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História da pedagogia e educação (página 2)


A história da educação responde a várias necessidades· :

«Permite em primeiro lugar tornar mais inteligível a pedagogia atual pelo conhecimento do passado. Descobrimos, graças a ela, as origens frequentemente longínquas das nossas tradições educativas. Por exemplo, o sistema do mandar inato da antiga China; a arte de interrogar o aluno de que a maiêutica de Sócrates célebre modelo; a escola organizada como estabelecimento fechado, já nas escolas de escribas da Antiguidade e sobretudo nas escolas monásticas da Idade Média; a prática generalizada dos trabalhos escritos dos alunos a partir da pedagogia dos jesuítas; o ensino mútuo assegurado por monitores, tal como existia em particular na Índia e como Charles Bell espalhou primeiramente em Inglaterra no início do século passado, etc.

Esta herança do passado pesa por vezes ainda fortemente sobre a prática educativa, nos países de velha civilização.» A história da educação permite-nos então compreender a evolução, os processos de mudança, as etapas, as acelerações, os afrouxamentos, e permite-nos fazer um balanço mais claro e sobretudo mais inteligível da situação da educação atual. Dá-nos também, pelas comparações que vai permitir, elementos de reflexão e de compreensão

indispensáveis à cultura geral do educador.

A história da educação abrange vários ramos que, evidentemente, se completam, mas que nem todos atingiram o mesmo nível de desenvolvimento. Há em primeiro lugar a história do pensamento pedagógico, das ideias em educação, das concepções gerais. É muitas vezes preciso distingui-la daquilo a que chamamos a história dos factos e das instituições de educação. René Hubert fazia já notar que «as doutrinas não estão necessariamente soldadas aos factos, dado que tendem sempre para os transformar»; e M. Debesse acrescenta: «Elas representam uma potência de invenção do género humano ao mesmo tempo que um fermento de transformação». Ê claro que a tese da educação que se encontra na República de Platão não é a da educação ateniense da época e, mais perto de nós, a teoria contida no Émile de Rousseau não corresponde à prática da educação no século XVIII. Não é menos verdade que esta história das ideias pedagógicas (inseparável a nosso ver da história geral das ideias) tem um grande interesse para melhor compreender, nem que fosse pela visão em negativo da realidade que elas muitas vezes representam, a educação real de uma época.

Uma segunda orientação é, efetivamente, a história dos métodos e das técnicas pedagógicas. Não se pode dizer que este seja o aspecto mais desenvolvido da história da educação. Seria, porém muito importante poder analisar a evolução dos materiais pedagógicos, por exemplo, em função da evolução pedagógica, técnica, social, filosófica. A história dos livros de leitura é característica a este respeito. A influência do racionalismo cartesiano traduz-se pelo método silábico de aprendizagem da leitura codificada no século XVII por Ch. Demia; no século XVIII, sob a dupla influência da filosofia sensualista e dos progressos técnicos da impressão, surgem as «ilustrações»; os textos e as apresentações modificam-se em seguida sob a influência das teorias modernas da filosofia psicológica e, mais particularmente, sob a influência da Teoria da

Forma... Tais análises históricas permitiriam distinguir as coerências e as incoerências da prática da educação, o sentido exato a atribuir a esta ou àquela prática, melhor compreender pelo conhecimento das raízes históricas, a ação pedagógica atual.

Pode também assinalar-se a terceira orientação: a da história das instituições

pedagógicas. É razoável pensar que em cada etapa da história de uma sociedade o estabelecimento desta ou daquela instituição ou a modificação das que existem respondia a uma necessidade. O esclarecimento destas necessidades de mudança permite compreender a significação exata desta ou daquela parte do sistema. É pois útil conhecer estes factos para, no decorrer de uma análise atual das situações, distinguir o que pertence ao passado, o que pode ser abandonado como já não possuindo a sua razão de ser, o que deve ser conservado se a função continua a existir.

A história não é portanto um simples olhar deitado sobre o passado; pode ser uma das ferramentas poderosas da compreensão do presente e pertence deste modo de direito à família das ciências da educação.

ATIVIDADE DE CONTROLE DA APRENDIZAGEM

  • 1. Aprecie criticamente a pergunta "A Pedagogia é uma ciência ou uma arte".

CABANAS, José María Quintana, "Pedagogía, Ciencia de la Educación y Ciencias dela Educación", in AAvv, Estudios sobre Epistemología y Pedagogía, Salamanca, Ed.Anaya, 1983, pp. 75-107.

CARVALHO, Adalberto Dias de, Epistemologia da Ciências da Educação, Porto, Afrontamento, 1988, pp. 69-97.

CARRASCO, Joaquín García, As Ciências da Educação, Pedagogos para quê?, Porto,Brasília Editora, 1987, pp. 80-98.

JUIF, Paul, e DOVERO, Fernand, Guia do estudante das ciências pedagógicas, Lisboa,Estampa Editora, 1974, pp. 11-24.

MIALARET, Gaston, As ciências da educação, Lisboa, Moraes Editores, 1976, pp. 7-18; 37-92.

PLANCHARD, Émile, Introdução à Pedagogia, Coimbra, Coimbra Editora, 1979, pp.11-24.

EDUCAÇAO E PEDDAGOGIA NO SÉCULO XVIII

O século XVII surge-nos, do ponto de vista da história da educação e das ideias pedagógicas, caracterizado por uma tríade que faz dele um momento decisivo no sentido da ruptura com a matriz estrutural da educação e da pedagogia ocidentais tal como se tinham definido a partir da sofística grega e confirmado no período helenístico. Essa tríade envolve a defesa do realismo, de uma educação voltada para o estudo das coisas em lugar do verbalismo característico da educação ocidental, a consideração da educação sob o ponto de vista do método – levando à criação da Didática tomada como o saber pedagógico por excelência -, e a afirmação das línguas nacionais como línguas de educação e cultura. Motivos sobejos para considerar este século um patamar decisivo a caminho da Educação Nova que no século seguinte espreita já na pedagogia rousseauísta e que acabará por gradualmente se impor nos séculos XIX e XIX. No entanto, paradoxalmente, os mesmos pedagogos que no século XVII renovam educação são – como argutamente observa Snyders - os instituidores da escola tradicional no que ela tem de exagero do "método" e da "ordem". A figura de Coménio sobressai neste contexto não só por nele a referida tríade de princípios ser lei, mas porque ele terá sido não apenas um dos maiores pedagogos de todos os tempos, mas provavelmente o primeiro pedagogo de sempre, ou seja, o primeiro pensador cuja produção intelectual tem a educação como fulcro e como matéria.

"O século XVII sacode a Europa com um forte movimento intelectual. Supera-se definitivamente a ciência dos antigos; na Terra descobrem-se novos países; no céu, novas estrelas; nas ciências novas leis. Por isto já não se pode manter o velho tipo de educação predominantemente filológico e humanista. Onde a vida fala, não se pode impor a autoridade da letra. " Francisco Larroyo

"Assim como os novos métodos abalam a tradição da ciência, assim também se pretende suprir a rotina tradicional de ensino com métodos racionais. Estes afetam, primeiro, a reforma do ensino de idiomas; depois, a das matérias científicas, buscando uma ordem e norma que respondam à natureza das coisas. Assim surge uma nova Didática como a parte da teoria da Educação, que trata de metodizar o processo de aprendizagem". Francisco Larroyo

"... a Didática Magna (...) é, sem dúvida, o primeiro tratado sistemático de pedagogia, de didática e até de sociologia escolar. Como que compendiando todo o ideário pedagógico de Coménio, foi sobretudo ela que lhe mereceu ser considerado o «Bacon da pedagogia» e o «Galileu da educação»." Joaquim Ferreira Gomes

"Em João Amós Coménio se reúnem todas as tentativas de reforma pedagógica do século XVII. Para isso contribuiu grandemente a intensa renovação da vida social naquela época, pois a vida da educação constitui uma trama de acontecimentos inseparavelmente unidos à cultura da época; e os grandes teóricos da Pedagogia são os que inventam as novas instituições pedagógicas que vêm satisfazer as exigências dos novos tipos históricos de educação". Francisco Larroyo

COMÉNIO (1592-1670)

Monografias.com

Didática Magna (1657)

SAUDAÇAO AOS LEITORES

1. Didática significa arte de ensinar. Acerca desta arte, desde há pouco tempo, alguns homens eminentes, tocados de piedade pelos alunos condenados a rebolar rochedo de Sísifo, puseram-se a fazer investigações, com resultados diferentes.

2. Alguns esforçaram-se por arranjar compêndios apenas para ensinar mais facilmente, esta ou aquela língua. Outros procuraram encontrar os métodos mais breves para ensinar, mais rapidamente, esta ou aquela ciência ou arte. Outros fizeram outras tentativas. Quase todos por meio de algumas observações externas recolhidas com o método mais fácil, ou seja, com o método prático, isto é, a posteriori, como lhe chamam.

3. Nós ousamos prometer uma Didática Magna, isto é, um método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza que seja impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar rapidamente, ou seja, sem nenhum enfado e sem nenhum aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para uns e para outros. E de ensinar solidamente, não superficialmente e apenas com palavras, mas encaminhando os alunos para uma verdadeira instrução, para os bons costumes e para a piedade sincera. Enfim, demonstraremos todas estas coisas a priori, isto é, derivando-as da própria natureza imutável das coisas, como de uma fonte viva que produz eternos arroios que vão, de novo, reunir-se num único rio; assim estabelecemos um método universal de fundar escolas universais.

4. Na verdade, a promessa que fazemos é enorme e corresponde a um desejo muito vivo, mas podemos fàci1mente imaginar que haverá pessoas que nela verão mais um sonho que um propósito fundado na realidade. No entanto, quem quer que tu sejas, leitor, suspende o teu juízo, até que tenhas conhecido a substância das coisas; então terás a liberdade, não somente de julgar, mas também de te pronunciares. Com efeito, eu não desejo, para não dizer que não ambiciono, arrastar ninguém, com os artifícios da persuasão, a dar o seu assentimento a uma coisa que não oferece qualquer certeza. Mas, sucesso maior que outros, como se revela evidente pelos livros e ensaios didáticos por

eles publicados.Com toda a alma, advirto, exorto e suplico, a quem quer que olhe o nosso trabalho, que nele fixe o seu próprio olhar e que o fixe com toda a sua penetração, pois é o único meio de se não deixar perturbar pelas opiniões fascinantes de outrem.

5. O assunto é realmente da mais séria importância e, assim como todos devem augurar que ele se concretize, assim também todos devem examiná-lo com bom senso, e todos, unindo as suas próprias forças, o devem impulsionar, pois dele depende a salvação de todo o género humano. Que presente mais belo e maior podemos nós oferecer à Pátria que o de instruir e educar a juventude, principalmente quando, pelos costumes e pelas condições dos tempos atuais, a juventude, como diz Cícero num tal caminho que, com os esforços de todos, deve ser travada e refreada? Filipe Melanchton, com efeito, escreveu que a educação perfeita da juventude é coisa um pouco mais difícil que tomada de Tróia maneira quando diz: t???? te????, ?????p?? ??e??, t?p????t??p?ttat?? t?? ????, isto é, a arte das artes está em formar o homem, o qual o mais versátil e o mais complexo de todos os animais.

6. Ensinar a arte das artes é, portanto, um trabalho sério e exige perspicácia de juízo, e não apenas de um só homem, mas de muitos, pois um só homem não pode estar tão atento que lhe não passem desapercebidas muitíssimas coisas.

7. Esta arte de ensinar e de aprender, levada ao ponto de perfeição que parece

agora esforçar-se por atingir, foi, em boa parte, desconhecida nos séculos passados e, por esse facto, os estudos e as escolas curvavam ao peso de fadigas e de caprichos, de hesitações e de ilusões, de erros e de faltas, de tal maneira que apenas podiam adquirir, à força de lutar, uma instrução sólida, aqueles que tinham a felicidade de possuir uma inteligência divina.

ATIVIDADE DE CONTROLE DA APRENDIZAGEM

  • 2. Em que sentido defende Coménio que "tudo seja ensinado a todos"?

BIBLIOGRAFIA

(Leituras complementares/ Actividades de remediação)

ABBAGNANO, N., e VISALBERGHI, A., História da Pedagogia – II, Livros

Horizonte, Lisboa, 1981, 374-397.

GOMES, Joaquim Ferreira, "Introdução", in COMÉNIO, João Amós, Didáctica

Magna, Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos, Fundação Calouste

Gulbenkian, Lisboa, 1976, pp. 5-41.

HUBERT, René, História da Pedagogia, Companhia Editora Nacional, S. Paulo,

1967, p. 230-236.

LARROYO, Francisco, História Geral da Pedagogia, Editora Mestre Jou, S. Paulo,1970, pp. 405-433.

PIOBETTA, J. P., "Joahann Amos Comenius (1592-1670)", in CHÃTEAU, Jean (Dir.),

Os grandes pedagogos, Livros do Brasil, Lisboa, s/d, pp. 125- 143.

SNYDERS, Georges, "Os séculos XVII e XVIII", in DEBESSE, Maurice, e

MIALARET, Gaston, Tratado das Ciências Pedagógicas 2. História da Pedagogia,Companhia Editora Nacional / Editora da Universidade de S. Paulo, S. Paulo, 1977, pp.306-323.

DO ILUMINISMO AOS FINAIS DO SÉCULO XIX

O século XVIII foi já designado como o "século pedagógico". Claro que a atribuição de tal estatuto se compreende no quadro de uma apreciação feita a partir do momento histórico em que nos encontramos. De fato, essa classificação é merecida na medida em que foi decisivo na génese da pedagogia moderna por ter determinado novos rumos quer do ponto de vista quantitativo quer do ponto de vista qualitativo.

No primeiro caso, consideraremos o Iluminismo e a forma como nele, por princípio, se valoriza a educação enquanto instrumento qualificador da Razão,capacidade humana por excelência. Apesar de a conciliação entre Iluminismo como doutrina filosófica e Absolutismo como doutrina política ter obrigado a umaesquizofrenia problemática plasmada na fórmula "despotismo esclarecido" ou, no campo da educação, ter resultado na defesa de uma restrição da instrução a uns poucos por parte de quem, em princípio, seria defensor da universalização da educação. A Revolução Francesa acabará por corresponder à vitória sobre a esquizofrenia e o projeto condorcetiano é, nessa medida, o anúncio do futuro em que um mínimo de instrução será considerado um direito de todos. Claro que logo será olhada também como um dever de todos os cidadãos perante a sociedade, ou não tivesse sido a Revolução um instrumento precioso na afirmação da burguesia e do capitalismo.

No plano da qualidade da educação, é também, sem dúvida, plenamente justificado o título de "século pedagógico". Não foi Rousseau a fonte a partir da qual brotou toda a renovação pedagógica dos séculos XIX e XX, de tal forma que somos hoje todos mais ou menos "filhos de Rousseau"? Será, portanto, a figura de Rousseau aquela em que nos deteremos analisando o Emílio procurando nele os elementos fundamentais da sua proposta de uma educação qualitativamente nova e bem diferente da perspectiva tradicional. Ruptura com a antropologia cristã marcada por um pessimismo essencial relativamente à natureza humana, determinador de uma concepção da educação como atividade de correção dessa natureza decaída, ruptura com uma psicologia que tomava a criança como homunculus e não reconhecia à infância especificidade a merecer um cuidado educativo apropriado. Finalmente, confirmação da vontade de ultrapassagem do verbalismo pelo realismo com a defesa de pontos de vista muito próximos dos de John Locke.

Finalmente, analisaremos as realizações educativas e as contribuições teóricas dos dois primeiros grandes seguidores de Rousseau: Pestalozzi e Froebel.

ANTOLOGIA

"O século XVIII é o século pedagógico por excelência. A educação ocupa o primeiro plano nas preocupações dos reis, pensadores e políticos.

Surgem duas das maiores figuras da pedagogia e da educação: Rousseau e Pestalozzi. Desenvolve-se a educação pública estatal e inicia-se a educação nacional.

Filosoficamente, é "o Século das Luzes", "da Ilustração", da Aufklärung. Nesse movimento aparecem mescladas as idéias do sensualismo e do idealismo, do empirismo e do racionalismo de séculos anteriores. Seus pensadores não são grandes filósofos originais como os do século anterior, Descartes, Leibniz ou Locke, nem como os que haviam de vir, Kant, Fichte ou Hegel; são antes divulgadores, que expõem as ideias didática e literariamente. Sua expressão é encontrada nos "enciclopedistas", tais como Diderot, D' Alembert, Voltaire e outros muitos. Todos coincidem no reconhecer a supremacia da razão.

Politicamente, é, na primeira parte, a época do absolutismo e, mais concretamente, do "despotismo esclarecido", que deseja o bem do povo, mas sem o povo. É a época dos reis aman- tes da ilustração (...). Na segunda parte, é a época da Revolução Francesa, que muda essencialmente o giro da história, com o acesso do povo ao governo, e da difusão, na Europa, do regime parlamentar começado na Inglaterra.

Pedagogicamente, é o século de instrução sensorialista e racionalista, do naturalismo e do idealismo na educação, assim como da educação individual e da educação nacional. Desenvolve-se, assim, um movimento dialético, de tensões e oposições que se resolvem em reconhecimento da personalidade plena, da educação integral, cabal, humana, representada essencialmente pela pedagogia de Pestalozzi." Lorenzo Luzuriaga

"Sintetizando, poderíamos dizer que na educação do século XVIII observam-

se os seguintes movimentos:

1.°) Desenvolvimento da educação estatal, da educação do Estado, com maior

2.°) Começo da educação nacional, da educação do povo pelo povo ou por seus

3.°) Princípio da educação universal, gratuita e obrigatória, no grau da escola

4.°) Iniciação do laicismo no ensino, com a substituição do ensino de religião

5.°) Organização da instrução pública em unidade orgânica, da escola primária

6.°) Acentuação do espírito cosmopolita, universal que une pensadores e

7.°) Sobretudo; a primazia da razão, a crença no poder racional na vida dos

8.°) Ao mesmo tempo, reconhecimento da natureza e da intuição na educação.

Lorenzo Luzuriaga

"Com o Iluminismo aconteceu nos países católicos algo de semelhante àquilo que, no século XVI, com a Reforma, aconteceu nos países protestantes: foi-se radicando a ideia de que as responsabilidades do ensino deviam ser asssumidas pelo Estado".Joaquim Ferreira Gomes mãos do homem". Rousseau

"Tudo está bem ao sair das mãos do Autor da coisas. Tudo degenera entre as mãos do homem. Rousseau

"A natureza quer que as crianças sejam crianças antes de serem homens. (...)

A infância tem maneiras de ver, de pensar, de sentir que lhe são próprias, nada sendo menos sensato que querer substituir-lhe as vossas (...) Tratai o vosso aluno segundo a sua idade". Rousseau

"Ousarei eu expor aqui a maior. a mais importante, a mais útil regra de toda a

educação? Não é ganhar tempo, é perdê-lo. (...) O mais perigoso intervalo da vida humana é o que vai do nascimento até à idade dos 12 anos. É o tempo em que germinam os erros e os vícios, sem que se disponha ainda de qualquer instrumento para os destruir (...). A primeira educação deve ser puramente negativa. Ela consiste, não em ensinar a virtude ou a verdade, mas e preservar o coração do vício e o espírito do erro (...).Considerai todos os adiamentos como vantagens; é ganhar muito avançar para o termo sem nada perder (...). Rousseau

"[As crianças] não podem aprender coisa alguma de que não sintam a vantagem atual e presente, quer de divertimento, quer de utilidade (.. .). Tem-se grande trabalho para achar os melhores métodos de ensinar a ler e inventam-se para tal artifícios vários. Que tristeza! Um meio mais seguro que todos esses, e de que ninguém se lembra, é o de suscitar o desejo de aprender a ler. Dai à criança esse desejo, e abandonai depois os artifícios; todos os métodos lhe poderão servir". Rousseau

"O valor da dialética de Rousseau reside principalmente no facto de ter obrigado os contemporâneos, e tantos outros pedagogos até aos nossos dias, a observar a infância. Até ele, toda a gente descurara a infância, mesmo aqueles que tinham instituído reformas educacionais (...). Estava sempre em causa criar o homem a partir da criança, prepará-la para o estado adulto e nada mais ver nela do que o futuro homem. [...] Situa-se neste mesmo ponto, mais uma vez, a revolução pedagógica que confere uma originalidade indiscutível à posição de Rousseau: ter descoberto, ter afirmado que a infância era um estado indispensável, um estado com valor próprio, com finalidade própria e predestinado sem dúvida, a longo prazo, a ser seguido pelo estado adulto, mas com uma utilidade diversa de o preparar ou preparando-o apenas na medida em que o antecede". Roger Cousinet

"O valor da dialética de Rousseau reside principalmente no facto de ter"

É inútil recordar as ideias que a pedagogia moderna tem em comum com as teorias de Rousseau. Mas importa não se deixar ser vítima de uma ilusão grosseira. Primeiro, a pedagogia moderna, historicamente falando, não deve nada a Rousseau; ela desenvolveu-se espontaneamente século e meio após Jean-Jacques, com base em exigências sociais libertadas por forças económicas, políticas e culturais novas. Durante todo esse período de gestação e de elaboração, Rousseau foi completamente ignorado ou considerado como um sonhador perigoso (...)". Arnould Clausse

ATIVIDADE DE CONTROLE DA APRENDIZAGEM

1. Por que motivos foi o século XVIII designado como o "século pedagógico"?

BIBLIOGRAFIA

ABBAGNANO, N., e VISALBERGHI, A., História da Pedagogia – II, Livros

Horizonte, Lisboa, 1981, 471-510; 589-615.

CHÃTEAU, Jean, "J.-J. Rousseau ou a pedagogia da vocação (1712-1778)", in

CHÃTEAU, Jean (Dir.), Os grandes pedagogos, Livros do Brasil, Lisboa, s/d, pp. 187- 231.

HUBERT, René, História da Pedagogia, Companhia Editora Nacional, S. Paulo,

1967, p. 56-78; 245-267.

LARROYO, Francisco, História Geral da Pedagogia, Editora Mestre Jou, S. Paulo, 1970, pp. 525-544; 587-594; 605-615.

LUZURIAGA, Lorenzo, História da Educação e da Pedagogia, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1963, pp. 149-157; 161-179; 200-203.

MEYLAN, Louis, "Henri Pestalozzi (1746-1827)", in CHÃTEAU, Jean (Dir.), Os

grandes pedagogos, Livros do Brasil, Lisboa, s/d, pp. 232- 250.

PONCE, Anibal, Educação e luta de classes, Ed. Vega, Lisboa, 1979, pp. 175-191.

 

Autor:

Marinalva Matias

marinalvamatias32[arroba]gmail.com

CENTRO DE ESTUDOOS TEOLÓGICOS BRASILEIRO – CETEO

Curso: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – TURMA LP1015

Disciplina: HISTÓRIA DA EDUCAÇAO E DA PEDAGOGIA

Professora: FABÍOLA MONTEIRO DA SILVA

ESTUDO DIRIGIDO A SER ENTREGUE ATÉ O DIA 15/11/15 (SEGUNDA-FEIRA)

A partir da leitura da síntese de fatos e acontecimentos abaixo elencados, faça seu trabalho de curso de História da Educação, pontuando seus conceitos – digitadas tamanho 12 – Times New Romam.

Esse trabalho será individual e avaliado segundo critérios de originalidade e esmêro.



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