O homem de hoje - Monografias.com

O homem de hoje

Enviado por Bernardino Soares 


  1. Introdução
  2. Problema da prostituição
  3. Princípios fundamentais da educação activa
  4. Princípios da educação activa (também denominada "funcional"ou "viva")
  5. Conclusão
  6. Referências bibliograficas

Introdução

O homem de hoje, e também o jovem, vive voltado para o exterior, de costas para si mesmo, longe de si. Vive à superfície, na casca da vida, sem densidade nem intensidade existencial. Anda mascarado diante de si e dos outros.

Conquistar a lua e os espaços é grande aventura do homem e, no microcosmo, penetrar nos mistérios do átomo e da célula. Mas conquistar-se a si mesmo e desvendar os mistérios da sua interioridade, é bem mais sedutor e maravilhoso.

Se o atleta se prepara com tanto cuidado, quanto maior não deve ser o empenho em adestrar-se para as grandes batalhas da vida deixando que o bem vença sobre o mal em si e no mundo. Sentir a tentação das alturas, deixar-se seduzir por metas elevadas. Ter voos de gaivota ligeira e de águia, não se ficando a esgravatar em terra como as galinhas ou a rastejar como o sapo, fruto da hereditariedade traçou, da educação e do meio. À medida que vamos crescendo, vamos tomando as rédeas da vida na mão, através da inteligência e da vontade que possibilitam a liberdade, apesar de muito condicionados externa e internamente.

Deus nos deu um caminho. Tem um projecto maravilhoso sobre cada um de nós.

Pouco adianta estudar muito, conhecer muitas coisas, ter cursos, se não nos conhecermos a nós mesmos. Não interessa ter muitas coisas, se não nos possuímos a nós mesmos. Importa mais ser que ter.

Cada um de nós é um sujeito único, uma personalidade original e irrepetível

Podemos realizá-lo ou ficar inacabados, pior ainda deformados ou monstruosos.

O artista tem de conhecer os instrumentos de trabalho, como o cientista os livros especializados. Conhecer o material e as técnicas, mas também as próprias capacidades e características. A melhor obra de arte e a ciência por excelência é a vida que nos compete viver. Temos de nos conhecer para construirmos uma vida melhor, ao serviço de Deus e dos homens.

CAPÍTULO I

Problema da prostituição

Ligo a este tema um assunto que me deixa preocupado: O PROBLEMA DA PROSTITUIÇÃO. Encarar o problema da prostituição como sendo apenas circunscrito à necessidade de abolir aquela actividade a que se chama meretrício (comércio de amor, comércio do corpo) não é, em meu entender, abarcar o assunto em toda a sua enorme e pavorosa extensão e significado. Aquela actividade, e doença, se poderá obter a cura do mal e o desaparecimento dos sintomas. Nós sabemos que em quase todo o mundo moderno existe uma tendência marcada para a proibição pura e simples da venda do corpo, isto é, do meretrício. Mas não deixamos de verificar também que em certos países--- como por exemplo, a Suécia--- tal problema praticamente não existe --- e isso sem que o estado haja intervido com o rigor com que, por exemplo, interveio nos Estados Unidos. E repare-se o que está sucedendo neste último país: a proibição determinou o aparecimento do "mercado negro"---- representando pelas chamadas "call girls" --- o outras, correlacionadas ("referente a escravatura branca") são apenas sintoma de algo mais grave e anterior----algo que se vai filiar na própria essência psicológica, sentimental e volitiva da sociedade, dos indivíduos que a formam, da educação que recebem e do modo como vivem. Há uma doença que tais actividades denunciam. E, por isso, só através do ataque directo, cuidadoso e profícuo, a essa que redunda em uma extraordinária dificuldade de controlo e menos eficácia ao combate à actividade proibida. Estes dois factos de cuja constatação ainda há bem pouco tempo se fez eco a magnifica revista italiana "ll Espresso", são claramente demonstrativos de que a proibição é desnecessária quando a sociedade, por si, não "segrega"o mal; e é inoperante quando, pelo contrário, o ambiente é propício ao seu desenvolvimento. Isto não quer dizer que o estado deva, pura e simplesmente, alhear-se do problema. E também não invalida a defesa do abolicionismo pura e simples, se as circunstâncias o aconselharem. E as circunstâncias hão-de se aquelas em que o mesmo abolicionismo possa tornar-se meio eficiente de combate, em vez de provocar o descontrolo da situação real, nos termos em que expusermos --- caso em que se torna nitidamente nocivo. A questão é tão intrincada e envolve tão variados e difíceis aspectos que, em Itália, por exemplo, há dez anos que anda a ser discutida no parlamento, sem que hoje, ao que nos conste, tenha sido aprovada, uma proposta de lei abolicionista, conhecida por lei Merlin (nome da deputada que a apresentou, numa grande discussão). O corpo social é na verdade, um corpo, com tanta realidade como o do homem: a febre é sintoma de doença. Pode-se atacar a febre na medida em que esse incómodo vai agravar o mal; mas só desaparecerá a febre se curar a doença que lhe deu causa.


Página seguinte 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.