Falhas de mercado: uma mudança de paradígma pós-crise econômica de 1929 (base para intervenção pública e regulação)



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. O paradigma clássico, o keynesianismo, a teoria da regulação e da instabilidade fianceira
  4. As falhas do mercado
  5. Conclusão
  6. Referência

RESUMO

As crises financeiras são os sintomas mais visíveis das crises econômicas do sistema de produção capitalista. Sua manifestação denuncia, via de regra, a existência de anomalias e contradições do processo produtivo, bem como uma fragilização da estrutura do sistema que rege o mercado onde ocorre essa dinâmica. Contudo não existe consenso na forma de condução dessas anomalias por parte dos pensadores de cada escola que formam o pensamento econômico. Entretanto, buscamos com esse trabalho os elementos teóricos das principais correntes de pensamento econômico que, de uma forma ou de outra, contribuíram para interpretarem e apresentarem soluções aos problemas de contradições do complexo sistema capitalista. Confrontamos a teoria ortodoxa e seu livre mercado, com o intervencionismo Keynesiano. Mostramos outros autores que buscaram em uma ou outra escola os fundamentos teóricos para o desenvolvimento de suas próprias teorias. Desses autores, dois tiveram uma ênfase maior nesse trabalho por abordarem o tema das crises financeiras: Michel Aglietta precursor da Escola Francesa da Regulação (EFR) - de tendência Marxista; e Hyman Minsky fundador da teoria da instabilidade financeira - com visão pós-Keynesiana. O objetivo central desse trabalho era a investigação acerca da mudança do paradigma clássico para o keynesiano após a crise de 1929, bem como compreender se um dos modelos responderia melhor as metamorfoses que o sistema capitalista estava passando. Ao final da analise chega-se a conclusão de que os dois modelos têm sua importância na interpretação do sistema. Contudo, as ferramentas de neutralização das crises proposta pelo modelo keynesiano responde melhor, tendo em vista que o modelo clássico não aceita as falhas do mercado, e não aceitando-as não dispõem de ferramentas adequadas para sua neutralização. Posto isto concluí-se que as falhas do mercado existem e somente o modelo keynesiano é capaz de mitigá-las. No entanto a intervenção pregada por Keynes é somente em momentos de crise extrema, onde o mercado não consegue sair sozinho do atoleiro. Em situação normal o mercado deve ser o mais livre possível, mesmo que uma liberdade assistida.

INTRODUÇAO

Em 1929 tem-se uma das mais terríveis crises econômicas da história do capitalismo. Os abalos dessa crise tiveram tal intensidade que se arrastou por muitos anos, fazendo com que inúmeros economistas se debruçassem sobre as mais diversas teorias objetivando a busca de explicações para o fenômeno.

Neste período se cultivava a teoria econômica clássica. Tal teoria afirmava que o mercado se auto-regulava. Muito difundida através dos trabalhos do ícone econômico desse pensamento – Adam Smith – e sua famosa mão invisível.

Entre os economistas já se convencionou dividir o desempenho do sistema capitalista em três fases distintas: A primeira – que vai do inicio do século até os anos trinta, com a grande depressão; segundo - a época chamada de era dourada, que se inicia nos anos cinqüenta e se estende até a primeira crise do petróleo (1973); e a terceira - que se inicia pós 1973.

Como o propósito desse trabalho é saber a relação da crise com a regulação do sistema econômico pelo Estado, nos ateremos às duas primeiras partes da divisão. Iniciaremos essa discussão a partir do entendimento do pensamento econômico e como se desenvolveu essa ciência.

O pensamento econômico foi se formando ao longo dos séculos. Durante esse período os pensadores e teóricos se debruçaram sobre os inúmeros problemas econômicos por qual a humanidade passou, buscando entende-las para posteriormente proporem soluções.

A história do pensamento econômico nos remete a antiguidade. Como exemplos temos que segundo Aristóteles, na Grécia antiga a palavra o economicus significava gerenciamento das questões domésticas, pensamento que até os dias de hoje fazem com que muitos confundem o verdadeiro papel dos economistas, achando que tal atividade está atrelada a economia doméstica, ou mesmo economia de valores, o popular sovina.

A história do pensamento econômico pode ser distinguida em artes naturais e não naturais de aquisição, conforme distinção de Aristóteles (384-322 a.C). Sobre a aquisição natural incluíam-se atividades que produzem bens para as necessidades básicas da vida, tais como: agricultura, pesca e caça. Já a aquisição não natural envolve a produção de bens além das necessidades, aquilo que Marx chama de mais valia, ao qual Aristóteles desaprovava.

Para termos uma idéia de como o assunto econômico permeou a mente de diferentes pensadores, temos até na bíblia sagrada varias citações sobre economia. Uma das passagens mais clássica se refere ao fato de que o clero não concordava com o empréstimo e sua cobrança de juros. E tinha em Tomas de Aquino seu maior opositor, ao qual pregava a idéia de preço justo[1]


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