Página anterior Voltar ao início do trabalhoPágina seguinte 


Geomorfologia (página 2)


O relevo inicial de uma região se deve a sua estrutura, isto é, a forma na qual estão dispostas as rochas da litosfera, como consequência da acção das forças diastróficas.

A estrutura de uma região pode ser horizontal, quando a formam rochas pouco perturbadas ou pode estar constituída por dobras, falhas, intrusões ígneas e outros fenómenos de origem interna. Podemos dizer, pois, que a estrutura de uma região é o produto das forças que actuam desde o interior do nosso planeta.

Sobre esta estrutura original têm actuado incessantemente os agentes de modelação, o vento, a água, as mudanças de temperatura, as ondas e glaciares, que tendem a destruir as diferenças da superfície da litosfera.

O relevo de uma região é, pois, o resultado da acção combinada destas forças: endógenas (internas) e exógenas (externas) as quais se mantêm activas, desde que começou a formar-se a crusta terrestre; as primeiras constituindo a estrutura e as segundas, modificando-as e dando lugar ao relevo (I. C. del Livro. 1976, p. 181).

II. 2. As formas de relevo mais comuns

O relevo não se caracteriza apenas pela sua altitude mas também pelo seu aspecto. Ao longo de milénios a superfície da Terra foi-se alterando, dando origem a diferentes formas de relevo (VERQUERA e CHOVA. 2006).

N.º

Designação

Formas como se apresentam

01

Montanhas

As montanhas são as formas de relevo de maior elevação e que apresentam grandes desníveis, vales profundos e cumes muito altos e altitudes, geralmente, superiores a 1000 metros. Os cumes podem terminar em forma de pico ou arredondados, consoante se tratem de montanhas mais recentes ou mais antigas, respectivamente. As ladeiras (encostas) oscilam entre moderadas e abruptas e se unem formando divisórias estreitas, lâminas e picos. Não existe um critério único para dar a uma elevação categoria de montanha, mas se costuma a considerar montanha uma altura que se eleva a mais de 1000 metros sobre o nível do mar. Nas áreas montanhosas, a paisagem se caracteriza por violentas mudanças do relevo.

02

Colinas ou Lombas

As colinas ou lombas são elevações de baixa altitude, de formas arredondadas e fraco declive – vertentes com inclinação pouco acentuada. As colinas, apresentam com características iguais as das montanhas, mas as diferenças de nível é menos violento. Nas regiões de colinas, tal como ocorre nas montanhas, o relevo quebrado predomina sobre o plano, mas as formas são mais pequenas e redondas. Não há um critério único para distinguir as colinas das montanhas. A altura sobre o nível do mar das colinas é menor que da montanha.

03

Planaltos ou Mesetas

Os planaltos ou mesetas são formas de relevo aplanadas e com altitudes superiores a 200 metros, são antigas montanhas que, ao longo dos tempos, foram desgastadas pela erosão. Isto é, o relevo é plano ou quase plano (embora não necessariamente horizontal) e elevado em forma tal que pelo menos um dos seus lados se eleva abruptamente sobre a região imediata. Nas mesetas predomina o relevo plano sobre o quebrado, mas é possível encontrar nelas "canhões", ou seja, vales estreitos e profundos que originam grandes desníveis no relevo. As mesetas são também chamadas altiplanícies ou altiplanos, isto é, planícies elevadas.

04

Planícies

As planícies são formas de relevo aplanadas e com altitudes inferior a 200 metros. Umas resultaram da acção dos agentes erosivos, que aplanaram os relevos antigos, outras formaram-se pela deposição de sedimentos transportados pelos grandes rios. Estas chamam-se planícies aluviais. As planícies possuem um relevo quase horizontal, com apenas ligeiras irregularidades. Quase todas as planícies se encontram a pouca altura sobre o nível do mar. Existem planícies aluviais criadas pelos depósitos dos rios; outras são fundos de antigos mares ou lagoas e outras, são peniplanícies, produzidas pela erosão.

05

Vales

Os vales são depressões alongadas e estreitas, situadas entre montanhas, normalmente resultantes da acção de um rio ou de um glaciar.

II. 3. Forças que intervêm na formação do relevo

O relevo terrestre é o resultado da acção combinada das forças endógenas e exógenas que actuam sobre a crusta terrestre.

As mudanças que se produzem no relevo se devem em grande medida aos processos originados pelas forças internas da Terra, que se denominam forças endógenas (C. Autores Cubanos. 1976, p. 328).

.Entre as forças endógenas da Terra estão o tectonismo, o vulcanismo e também a sismicidade que os completa.

O tectonismo, inclui os movimentos lentos de ascensão e descensão da crusta terrestre, as perturbações as vezes violentas e as mudanças na estratificação das rochas. Ao vulcanismo correspondem as intrusões do magma no interior, assim como a explosão ao exterior da superfície terrestre, de materiais em estado incandescente (C. Autores Cubanos. 1976, p. 329).

.O termo vulcanismo abarca os processos associados a manifestação da energia no interior da Terra, bem seja da actividade do magma sobre a superfície terrestre ou no interior desta.

Logicamente os processos magmáticos (vulcanismo) estão relacionados directamente com as temperaturas e as pressões existentes no interior da Terra (C. Autores Cubanos. 1976, p. 335).

A temperatura aumenta com a profundidade. Se estima que a 100 km de profundidade a temperatura deve exceder os 1000 ºC chegando inclusive a 1500 ºC, valor aproximado para que as rochas se fundam a essa distância da superfície e pela pressão existente.

Próximo da superfície terrestre, ao não se registar temperaturas tão elevadas, as condições são diferentes, mas podem surgir focos magmáticos, a uns 50 km.

O vulcanismo se manifesta principalmente nas porções da crusta terrestre, que coincidem com o tectonismo actual.

Pelo carácter do movimento do magma e o grau da sua penetração na crusta terrestre, se distinguem 2 (dois) tipos de vulcanismo: o intrusivo, quando o magma ascende desde os focos profundos, penetra na crusta terrestre e se solidifica no seu interior, sem alcançar a superfície, e o extrusivo, que ocorre quando o magma brota ao exterior da superfície terrestre e se derrama (C. Autores Cubanos. 1976, p. 336).

A sismicidade é o processo de estremecimento da superfície terrestre da Terra, originado por causas naturais (C. Autores Cubanos. 1976, p. 340).

No decorrer de um ano se produzem no nosso planeta mais de 80.000 sismos e que apesar de nem todos são percebidos pelo homem, existem instrumentos capazes de detecta-los. Assim, pois, os terramotos são fenómenos bastantes frequentes.

Os sismos se encontram associados com a actividade tectónica actual, porque estes movimentos são os causadores dos terramotos na nossa época.

Por outro lado, o relevo muda, também, pela acção da água, do vento, etc. Estas mudanças na superfície se devem a causas externas, o seja, a forças exógenas.

A acção principal das forças exógenas ou da dinâmica externa, está determinada, fundamentalmente, pelo calor solar que origina a acção dos agentes atmosféricos. Temperatura, chuva, ventos e consequentemente, de rios, águas subterrâneas, glaciares, mares, etc., que actuam no modelado terrestre.

A maioria dos agentes de modelação, também chamados morfogenéticos, (chuvas, ventos, rios, etc.), produzem desagregação das rochas da superfície terrestre, outras transportam os materiais desagregados e os depositam em lugares mais ou menos afastados do lugar de origem, dando origem as formas especificas e complementares de relevo (C. Autores Cubanos. 1976, p. 348).

Assim por exemplo, resultam da acção pluvial os canais chamados valas. E também as chamadas terras más, ou bad lands em terrenos impermeáveis, desprovidos de vegetação ou quando as vertentes são bastante inclinadas e a precipitações são violentas. Nestes casos a erosão é acelerada – denominada assim pela rapidez com que actua, provoca (C. Autores Cubanos. 1976, p. 352).

A acção do vento se manifesta pelos processos de deflação, corrosão, transporte e acumulação origina as dunas (C. Autores Cubanos. 1976, p. 353).

A acção fluvial, manifesta sobretudo através dos rios, formam durante a erosão produzida pelo curso de um rio, vales, que de acordo a sua morfologia e a estrutura, podem ser: (i) desfiladeiros, com paredes verticais e profundamente cortados; (ii) canhões, com de pendentes escarpadas sobre a rocha mãe, e (iii) assimétricos, com diferentes valores angulares nas vertentes e em caixas onde o leito ocupa parte do vale e é próprio de zonas baixas (C. Autores Cubanos. 1976, p. 356).

Simultaneamente à erosão e ao transporte do material detrítico, tem lugar a deposição. Todos os rios transportam material e os depositam.

Os sedimentos transportados e acumulados pelos rios se denominam aluviões ou depósitos aluviais.

Existem 3 (três) formas fundamentais de relevo originadas pela sedimentação: as planícies aluviais, os deltas, e os cones de dejecção (C. Autores Cubanos. 1976, p. 358).

Da acção das águas subterrâneas são referenciados os fenómenos cársicos os quais determinam interessantes paisagens (C. Autores Cubanos. 1976, p. 360).

Os glaciares realizam uma acção importante desde o ponto de vista morfogenético, pois sua actividade erosiva transforma o relevo, a medida que transporta grande quantidade de material detrítico que acumula posteriormente (C. Autores Cubanos. 1976, p. 363).

Estas massas de gelo se movem lentamente desde as zonas mais elevadas para as mais baixas.

A forma mais interessante da erosão glacial é o circo. Com este termo se designa uma bacia de forma quase circular, delimitada por vertentes abruptas, ocupada ou não pelos gelos.

Por outro lado, os glaciares alargam e aprofundam gradualmente os vales, originando vales glaciares em forma de U.

As paisagens glaciares não se devem apenas a erosão. No seu constante movimento os glaciares transportam desde partículas pequenas até fragmentos volumosos. Todo esse material rochoso que o glaciar deposita mais tarde se denomina morenas ou moreias. Os detritos rochosos que se acumulam na superfície do glaciar se denominam morenas superficiais. Estas de acordo ao lugar que ocupam, podem ser laterais ou centrais.

Os oceanos e os mares, que ocupam a maior para da superfície do nosso planeta e se mantêm em constante movimento, submetem as terras emersas a uma acção contínua de desgaste e transportam e depositam os sedimentos para fundos superficiais (C. Autores Cubanos. 1976, p. 366).

Esta acção marinha se manifesta principalmente na linha de costa, que é o contacto entre as terras emersas e o mar.

Desta acção podem resultar interessantes formas de relevo como as falésias, os cordões litorais, são as maiores formas acumulativas as quais têm pendentes muito abruptas, os tômbolos, as dunas costeiras, os deltas e os estuários.

Conclusões

A geomorfologia é a ciência que estuda o relevo desde as causas que o originam.

O relevo constitui-se num complexo conjunto de formas da superfície terrestre cuja origem resulta da combinação e interacção de processos internos, responsáveis pela estrutura do relevo e processos externos, responsáveis pela modificação do referido relevo.

São inúmeras as formas de relevo, cuja distribuição pelo planeta, depende dos factores, das características de manifestação destes factores, da sua localização e também da existência de condições favoráveis a formação e/ou modificação do relevo.

Referências bibliograficas

N.º

Bibliografia

01

COLECTIVO DE AUTORES. Geografia Física. Décimo grado. Ministerio de Educación. Editorial Pueblo y Educación, 1976. La Habana - Cuba

02

VERQUERA, Julián; CHOVA. Jorgina. Geografia Física. II Ciclo do Ensino Secundário. Ministério da Educação de Angola. Reforma Educativa

03

INSTITUTO CUBANO DEL LIBRO. Geografia Física. Editorial Pueblo y Educación, 1976. La Habana - Cuba

 

Autor:

Anabela Jamba Epandi Tunga

anabelatunga[arroba]yahoo.com.br

O Docente: Alfredo Penãs.

Monografias.com

SECRETARIA DE ESTADO PARA O ENSINO SUPERIOR

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

ISCED-HUÍLA.

REPARTIÇÃO DE PEDAGOGIA

TRABALHO INDIVIDUAL.

CURSO: PEDAGOGÍA

CADEIRA: Tecnologias de informação e comunicação.

4º Ano: Período Pós – Laboral

Lubango, Junho de 2012.



 Página anterior Voltar ao início do trabalhoPágina seguinte 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.