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O mercado de comunicação da mídia impressa em Chapecó e a inserção de um novo veículo: O caso voz do (página 2)

Cristiane Ramos do Prado
Partes: 1, 2, 3

Através dessa observação constatou-se a necessidade em identificar a receptividade de um novo veículo de mídia impressa no mercado de comunicação de Chapecó, para isso foi realizado um estudo de caso do mais novo jornal impresso local: Jornal Voz do Oeste. Jornal este que começou a circular em 10 de dezembro de 2004 e era característico de um jornal de bairro, mas que atualmente abrange toda a cidade de Chapecó e cidades circunvizinhas, com pretensão em expandir nos próximos anos.

A respeito da notícia local Fernandes (2003, p.150) declara que,

A notícia local é a missão dos jornais de pequeno porte. [...] a grande arma dos jornais do interior e dos semanários comunitários é a divulgação dos fatos que ocorrem perto do leitor e a ele ligados. [...] Para o cidadão que busca a informação no jornal local, a notícia não é apenas uma forma de atualizar-se, de manter-se informado sobre os fatos correntes em sua comunidade, mas uma maneira de inteirar-se em relação a estes acontecimentos. Esta interação se dá de modo bem mais profundo que o simples fato de estar atualizado, abre a possibilidade do leitor participar ou interferir diretamente nestes acontecimentos isto quando ele mesmo (o leitor) ou alguém muito próximo, não é o próprio protagonista do fenômeno social gerador da notícia.

Para compreender como um veículo se insere no mercado de comunicação, esta pesquisa buscou informações referentes à história do jornalismo impresso, principalmente, do jornal Voz do Oeste, verificando a evolução das manchetes/capa inseridas nesse veículo na sua fase de implantação e atualmente, bem como analisando o projeto gráfico e a linha editorial. Além da descrição da opinião dos leitores assinantes sobre as notícias veiculadas no Jornal Voz do Oeste. Com uma tiragem diária equivalente a 1.500 exemplares, dos quais 1.100 circulam em Chapecó e o restante (400) distribuído em outras cidades que o jornal circula e nas bancas destinados à venda avulsa.

Com a finalidade em delimitar o universo da população foi escolhido o município de Chapecó para a pesquisa de campo, sendo que são 865 assinantes no total. Destes o foco principal foram os assinantes residentes no centro, local onde está inserido o maior número de assinantes, 287 pessoas. A amostra realizou-se para este número dos quais se referem a 33,1 % da população total de assinantes. O universo se resumiu aos assinantes do centro que através de uma fórmula citada por Barbetta (2002) resulta em 167 pessoas que foram encaminhados os questionários. Destes apenas 11 reenviaram os questionários, dois em branco e um respondido parcialmente.

1.1 TEMA

O mercado de comunicação da mídia impressa em Chapecó e a inserção de um novo veículo: o caso Voz do Oeste.

  • PROBLEMA DE PESQUISA

De que forma o mercado de comunicação absorve a inserção de uma nova mídia?

  • HIPÓTESES PRESSUPOSTOS/QUESTÕES DE PESQUISA

  • O planejamento gráfico foi reformulado para dar melhor visibilidade ao conteúdo jornalístico.

  • O leitor do jornal "Voz do Oeste" prefere a linha editorial aplicada nas edições atuais a que tinha no início da circulação do jornal.

  • O mercado de comunicação proporcionou uma adequada aceitação ao novo jornal.

  • O jornal prima pela qualidade da informação.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1Objetivo geral

  • Identificar a receptividade de um novo veículo de mídia impressa no mercado de comunicação de Chapecó.

1.4.2 Objetivos específicos

  • Resgatar a história de implantação do "Jornal Voz do Oeste" em Chapecó.

  • Verificar a evolução das manchetes/capa inseridas no Jornal Voz do Oeste na sua fase de implantação e atualmente.

  • Analisar o caráter gráfico e o editorial do veículo.

  • Identificar a inserção do "Jornal Voz do Oeste" no mercado de comunicação impressa em Chapecó.

  • Descrever a opinião dos leitores assinantes sobre as notícias veiculadas no Jornal Voz do Oeste.

1.5 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

A viabilidade para executar este trabalho constitui-se pela necessidade em entender um pouco da inserção de um novo veículo de informação impresso na era da tecnologia digital, numa sociedade em que as crianças estão crescendo perante a notícia via Internet e rodeadas de um aparato tecnológico. Desta forma, o estudo de caso do "Jornal Voz do Oeste" pretendeu entender esta receptividade no mercado de comunicação em Chapecó, localizado na região oeste de Santa Catarina e com 172.962 habitantes. Um fator preponderante foi verificar de que forma um novo jornal impresso é implantado e permanece num nicho de mercado onde já estavam estabilizados três jornais diários (Diário da Manhã, Diário do Iguaçu e Jornal Sul Brasil). Com isso, também pretendeu-se coletar informações relevantes da opinião do leitor assinante, de sua opção em escolher este jornal e não outro.

Para Fernandes (2003, p.177) a busca pelos veículos locais,

[...] está no resgate de suas tradições culturais, das manifestações cotidianas, nas ocorrências que envolvem cidadãos próximos. É imprescindível que o jornal local conheça a história e as características da comunidade onde atua que tenha pontos de identificação com esta mesma comunidade. É neste processo de estímulo-resposta que se dá a interação entre o veículo e o seu leitor.

Para que uma empresa jornalística possa manter-se mesmo divulgando informações de caráter público precisa vender seus exemplares de jornal (assinatura ou banca) e também disponibilizar um espaço significativo nas páginas do jornal para a publicidade. O que não pode ser esquecido pelos proprietários e profissionais da área é o caráter ético das informações transmitidas seja qual for seu público. O meio físico usado é o papel-jornal (àspero e espesso) que são cortados de forma padronizada em formatos diferentes (Standard, Tablóide e Microjornal). Os veículos impressos costumam separar as notícias em editorias para classificar melhor o conteúdo informativo, muitos deles publicam também cadernos temáticos, geralmente nos finais de semana.

Enfim, muitos são os veículos de comunicação (jornal, rádio, televisão, internet) todos têm um objetivo em comum divulgar informações de interesse público, mas apesar disso, é o jornal impresso que pode ser levado a qualquer lugar e ser lido sem necessidade de plugar na eletricidade, ao contrário da televisão, rádio e internet. De acordo com Erbolato (1991, p.18), "cada jornal luta de todas as formas para vencer a concorrência dos outros meios de comunicação e também dos demais periódicos, que difundem a notícia impressa". Apesar desta luta pela permanência no mercado de comunicação muitos veículos impressos têm se destinado ao fechamento de suas portas, "ainda não há um grande número de jornais fechando as portas, mas isso é só uma questão de tempo. Ao longo das próximas décadas, metade dos jornais correntes dos países ricos vai encerrar suas atividades"[2].

É o jornal impresso o "pai" da informação coletiva e por meio deste veículo o leitor pode aprofundar um assunto ouvido e visto em outros meios, pois o conteúdo é bem mais detalhado, outras vantagens constituem na facilidade de manuseio e transporte para outro lugar.

Para Erbolato (1991, p.90), os jornais se destinam à massa e quando estão sendo elaborados procura-se ignorar o perfil do leitor, pois o destinatário pode ser desde um Presidente da República até um humilde cidadão que não possui o ensino fundamental completo, enfim todos são o alvo da informação. Assim também pensa Beltrão (1992, p.66) "a obra jornalística se realiza dia a dia, porque os fatos, devidamente interpretados, têm de ser transmitidos periodicamente não ao indivíduo isolado, mas a um conjunto ou à totalidade dos homens que vivem em sociedade".

Desta forma levando em consideração todos os fatores expostos acima é constatada a necessidade em verificar a implantação de um veículo impresso na era da tecnologia digital. Sendo assim, o presente estudo de caso tornou-se válido e importante para compreender a recepção do mercado de comunicação e a receptividade do "Jornal Voz do Oeste".

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Para dar visibilidade na compreensão dos resultados alcançados neste trabalho, o assunto abordado foi organizado em cinco capítulos.

No capítulo um é apresentada a Introdução, com a contextualização do tema, a delimitação do problema, as questões de pesquisa formuladas para o assunto, o objetivo geral e os específicos, e a justificativa do estudo.

No capítulo dois é tratado o Referencial Teórico o qual sustenta a revisão bibliográfica, distribuída em sete grandes blocos: Meios e Mercado de Comunicação, História do Jornalismo Impresso, O uso da diagramação no Jornalismo Impresso, Jornalismo Local e história do Voz do Oeste, Versão digital do Jornal Impresso Voz do Oeste, Recepção e Manchete, Editorial e Coerência. A apresentação destes blocos correspondem ao proposto nos objetivos do estudo.

No capítulo três é enfocada a Metodologia empregada, contendo a delimitação e a caracterização da pesquisa, o ambiente de estudo, a descrição dos instrumentos de coleta e tratamento dos dados e as técnicas utilizadas na análise e interpretação dos dados, bem como as limitações do estudo.

No capítulo quatro são expostos os resultados das análises efetuadas das informações obtidas na execução da pesquisa. A interpretação baseou-se na análise de freqüência, em relação à literatura e aos objetivos do estudo.

No capítulo cinco são contempladas as considerações finais permitidas pela pesquisa e algumas recomendações para novas investigações.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MEIOS E MERCADO DE COMUNICAÇÃO

A pequena imprensa se constitui um expressivo segmento do mercado de comunicação em Santa Catarina. (Fernandes, 2003, p.186).

Os meios de comunicação estão em constante evolução desde sua implantação na sociedade e podem ser de caráter coletivo e/ou individual, os quais já fazem parte do cotidiano da população. Como exemplo pode ser citado desde comunicação massiva até a um simples telefone. Para a inclusão destes meios no mercado pode acontecer uma interferência através do sistema governamental vigente ou ainda da própria população dominante que apóia ou bloqueia o veículo comunicacional.

No modelo de mercado livre, o Estado cria ambiente em que as empresas dos meios de comunicação gozam de plena liberdade para operar comercialmente; o acesso ao mercado, em alguns setores como a radiodifusão, segue controlado fundamentalmente mediante concessão de freqüências de transmissão, enquanto a área da imprensa escrita fica aberta a qualquer pessoa que disponha dos recursos para ter e operar um meio de comunicação. No modelo autoritário, os meios de comunicação são considerados uma extensão da autoridade estatal. O modelo de serviço público enfatiza a criação de serviços de rádio e televisão ao serviço público, o financiamento de meios de comunicação não-lucrativos, baseados na comunidade, e várias restrições sobre propriedade de meios de comunicação comercial (limitando a quantidade de pontos de distribuição para controle de uma empresa particular ou proibindo que os proprietários sejam estrangeiros). Na verdade, em muitas "sociedades, se não na maioria, os meios de comunicação funcionam segundo um modelo misto baseado numa combinação de dois ou mais dos mencionados. Na maioria dos casos, existe uma instância que dita e controla as regras de funcionamento nacional[3]

Todos do âmbito social têm consciência que hoje o mercado aceita ou rejeita um veículo de forma decisiva, é ele quem impõe a forma que deve ser veiculada a informação. Outro fator que deve ser considerado é a tecnologia que evolui constantemente, pois hoje ao contrário de alguns anos atrás o receptor pode interagir em tempo real na mensagem que lê/ouve/vê. "A valorização dos meios de comunicação em nível local ocorre no auge do processo de globalização" (PERUZZO, 2003, p.70).

Para acontecer uma comunicação efetiva é necessário haver os seguintes elementos: a mensagem, o emissor, o receptor e o canal de propagação. Todos eles fazem parte de um processo que ao ser incluso no mercado de comunicação gera efetivamente cada vez mais um nicho amplo, pois hoje ocorre a facilidade de expansão da informação no campo social. Em tempos remotos o termo mercado era utilizado para caracterizar um local onde acontecia negociação: venda e troca de bens de consumo. Hoje o termo tem um conceito amplificado principalmente na era da informação. "O objeto Informação deste novo paradigma, incubado no sector terciário, tem transformado a sociedade no que é hoje denominada Sociedade da Informação"[4].

Isso não é distante do mercado e meios de comunicação local, até porque aqueles que aderem ao local segundo cita Peruzzo (2003, p.78) conseguem mais credibilidade a partir do momento que esmiúçam direta ou indiretamente os aspectos próprios do local, tais como: proximidade, singularidades, diversidade e familiaridade.

2.2 HISTÓRIA DO JORNALISMO IMPRESSO

"O leitor de um jornal, quando está diante do texto jornalístico, de certo modo vai buscar o sentido daquilo que ele lê, levando em conta quem é o seu destinador, ou seja, o tipo de jornal que está lendo" (LONARDONI, 1999, p.151-152). O jornalismo desde sua implantação está sendo usado para expandir notícias de interesse público. A forma que isso acontecia era diversa, pois nos tempos antigos, havia os denominados rapsodos – artistas e cantores - que atuavam como jornalistas ao divulgar informações por onde passavam.

E no Império Romano outra forma para divulgação dos fatos consistia numa espécie de boletim mural - Acta Diurna Populi Romani -, pois as notícias eram escritas no muro da residência de Júlio César, muitas destas informações já continham características jornalísticas de atualidade e interesse coletivo (jogos, batalhas, cerimônias e atividades do senado). Mais tarde com a implantação do renascimento e do mercantilismo houve a necessidade de fortalecimento do jornalismo para expandir as informações de interesse da sociedade.

Já em 1440, acontece através de Johannes Gutenberg a invenção da prensa móvel, que trouxe uma facilidade irrestrita na publicação dos materiais impressos. Com o passar dos anos, em todo o território europeu o jornalismo tomou conta de forma instantânea, entre eles estão os jornais: Frankfurter Journal (1615), Gazette van Antwerpen (1619), Weekly News (1622) e Gazette de France (1631).

Entretanto, no território americano somente em 1690 houve a publicação do primeiro jornal The Public Ocurrences, que logo em seguida foi vetado por autoridades coloniais. Somente anos depois outros jornais conseguiram implantar de vez o jornalismo sem ser bloqueado, Boston News Letter (1704), Boston Gazete (1719) e o New England Journal(1721), os profissionais que atuavam nestes veículos fizeram história por lutar pela emancipação americana, são eles: Benjamin Franklin, Jonh Adams, Thomas Jefferson e Alexander Hamilton. Assim o jornalismo impresso foi evoluindo e gerou acesso para uma maior parcela de leitores pela agilidade na impressão, em máquinas a vapor e também por oferecer espaço à publicidade, o que baixou o valor do periódico.

Em 1808, através da chegada da corte portuguesa ao Brasil, o jornalismo começou a ser implantado de forma definitiva. Durante este período circulou de forma clandestina o Correio Braziliense, editado em Londres pelo jornalista gaúcho Hipólito José da Costa. Nele constavam informações contra a monarquia e por isso, D. João VI implantou a Imprensa Régia com a Gazeta do Rio de Janeiro a favor desse sistema governamental, outros veículos com a mesma linha editorial foram: O Amigo do Rei e da Nação, O Bem da Ordem e O Conciliador do Reino.

Talvez por simples conservadorismo, repugna-me a idéia de um mundo sem jornal impresso. [...] Basta afirmar, além da convicção de que o jornal impresso tem um papel próprio, relevante e intransferível a exercer numa sociedade democrática, a certeza de que ele só continuará a existir se for capaz de atender bem à demanda de seu público, o qual sempre foi e será cada vez mais constituído por uma parceria progressivamente menor da população, formada por sua elite intelectual e politicamente bem informada[5]

Somente em 1821 surgiram veículos com autonomia política brasileira, por exemplo: os bahianos Diário Constitucional e o A Malagueta; Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco. Um ano depois, os jornais panfletários se expandiram em outros estados do Brasil, os jornais Farol Paulista e o Observador Constitucional no estado de São Paulo, O Precursor das Eleições, em Minais Gerais e O Olindense, em Pernambuco.

No século XX o acesso facilitado à tecnologia ajudou a publicação de edições em todo o mundo de jornais de renome, o The New York Times, Le Figaro e The Sunday Times, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, O Globo e Estado de São Paulo. E até hoje a sua forma impressa não perdeu espaço apesar da tecnologia crescente na atualidade. Alguns acreditavam que através do rádio, televisão e internet, o meio impresso seria extinto. Entretanto, cada dia que passa esse veículo se fortalece e gera oportunidade para surgir novos jornais principalmente com caráter regional. "O que o jornal impresso pode oferecer distintivamente é a análise inteligente sobre os temas mais relevantes para a sociedade"[6].

Em Santa Catarina, foi Jerônimo Francisco Coelho quem implantou a imprensa através de por em circulação, em 1831, o jornal O Catharinense. Este veículo ia para as ruas semanalmente e possuía seis páginas. Era Coelho que executava todas as atividades, desde redator, impressor e vendedor do jornal. Na época já circulavam alguns veículos em Desterro (Florianópolis), como Aurora Fluminense e Astréia advindos do Rio de Janeiro. Os primeiros jornais que constituíram a imprensa catarinense além de O Catharinense foram, O Brazil, O Expositor, O Expositor Oficial, O Benfazejo, O Mercantil, O Relator Catarinense, Progresso Catarinense e Conciliador Catarinense.

Durante 1852 aconteceu uma inserção no mercado de comunicação de inúmeros veículos devido às eleições da Assembléia Geral, entre eles, se destacam A Revelação e O Conservador. Fora de Desterro havia outros veículos que eram fundados, com ênfase para o primeiro jornal fora da capital, Mathiasstrom (O Observador), o segundo jornal em língua alemã no Brasil. Em 1971 através do lançamento do jornal de Santa Catarina acontecia o uso da tecnologia por meio da impressão em off-set. Fernandes (2003, p. 68) estabeleceu uma classificação para compreender como encontra-se o jornalismo catarinense.

O mercado atual de jornais em Santa Catarina pode ser dividido em quatro níveis: 1) Grande porte – A Notícia (Joinville) e o Diário Catarinense (Florianópolis), os dois únicos de circulação estadual; 2) Médio porte – Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e o Estado (Florianópolis), ambos com circulação macro-regional abrangendo respectivamente, o Vale do Rio Itajaí e a grande Florianópolis; 3) Pequeno porte – constituído por uma massa de jornais locais ou regionais, os chamados jornais do interior; 4) Institucionais ou especializados – outra massa de jornais de bairro, house organs, sindicais, escolares, religiosos, de lazer, etc, muitos deles sem objetivos comerciais e mantidos por instituições, outros com fins lucrativos, mas sem periodicidade regular e dirigidos a públicos específicos.

2.3 O USO DA DIAGRAMAÇÃO NO JORNALISMO IMPRESSSO

A diagramação/paginação consiste na adequada distribuição de recursos gráficos num determinado espaço de uma página do jornalismo impresso, sendo que para execução de um bom Grid (projeto gráfico) é necessário haver certa hierarquia tipográfica, bem como adequar de tal forma que haja legibilidade do conteúdo utilizado. "Ato de combinar textos, títulos, anúncios e ilustrações de cada página, de maneira que ela se apresente com harmonia e atraia e prenda a atenção dos leitores" (ERBOLATO, 1991, p. 243).

O recurso gráfico nos jornais é a forma de distribuição das notícias dentro da página e o profissional dessa área, ao elaborá-la, deve levar em consideração a clareza e simplicidade da disposição dos textos, fotos, gráficos e publicidade, facilitando assim a compreensão do leitor enquanto ele lê as notícias, em alguns veículos a escolha da disposição das matérias principais é discutida com o chefe de edição.

A função da diagramação é facilitar a leitura de um leitor sem tempo, através da junção de elementos que dão uma visão da página mais agradável. Entre eles se destacam: os títulos, linhas, textos, fotografias, gráficos, mapas, ilustrações e publicidade, que atraiam ao leitor e dêem a ele suporte de entendimento.

Para Guran (1992, p. 58),

A diagramação de um jornal ou revista tem como função de organizar visualmente as informações, explicitando a importância atribuída a cada matéria, e facilitando (e até mesmo induzindo) a sua leitura. A diagramação, portanto, está a serviço da edição, e, conseqüentemente, do texto e da foto, considerando-se, é claro, os padrões gerais da publicação e sua identidade visual (títulos em tantos toques, tantas linhas de "olho", foto horizontal para a abertura, etc). A eficiência na transmissão da informação depende tanto da sua produção quanto da sua apresentação (diagramação) e não são poucos os exemplos de boas matérias que somem por serem mal diagramadas e vice-versa.

O diagramador não pode "dispor" os textos e fotos de forma que super valorize todos os recursos ou então que não valorize nenhum. Com isso evita-se uma "poluição visual" que pode desmotivar o olhar do leitor sobre a página do jornal. Visto que, dentro das páginas os detalhes são importantes , elementos técnicos e estéticos também.

Outro aspecto que esse profissional precisa considerar é a visão humana que observa objetos de cima para baixo, no caso do jornal da parte superior esquerda para inferior direita, em sentido diagonal, região que retém a atenção do leitor. Isso foi estudado por Edmund Arnold que descobriu os princípios da zona visual e identificou pontos de retenção do nervo óptico, para compreender basta visualizar a imagem abaixo:

Monografias.com

A disposição do texto é importante dentro da página do jornal, mas as fotos são ainda mais importantes, porque na maioria dos casos é a foto que chama a atenção do leitor para a matéria. Enfim, é responsabilidade do diagramador saber escolher a posição da foto, o tamanho e os espaços em branco entre ela e o texto que a acompanha. Para Collaro (1996, p.159) "o principal aspecto em termos de posicionamento da foto é que esta deve acompanhar, sempre que possível, a matéria relacionada".

2.3.1 Produção do Projeto Gráfico

O tamanho dos jornais basicamente pode ser de três tipos: Standard (correspondendo em torno de 50 x 30 cm); Tablóide (metade do tamanho do standard) e microjornal (metade do jornal tablóide).

Para a produção de um projeto gráfico adequado devem ser considerados os seguintes itens:

O papel - A escolha do papel para o projeto gráfico é importante, onde deve ser levado em consideração o público-alvo, o custo e a qualidade. São vários os tipos de papel: jornal, couche, entre outros, mas para o jornal diário o usual é o papel-jornal com textura espessa e com custo baixo.

A mancha - A mancha consiste nos espaços cobertos por tinta no papel (caracteres, fios, fotos e ilustrações que constaram no Grid da página). Entre um elemento e outro se deve levar em consideração os espaços em branco, nas margens e também no meio dos elementos para se obter um resultado agradável à leitura. "A mancha será tanto mais pesada, escura, quanto mais encorpada for à letra utilizada, e vice-versa[7]O mais agradável aos olhos é o texto justificado, onde contêm blocos de textos alinhados em ambos os lados (direita e esquerda).

Os espaços em Branco são os locais dentro de uma diagramação que não são preenchidos por textos ou figuras, devem ser usados para dar coesão entre o conteúdo exposto, pois sem ele, pode ocorrer confusão entre a junção de uma foto e um texto, por exemplo, dificultando ao leitor a identificação deste elemento (foto) com o outro elemento (texto). Caso a mancha seja ultrapassada e não for deixado lugar para os espaços em branco o visual gráfico ficará desagradável, o que é denominado de impressão sangrada.

A estruturação do Grid - Para organizar os elementos do Grid é preciso utilizar as grades de alinhamento, pois por meio dela acontece uma consistência ao layout do projeto gráfico. Quando se usa este tipo de recurso está se pensando no produto final e ajudando ao leitor compreender e encontrar o tipo de assunto que almeja ler, com um campo visual harmônico que influencia diretamente no ritmo de leitura. Sempre levando em consideração que este processo deve estar em todas as edições do trabalho para que nada seja feito aleatoriamente, mas com o propósito de informar organizadamente e aumentar a legibilidade do conteúdo que está dentro do Grid.

Num Grid bem efetuado vão constar três itens fundamentais, são: repetição (os elementos ficam sempre nos locais esperados), composição (facilita muito o equilíbrio dos elementos na interface) e comunicação (sua estrutura previsível facilita a compreensão das diversas páginas ou telas de uma interface). Sendo que o Grid usa do princípio de Gestalt[8]pois contextualiza a informação em grandes imagens que influenciam e ajudam ao leitor a agrupar os elementos em conjuntos de significado, além de o principal orientar à leitura.

Além destes itens já citados a composição do Grid exige que leve-se em consideração desde a mancha (texto, imagens, os elementos visíveis) aos espaços em branco e sempre pensar em possíveis alterações numa próxima edição, não pensar somente na primeira, mas na segunda, terceira e assim por diante. Dentro disso, há a diagramação modular com desenho a baixo:

Monografias.com

Este tipo de diagramação (modular) confere à página um aspecto dinâmico, pois usa dos estilos horizontais e verticais dentro do Grid (limites da página). Segundo Collaro (1996, p. 136) "Visualmente, a construção da página, no estilo modular, faz com que o leitor inconscientemente aprecie melhor a leitura, pois a monotonia é quebrada com a disposição entrelaçada da matéria, horizontal e verticalmente".

2.3.2 Elementos a serem considerados na efetuação do Grid

O termo tipografia deriva do grego typos (forma) e graphein (escrita) consiste na arte e criação para compor um texto. Para haver um resultado satisfatório no jornal impressso é necessário ter uma escolha adequada para que o leitor possa ter facilidade em ler e até mesmo compreender o conteúdo que o veículo fornece.

Tipo / Fonte - O Art Nouveau[9]juntamente com o Art Déco[10]criaram estilos especiais de tipos para refletir as características de seus períodos. Entretanto, depois que o movimento moderno tornou sua forma gráfica final, por meio de De Stijl[11]e o Bauhaus[12]a tipografia acabou por adotar praticamente os tipos sem serifa.

Sem Serifa/Com Serifa - As letras sem serifa na maioria das vezes contêm peso igual, o que significa – virtualmente - não há uma transição grosso-fino visível nos traços, às letras possuem a mesma espessura. Conforme Collaro (1996 p.156) "a família de tipos que um jornal usa nos títulos influi decisivamente no aspecto do mesmo. A escolha deve ser cuidadosa, porque antes de ser lido, o jornal é olhado". O ideal é usar em torno de dois tipos num trabalho, porque o excesso pode alterar a função básica de um projeto gráfico que é o equilíbrio dos componentes.

A funcionalidade das fontes não pode estar relacionada somente com seu caráter visual, mas principalmente por sua facilidade para leitura. Dentro deste pressuposto, deve-se ter em mente que os textos em caixa alta (maiúscula) têm legibilidade inferior, e devem ser mais utilizado em títulos, isso é indicado porque o formato ao redor da palavra não produz uma variação evidente nas letras que a compõem.

Por outro lado, os textos em caixa baixa, trazem um contorno diferenciado entre as letras, isso acaba por influenciar diretamente à leitura que se torna agradável. Sendo assim, o uso das letras minúsculas ajuda à leitura, enquanto as letras maiúsculas confundem e deixam à leitura mais lenta do que o normal.

O uso da tipografia será no texto que serão escritos o conteúdo principal do jornal, geralmente usa o tamanho 12 para o denominado corpo do texto. O título ou manchete usa o tamanho da letra superior ao corpo do texto outros recursos tipográficos também usados são: subtítulo; antetítulo/cartola; intertítulo e olho.

Texto: negrito e itálico O aspecto funcional do texto é a transmissão de uma mensagem e quando se usa o texto em negrito ou itálico precisa-se ter consciência que está se chamando mais a atenção do que um texto sem nenhum destes estilos. Porque a função deles é enfatizar determinada frase. E o negrito acaba retardando a leitura.

Entrelinha - A entrelinha precisa ser valorizada, pois através dela pode-se ter uma leitura adequada sem embaralhar os olhos e confundir ao leitor, ela precisa ser conforme a necessidade do veículo nunca esmagar as frases, mas também nunca deixar elas muito distantes.

Contraste - Para se obter uma página atrativa visualmente é necessária a inserção de itens mais contrastados entre si, para que não fique tudo igual demais. O propósito fundamental do contraste é criar interesse em uma página para chamar a atenção rapidamente do leitor, além disso, organizar os conteúdos informativos, cuidando neste ínterim em usar os elementos do contraste adequadamente para não confundir o leitor.

Repetição - O erro muitas vezes que acontece em alguns trabalhos de projeto gráfico é a falta de repetição de elementos, isso prejudica a identificação do leitor. É necessário que algum aspecto do design se repita durante o material gráfico, a exemplo da cor, forma, textura, as relações espaciais como a espessura, os tamanhos. Com isso não haverá elementos desconexos e sim unidade, principalmente no que se refere o design de jornais menores, isso ajuda a dar uma consistência e o leitor vai perceber que o impresso é coerente entre si. Por meio deste recurso, se unifica e gera interesse na leitura.

Alinhamento - O uso do alinhamento consiste em unificar e organizar adequadamente a página. Sendo que basicamente consiste num alinhamento marcante, gerando uma aparência equilibrada, formal por vezes séria ou engraçada.

Proximidade - Consiste em unir os elementos básicos (matéria e foto, por exemplo) para que o leitor reconheça e identifique claramente a união entre estes itens. Com isso acontece a unidade visual e organiza claramente todas as informações, facilitando à leitura e a memorização do conteúdo lido. "O propósito básico da proximidade é o de organizar. Os outros princípios também têm suas funções, mas o simples agrupamento de elementos relacionados em proximidade cria, automaticamente, uma organização, e se as informações estiverem organizadas, o texto será mais fácil de ler e de memorizar"[13].

Box /Caixa/Fio - É constituído de um espaço que na maioria das vezes contém um texto explicativo a respeito de uma reportagem principal. Já o fio é usado para separar alguns textos.

Cabeçalho e Rodapé/ Anúncio - Consiste no espaço reservado para o nome do jornal e informações de propriedade do veículo. E o anúncio é destinado para a publicidade. Segundo Collaro (1996, p. p.157) declara sobre a localização do nome do jornal:

O cabeçalho é o que chamamos de cartão de visitas de um veículo, e sua caracterização deve ser um fato, graficamente falando. Estudando nos mínimos detalhes, deverá possui formas simples, comunicativas, legíveis e principalmente marcantes. Todas essas recomendações devem-se ao fato de que, depois de projetado, não deverá sofrer alterações bruscas. São partes integrantes do cabeçalho: o título que deverá aparecer em destaque, o editor responsável; a localidade onde é veiculado o tablóide; a data e, em se tratando de órgão de categoria, o slogan da empresa a que o veículo pertence. A localização do cabeçalho deverá estar de preferência na horizontal, pois um posicionamento na vertical pode ser prejudicial quando o jornal é dobrado na distribuição.

Colunagem/ Espaçamento/ Cor - A colunagem consiste na distribuição usada para os textos em ordem vertical, ou seja, colunas. No espaçamento é observado o entrelinhamento dado entre as colunas. A cor do jornal depende muito, alguns veículos diagramam somente em preto e branco. Outros além do preto e branco usam uma cor somente no nome do jornal, já outros ainda usam as cores nas matérias do veículo, isso varia muito conforme a empresa jornalística e a diagramação.

Legenda - O termo legenda é usado para denominar o pequeno texto que fica próximo à fotografia ou ilustração. Existe também o texto-legenda, que na maioria das vezes é inserido no jornal, quando há poucas informações sobre o fato. Dentro do jornalismo é a legenda que faz a ligação entre a fotografia e o texto. Outro aspecto que influencia na área jornalística é que a fotografia contém elementos abstratos e concretos, com isso, tem-se a necessidade de explicar cada um deles. Para Collaro (1996, p. 124) "as fotos, por mais explícitas que sejam geralmente necessitam de um texto explicativo para atingir sua plenitude em termos de comunicação. Legenda é a denominação que damos a esses textos que acompanham as fotos".

A legenda é parte integrante da informação bem elaborada, porque caso seja mal escrita ou adulterada, pode deturpar todo o contexto da imagem e também influenciar na intenção que o fotógrafo teve ao registrar uma imagem. Para Lima (1989, p.57) "(...) a legenda nunca deve interpretar a fotografia. Ela deve conter elementos que complementem a imagem e digam, por escrito, o que o fotógrafo não pode dizer".

O papel da legenda é fundamental, porque muitas vezes, caso uma determinada foto seja colocada em contexto diferente ela pode ser interpretada de forma errônea pelo leitor. Por isso, é preciso dar suporte ao leitor de interpretar corretamente, neste caso, entra a legenda e o título. As legendas são muito importantes porque elas sugerem o real significado da imagem que em alguns casos sem uma contextualização textual não pode ser entendida. Para Collaro (1996, p.157) a "legenda complementa o significado da foto, acompanhando-a disposta abaixo ou nas laterais. Quanto ao caráter, é preciso que seja diferente do utilizado no texto, tanto no corpo como na série".

Fotos/Ilustração - A imagem fotográfica e ilustrativa é muito importante num veículo impresso, porque gera vida ao conteúdo e chama mais atenção do leitor, sendo assim, deve-se levar em consideração a posição em que a fotografia será exposta. "O principal aspecto em termos de posicionamento de foto é que esta deve acompanhar, sempre que possível, a matéria relacionada"[14]. Os recursos visuais são constituídos além da fotografia, a ilustração que se subdivide em infográfico, charge e ilustração. Conforme Collaro (1996, p. 148) a utilização ou não de vários recursos na capa depende da empresa jornalística.

Alguns veículos têm por característica utilizar na capa um único elemento. É óbvio que este elemento deve sintetizar todos ou, pelo menos, o assunto mais importante sobre o qual girará a edição. Fotos ou ilustrações são os recursos mais comuns nesse tipo de apresentação, acompanhados evidentemente de sua manchetes e leads se houver necessidade.

2.3.3 Itens para adequada finalização do jornal

Edição - Nos jornais impressos existem várias etapas a serem seguidas, como: pautas, coleta de dados, seleção e elaboração das matérias, edição e impressão. Antes da impressão, o material jornalístico passa por uma triagem, denominada edição, que pressupõe o "corte" e "escolha" dessa ou daquela matéria a ser publicada no jornal. É o trabalho que passa pela edição, que o leitor vai ler. Entra na edição também o local em que a matéria vai ser inserida, onde prevalece a linha editorial do jornal impresso (que atinge aos editores, redatores e diretores do veículo).

Durante a edição, algumas notícias ficam sem fotos. Primeiro, porque em alguns casos não foi fotografado o acontecimento. Segundo, falta de qualidade na fotografia. De acordo com Lima (1989, p.64): "O critério de edição é escolhido em função da força icônica que a fotografia possui associada à importância da notícia. O repórter fotográfico de jornal fica na expectativa de sua foto ir para a primeira página. É ela que lhe dá prestígio e que aumenta a sua importância na redação".

Impressão – É o processo final onde a máquina rotativa ou off-set executam e materializam todo o processo que houve anteriormente, ou seja, desde a coleta de dados pelo repórter, a fotografia, até a diagramação. Sendo que depois da impressão em preto e branco ou colorida é que o jornal e as notícias serão disseminadas e chegaram ao seu trajeto final - o leitor. Esta etapa final é de fundamental importância e deve ser levada em consideração por todos os veículos impressos.

2.4. JORNALISMO LOCAL E HISTÓRICO DO VOZ DO OESTE

"O jornal local tem por filosofia editorial atender aos anseios e reivindicações da comunidade" (DORNELLES, 2006, p.65). O jornalismo é uma atividade que divulga acontecimentos de caráter local, regional, nacional e internacional. A cobertura jornalística local é constituída de informações que são de interesse de uma população específica de uma região, mas podem ocorrer casos em que um fato local torna-se de interesse nacional ou até internacional. Dentro das pautas deste tipo de jornalismo estão inclusas: eventos, instituições governamentais e não-governamentais, políticas públicas e o cotidiano da cidade.

Para Peruzzo (2003, p. 78) "os meios de comunicação que operam em nível local – incluindo os comunitários – conseguem mais credibilidade quando exploram, direta ou indiretamente, [...] dimensões próprias do local, formuladas tendo por base (mas ao mesmo tempo extrapolando suas demarcações originais)", ela cita os itens dados por Renato Ortiz e Alain Bourdin: proximidade, singularidade, diversidade e familiaridade, dos quais caracterizam uma mídia local.

O jornalismo de interior tem sido mais estudado e assim ajuda no entendimento de como está sua recepção no mercado de comunicação, bem como, na obtenção de dados sobre em que local estão circulando. Segundo Fernandes(2003, p. 104),

Uma das primeiras características que desponta ao se estudar os jornais do interior de Santa Catarina é sua concentração geográfica. Estão sediados em 93 (31,74%) dos 293 municípios, média de 1,9 jornal por cidade onde estes estão sediados. Exatos 200 (68,26%) municípios não contam com imprensa própria. Esta concentração tem uma razão plausível [...] nada menos que 245 (83,6%) cidades catarinenses têm, no máximo, 20 mil habitantes, um mercado pouco interessante até mesmo para a pequena imprensa.

Em Chapecó, os principais veículos impressos são: Diário do Iguaçu, Sul Brasil, Diário da Manhã e Voz do Oeste, todos circulam diariamente na capital do Oeste e região. O jornal Diário do Iguaçu foi fundado em 27 de março de 1997 pela união de 12 ex-funcionários que pertenciam ao antigo jornal "O Iguaçu" que havia ido à falência. Já o jornal Sul Brasil nasceu em 21 de setembro de 1993, mas somente em 24 de novembro desse ano que circulou a primeira edição. O jornalismo de interior é recebido de acordo com Fernandes (2003, p. 134) porque "parte da aceitação dos jornais locais pode ser atribuída ao distanciamento editorial que os jornais estaduais e as emissoras de televisão mantêm das pequenas comunidades, mesmo estes veículos chegando até estas cidades".

Um dos jornais impressos mais antigo é o jornal Diário da Manhã implantado em 28 de novembro de 1935, em Passo Fundo (RS), pelo jornalista Túlio Fontoura, onde constam sucursais em Chapecó, Passo Fundo, Erechim e Carazinho. Mas em Santa Catarina, específico em Chapecó sua implantação ocorreu somente em 7 de outubro de 1979, sendo esse jornal o pioneiro em termos de jornalismo diário.

A história dos meios de comunicação de massa mostra que, apesar de muitos vaticínios contrários, a chegada de um veículo novo nunca provoca a extinção dos anteriores. [...] Nada garante, entretanto, que a sobrevivência de todos os meios seja certa indefinidamente. Para tudo pode haver uma primeira vez. Se hoje há um veículo candidato ao extermínio, ele é o jornal diário impresso. Para afastá-lo da beira do abismo, é necessária uma extraordinária dose de ousadia e coragem para mudar, possivelmente superior à que possibilitou o "Projeto Folha"[15].

Mas em meio a estes três veículos exatamente em 10 de dezembro de 2004, nasce o jornal Voz do Oeste, tendo como diretor executivo, Adriano L. B. Oro, diretor administrativo, Gilvan Coper e editora-chefe, Lílian Carla Simioni, contendo a empresa jornalística neste período cerca de 10 funcionários.

De acordo com a editora chefe atual, Meriele Miorando, num primeiro momento o objetivo da implantação do veículo era obter características de linha editorial comunitária, com informações destinadas diretamente a moradores dos bairros, do município de Chapecó.

Neste ínterim, o jornal realizou uma campanha em meio à população dos bairros, inserindo anúncios nas edições, sugerindo aos leitores que opinassem sobre pautas ligadas a sua realidade. "As pessoas ligavam para fazer matéria, principalmente os líderes de bairro, para reivindicar seus direitos como cidadãos", disse Meiriele Miorando.

Na época publicava 12 páginas e circulava duas vezes por semana (terças e sextas-feiras), com características de jornal de bairro. Categorização da qual a jornalista Dornelles (2006, p. 70 – 71) conceitua:

A imprensa de bairro é por nós considerada um segmento da imprensa local, esta compreendida como a prática jornalística de determinado veículo de comunicação, com cobertura de assuntos de uma cidade, além de diversas outras características que identificam este segmento.

Atualmente (2007) o jornal com características regionais, tem como diretor executivo, Adriano L. B. Oro, diretor de redação, Marcos Albeirice e editora-chefe, Meiriele Miorando, o veículo tornou-se de circulação diária e possui 12 páginas, sendo que obteve caráter regional desde julho de 2006, impresso em rotativa própria da empresa jornalística, abrange as seguintes cidades: Cordilheira Alta, Guatambú, Xaxim e Caxambú do Sul, encaminhados por malote via ônibus ou via moto boy. Sobre a mídia local, Peruzzo (2003, p.80) entende que,

comporta expressar uma comunicação que se alimenta dos acontecimentos, temas e elementos da cultura que dizem respeito mais diretamente à vida de um determinado segmento da população ou de uma determinada localidade.

Para os próximos anos existe a possibilidade em abranger outras cidades da região, tais como: Coronel Freitas, Pinhalzinho, Marema, Lajeado Grande, União do Oeste, Nova Itaberaba, Nova Erechim, Águas Frias e Planalto Alegre, alguns desses lugares ainda não recebem as edições por dificuldade em encontrar um meio de transporte acessível.

A tiragem diária é equivalente a 1.500 exemplares, destes 1.100 circulam em Chapecó e 400 são distribuídos em bancas e demais cidades onde o jornal circula. Em Chapecó constam 865 assinantes, o restante das edições é vendido em bancas e para assinantes de outras cidades em que o jornal abrange, este número de exemplares é atualizado conforme o acréscimo ou cancelamento de novos assinantes toda a semana nas terças e sextas-feiras. Isso reflete que Erbolato (1991, p. 18) expressa em seu livro; Técnicas de Codificação em Jornalismo, que diz:

Jornal é mercadoria à procura de comprador, todos os dias, a cada edição que se coloca à procura de comprador, todos os dias, a cada edição que se coloca à venda nas bancas. Embora exercendo uma função pública e social e difundindo informações, opinião e entretenimento, os jornais têm que pertencer a empresas sólidas. Sem estabilidade econômica não há independência. Para alcançar ambos os fins – tiragem elevada e rentabilidade - , devem obter a confiança dos leitores e da maior fonte de onde provêm suas receitas: os anunciantes.

Para a distribuição dos exemplares em Chapecó, foi efetuada uma relação de bairros distribuídos em linhas e assim facilitar a entrega dos jornais: Linha 1 – Região Efapi, Engenho Braum, parte do São Cristóvão, Jardim América, Parque das Palmeiras, Vitório Rosa (87 exemplares); Linha 3 – Bela Vista, Alvorada, Cristo Rei, Eldorado, Coca, Santa Luzia, parte do São Cristóvão, Marechal Bormann (118 exemplares); Linha 5 – Centro (287 exemplares); Linha 6 - Seminário, Universitário, Esplanada, parte Santa Maria, Vila Zonta, São Roque, Maria Goretti, São Pedro, (142 exemplares); Linha 7 – Passos dos Fortes, Presidente Médice e loteamentos, Bairro Líder e parte Santa Luzia (139 exemplares) e Linha 9 - Jardim Itália, Saic, Santo Antônio, Palmital, Quedas do Palmital (92 exemplares).

Desde sua implantação no mercado de Comunicação local, o jornal sofreu modificações, pois por um curto espaço de tempo, já teve 16 e 20 páginas, mas por dificuldades em manter-se financeiramente, reduziu as páginas permanecendo então com 12 páginas, mas aos finais de semana são inclusas quatro páginas contendo classificados. Para desenvolver de forma adequada seu trabalho a empresa jornalística conta com 25 funcionários.

De acordo com a editora chefe, Meiriele Miorando, a definição do veículo Voz do Oeste, consiste na sua dedicação para desenvolver um bom trabalho, com caráter interessante, e que suas falhas podem ter sido ocasionadas pela estrutura inadequada, tanto de equipamentos, quanto de profissionais da área.

Ao ampliar seu campo de veiculação, transferindo de jornalismo de bairro para jornalismo local, a linha editorial teve que ser alterada, abordando assuntos de interesse local/regional, enfocando a uma gama maior da população, com destaque para questões políticas.

Entretanto, não foi apenas a linha editorial que foi alterada na transição bairro – local, mas também a diagramação. "A mudança melhorou a qualidade do jornal, não somente a estética, mas também o conteúdo", expôs à editora chefe.

Outro fator verificado foi à inclusão demasiada de publicidade o que diminuiu o espaço destinado às notícias. Apesar da implantação de novos veículos "o jornal impresso diário corre risco efetivo de não sobreviver por muito tempo, tanto no Brasil quanto em quase todos os outros países"[16]. Por isso, empresas jornalísticas de pequeno porte tem também aderido à Internet.

2.5 VERSÃO DIGITAL DO JORNAL IMPRESSO VOZ DO OESTE

O mercado de comunicação impresso local tem sofrido as conseqüências da era digital e desta forma procura se adaptar objetivando não perder espaço midiático, e assim está incluindo na Internet suas versões on-line dos jornais impressos, mesmo que sejam jornais eletrônicos prematuros. Com isso, estão pensando no futuro de suas empresas jornalísticas, evitando assim à bancarrota da empresa. A rede fornece às empresas ferramentas importantes para atrair novos leitores, o que acaba gerando consequentemente um aumento em investimentos publicitários.

[...] é na rede mundial de computadores que está a maior parte da informação acessada pela sociedade contemporânea, um meio que precisa mudar constantemente para atrair visualmente a atenção do internauta. Essa linguagem, por conseguinte, acaba sendo captada pelos meios mais tradicionais, e o jornal impresso tende a reproduzir as inovações apresentadas na internet: tipografia, utilização de fotografias e demais imagens, grafismos e layout acompanham essa tendência. Outra explicação lógica para a necessidade em revolucionar a partir do projeto gráfico parece ser uma tentativa do jornal impresso em fazer frente à internet não somente como mídia informativa, mas como espaço de entretenimento. Entretanto, é importante que o conteúdo acompanhe a evolução da forma e que os jornais abram espaço para reportagens mais aprofundadas, porque os principais concorrentes dos jornais de hoje não são os outros jornais, mas as outras mídias, como internet. Em tempos de competitividade, os jornais preferem ser tachados de ser uma versão impressa da informação online do que cair prematuramente no esquecimento. E levar consigo uma geração de leitores que não vive sem o jornal de domingo[17]

No início da efetivação do jornalismo havia veículos que monopolizavam o setor da comunicação/informação, hoje com o acesso facilitado muitos receptores passivos tornaram-se ativos e interferem nas mensagens de forma efetiva. Por entender este desenvolvimento exacerbado os veículos continuam inserindo na Internet suas versões on-line do jornal impresso e tornaram-se mais exigentes na qualidade da informação. O jornal Voz do Oeste (www.vozdooeste.com.br) esteve por curto espaço de tempo com sua versão impressa na rede mundial dos computadores, mas mesmo não a mantendo no ar, o link – Jornal Voz do Oeste – continua no portal http://www.portalchapeco.com.br.

O velho jornalismo era dominado por um único jornal local e, mesmo no nível nacional, sempre foram alguns poucos jornais que não respondiam a ninguém. Com os blogueiros ou mesmo com outros usos da Internet, esta cobrança da qualidade da informação está vindo e forte. Isto será bom para o jornalismo, o padrão de qualidade vai ser mais exigente[18]

O Jornal Voz do Oeste com o slogan "a notícia quentinha no papel e também na internet", durou on-line por cerca de 4 meses, devido à falta de profissional responsável para sua atualização, optou-se por tirar do ar a versão do veículo na rede. Veja o modelo na seqüência.

Monografias.com

2.6 RECEPÇÃO

A pesquisa de opinião de qualquer estilo é de fundamental importância para manter na sociedade um determinado produto, seja qual for sua finalidade, pois ao conhecer o destinatário/comprador, o remente/vendedor vai tentar satisfazer as necessidades do receptor e assim manter uma clientela fiel. Com o jornalismo não é diferente, pois quando um veículo consegue adquirir credibilidade do seu leitor este vai tornar-se assinante e ficará satisfeito com a informação que receber.

Receptor é um dos protagonistas do ato da comunicação: aquele a quem se dirige a mensagem; aquele que recebe a informação e a decodifica, isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em mensagem recuperada. A informação que faz então retornar à fonte-emissora recebe o nome de feedback, realimentação ou retroalimentação. O receptor pode ser humano, tecnológico ou institucional[19]

Dentro do aspecto em questão a empresa jornalística/emissor precisa conhecer as necessidades do público e qual a receptividade que este público tem ao ler uma determinada notícia, enfim o seu público-alvo. Os estudos de recepção precisam fazer parte do cotidiano de uma empresa de comunicação, pois sem o público como o veículo subsistirá? Sem dúvidas irá perder seu espaço rapidamente, pois um emissor que contém uma mensagem, mas não um receptor definido, terá sua mensagem arquivada e ignorada, pois essa mensagem não passou pelo processo emissor-mensagem-receptor e portanto, terá sido inútil sua produção.

Brittos declara sobre a recepção o seguinte argumento:

Quando falamos de recepção nesse sentido, não estamos falando de uma recepção individual, senão da recepção como fenômeno coletivo, da sociedade da recepção. [...] É dizer, estudar a recepção é estudar este novo mundo de fragmentações dos consumos e dos públicos, essa liberação das diferenças, essa transformação das sensibilidades que encontram um campo especial na reorganização das relações entre o privado e o público[20]

Enfim, a recepção não pode ser evasiva tem que ser contundente com o seu público, dentro de uma empresa jornalística isso deve ser bem claro, porque desta forma o receptor e o emissor estarão juntos num só objetivo o de expandir o conhecimento dos fatos. Assim vai ser criada uma sociedade com propósitos em comum, ou seja, estar por dentro dos acontecimentos mundiais e através disso, quem sabe construir um ambiente social saudável e apto para convivência em coletividade.

2.7 MANCHETE, EDITORIAL E COERÊNCIA

2.7.1 Manchete ou título principal

"Use a palavra apenas para indicar título que ocupe toda a extensão da página" (MARTINS FILHO, 1997, p.173). Segundo a etimologia, o título é originado do termo titulus, que significa marca. Na época designava uma etiqueta colocada por fora do papiro e facilitava a identificação. Hoje, também denominado de manchete, é importante numa capa de jornal, porque ela estabelece uma conexão entre o jornal e o seu leitor. "A manchete sinaliza a informação mais importante da notícia. Por meio dela, o leitor identifica, observa, separa, começa e termina uma notícia" (LONARDONI, 1999, p.113-114).

Caso ela não seja bem elaborada pode evitar a leitura ou ainda não chamar para sua respectiva matéria. Não cumprindo desta maneira sua função principal. "Uma manchete é o título principal, de maior destaque, no alto da primeira página de jornal ou revista, alusivo a mais importante dentre as notícias contidas na edição[21]

Esse recurso jornalístico precisa ter também um resumo geral da sua matéria correspondente. Além é claro, ser criativo de modo a levar o leitor ser atraído para leitura minuciosa do assunto que ela aborda na área interna do jornal.

Para Lustosa (1996, p. 149) a manchete consiste na construção de uma mensagem específica "que comporá o quadro do material editorial de um noticiário de qualquer veículo de comunicação de massa. Constitui um elemento fundamental para a composição do quadro geral da estética fundamental do material informativo. "Em outras palavras, o título é um microtexto, cuja carga semântica tem como objetivo principal chamar, atrair o leitor para o texto – o todo" (LONARDONI, 1999, p.143).

2.7.2 Editorial

Os editoriais nem sempre são publicados por veículos de jornalismo impresso, mas quando publicam reservam um espaço exclusivo usualmente na área superior, da página 2 (dois).

Esse elemento do jornalismo (editorial) é parte integrante da diagramação e nele são inseridas a opinião da empresa jornalística sobre os acontecimentos mais relevantes publicados pelo jornal naquela edição, sendo circulados por um box para diferenciar dos demais textos e enfatizar que se trata de conteúdo opinativo e não informativo. "Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de se ater a nenhuma imparcialidade ou objetividade[22]

Outro fator preponderante, é estar ciente de que dentro de um veículo, não é somente o editorial que vai expor a ideologia do veículo, mas também seu conteúdo das matérias publicadas, desde uma manchete até uma reportagem completa. É a denominada linha editorial que consiste numa "política predeterminada pela direção do veículo de comunicação ou pela diretoria da empresa que determina "a lógica pela qual a empresa jornalística enxerga o mundo; ela indica seus valores, aponta seus paradigmas e influencia decisivamente na construção de sua mensagem"[23]

Dentro da linha editorial a forma de expressão usada nas notícias pode variar conforme o veículo, muitos jornais apenas transmitem a informação, outros querem causar polêmica sem necessidade, ou seja, emocionar, criar sensacionalismo (imprensa marrom).

O problema é que a transformação do jornal em empresa e sua feroz concorrência pelo mercado estão fazendo com que o jornalismo atual padeça de uma sede sem limites por escândalos, uma vontade incontrolável de promover denúncias a qualquer preço [...] Faz atrocidades em nome de uma suposta liderança na cobertura de uma notícia. Quanto mais truculento, maior[24]

2.7.3 Coerência

Conforme o Dicionário Máster (1994, p.199) coerência é um estado ou qualidade de coerente, ligação, harmonia, conexão ou nexo entre os fatos, ou as idéias.

Um texto considerado coerente é aquele que contém uma organização lógica de idéias, com início, meio e fim, além da adequação da linguagem ao tipo de texto. Onde cada segmento textual é referido com o segmento subseqüente, formando uma cadeia lógica de idéias coesas entre si. Entretanto, quando isso não acontece perde-se a coerência e também o entendimento do conteúdo do texto. Para Fávero (1993, p, 10) a coerência é

manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira reciprocamente acessível e relevante. Assim a coerência é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não mero traço dos textos.

Da mesma foram que Fávero pensa Koch (2002, p.11;17),

[...] a coerência é algo que se estabelece na interação, na interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários. [...] A coerência seria a possibilidade de estabelecer, no texto, alguma forma de unidade ou relação. Essa unidade é sempre apresentada como uma unidade de sentido no texto, o que caracteriza a coerência como global, isto é, referente ao texto como um todo. A coerência é vista também como uma continuidade cognitiva entre elementos do texto [...] A coerência é "o resultado da atualização de significados potenciais que vai configurar um sentido", é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não mero traço de textos.

O estabelecimento da coerência é gerado através da transmissão informativa, onde são primordiais dois elementos o transmissor e o receptor da mensagem, seja ela verbal ou não-verbal. A conexão entre manchete e editorial é resultado da relação harmônica entre o que a manchete diz e o que o editorial comenta. "A falta de coerência acontece quando: não há concatenação ou argumentação, não há verossimilhança (semelhante com o possível)" (CAMPADELLI, 1998, p.43). Entretanto, mesmo quando não exista relação direta entre um e outro isso não quer dizer que haja algo errado, isso pode se resumir a ideologia do veículo que pode considerar que a manchete por si mesma já chama atenção suficiente, e assim não haja necessidade de comentário num editorial.

3. METODOLOGIA

A finalidade desta pesquisa foi estudar o mercado de comunicação da mídia impressa em Chapecó e a inserção de um novo veículo: o caso Voz do Oeste. Como objeto de estudo, usou-se esse veículo lançado em 10 de dezembro de 2004, com tiragem diária de 1.500 exemplares, destes 865 assinantes residentes em Chapecó (SC) e o restante dos jornais destinados para os assinantes de cidades circunvizinhas e venda avulsa em bancas locais. O motivo da escolha deste veículo consistiu na necessidade em entender um pouco de que forma um novo veículo é recebido no mercado de comunicação onde já estavam instalados três jornais diários locais.

Esta pesquisa é caracterizada como estudo de caso que de acordo com Gil (1991, p. 121) se caracteriza por sua "[...] flexibilidade. Isto significa que é impossível estabelecer um roteiro rígido que determine com precisão como deverá ser desenvolvida a pesquisa".

Na presente pesquisa foram realizadas três formas de busca de dados: bibliográfica, documental e de campo.

3.1 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O estudo de caso "Jornal Voz do Oeste" teve por finalidade identificar a receptividade de um novo veículo de mídia impressa no mercado de comunicação de Chapecó. Outro fator que também preponderou foi o resgate da história do veículo estudado e a opinião dos leitores assinantes sobre as notícias veiculadas, residentes no centro da cidade.

  • CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O tipo de delineamento usado foi o estudo de caso do veículo "Jornal Voz do Oeste", bem como suas características editorial-gráficas e a opinião do leitor assinante, residente no município de Chapecó (SC).

Em primeira instância realizou-se pesquisa bibliográfica anexada no Referencial Teórico, distribuída em grandes blocos: Meios e Mercado de Comunicação, História do Jornalismo Impresso, O uso da diagramação no Jornalismo Impresso, Jornalismo Local e história do Voz do Oeste, Versão digital do Jornal Impresso Voz do Oeste, Recepção e Manchete, Editorial e Coerência.

Conforme Fachin (2003, p.125) a pesquisa bibliográfica possui como finalidade fundamental "[...] conduzir o leitor a determinado assunto e proporcionar a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desempenho da pesquisa".

Num segundo momento, o enfoque desencadeou-se para análise documental do jornal impresso, com comparações das primeiras edições lançadas em dezembro de 2004 e também de edições que circularam no mesmo período em 2006. Por último, no trabalho pretendia-se constar uma pesquisa quantitativa e qualitativa sobre a opinião dos leitores assinantes do "Jornal Voz do Oeste".

  • UNIVERSO/POPULAÇÃO E AMOSTRA (OBJETO DE ESTUDO/AMBIENTE DE ESTUDO)

A amostra usada neste trabalho foi de caráter probabilístico, pois neste tipo de amostragem os elementos do universo da pesquisa possuem a mesma oportunidade em serem escolhidos, além disso, este método favorece o cálculo da margem de erro. Conforme Aidil (1990, p.58) "ao se montar uma amostra, deve-se procurar preencher duas exigências: a representatividade e a proporção". Nesse ponto, Barbetta (2002, p.25) considera que: "um passo importante no delineamento da pesquisa consiste na decisão de quem se vai pesquisar".

O universo que se aspirava estudar foram os assinantes do Jornal Voz do Oeste, residentes no centro do município de Chapecó, e o objeto de estudo o próprio jornal impresso. Para a distribuição dos exemplares do jornal, o veículo optou por dividir em linhas (vários bairros em diferentes linhas) para facilitar ao leitor o acesso à informação, totalizando 865 leitores assinantes.

Regra de três usada para verificar quantos por cento (%) dos assinantes do centro de Chapecó se referiam ao total de assinantes.

865 = número total de assinantes residentes em Chapecó

287 = número total de assinantes residentes no centro de Chapecó

865 = 100 287 = x 865 x = 100. 287 865 x = 28.700

Monografias.com

Resultado = 33,1 % dos assinantes do jornal reside no centro da cidade.

Para estabelecer a amostragem dos 287 assinantes, usou-se o cálculo sugerido por Barbetta (2002, p.60-61), que consiste na seguinte equação abaixo:

Monografias.com

Para erro de amostra Barbetta sugere:

Monografias.com

Relação total de assinantes relacionados a assinantes do centro de Chapecó.

Erro amostral = 5% (Eo = 0,05)

Monografias.com

Resultado = 167 pessoas que receberam os questionários.

Regra de três para descobrir o percentual da amostra dos assinantes do centro.

287 = número total de assinantes residentes no centro de Chapecó

167 = número total de assinantes que resultou da amostra.

287 = 100 167  = x 287* x = 100* 167 287 x = 16.700Monografias.com

Resultado = 58,1 % dos assinantes do jornal que residem no centro poderiam responder ao questionário.

Regra de três para descobrir o percentual da amostra a ser utilizada em relação ao número total de assinantes.

865 = número total de assinantes residentes em Chapecó

167 = número total de assinantes que resultou da amostra dos leitores residentes no centro de Chapecó

865 = 100

167 = x

865*x = 100* 167

865 x = 16.700

Monografias.com

Resultado = 19,3 % dos assinantes do jornal que residem em Chapecó recebeu os questionários.

  • INSTRUMENTOS DE COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS

Este estudo de caso utilizou as pesquisas: bibliográfica (autores/livros); documental (jornal) e de campo (questionário com os assinantes residentes no centro de Chapecó). Os procedimentos usados ajudaram a suprir a necessidade em responder os objetivos e o problema central desta pesquisa. "A qualidade da informação depende da qualidade dos dados! Do mesmo modo, para que a utilização dos resultados estatísticos seja feita de forma correta, torna-se necessário que o pesquisador conheça os princípios básicos das técnicas usadas" (Barbetta, 2002, p.22).

Na pesquisa bibliográfica abordaram-se pontos considerados relevantes na construção do trabalho proposto. Para melhor compreensão no Referencial Teórico foram utilizados autores que tratassem sobre os pontos centrais: a recepção e a inserção no mercado de comunicação de um novo veículo. Dentro disso, consta sobre os Meios e Mercado de Comunicação, História do Jornalismo Impresso, O uso da diagramação no Jornalismo Impresso, Jornalismo Local e história do Voz do Oeste, Versão digital do Jornal Impresso Voz do Oeste, Recepção e Manchete, Editorial e Coerência.

Já a pesquisa documental constituiu-se de análise do Jornal Voz do Oeste demarcando um período de um mês, em dezembro de 2004 e 2006, com a finalidade de analisar o editorial, manchete de capa e o caráter gráfico do jornal, com característica qualitativa e quantitativa.

No trabalho de campo receberam o questionário 167 leitores, uma amostragem do universo total de 287 assinantes, todos residentes no centro da cidade de Chapecó, em Santa Catarina. A forma usada para o questionário foi com aspectos de semi-estruturado, ou seja, com perguntas abertas e fechadas. Sendo que nas fechadas pretendeu-se definir o perfil do leitor, com tais questões: idade, sexo, grau de instrução e a como considera o jornal (péssimo, ruim, regular, bom, ótimo) e nas abertas, questões referentes ao jornal em si. Posteriormente realizou-se a tabulação dos dados para uma adequada análise e interpretação dos mesmos. De acordo com Silva (2001, p.60) o questionário "possibilita conhecer as características de um grupo ou indivíduo, como por exemplo: idade, sexo, estado civil, escolaridade, atividade que realiza [...]".

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Com a finalidade em efetuar a análise e interpretação dos dados usou-se os métodos de aquisição das informações através da busca de bibliografias sobre os assuntos abordados, estudos documentais das edições do jornal impresso e ainda o levantamento de dados através dos questionários na pesquisa de campo.

A pesquisa bibliográfica foi constituída por pontos importantes na elaboração do trabalho. Sendo que no referencial teórico destacou-se a inserção de conceitos referentes a autores que tratassem do tema principal – jornalismo impresso – e posteriormente os elementos referentes a esse assunto foram divididos em grandes blocos.

Segundo Gil (1988, p.43) na pesquisa bibliográfica "[...] o investigador tem a possibilidade de cobrir uma gama de fatos muito mais ampla do que aquela que poderia investigar diretamente".

No trabalho abordou-se sobre os Meios e Mercado de Comunicação, História do Jornalismo Impresso, O uso da diagramação no Jornalismo Impresso, Jornalismo Local e história do Voz do Oeste, Versão digital do Jornal Impresso Voz do Oeste, Recepção e Manchete, Editorial e Coerência. Por meio destas informações teóricas, houve uma facilidade considerável no entendimento dos estudos documentais e de campo, pois são indissociáveis uns dos outros.

No caso da pesquisa documental realizou-se uma análise no jornal "Voz do Oeste" no período de implantação – ano I - dezembro de 2004, levando em consideração que na época o jornal circulava duas vezes por semana, nas terças e sextas-feiras. Em seguida, para concretizar uma comparação e verificar a evolução das manchetes/capa inseridas no jornal, também foram analisadas as edições do mês de dezembro de 2006, ano II, que circularam nas terças e sextas-feiras de modo a estabelecer um comparativo das edições que circularam no mesmo dia da semana, caracterizando-se como estudo qualitativo.

A escolha da análise da capa se caracterizou por ter ela uma grande valorização no veículo impresso, pois é a primeira a ser vista pelo leitor, considerada o "carro chefe" do jornal impresso. Para executar essa parte do trabalho, organizou-se o material, foram lidas as manchetes e também se efetuou uma análise das características gráficas e do próprio editorial do veículo. Com o objetivo do resgate histórico do jornalismo internacional e nacional realizou-se pesquisas bibliográficas/Internet e entrevistas junto aos responsáveis pelo jornal local "Voz do Oeste".

Para adquirir informações referentes ao ponto de vista do leitor sobre o jornal, foram encaminhados questionários para 167 pessoas, correspondente ao número total da amostragem dos assinantes residentes no centro de Chapecó. Com esquematização semi-estruturada, ou seja, perguntas fechadas para conhecer o perfil do leitor e abertas para saber a opinião dele sobre o conteúdo gráfico e editorial do jornal.

Dos 167 questionários todos foram anexados no jornal em forma de carta, já selados, sendo que destes somente 11 retornaram, com dois questionários em branco e um respondido parcialmente.

Em seguida após obter todos os dados necessários, efetuou-se a organização dos mesmos. No caso do bibliográfico acrescentou-se ao referencial teórico às bibliografias que não foram usadas na execução do referencial do projeto, embasando assim de forma adequada ainda mais a monografia.

No que diz respeito à análise dos jornais, realizou-se a leitura dos editoriais e das manchetes da capa para chegar a uma conclusão de sua coerência entre si, bem como uma análise gráfica no início da circulação do jornal e atualmente. No período de dezembro de lançamento (2004) e atualmente (2006) que circulavam nas terças e sextas-feiras, o motivo da escolha destes dias da semana foi em conseqüência que em 2004 o jornal era bissemanal e para haver uma adequada comparação optou-se por estabelecer somente dois dias da semana, mesmo o jornal tendo se tornado diário.

A pesquisa se caracteriza como quantitativa, porém com extensão qualitativa, neste ponto, Richardson (1999, p.79) declara o seguinte: "O aspecto qualitativo de uma investigação pode estar presente até mesmo nas informações colhidas por estudos essencialmente quantitativos, não obstante perderem seu caráter qualitativo quando são transformadas em dados quantificáveis na tentativa de se assegurar a exatidão no plano dos resultados".

Para identificar a inserção do "Jornal Voz do Oeste" no mercado de comunicação impressa em Chapecó entrevistaram-se funcionários da empresa jornalística, de modo a obter dados coerentes que incrementaram a monografia e embasaram adequadamente ao conteúdo.

Com relação à pesquisa de campo, através dos questionários pretendia-se verificar a opinião do leitor assinante residente no centro da cidade de Chapecó, com indagações contendo perguntas fechadas e abertas, de modo a conhecer o perfil do leitor e sua opinião a respeito do Jornal Voz do Oeste.

Em última instância, depois da execução de todas essas etapas efetuaram-se as considerações finais para verificar se as hipóteses foram coerentes com a realidade no decorrer e finalização da monografia.

3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Durante a elaboração do projeto um dos objetivos específicos consistia em "descrever a opinião dos leitores assinantes sobre as notícias veiculadas no Jornal Voz do Oeste".

O método usado para desencadear tal objetivo faz parte da amostra com caráter probabilístico, de modo a gerar facilidade no cálculo da margem de erro, bem como oportunizando a todos os elementos do universo a participarem. Conforme Aidil (1990, p.58) "ao se montar uma amostra, deve-se procurar preencher duas exigências: a representatividade e a proporção".

O universo estudado foram os assinantes do Jornal Voz do Oeste e para isso realizou-se cálculos do total de 865 (100%) leitores para verificar quantos por cento destes correspondiam aos assinantes do centro de Chapecó, resultando em 287 pessoas (33,1%). Em seguida, desenvolveu-se outro cálculo para conhecer a amostragem dos assinantes do centro, que resultou em 167 pessoas (19,3%).

O questionário com esquematização semi-estruturada pretendia verificar a opinião do leitor, bem como conhecer o seu perfil. Para conseguir tais dados, optou-se por encartar o instrumento de pesquisa numa das edições do jornal Voz do Oeste. Com a seguinte orientação:

Caro leitor, este questionário tem o objetivo em conhecer sua opinião e de que forma o jornal Voz do Oeste está sendo recebido no mercado de comunicação em Chapecó. As respostas serão destinadas para análise e anexadas num trabalho de pós-graduação em Jornalismo da Unochapecó, e seu nome será mantido em sigilo absoluto. Favor encaminhar o questionário via correio no prazo máximo de 10 dias (até 10 de abril de 2007), o envelope já está selado. Obrigado desde já por sua colaboração. Atenciosamente, Cristiane do Prado (estudante em Comunicação Social).

Depois desta introdução colocaram-se as questões fechadas (perfil do leitor) e questão abertas (opinião do leitor) para que os responsáveis pelo jornal anexassem nas edições com destino aos assinantes/leitores do centro de Chapecó. Passado o prazo de devolução do questionário, apenas 11 retornaram dois em branco e um respondido parcialmente.

Devido a pouca colaboração dos leitores este trabalho atingiu parcialmente o objetivo específico em questão, provocando uma lacuna.

Os motivos que levaram os leitores se abster em dar sua opinião do jornal que assinam torna-se uma incógnita. Mistério no qual talvez nunca seja descoberto, mas que pode gerar uma futura pesquisa: O que leva alguém não expor sua opinião sobre um jornal que é assinante? Fora isso, serão apenas conclusões especulativas, que não foi à finalidade deste trabalho.

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 ANÁLISE DE CONTEÚDO DE MANCHETE E EDITORIAL

A análise de conteúdo consiste numa observação minuciosa de determinado texto para que desta maneira possa ser entendido sua mensagem. Desta forma, contextualizar também seu sentido que se compreende de forma subjetiva, ou seja, o que quer transmitir ao seu leitor indiretamente.

Isso tudo vai gerar uma informação qualitativa e quantitativa do conteúdo analisado, para gerar um documento hábil até mesmo para o autor do texto que vai verificar se sua mensagem foi realmente entendida e repassada de forma adequada. Para efetuar uma análise a contento, o teórico Laurence Bardin autor da obra "Análisis de contenido" (2002) estabelece uma organização em três pólos cronológicos:

  • a) A pré-análise;

  • b) O aproveitamento do material.

  • c) O tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

É esta seqüência para análise que se efetuou neste trabalho. A escolha para análise da manchete efetuou-se devido a ser essa uma das primeiras leituras realizadas em qualquer jornal, é o chamado "carro chefe" da capa, onde o leitor visualiza por primeiro (área externa capa/contra-capa), antes de ler o conteúdo jornalístico inserido nas páginas internas do jornal.

É a manchete que chama a atenção e em sua maioria possui sua matéria disposta nas páginas ímpares, as quais são classificadas jornalisticamente como as páginas merecedoras das notícias mais relevantes.

Já o editorial expressa à linha editorial do veículo e comenta assuntos que os responsáveis do jornal consideram de importância considerável, que merece ser comentado e esmiuçado para o leitor.

Para observar se houve ou não coerência entre manchete e editorial, foram lidos tanto um, como outro. Sempre levando em consideração de que não é obrigatório o editorial comentar sobre a manchete, mas que usualmente é isso que acontece. Além disso, foi escaneado tanto a manchete e sua foto principal, como o editorial, as quais são apresentadas a seguir.

4.1.1 Instrumentos de pesquisa: descrições e análises da manchete e editorial

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10 de dezembro de 2004 capa/manchete

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10 de dezembro de 2004 - editorial

Descrição:

  • Manchete

O Jornal Voz do Oeste de 10 de dezembro de 2004, consta a manchete: "Lúcia e Ãngelo: desbravadores do Passo dos Fortes", a foto mostra o casal referido na manchete, a legenda declara: "Lúcia e Ãngelo chegaram no bairro quando o local não tinha nem rua aberta". A matéria referente à manchete foi inserida na página 5, com o título: "Do bairro sem rua ao "vento" de vizinhos".

  • Editorial

O "Editorial", assim mesmo intitulado, fala sobre a inauguração do veículo, sobre sua ideologia e sua conexão com o leitor morador principalmente dos bairros. Dispõe-se como porta voz do leitor para que esse possa reivindicar soluções e expressar suas opiniões de forma efetiva e diretamente ligadas a eles. "Enfim, queremos que você esteja, direta ou indiretamente, nas páginas do Voz do Oeste. Afinal, nossa intenção é informar os fatos cotidianos como você vê e vive".

Análise:

  • Manchete e Editorial

A manchete e editorial não possuem coerência entre si diretamente, mas sim indiretamente, pois o editorial declara que o que realmente queria era estar ligado ao morador simples, expor seu cotidiano e isso aconteceu na manchete. Pois, a manchete fala de um casal de moradores que podem ser considerados os pioneiros na criação de um dos bairros de Chapecó.

A manchete se caracteriza como jornalismo de bairro, e tornam pessoas simples parte da mídia, pessoas essas que talvez nunca fossem ter oportunidade em contar sua história de vida.

Já o editorial incentiva ao leitor que esse terá acesso ilimitado ao veículo, que os fatos dantes ignorados pela grande imprensa agora se tornariam parte das pautas do novo jornal. "Para nós, o que importa é o que acontece na esquina da sua casa (...) Queremos que você se sinta parte do Voz do Oeste, participe, sugira, solte o verbo". É um editorial de inauguração intensamente democrático e adere de fato ao jornalismo de bairro, pois se coloca à disposição do seu público-alvo, leitores/residentes nos bairros.

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14 de dezembro de 2004 capa/manchete

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14 de dezembro de 2004 – editorial

Descrição:

  • Manchete

O Jornal Voz do Oeste de 14 de dezembro de 2004, teve a manchete: "Quatro mortes em cinco dias em Chapecó", sem foto. Inserida na página 9, com os títulos: "Acidente com dois feridos na Uruguai"; "Adolescente morre atropelada"; "Engavetamento envolve três carros"; Vítima de assalto é assassinada"; "Acidente de trânsito no Vila Rica resulta em 5 feridos" e "Colisão em poste deixa um ferido".

  • Editorial

Intitulado "Editorial" comenta sobre a falta de conhecimento das pessoas sobre as necessidades de outros bairros, incentivando a solidariedade e discussão dos moradores de bairros diferentes, para quem sabe encontrar possíveis soluções de problemas locais.

Análise:

  • Manchete e Editorial

Não tem coerência entre si. Ambos abordam assuntos desiguais, um fala da tragédia: morte, o outro da necessidade em acontecer uma colaboração entre moradores de bairros diferentes para encontrar soluções a problemas em comum.

A manchete leva ao leitor ficar assustado com o aumento no índice da violência local. Mas o editorial procura incentivar a união dos moradores de bairros diferentes. Sem dúvidas ao gerar essa idéia acaba indo ao encontro de soluções que um bairro sozinho, sem apoio de outro bairro não teria acesso, nesse caso o ditado popular unidos venceremos pode gerar soluções de problemas que aparentemente pareciam gigantescos, mas com a união tornam-se pequenos e facilmente resolvidos.

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17 de dezembro de 2004 capa/manchete

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17 de dezembro de 2004 - editorial

Descrição:

  • Manchete

O Jornal Voz do Oeste de 17 de dezembro de 2004 colocou a seguinte manchete: "Fé e plantas para curar", na foto Dona Geni curandeira manipulando uma planta, e a legenda: "Geni conta com carinho que aprendeu as receitas dos pais. A mãe foi parteira durante 40 anos e, conforme Geni, mesmo no dia em que morreu, benzeu duas amigas. A avó de Geni também era parteira e benzedeira e, agora, um de seus filhos começou a seguir os passos da família". Com a matéria inserida na página 5, e com o título principal: "Herança que cura".

  • Editorial

O "Editorial" relata a respeito da expectativa dos líderes de bairro em relação ao novo governo municipal. "Estamos, assim como as comunidades dos bairros, na curiosidade e no aguardo para o novo sistema de diálogo".

Análise:

  • Manchete e Editorial

Não são coerentes entre si, mas ambos geram certa expectativa e esperança no leitor. A manchete influencia na esperança de cura de inveja e doença e o editorial a expectativa de solução de problemas nos bairros. Os assuntos são interessantes e cativam ao leitor, acaba renovando a motivação de uma mudança positiva na população mais carente.

Sendo que a manchete expressa a crença popular nas plantas aliada a fé. É uma pauta que com certeza relata a falta de esperança da população na medicina convencional e que por isso acaba procurando sua cura em outros meios, no curandeirismo. "A pessoa precisa acreditar, dizer que vai ficar bem. Deus ouve as preces, abençoa e cura. Não tendo fé é asneira", disse Geni Silva na matéria da manchete.

Esse tipo de assunto é a expressão de fé de muitas pessoas que por falta de recursos financeiros para pagar remédios industrializados e consultar um médico apela para medicina popular, e a inocência de muitos os leva a crer e tomar misturas de ervas que pensam que realmente os cura, e são curados muitas vezes porque aplicaram sua fé e não exatamente pelo que tomaram.

E o editorial faz uma contagem dos 15 dias antes do novo governo assumir, gera no leitor expectativa de melhorias com a nova administração municipal. O que isso acaba é gerando mesmo frustração, pois quando se espera muito de um novo governo, o que realmente se irá ter é a decepção. Além disso, por ter características de jornalismo de bairro, esse editorial abordou a necessidade dos representantes locais. "O fato é que as comunidades têm coisas a resolver e quem precisa solucionar é o poder público municipal. Estamos, assim como as comunidades dos bairros, na curiosidade e no aguardo para o novo sistema de diálogo".

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21 de dezembro de 2004 capa/manchete

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21 de dezembro de 2004 - editorial

Descrição:

  • Manchete

O Jornal Voz do Oeste de 21 de dezembro de 2004 com a manchete: "Tragédia: garota morre afogada", na foto vários integrantes do corpo de bombeiros e no meio o corpo da vítima coberto, com a legenda: "Corpo estava machucado, principalmente na face". Com a matéria exposta na página 11, tendo como título principal: "Corpo de menina desaparecida na enxurrada é encontrado".

  • Editorial

Comenta sobre a preservação de uma fonte jornalística e sua importância na apuração dos fatos, bem como a necessidade muitas vezes em manter em sigilo a identidade da mesma para evitar que essa sofra represálias.

Análise:

  • Manchete e Editorial

Não tem coerência entre a manchete e editorial, mas ambos colocam sobre a importância dos fatos ocorridos próximos as pessoas menos favorecidas. A manchete mostra que a diversão pode tornar-se fatal para aqueles que não têm acesso a um clube, por exemplo, com toda a estrutura física adequada.

A manchete é muito chocante e provoca um desconforto no leitor, principalmente quando este visualiza a foto. Possui um tom sensacionalista, mas chama a atenção das pessoas para tomarem mais cuidado ao entrar em rios principalmente quando o tempo estiver para chuva, evitando assim outras tragédias.

E o editorial fala o acontecimento sem rodeios, ou seja, o medo da população em fazer denúncias e enfrentar violência no seu cotidiano. Explica que ao desfocar uma foto está escondendo um rosto, mas não abafando uma voz. Voz essa que o jornal se propôs a ser um ouvido para escutar. "É claro que os problemas não são solucionados somente com um ombro amigo, mas dar atenção a essas pessoas já é um grande passo".

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24 de dezembro de 2004 capa/manchete

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24 de dezembro de 2004 capa/manchete

Descrição:

  • Manchete

No jornal Voz do Oeste de 24 de dezembro de 2004, a manchete principal: "Moradores querem mais segurança no trânsito". Na foto que acompanha a manchete estão duas crianças que não podem brincar fora do portão de suas casas pelo freqüente perigo em serem atropeladas até mesmo na calçada em frente às suas residências. A seguinte legenda expressa: "Pais têm medo de deixar as crianças fora do portão de casa. No detalhe, a Rua Índio Condá, que é larga e sem impedimento à alta velocidade". A matéria foi inserida na página 11, com o título principal: "Moradores pedem socorro".

  • Editorial

Nesta mesma data por ser véspera do natal o editorial: "O natal e o mistério da vida" foi enfocado sobre como os seres humanos precisam agir por si mesmos e deixar Deus agir quando Ele quiser, evitando a monotonia. É uma mensagem de reflexão, onde quem lê é induzido a analisar seus atos, sua vida e a vida do outro também, pois quando se ajuda alguém está se cumprindo o seu "papel de irmão".

Análise:

  • Manchete e editorial

A manchete revela uma reivindicação popular da melhoria na estrutura das vias públicas, no bairro Santa Maria. Como a função principal do jornalismo de bairro é se infiltrar e observar as necessidades dos moradores daquele determinado local, essa manchete aderiu adequadamente, pois deu enfoque minucioso ao que havia de ser mudado no trânsito para melhorar a segurança e distanciar possíveis atropelamentos e mortes. Evitar assim, o descaso dos responsáveis pela conservação das ruas, enfim o jornal cumpriu seu papel de porta voz dos menos favorecidos.

No editorial é colocado a idéia de comunidade, de bairro, que a colaboração mútua conduz a uma vida em sociedade melhor e quando o ser humano não pode agir por estar fora do seu alcance, então, Deus age. Como finaliza: "Comemorar o Natal é afirmar a esperança de que a vida não está entregue nem ao acaso, nem ao destino, nem a nossa própria sorte e vontade, mas que em meio às dores e tormentas da vida, Deus sempre pode fazer surgir a plenitude dos tempos, o momento perfeito para a vida acontecer".

Partes: 1, 2, 3


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