 Conteúdos

Sistema de conhecimentos

O estudo da localidade abrange diversos campos do conhecimento que permitem ao estudante adquirir uma imagem geral do meio que o rodeia, a partir de sustentar com fundamentos sólidos os aspectos relativos a sua caracterização e a explicação das relações causais para conformar uma concepção científica do mundo. A figura 4 mostra como é a abordagem de cada um dos aspectos, exige a consideração de feitos evidentes e dados representativos, de sua análise da perspectiva teórica, assim como dos procedimentos a seguir para sua apropriação.

Figura 4. Sistema de conhecimentos sobre a localidade

Fonte: Modificado pelos autores do IPLAC, 1997

Por razões diversas, no estudo de qualquer meio é difícil abranger sua totalidade, por isso impõem-se tanto o denominado pelo Gartner «principio de selecção exemplar» (que implica a eleição dos temas mais representativos, globalizadores ou que encerram conceitos fundamentais) quanto «princípio de formação elementar» (ou plano progressivo de trabalho). (Ubieto Arteta, A. 2007:17)

Aspectos a considerarem

1-Caracterização físico geográfico da localidade

Situação, extensão, limites

Geologia e relevo

Costas se as possui

Observações do tempo e análise de suas variáveis

Rios, lagoas, lagos

Características dos solos, fauna e flora da área

Principais recursos naturais

2- Caracterização histórica, social e cultural da localidade

Processo de assimilação da localidade pela sociedade

Resenha histórica da localidade e dos mártires ou personalidades nascidos nesta

Análise do desenvolvimento cultural alcançado

Inventário das manifestações culturais da localidade.

3- Caracterização económica geográfica da localidade

Características principais da população e análise de indicadores como densidade, crescimento, taxa de natalidade e mortalidade infantil, população em idade activa e principais actividades que se realizam

Serviços de educação e saúde que se prestam,

Desenvolvimento das principais actividades: agricultura, indústria, comércio, transporte e comunicações

Perspectivas de desenvolvimento

4-Caracterização ambiental da localidade

Transformações ocorridas na situação meio -ambiente da localidade

Situação meio ambiente do património local

Estado actual do meio ambiente da localidade

Principais problemas ambientais da localidade

Habilidades

As habilidades resultam da sistematização das acções que o indivíduo realiza, subordinadas directamente a um objectivo consciente e requer da aplicação das operações do pensamento. Como expõem Lara Díaz, L.M. e outros. (1996:1) constitui a assimilação pelo sujeito dos modos de realização da actividade, que têm como base um conjunto determinado de conhecimentos e hábitos, sustentado por um conjunto de características, qualidades e valores do desenvolvimento da personalidade. Durante o estudo da localidade devem-se utilizar e desenvolver determinadas habilidades. (Tabela 2)

Tabela 2. Sistema de acções para a utilização e desenvolvimento de habilidades durante o estudo da localidade

Habilidades

Sistema de acções

Observar

a)Determinar o objecto de observação

b)Determinar os objectivos da observação

c)Fixar os rasgos e características do objecto observado com relação aos objectivos

Descrever

a)Determinar o objecto a descrever

b)Observar o objecto

c)Elaborar o plano de descrição (ordenamento lógico dos elementos a descrever)

d)Reproduzir os rasgos do objecto seguindo o plano

Comparar

a)Determinar os objectos de comparação

b)Determinar as linhas ou parâmetros de comparação

c)Determinar as diferenças e semelhanças entre os objectos para cada linha de compreensão

d)Elaborar conclusões a respeito de cada linha (Síntese parcial)

e)Elaborar conclusões a respeito de cada objecto de comparação. (síntese parcial)

f)Elaborar conclusões gerais

Caracterizar

a)Analisar o objecto

b)Determinar o essencial do objecto

c)Comparar com outros objectos de sua classe e outras

d)Seleccionar os elementos que o tipificam e distingam de outros objectos

e)Determinar os rasgos essenciais do objecto de estudo que permitem diferenciá-los de outros

Valorizar

a)Caracterizar o objecto de valorização

b)Estabelecer os critérios de valorização (valores)

c)Comparar o objecto com os critérios de valor estabelecidos

d)Elaborar os julgamentos de valor sobre o objecto

Relacionar

a)Analisar de maneira independente os objectos a relacionar

b)Determinar os critérios de relação entre os objectos

c)Determinar os elos de um objecto para outro a partir dos critérios seleccionados (elaborar síntese parcial)

d)Determinar os elos inversos (elaborar síntese parcial)

e)Elaborar as conclusões gerais

Identificar

a)Analisar o objecto

b)Caracterizar o objecto

c)Estabelecer a relação do objecto com um fato, conceito ou lei dos conhecidos

Ilustrar

a)Determinar o conceito, regularidade ou lei que quer ilustrar

b)Seleccionar os elementos factuais (a partir de critérios lógicos e da observação, descrição, relato e outras fontes)

c)Estabelecer as relações de correspondência do factual com o lógico

d )Expor ordenadamente as relações encontradas

Argumentar

a)Interpretar o julgamento de partida

b)Encontrar de outras fontes os julgamentos que corroboram o julgamento inicial

c)Seleccionar as regras lógicas que sirvam de base ao raciocínio

Criticar

a)Caracterizar o objecto a criticar

b)Valorizar o objecto a criticar

c)Argumentar os julgamentos de valor elaborados

d)Refutar as teses de partida do objecto de crítica com os argumentos

Explicar

a)Interpretar o objecto de informação

b)Argumentar os julgamentos de partida

c)Estabelecer as inter-relações dos argumentos

d)Ordenar logicamente as inter-relações encontradas

e)Expor ordenadamente os julgamentos e raciocínios

é a função fundamental da investigação científica, que consiste em descobrir a essência do objecto de estudo.

Trabalhar com objectos naturais

a)Observar o estado em que se encontra o objecto natural e percebê-lo como um todo

b)Analisar suas propriedades externas

c)Desenvolver experimentar a análise de suas propriedades internas no caso que o requeira

d)Observar os resultados experimentais nesses casos

e)Comparar as propriedades do objecto

f)Generalizar conhecimentos

g)Exemplificar lugares onde se observam, e sua utilização pelo homem

Trabalhar com objectos socio-económicos

a)Localizar-se territorialmente o objecto

b)Analisar as particularidades do objecto socio-económico através da observação directa e aplicar instrumentos para obtenção de informação

c)Estabelecer a relação natureza - sociedade (influência dos factores da localização e suas consequências)

d)Generalizar os conhecimentos. Atracar conclusões

e)Exemplificar em outros lugares onde se observa o objecto socio-económico

Trabalhar com o mapa

 

a)Seleccionar correctamente os mapas

b)Orientar o mapa segundo os pontos cardeais

c)Nomear os objectos e fenómenos a localizar

d) Reconhecer a orientação do objecto ou fenómeno no mapa de acordo aos pontos cardeais

e) Determinar as coordenadas e a situação matemática de objectos e fenómenos a localizar

f) Compreender a escala do mapa.

g)Determinar os métodos de representação dos bens e fenómenos mediante a legenda do mapa e leitura de signos convencionais do mapa

h) Dirigir a caracterização e estabelecimento das relações entre bens e fenómenos representados no mapa

i) Realizar a caracterização complexa e estabelecimento de relações entre bens e fenómenos através da superposição de mapas

j)Localizar no mapa de contornos estes fenómenos já seja pontuais lineares e areais

Esboçar mapas, planos, esboço e perfis

 

a)Localizar o objecto a modelar

b)Identificar os rasgos essenciais do objecto a modelar

c)Seleccionar a forma de modelação ou esboço (símbolos, palavras, figuras)

d)Realizar o modelo ou esboço

Interpretar mapas, gráficos e perfis

a)Localizar o objecto ou fenómeno a interpretar em mapas ou perfis

b)Esboçar ou modelar como linguagem externa ou interna

c)Desintegrar o objecto ou fenómeno em seus componentes e as enumerar

d)Determinar os elos e relações essenciais entre as partes e o tudo

e)Atribuir significado ao objecto ou fenómeno dentro do contexto a interpretar

Trabalhar com materiais estatísticos

Trabalho com materiais isolados

a)Ler o dado

b)Localizar o fenómeno ao que corresponde

c)Compará-lo com pontos de referências conhecidos

Aproximar o dado para sua mais fácil memorização

Trabalho com materiais estatísticos agrupados

a)Observar o fenómeno representado

b)Analisar a composição do material estatístico

c)Ler os índices numéricos representados

d)Estabelecer comparações

e)Determinar tendências no material estatístico

f)Explicar causas e consequências das variações

Fonte: Elaboração própria a partir de IPLAC (1997:37) y Recio Molina, P.P. (2002:4-8)

Como se pode observar na tabela anterior, as habilidades demonstradas elevam o nível de complexidade na medida em que incorporam outras habilidades, de modo que sua utilização e desenvolvimento durante o estudo da localidade dependem do nível de ensino e a classe em questão. No Nível Secundário o aluno possui as condições psicológicas e fisiológicas apropriadas para assimilar as habilidades mais complexas, entretanto nem sempre existem antecedentes do tratamento deste princípio do ensino da Geografia, o qual pode ser um obstáculo a correcta execução das acções e então precisa-se do emprego e desenvolvimento de habilidades mais simples.

Normas de relação com o mundo natural e social circundante

Este componente do conteúdo de ensino possui um marcado carácter educativo e não é isolado o conhecimento de ditas normas e muito mais, está materializada no grau de convencimento da necessidade de ajustar-se ás mesmas normas e com o nível de afectividade com que se sente ligado o aluno. Durante o estudo da localidade a informação adquirida deve provocar nos alunos uma carga emocional, para que se produza o convencimento da veracidade dos conhecimentos que possui, então os modos de execução da actividade terão um significado emotivo. No meio em que vive e se localiza a escola, podem existir condições óptimas para estimular o respeito, a admiração e a identidade pelos diferentes aspectos naturais, históricos, sociais, culturais, económicos mais próximos ao aluno.

Experiências da actividade criadora na solução de problemas na localidade

Durante o desenvolvimento de actividades instrutivas e educativas na localidade, os alunos devem actuar de maneira independente na solução de tarefas novas e problemas. Assim, o rasgo mais importante da actividade criadora neste contexto é a transferência independente dos conhecimentos e das habilidades a uma situação nova. Outro rasgo das experiências da actividade criadora que se pode estimular através de estudo é o reconhecimento de novos problemas em situações conhecidas como o constitui o âmbito geográfico onde vive ou estuda o aluno, além da estruturação e aplicação de novos métodos de solução, e não a simples combinação dos já conhecidos. A actividade criadora consiste num sistema de procedimentos criados pelo mesmo sujeito motivado.

1.2.3 Métodos e Meios

As múltiplas fontes que se podem utilizar são: literatura não docente, mapas, materiais estatísticos, meios audiovisuais (filmes, fotografias, aparelho de som, etc.), observações à realidade, pesquisa, entrevistas e outras. Todas elas permitem uma profundidade nos conhecimentos geográficos e na sistematização de hábitos e habilidades próprias da investigação de forma geral e da Geografia em particular.

A literatura não docente refere-se à literatura científico popular, relatos, descrições de cronistas, viajantes, actas, as novelas históricas ou descritivas de aventuras, etc.

O mapa é o documento essencial do trabalho geográfico, também para o estudo da localidade, porque mostram as relações causais, assim como a interpretação e a leitura de questões não explícitas, mas que se podem extrair deles. Os mapas históricos mostram acontecimentos ocorridos, os mapas físico - geográficos oferecem elementos sobre o relevo, a hidrografia, etc. Os mapas socio-económicos oferecem as transformações realizadas pelos homens, as características da população, a agricultura, a mineração, etc. Os mapas ambientais e de paisagens reflectem a síntese de componentes naturais e sócio-económicos. As cartas topográficas são fontes valiosa informação para análise do terreno.

Os materiais estatísticos estão representados por censos, tabelas, gráficas, diagramas, que facilitam a análise e ilustram a informação fazendo-a mais acessível.

Os meios audiovisuais são cópias da realidade objectiva e permitem realizar comparações espaciais e históricas, assim como constatar com a observação directa.

A observação da realidade é imprescindível para o estudo da localidade, e deve ser o principal método empregue para este fim. A observação exige ser dirigida e como tal, mais complexa com o decurso das classes.

Pesquisas e entrevistas permitem obter dados primários sobre as diferentes questões para tirar conclusões e regularidades. Em particular a entrevista às pessoas mais destacadas e antigos da localidade contribui com numerosos dados interessantes sobre a história, tradições, costumes, e outras.

As actividades práticas principais são: observações directas, traçado de esquemas e de perfis complexos, planeamento de excursões, organização do museu da localidade, etc.

O professor e os alunos podem realizar actividades docentes e extra-docentes vinculadas ao museu da localidade, através da recompilação de informações da história local ou dados sobre a natureza do lugar, assim como o desenvolvimento e as transformações sociais ocorridas.

1.2.4 Avaliação

O processo de avaliação tem que realizar-se durante todo o estudo da localidade e deve cumprir suas duas funções principais:

1-Consertar a ajuda pedagógica às características dos alunos.

2-Determinar o grau em que se conseguiram as intenções docente -educativas.

É necessário incentivar a avaliação qualitativa através de indicadores que meçam a conduta esperada em cada uma das acções que se realizem: Assistência e pontualidade às actividades, cumprimento e efectividade das tarefas, participação, atitudes anti-sociais, destreza no manejo dos conhecimentos, qualidade da expressão oral e escrita, domínio das habilidades, atitudes e conceitos geográficos.

Precisa-se estimular a auto avaliação e sua importância para que o aluno seja capaz de valorizar como aprende e rectifica as deficiências.

Os resultados do estudo da localidade devem ser expressos num relatório escrito que contenha:

-Título: Deve ser curto e representativo do que se estuda.

-Dados gerais: Nome da escola e grupo, nome e sobrenomes dos integrantes da equipe.

-Introdução: Colocação do tema - problema que se aborda e uma resenha de sua evolução e importância.

-Desenvolvimento: expõe-se todo o investigado e os pontos de vista que têm os alunos, mostram-se os resultados referidos ao trabalho com fontes bibliográficas, dados estatísticos, entrevistas, pesquisa, etc.

-Conclusões: Expressa a síntese dos resultados obtidos.

-Bibliografia: ordena-se alfabeticamente, tendo em conta o primeiro sobrenome do autor e a seguir se coloca a letra do nome, depois a data de publicação, o título do livro, a editora, e o país onde foi elaborado.

As próprias características do estudo da localidade contribuem para formação de valores nos estudantes. Planear e aplicar um processo de avaliação contínua, constituem elementos chave, vinculados aos princípios objectividade e carácter de sistema.

Sugerem-se algumas variantes de avaliação e instrumentos que podem ser utilizados pelos professores nas valorizações de julgamento em relação a aptidão dos estudantes durante o estudo da localidade são as seguintes:

Observação directa.

Observações em situações simuladas

Teste de reacção ante uma situação

Auto - informe

Critérios de pessoal alheio à actividade

Heteroavaliação e coavaliação

Entrevista em grupo

Análise de situações grupais

Trabalhos práticos

Defesa de argumentos orais

Coincidindo com os critérios do Hernández Herrera, P. A. e Recio Molina, P. P. (2003:194) a medida que os docentes compreendem que terá que avaliar não só conhecimentos, mas também atitudes e as qualidades, começarão a diversificar as variantes de avaliação. Em todos os casos é oportuno apontar que estas devem responder às seguintes exigências:

-Ser válida e confiável

-Cumprir as funções da avaliação

-Ser uma ajuda para a aprendizagem

-Ajustar-se ao tipo de conteúdo que se precisa avaliar

-Ser viável e aplicável nas condições dadas e o tempo disponível

-Ser diferenciada

A avaliação do estudo da localidade pelos estudantes exige valorizar as diferentes arestas: cognitivo, afectivo, volitivo e de procedimentos. Implica considerar o grau de motivação que eles tenham, a qualidade das respostas e perguntas que realizam, os critérios valorativos que expressam, a posição que a adoptam ante diferentes situações, a espontaneidade na participação e solução dos problemas detectados, a criatividade manifesta na solução ou minimização destes, a participação em concursos, a qualidade dos trabalhos práticos que realizam, entre outros.

Em tal sentido durante as distintas etapas de desenvolvimento deste processo se pode avaliar uma variedade de actividades. (Tabela 3)

Tabela 3. Exemplo de actividades a avaliar durante o estudo da localidade

Etapas

Actividades avaliativas

Organização

-Interesse mostrado

-Perguntas que realizem

-Busca de planos ou mapas, entre outras

-Busca de informação

-Contribuição de ideias

Desenvolvimento

-Realizar actividades para cumprir os objectivos planeados

-Solução a problemas de índole organizativos ou científicos

-Trabalho independente na solução das tarefas

-Respostas correctas a situações problemáticas para ele ou seus companheiros

-Preocupação pelo grupo

Conclusões

-Elaboração de desenhos

-Elaboração de planos

-Apresentação de trabalhos

-Montagem de colecções

-Resolução de questionários

Fonte: Hernández Herrera, P. A. e Recio Molina, P. P. (2003:190)

1.2.5 Formas de organização

O estudo da localidade realiza-se através de diferentes forma de organização deste processo, tais como: excursões (à natureza, ou ao campo, museus, zoológicos, aquários, jardins botânicos, estações meteorológicas, outras instalações), visitas dirigidas (centro de produção agrícola, industrial, de serviços e outras instalações similares), caminhadas docentes, exposição de materiais no perímetro da localidade, círculos de interesse. As três primeiras estão vinculadas de uma forma ou outra à excursão geográfica propriamente dita, pois as visitas dirigidas e as caminhadas docentes constituem variantes desta, enquanto o área ou museu da localidade acolhe os resultados evidentes de todas as formas de organização antes assinaladas e converte-se num importante conglomerado de meios de ensino.

A excursão geográfica possui três partes fundamentais: preparação, desenvolvimento ou execução e conclusão ou culminação.

O círculo de interesse é uma forma de organização extra docente, nele participam sozinhos os estudantes que o desejem e pode estar constituído por membros de distintas classes, mas ajustando as tarefas de acordo com suas possibilidades. O círculo de interesse pode-se orientar para o estudo analítico do território de uma cidade, uma granja agrícola, um município, determinados componentes da localidade, etc. Exige da elaboração de um programa e deve realizar-se com uma frequência sistemática durante o semestre ou o curso.

As caminhadas docentes diferenciam-se da excursão, por sua duração, não requerem preparativos especiais e o método fundamental é a observação. A partir de um guia dos objectivos precisos das actividades e de uma marcha, rota, ou itinerário bem esboçado, os alunos anotam o observado e posteriormente esclarecem e discutem sobre as características reais do objecto ou fenómeno descrito por eles.

Embora as pesquisas e entrevistas são métodos de investigação, alguns autores como Acevedo González, M. e outros. (1985:88), Consideram estas como formas de organização do estudo da localidade porque seu planeamento, organização e aplicação permite a obtenção de dados primários relacionados com a população, a história, os costumes e tradições, entre outras.

Entre as formas de organização do estudo da localidade encontra-se a criação de um espaço ou museu da localidade. Este é um lugar excepcional para exibir os materiais que se compilam, entre eles encontram-se: espécies de animais ou plantas, amostras de rochas e minerais, produtos elaborados, mapas, fotografias, esquemas, etc. Para criar o museu é necessário um processo de planeamento e preparação que responda aos princípios metodológicos e museológicos. O museu da localidade é uma fonte para educar aos alunos na apreciação estética, a ordem e a harmonia de um correcto planeamento de quantos elementos compõem o museu.

Conclusões Parciais

O estudo da localidade é um importante princípio do processo de ensino e aprendizagem da Geografia que permite aos estudantes ampliar o campo de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes, etc. em relação ao o lugar onde está localizada a escola e onde habitam, assim despertar neles o amor para sua localidade como parte de sua pátria.

Para incorporar o princípio de estudo da localidade no processo docente educativo de forma geral e em particular durante o ensino e aprendizagem da geografia, é necessário o domínio profundo dos documentos do grau pelo professor, também o que abordar em cada um dos componentes do processo, de modo que envolva de forma activa o aluno em cada uma das etapas de planeamento, execução e conclusão das actividades previstas.

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AUTORES

PhD. Mabel Font Aranda

mabelfont[arroba]yahoo.es

Universidade de Matanzas. Cuba.

Lic. Eurico Weyile

Lic. Marcos Leitão da Conceição Almeida

Lic. Ricardo Agostinho Fernando Catumbela

Universidade Agostinho Neto. Centro Universitário De Benguela. Instituto Superior De Ciências De Educação. Departamento De Ciências Da Natureza



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