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O perfil do Educador Ambiental do ensino fundamental em São Francisco Do Sul – SC (página 3)

Prof. Edelene Soraia Da Silva
Partes: 1, 2, 3, 4, 5

2.1.5 Interdependência e articulação dos diferentes grupos PAP

Os diversos grupos PAP bem como os educadores ambientais encontram limites cotidianos para sua ação, para acesso a informações, para a intervenção em políticas públicas. Estes limites só são superáveis pela articulação entre estes grupos na formação dos observatórios em rede que podem ter alcance de seus conhecimentos, experiências, metodologias para se avaliarem e formularem propostas políticas públicas nos diferentes níveis do estado e da sociedade civil.

2.1.6 Autogestão e continuidade do processo educativo

O sistema PAP é uma metodologia que induz a autogestão, entretanto a continuidade depende da democratização dos processos decisórios, da mobilização de diferentes organizações, de diferentes saberes e da sinergia de recursos. Os conteúdos devem ser acessados conforme a práxis do coletivo exige.

2.1.7 Multiplicidade de espaços e vias educadoras

A educação ambiental não deve estar centrada e limitada ao espaço das salas de aula no ensino formal, mas esta pode e deve se desenvolver em todos os espaços possíveis e imagináveis. O educador ambiental ao planejar pode contar com diferentes espaços para sua prática e para o desenvolvimento dos conteúdos de educação ambiental. Igualmente os recursos a serem utilizados podem abranger meios de comunicação diversos desde Internet, tv, transmissões de rádio entre projetos educativos que estejam presentes direta ou indiretamente na comunidade. Os espaços do cotidiano já são educativos, basta que se tenha o olhar crítico e observador para contemplar os enfoques da educação ambiental no encontro entre educador e educando.

2.1.8 Diálogo com experiências sociais disponíveis de enfrentamento da problemática socioambiental

São inúmeros os campos de conhecimento que abrangem a educação ambiental no cotidiano das pessoas e entidades públicas e privadas, que oferecem possibilidades diversas para o apropriamento dos conhecimentos. A educação ambiental é um campo aberto em permanente construção a partir dos diversos campos do conhecimento, da sociologia à ecologia, da psicologia à economia, da pedagogia à ciência política, à antropologia. Todas as práticas que pareciam arcaicas de manufaturas de alimentos, por exemplo, servem hoje como ferramentas à prática da educação ambiental se bem exploradas pelo educador mediador a fim de contextualizar sua utilização e necessidade à vida humana em relação ao meio como um sistema integrado.

2.1.9 Totalidade e permanência

Nesta idéia se conclui que faz-se necessária a participação de todos os integrantes da sociedade. No entanto, isso não implica em que aconteça harmonia ou ausência de conflito o tempo todo, mas um diálogo que leve à democratização da sociedade e do controle social do Estado contribuindo para a superação das desigualdades socioeconômicas e políticas historicamente construídas no Brasil. A permanência destas práticas, no entanto, dependem do comprometimento das pessoas envolvidas.

2.1.10 Democratização e acessibilidade a informações e aos foros de participação

Todas as informações devem ser compartilhadas para que o conhecimento se torne público e todos possam ter acesso às possibilidades de construção do saber para sua práxis. Os fóruns de participação, debates e outras formas de produção de conhecimento não devem ser privatizados, todo acesso à informação é imprescindível para o planejamento educacional que abarque todo o contexto. Através desta democratização do saber é que se darão os processos de tradução do saber popular e do saber técnico e vice-versa.

2.2 O professor-educador ambiental da escola pública

Este profissional, cotidianamente, se encontra saltitante entre uma escola e outra para atender não apenas à distribuição de carga horária de disciplinas e turmas do próprio sistema, mas também para atingir um número de horas-aula que lhe proporcione um salário suficiente para seu sustento e de sua família. O que se vê, em muitas escolas brasileiras, é um grande número de professores atuando em duas, três ou mais escolas, durante um dia ou uma semana de trabalho; isto inviabiliza investimentos em projetos político-pedagógicos e mesmo em projeto organizacional da escola.

E há ainda uma questão básica, de amplitude maior, que precisa ser trabalhada urgentemente. Trata-se da necessidade de a escola pública passar a ser encarada como um local de trabalho. Como podem os professores de uma dada escola atuarem interdisciplinarmente, se não conseguem se reunir e permanecer por período significativo na escola?

Como diz Silva Júnior (1995, p.17):

Para que as pessoas se organizem ou sejam organizadas, é preciso, antes de mais nada, que elas se encontrem em seu cotidiano de trabalho. Sem a presença física do trabalhador individual, o trabalhador coletivo não se constitui, mas também o projeto político não se elabora.

O PPP, que deveria ser construído coletivamente e desta forma assimilado pela equipe de educadores, acaba muitas vezes não acontecendo e quando acontece, acaba esquecido em uma gaveta da administração e não é colocado em prática pela escola. Falta tempo para que os professores e demais seguimentos da escola se reúnam e planejem o currículo contemplando a Educação Ambiental, bem como os demais temas transversais.

De fato o professor que trabalha diretamente com os alunos diariamente, não consegue se administrar como deveria para um planejamento e preparação de materiais suficientemente elaborados para que se atinjam os objetivos propostos pelos PCN.

(...) o professor vê-se freqüentemente dividido entre os seus projetos de longo prazo e a preparação do dia seguinte; cada actividade ocupá-lo-ia horas a fio se quisesse fazer as coisas a sério, até o fim, reflectindo o tempo necessário (...) O professor limita-se a ir ao essencial, com um sentimento de culpa, em numerosas actividades, por não ter podido fazer mais e melhor (Perrenoud, 1997, p.58).

A escola precisa abolir também a hierarquização instituída pela influência dos sistemas capitalistas e de dominação que perduram até hoje no tradicionalismo oculto da práxis educacional. Por ser justamente um trabalho que visa a construção e o domínio do saber pelo aluno, é fundamental que se instaure o trabalho conjunto e solidário entre professores e alunos.

De acordo com Forquin (1993, p.9):

(...) ninguém pode ensinar verdadeiramente se não ensina alguma coisa que seja verdadeira ou válida a seus próprios olhos. Esta noção de valor intrínseco da coisa ensinada, tão difícil de definir e de justificar quanto de refutar ou rejeitar, está no próprio centro daquilo que constitui a especificidade da intenção docente como projeto de comunicação formadora.

Na Educação Ambiental não é diferente, o Educador Ambiental precisa ter como válido para sua consciência a necessidade de atuar positivamente na formação de uma sociedade de atitude sustentável em relação ao meio ambiente. Se o próprio professor não tem interesse nem mesmo conhece os documentos e teorias que deveriam nortear sua prática, esta se torna evasiva, fútil e pouco acrescenta à formação dos alunos que passam por suas mãos. Daí a importância de iniciar urgentemente um programa intensivo de capacitação ambiental aos educadores de todas as áreas. É preciso sensibilizar mais e mais pessoas para a problemática ambiental. Só assim, estas passarão a se conscientizarem por si próprias e a partir daí suas atitudes de justiça ambiental se concretizarão na prática diária, nos diferentes locais onde participa, servindo de exemplo multiplicador a todas as demais pessoas do seu grupo. No caso dos educadores em especial, aos seus educandos.

2.3 Dimensões político-educacionais

Se por um lado a história da evolução civilizacional humana ampliou a necessidade de avanços tecnológicos, por outro, a distância na distribuição equânime de recursos entre as populações gerou um abismo entre classes sociais economicamente, produzindo uma degradante miséria que adoece corpo e mente dos cidadãos do mundo. No Brasil não é diferente, temos dentro de um mesmo país, dezenas ou centenas de diferentes Brasis, com culturas próprias e diferenças profundas quanto à distribuição de riquezas e acesso aos benefícios dos avanços tecnológicos e de consumo.

As questões ambientais, sobretudo as resultantes das atividades humanas sobre o meio ambiente, e que interferem na qualidade de vida das pessoas, incluem-se entre os temas contemporâneos que exigem abordagem interdisciplinar que contemple nova articulação das conexões entre as ciências naturais, sociais e exatas (BUFFOM, et.al. 2003, p. 5).

Nesse sentido, a educação deve ser pautada na formação de cidadãos capazes de transformar esta triste realidade, fomentando uma sociedade mais justa com valores éticos sólidos, bem diferentes daqueles pautados por uma sociedade consumista e produtivista do sistema capitalista, como nos sugere Branco (1999, p. 19):

(...) A educação constitui, (...), o e/o de informação que reúne dados esparsos tomando-os úteis através da síntese criadora (e não da sua simples soma), originando um sistema ético de conhecimento. (...) A educação é um processo de indução de padrões éticos indispensáveis ao preparo para a vida em sociedade [para o 'exercício da cidadania']. (...) somente no momento em que a pessoa, desde criança, em seu processo de preparação para o exercício da cidadania, não mais perceber a diferença de grau entre roubar, matar, ou agredir o meio ambiente, isto é, entre os diferentes preceitos [sic] éticos indispensáveis à vida em sociedade, é que realmente ela estará adquirindo uma consciência ambiental.

O nosso grande desafio então se faz diante da necessidade de transformar primeiramente a escola em local de "educação ecológica" e não mais mero local de reprodução de sistemas ultrapassados que apenas conservam a ordem social existente, reproduzindo normas e valores de dominação dos que detém o poder não apenas econômico, mas também sobre as decisões de intervenção no meio ambiente. Esses novos valores podem estar baseados em documentos já pensados e elaborados por especialistas preocupados com o futuro do planeta como a Carta da Terra, por exemplo (Anexo I).

Jacobi, et al. (1998, p, 35-36) nos lembra que:

Atualmente, o desafio é formar profissionais com motivação para escolher atividades profissionais, de ensino e de pesquisa, centradas na problemática do alcance de limites da ação humana sobre o meio ambiente e qualidade de vida. Isto só se concretizará a partir da articulação das interfaces entre as diversas disciplinas e áreas do conhecimento. Em outras palavras, toda a sociedade deve estar inserida no processo de pensar suas ações sobre o meio e propor alternativas para remodelar as condições e modos de vida. Nesta perspectiva, é fundamental estimular a utilização de recursos naturais disponíveis por meio de tecnologias e ações ecologicamente adaptadas economicamente viáveis e socialmente justas.

Mas o grande desafio mesmo, é modificar a postura dos professores que deixam de atuar como deveriam em nome de tradicionalismos, achismos, inseguranças e mesmo o que é pior, medo de sair de sua zona de conforto para um movimento pedagógico mais intenso, que requer mais dinamismo e comprometimento para planejar e executar em torno de objetivos claros e relevantes para a formação dos educandos de nossa contemporaneidade.

CAPÍTULO III

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNDO E NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO SUL-SC

A história da Educação Ambiental em nível mundial é bastante recente. Desde os primórdios a cultura simplesmente extrativista predominava nas ações humanas até que recentemente surgiram preocupações acerca dos problemas ambientais que tais ações vinham acarretando ao planeta, pondo em risco todo o equilíbrio da vida e da própria espécie humana.

Uma observação, ainda que breve, do processo de evolução humana permite evidenciar que o "projeto" civilizatório inicial foi sendo gradativamente alterado, tendo em vista novas necessidades, novos desejos. Conforme aumentava a capacidade humana de interferir na natureza, de transformá-la em fonte de recursos para satisfação específica alterava-se a noção mais elementar de espaço comum a uma diversidade de seres (inclusive os humanos), (BUFFOM, et.al. 2003, p. 3).

Neste processo, surgiu a necessidade de modificar o ritmo de exploração da natureza a fim de que esta possa subsistir, garantindo também a subsistência humana. Surge aí a preocupação com a educação das pessoas para a utilização sustentável dos recursos do meio ambiente. Pactos e leis são criados promovendo uma nova cultura de Educação Ambiental na sociedade mundial.

Contudo, conforme nos afirma Pedrini, et al. (1997, p. 11): "(...) a ciência enquanto empreendimento humano nunca serviu apenas para gerar riquezas e bem-estar para o homem". Ao mesmo tempo em que o desenvolvimento da ciência permitiu a solução de problemas, também determinou uma profunda modificação na forma de se "ver" a Natureza.

Neste ponto, portanto, surgem os conflitos de relações entre homem e meio ambiente, nas questões de espaço e de utilização de recursos. Isso nos remete a uma necessária análise detalhada sobre os processos de produção e consumo e de como estas necessidades criadas pelo homem influem diretamente na natureza. Toda essa problemática implica na concepção de ciência destacando a importância desses conhecimentos para organização dos mercados mundiais, contemplando na discussão os fatores políticos, econômicos e também sociais.

Já no século XVIII, iniciam movimentos em prol do meio ambiente. Em 1869, Ernst Haeckel, propõe o vocábulo "ecologia" para os estudos das relações entre as espécies e seu ambiente. Em 1872 houve a criação do primeiro parque nacional do mundo com preocupação de preservação ambiental, o parque "Yellowstone" nos Estados Unidos.

No século seguinte os movimentos são tímidos e em 1947, funda-se na Suíça a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Num breve relato, a história da Educação Ambiental abre o primeiro capítulo desta pesquisa, descrevendo os principais fatos relacionados ao tema, ao longo dos séculos XIX e XX sendo que os movimentos se intensificaram a partir da década de sessenta. Ao final do capítulo, um resumo da história da cidade na qual ocorreu esta pesquisa, o Município de São Francisco do Sul – SC.

  • A década de 60

Desde a década de sessenta, Rachel Carson (1962), em sua obra Primavera Silenciosa (anexo 1), já alertava sobre os efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o ambiente, a começar pelo uso indiscriminado de pesticidas. Em 1965 é utilizada a expressão "Educação Ambiental" (Enviromental Education) na "Conferência de Educação" da Universidade de Keele, Grã-Bretanha. Em 1966 é feito o Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1968 nasce o primeiro Conselho para Educação Ambiental e neste mesmo ano acontecem as manifestações de Maio na França. No Reino Unido e em 1972, nasce o Conselho de Roma, que produz um primeiro relatório sobre os limites do crescimento econômico, o qual estudou ações para se obter um equilíbrio global a partir da redução do consumo, com diversas prioridades sociais.

  • A década de 70

Na década de 70 diversos outros fatos importantes se sucederam chamando a atenção do mundo para os problemas ambientais como a publicação do Relatório "Os Limites do Crescimento" do Clube de Roma em 1972 e o "Manifesto para a Sobrevivência", pela revista britânica The Ecologist, a Conferência das Nações sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia, na qual se constituiu a declaração sobre o Ambiente Humano ou Declaração de Estocolmo no mesmo ano (anexo 2), em que expressa a meta de que "tanto as gerações presentes como futuras, tenham reconhecidas como direito fundamental, a vida num ambiente sadio e não degradado" (Tamanes – 1977). Neste mesmo ano a ONU, criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Nairobi, no Quênia e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), criou o primeiro curso de pós-graduação em Ecologia no Brasil.

Ainda em 1974 aconteceu Seminário de Educação Ambiental em Jammi na Finlândia, onde foi reconhecida a Educação Ambiental como educação integral e permanente.

Em 1975 a Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO), a Ciência e a Cultura, promoveu em Belgrado, na Iugoslávia, o Encontro Internacional de Educação Ambiental, no qual criou o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), segundo o qual, a Educação Ambiental deve ser continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais. Ao final deste encontro foi constituída a "Carta de Belgrado" que é considerada um dos documentos mais lúcidos e importantes gerados nesta década. Trata da satisfação das necessidades e desejos de todos os cidadãos da Terra e propõe que: as causas básicas da pobreza, como a fome, o analfabetismo, a poluição, a exploração e a dominação, devem ser tratadas em conjunto, para serem erradicadas: nenhuma nação deve se desenvolver às custas de outra nação, havendo necessidade de uma ética global; a reforma dos processos e sistemas educacionais é central para a constatação dessa nova ética de desenvolvimento; a juventude deve receber um novo tipo de educação que requer um novo e produtivo relacionamento entre estudantes e professores, entre escolas e comunidade, entre o sistema educacional e sociedade. O documento finaliza com a proposta de um programa mundial de Educação Ambiental.

Em 1976 ocorreu a criação dos cursos de pós-graduação em Ecologia nas Universidades do Amazonas, Brasília, Campinas, São Carlos e no Instituto Nacional de Pesquisas Aéreas (INPA), em São José dos Campos. Mas neste mesmo ano aconteceu a Reunião Subregional de Educação Ambiental para o Ensino Secundário em Chosica, Peru. Neste evento conclui-se que as questões ambientais na América Latina estão ligadas às necessidades de sobrevivência e aos direitos humanos. Ainda neste ano também ocorreu o Congresso de Educação Ambiental em Brasarville, África, no qual se reconhece que a pobreza é o maior problema ambiental.

Em 1977 realizou-se a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi, na Geórgia, organizada também pela UNESCO com a colaboração do PNUMA. Esta conferência foi o ponto culminante da primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental, iniciado em 1975. Ali já definiram-se os objetivos e as características da Educação Ambiental, assim como as estratégias pertinentes ao plano nacional e internacional e estabelece os princípios orientadores da Educação Ambiental e remarca seu caráter interdisciplinar, critico, ético e transformador. E no Brasil, o Conselho Federal de Educação tornou obrigatória a disciplina Ciências Ambientais em cursos universitários de Engenharia. E em 1978, os cursos de Engenharia Sanitária já inseriam as matérias de Saneamento Básico e Saneamento Ambiental.

Finalmente em 1979, ocorreu a realização do Seminário de Educação Ambiental para América Latina pela UNESCO e PNUMA, em San José, na Costa Rica. A partir desse momento, a Secretaria de Ensino Médio/MEC – Ministério da Educação e Cultura e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), publicam o documento "Ecologia - Uma proposta para o Ensino de 1º e 2º graus", no Brasil.

  • A década de 80

Em 1980 acontece o Seminário Regional Europeu sobre EA , para Europa e América do Norte assinala a importância do intercâmbio de informações e experiências. E este ano foi marcado por vários outros eventos como Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO e PNUMA e a Primeira Conferência Asiática sobre EA em Nova Delhi, Índia. O MEC lança o parecer 819/85 o qual reforça a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos ao longo do processo de formação do ensino de 1º e 2º graus, hoje correspondentes aos níveis de Ensinos Fundamental e Médio da Educação Básica, integrados a todas as áreas do conhecimento, de forma sistematizada e progressiva, possibilitando a "formação da consciência ecológica do futuro cidadão".

Em 1987 houve a divulgação do "Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum" e no Congresso Internacional sobre Educação e Formação Relativas ao Meio Ambiente. Foi formulada, à época, a "Estratégia internacional de ação em matéria de educação e formação ambiental para o decênio de 1990", em Moscou, Rússia, numa outra promoção da UNESCO. Tal documento ressalta a importância da formação de recursos humanos nas áreas formais e não-formais da Educação Ambiental e da inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis. Neste mesmo evento se realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi , reafirma os princípios de Educação Ambiental e assinala a importância e necessidade da pesquisa, e da formação em Educação Ambiental .

O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou por unanimidade a conclusão da Câmara de Ensino a respeito do parecer 226/87, que considerava necessária a inclusão da Educação Ambiental entre os conteúdos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas de Educação Básica, bem como sugeria a criação de Centros de Educação Ambiental. A UNESCO/PNUMA realizou em Moscou o Congresso Nacional sobre Educação e Formação Ambientais, onde foram analisadas as conquistas e dificuldades na área de Educação Ambiental, desde a conferência de Tbilisi, na Geórgia, e discutido uma estratégia internacional de ação em educação e formação ambientais para a década de 90.

Em 1988 divulgou-se a Declaração de Caracas pelo ORPAL e PNUMA, sobre Gestão Ambiental em América na qual se denuncia a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento. Só aí a Constituição da República Federativa do Brasil dedicou o Capítulo VI ao Meio Ambiente e no Art. 225, Inciso VI, determina ao "... Poder Público, promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino..." Também neste período ocorreu a realização do Primeiro Congresso Brasileiro de Educação Ambiental no Rio Grande do Sul e a realização do Primeiro Fórum de Educação Ambiental promovido pela CECAE/USP - Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades da Universidade de São Paulo, que, mais tarde, foi assumido pela Rede Brasileira de Educação Ambiental.

Em 1989 aconteceu a realização da 3º Conferência Internacional sobre Educação Ambiental para as Escolas de Ensino Médio, com o tema Tecnologia e Meio Ambiente, em Illinois, nos Estados Unidos.

  • A década de 90

Em 1990, a Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jontien, na Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990, reitera: "confere aos membros de uma sociedade a possibilidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e desenvolver a sua herança cultural, lingüística e espiritual, de promover a educação de outros, de defender a causa da justiça social, de proteger o meio ambiente...."

Em 1991 a Portaria 678/91 do MEC determina que a educação escolar deve contemplar a Educação Ambiental permeando todo o currículo dos diferentes níveis e modalidades de ensino. É enfatizada a necessidade de investir na capacitação de professores. E a outra Portaria 2421/91 do MEC institui em caráter permanente um Grupo de Trabalho de Educação Ambiental, com o objetivo de definir com as Secretarias Estaduais de Educação, as metas e estratégias para a implantação da Educação Ambiental no país e elaborar proposta de atuação do MEC na área da educação formal e não-formal para a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Neste mesmo ano ocorreu o Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para a Educação Ambiental, promovido pelo MEC e SEMA, com apoio da UNESCO/Embaixada do Canadá em Brasília, para discutir diretrizes para definição da Política da Educação Ambiental.

Em 1992 foi realizada a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a chamada RIO 92. O MEC promoveu em Jacarepaguá um workshop com o objetivo de socializar os resultados das experiências nacionais e internacionais, discutir metodologias e currículos. Do encontro, resultou a Carta Brasileira para a Educação Ambiental, a qual reforça que, segundo a Constituição Brasileira, a Educação Ambiental (EA), em todos os níveis de ensino, é incumbência do Estado, bem como a promoção da conscientização pública em defesa do meio ambiente. Porém, a maior contribuição social tem vindo através dos movimentos da própria sociedade civil, das entidades não-governamentais, dos veículos de comunicação, dos movimentos políticos e culturais. Necessário se faz, portanto, para a efetivação do processo, que a incorporação da EA se concretize no ensino de todos os graus e modalidades.

Em 1993, outra Portaria do MEC de número 773/93, institui em caráter permanente um Grupo de Trabalho com objetivo de coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias para a implementação da Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os níveis e modalidades - concretizando as recomendações aprovadas na RIO 92.

Surge em 1994 o Pronea – Proposta do Programa Nacional de Educação Ambiental, elaborada pelo MEC/MMA/MINC/MCT com o objetivo de "capacitar o sistema de educação formal e não-formal, supletivo e profissionalizante, em seus diversos níveis e modalidades".

Em 1995 foi criada a CONAMA – Câmara Técnica temporária de Educação Ambiental no Conselho Nacional de Meio Ambiente, determinante para o fortalecimento da Educação Ambiental.

Somente em 1996, a lei nº 9.276/96 estabelece o Plano Plurianual do Governo 1996/1999, que define como principais objetivos da área de Meio Ambiente a "promoção da Educação Ambiental, pela divulgação e uso de conhecimentos sobre tecnologias de gestão sustentável dos recursos naturais", procurando garantir a implementação do Pronea.

Neste período a Coordenação de Educação Ambiental promove três cursos de Capacitação de Multiplicadores em Educação Ambiental, com apoio do Acordo BRASIL/UNESCO, a fim de preparar técnicos das secretarias estaduais de Educação, delegacias regionais de Educação do MEC e algumas universidades federais para atuarem no processo de inserção da Educação Ambiental no currículo escolar.

Em 1997 foi realizada a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade, em Thessaloniki, na Grécia, reconhecendo-se que, passados cinco anos da Conferência Rio 92, o desenvolvimento da Educação Ambiental foi insuficiente. O encontro foi beneficiado, no entanto, pelos numerosos eventos internacionais realizados no mesmo ano, na Índia, Tailândia, México, Cuba, Brasil e Grécia, entre outros países. O Brasil apresentou o documento Declaração de Brasília para a Educação Ambiental, consolidado após a I Conferência Nacional de Educação Ambiental (CNIA). A declaração reconhece que a visão de educação e consciência pública foi enriquecida e reforçada pelas conferências internacionais e que os planos de ação dessas conferências devem ser implementados pelos governos nacionais, sociedade civil (incluindo ONGs, empresas e a comunidade educacional), a ONU e outras organizações internacionais.

Ainda em 1997 os países participantes assinaram o Protocolo de Kyoto no qual 162 países assinaram o documento comprometendo-se a implementar ações para reduzir a emissão de gases do efeito estufa em pelo menos 8%, de 2008 a 2012.

Destes o Reino Unido era o único adequado ao PK na substituição carvão por gás. Os Estados Unidos não ratifica o protocolo e exerce interferência negativa na competitividade econômica norte-americana no mercado internacional.

No Brasil, neste ano, ocorreu a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), com o tema Convívio Social, Ética e Meio Ambiente, tendo a dimensão ambiental inserida como um tema transversal nos currículos do Ensino Fundamental. E a Coordenação de Educação Ambiental do MEC promove sete Cursos de Capacitação de Multiplicadores e cinco Teleconferências.

Em 1998, a Coordenação de Educação Ambiental do MEC promove oito Cursos de Capacitação de Multiplicadores, cinco teleconferências e dois Seminários Nacionais e produz dez vídeos para a TV Escola. Ao final deste ano, a Coordenação de Educação Ambiental é inserida na Secretaria de Ensino Fundamental do MEC, após reforma administrativa.

E finalmente em 1999 é promulgada a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Durante um ano, a Câmara Técnica de Educação Ambiental do Conama, na época, presidida pela COEA/MEC, que discutiu propostas para regulamentação da lei.

  • Adentrando ao Séc. XXI

Em 25 de junho de 2002 foi assinada pelo Presidente da República a Regulamentação da Lei nº 9795, pelo Decreto 4.281, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental.

Através da Portaria 1648/99 do MEC cria-se o Grupo de Trabalho com representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentação da Lei nº 9795/99. E o MEC propõe o Programa PCN em Ação, atendendo às solicitações dos Estados. O tema Meio Ambiente, como um dos temas transversais, que foi trabalhado no ano 2000 pelas escolas de Educação Básica.

Em 2007 aconteceu na Escócia A Cúpula do G8 (sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) para Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC ). Entre os assuntos que serão discutidos no encontro deste ano, dois estão em evidência: chegar a um acordo sobre como acabar com a pobreza na África e alcançar um consenso sobre como evitar mudanças climáticas causadas pela poluição. Neste encontro estão: Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália e Rússia, convidada devido a sua importância geopolítica e países emergentes Brasil, China, Índia, México e África do Sul.

Atualmente não param de acontecer movimentos e encontros internacionais entre as grandes nações para discussão e implementação de propostas para o melhoramento do quadro alarmante, segundo os últimos relatórios científicos acerca dos temas como Mudança Climática, Energia Limpa e Desenvolvimento Sustentável.

Ministros do Meio Ambiente e especialistas de todo o mundo se reúnem na Suécia para discutir informalmente as opções e as possibilidades de um novo acordo global substituir o Protocolo de Kyoto, em 2013, para atacar o problema do efeito estufa.

Cerca de 30 países participam do encontro, entre eles os Estados Unidos e China - os dois principais emissores mundiais de gases-estufa -, que acontece na cidade de Riksgransen, localizada 200 quilômetros ao norte do Círculo Ártico. Esta é a terceira reunião do tipo: a primeira aconteceu em 2005, na Groenlândia, e a segunda, na África do Sul, em 2006.

A expectativa é que a natureza informal da reunião permita que os países entrem em um acordo e desenhem um plano mais detalhado para o período pós-Kyoto - algo que não foi obtido na reunião do G-8, que terminou na semana passada na Alemanha. Na ocasião, os oito países mais poderosos do mundo, além de cinco emergentes, apenas concordaram em desenhar um projeto para o futuro em 2009 - para especialistas, tarde demais. (Disponível em http://www.cosmo.com.br/brasilemundo/integra.asp?id=197208, Acessado em: 24.06.2007)

O Brasil toma a frente diante do Projeto 2009 - Projeto Piloto do Etanol, base agrícola para produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar, muito menos poluentes do que os fósseis e mais produtivo que os demais biocombustíveis a base de beterraba ou milho, como desenvolvido na Europa. A Agência Internacional de Energia (IEA) garante que o projeto brasileiro promove eficiência energética: limpa, inteligente e competitiva.

O Brasil ainda pretende atingir os seguintes objetivos:

  • Adotar políticas para reduzir a emissão de gases de carbono - sem metas e números oposição dos EUA;

  • Fundo de suporte internacional;

  • Promover pesquisa e inovação;

  • Promover programa de impactos, vulnerabilidade e estratégias de adaptação;

  • Evitar o desmatamento e

  • Ajuda para a África.

No ano de 2007, em fevereiro, março e abril, consecutivamente surgiram três novos relatórios internacionais, que costumam acontecer a cada seis anos sobre as mudanças climáticas, seus impactos e sobre as mitigações (Dias, 2007).

3.6 Do mundo a São Francisco do Sul – SC

No ano de 1503, Binott Palmier de Goneville, colonizador português, chegou com sua expedição às margens destas terras que eram habitadas pelos índios comandados pelo Cacique Arosca. Este sendo muito hospitaleiro, numa relação de franca paz permitiu a ida de seu filho, o índio Içá-mirim, para a França, a fim de ser preparado para tornar-se um urso da artilharia, porém, este não regressou, tendo casado-se com a filha de Goneville.

Monografias.com

Figura 2. Casario antigo colonial Figura 3. Casario na Baía da Babitonga

Fonte: www.transportes.gov.br/bit/portos/ Fonte: www.costadoencanto.sc.gov.br/

sfransul/posaofranciscodosul.htm index2.php?0,2

Em 1553 chegaram os espanhóis, que construíram a capela de Nossa Senhora das Graças, mas somente em 1658, com a vinda de Manoel Lourenço de Andrade, acompanhado de sua família, escravos, gado, instrumentos agrícolas e ferramentaria para mineração, foi que aconteceu o efetivo povoamento da região que foi por ele elevada à categoria de Vila, pela prosperidade agrícola, logo atingiu a categoria de cidade em 15 de abril de 1847. Passou a abrigar grandes fazendas e intensificou-se o comércio atingindo outras localidades do país, principalmente o Rio de Janeiro pelo seu Porto Natural.

Monografias.com

Figura 4. Capela Nossa Srª das Graças Figura 5. Fachada atual da igreja

Fonte: www.sfs.com.br/index.cfm?go=turismo. Fonte: www.cwb.matrix.com.

home&IDConteudoSubCategoria=2 br/sensus/baiababitonga.htm

As propriedades rurais entraram em declínio com a abolição da escravatura e o comércio desapareceu. Muitos armadores tiveram que vender suas embarcações prejudicando a movimentação do porto. Somente em 1905, com a construção da estrada de ferro que liga São Francisco do Sul a Porto União e de lá para São Paulo e Rio Grande, a cidade voltou a prosperar com novos empregos e movimentação portuária crescente.

Monografias.com

Figura 6. Porto de São Francisco do Sul – SC

Fonte: www.transportes.gov.br/bit/portos/sfransul/posaofranciscodosul.htm

As condições geográficas também favoreceram o seu desenvolvimento por situar-se ao litoral norte de Santa Catarina, entre Itapoá, na divisa com o Paraná e a Barra do Sul, formando uma região estuarina, protegida dos ventos, com muitas ilhas, treze praias charmosas e mar navegável que formam a Baía da Babitonga.

Fundada oficialmente em 1504, São Francisco do Sul é a mais antiga cidade de povoação catarinense e a terceira mais antiga do Brasil depois dos municípios de Porto Seguro e São Vicente.

Atualmente a cidade possui cerca de pouco mais de 36 mil habitantes, porém no verão, este número quadruplica e destaca-se por seus pontos turísticos como seu casario em estilo colonial, boa parte já tombada, pelas suas tradições folclóricas como Boi-de-Mamão, Dança do Vilão, Pão Por Deus e as Pastorinhas e pelas belas praias e vistas. Ainda conserva-se reduto de índios da tribo Carijós.

A economia oscila entre as atividades portuárias, pois o Porto de São Francisco do sul é o quinto maior na movimentação de contêineres do Brasil, possui indústrias em crescimento, comércio fortalecido pelo turismo e boa parte de pesca artesanal e marisqueiros de cultivo.

Em abril, se comemora o aniversário da cidade anualmente na FESTILHA – Festa das Tradições da Ilha e FECAM – Festa do Camarão. Acontece ainda na praia da Enseada a FENAPESCA – Festa Nacional dos Pescadores, regada a frutos do mar, com diversas atividades esportivas e de lazer.

Em relação à questão ambiental, São Francisco do Sul – SC, participa da Agenda XXI (2004, p. 34), na qual destaca como pontos fortes do município:

  • O patrimônio natural constituído pela Baía da Babitonga;

  • O adequado destino final do lixo doméstico e hospitalar;

  • Empresas investindo em projetos voltados para o meio ambiente e a educação ambiental;

  • A existência da associação de catadores de materiais recicláveis.

Como Pontos fracos destaca-se na Agenda XXI de São Francisco do Sul - SC (2004, p. 34):

  • Inexistência de rede coletora e tratamento de esgoto doméstico;

  • Limitação da rede distribuidora de água potável;

  • Inexistência de Unidades de Conservação nas áreas de preservação;

  • Poluição do ar no Porto e no Rocio Pequeno;

  • Inexistência de uma estrutura específica para o meio ambiente no governo municipal;

  • Inexistência de um programa municipal de educação ambiental;

  • Risco de desastres ambientais devido à presença de grandes empresas na área na Baía de Babitonga, em especial no setor petrolífero;

  • Inexistência de plano de controle de cargas perigosas que passam pelo porto;

  • O assoreamento que vem ocorrendo em diversos pontos da Baía e rios do município;

  • Desatualização de mapas e cadastros do município na área ambiental.

Relaciona-se ainda como ameaça na Agenda XXI de São Francisco do Sul - SC (2004, p. 34): dificuldade, no longo prazo, de prover abastecimento de água caso haja altas taxas de crescimento do consumo, tanto para abastecimento humano quanto às empresas do município.

Com o constante crescimento populacional, acompanhado pelo desenvolvimento industrial, de turismo, de pesca e portuário, fortaleceu-se o comércio na região e abriu um leque de possibilidades para empreendedores na rede de ensino superior. A tabela abaixo as relaciona classificando as instituições de ensino do município pelas suas naturezas gerenciais:

Tabela 1. Instituições de Ensino de São Francisco do Sul – SC – 2007

Monografias.com

Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura – 2007

Entretanto, a força das instituições educativas em São Francisco do Sul, ainda é predominada pela educação básica, sendo que a rede de ensino no município de São Francisco do Sul conta hoje com um total de 51 instituições.

CAPÍTULO IV

CENÁRIO CRÍTICO E FATORES INTERVENIENTES NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A palavra "ecologia" foi criada em 1866 pelo biólogo alemão Ernest Haeckel (1834-1919), com a publicação do seu livro Morfologia geral dos organismos como um capítulo da biologia, para designar o estudo das relações existentes entre todos os sistemas vivos e não-vivos entre si e com seu meio ambiente. Se levarmos em conta a palavra grega que lhe deu origem, oikos, "casa", a ecologia poderia ser considerada como a "ciência da casa", da nossa casa maior que é o planeta Terra (GADOTTI, 2000, p. 89)

De lá para cá a ecologia tornou-se um dos ramos mais significativos das ciências biológicas. Praticamente todos os setores econômicos e sócio-culturais dependem de seus estudos para planejar e atuar no meio ambiente.

Hoje se pode distinguir quatro grandes vertentes da ecologia: a ecologia ambiental — que se preocupa com o meio ambiente —, a ecologia social — que insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza e propugna por um desenvolvimento sustentável —, a ecologia mental ou profunda — que estuda o tipo de mentalidade que vigora hoje e que remonta à vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica — e a ecologia integral — que parte de uma nova visão da Terra surgida quando, nos anos 60, ela pôde ser vista de fora pêlos astronautas (BOFF, 1996b). "A era planetária começa com a descoberta de que a Terra é apenas um planeta" (MORIN e KERN, 1993, p. 16). A ecologia natural se referia apenas à preservação da natureza. A ecologia social integral se refere à qualidade de vida (GADOTTI, 2000, p.90).

A partir dos debates em torno dos problemas ambientais que foram surgindo ao longo das últimas décadas, no interior das ONGs surgiu o termo ecopedagogia, que passou a ser discutida no interior das universidades, das empresas e das escolas no mundo todo levando a uma busca por uma "educação não só de qualidade, mas com objetivos e conteúdos curriculares novos" (GADOTTI, 2000, p.92).

Continuando esta fala, Gadotti (idem, p.94) ainda nos lembra que:

"Colocada neste sentido, a ecopedagogia não é uma pedagogia a mais, ao lado de outras pedagogias. Ela só tem sentido como projeto alternativo global, em que a preocupação não está apenas na preservação da natureza (ecologia natural) ou no impacto das sociedades humanas sobre os ambientes naturais (ecologia social), mas num novo modelo de civilização sustentável do ponto de vista ecológico (ecologia integral) que implica uma mudança nas estruturas econômicas, sociais e culturais. Ela está ligada, portanto, a um projeto utópico: mudar as relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje. Aqui está o sentido profundo da ecopedagogia, ou de uma pedagogia da Terra como a chamamos."

Pela pedagogia da Terra o professor deve trabalhar com novos paradigmas partindo do princípio de que a formação que a escola precisa oferecer traga também a preocupação com as conseqüências das ações que todos fazem no seu cotidiano, é o que nos orienta a Carta da Ecopedagogia (Anexo 1). Desde pequenas as crianças precisam conhecer este novo modo de pensar e agir conseqüentemente.

Ainda segundo Gadotti, (ibiden, p. 97),

"A educação ambiental teve um desenvolvimento extraordinário nos últimos anos e foi definitivamente incorporada ao currículo escolar. Pode-se dizer que, diante da educação ambiental, a ecopedagogia está hoje apenas engatinhando. Ela está ainda numa fase conceptual enquanto a educação ambiental já desenvolveu metodologias apropriadas ao ensino tanto no Brasil (GEVERTZ, 1995; CARVALHO, 1998) quanto no exterior (DE ALBA, 1993). Oriunda do movimento ecológico, a ecopedagogia ainda se encontra numa fase muito ambientalista. Contudo, mesmo nascendo da ecologia, a ecopedagogia deverá percorrer um caminho próprio, não ficando restrita ao movimento ambiental."

Fazer a Educação Ambiental acontecer nas diferentes culturas do mundo é algo além das expectativas de qualquer ecologista ou mesmo de qualquer pessoa comum. Os processos culturais somados aos interesses diversos da humanidade se chocam diante deste novo paradigma que é a cultura preservacionista pelo desenvolvimento sustentável. Ao longo da história da vida moderna, são diversos os documentos que tentam assegurar os direitos humanos sobre o mundo para sua segurança e conforto, como a Declaração dos Direitos Humanos proclamada pelas Nações Unidas já em 1948 (anexo I), a que Gadotti (2000, p. 10) questiona e ironiza:

Declaração dos Direitos do Homem? Somos quase seis bilhões a habitar a Terra. Vinte e cinco por cento da população total vive abaixo do nível de pobreza. Um bilhão de pessoas são analfabetas, 800 milhões sofrem de desnutrição crônica... Não conseguimos nem respeitar os direitos do homem, como pensar na terra, nas plantas, nos animais? E como pensar numa atividade que só acontecerá daqui a 5 anos?! Para que planejar com tanto tempo de antecedência? Vamos deixar mais para frente, afinal de contas tanta coisa pode "rolar" até lá, não é?

4.1 Influências da globalização

O termo globalização já referencia uma nova forma de compreender a integração dos povos de modo planetário. Isso fica evidenciado pelos meios de comunicação cada vez mais tecnológicos e avançados que permitem, através de internet e similares, contato e interação em tempo real com qualquer parte do mundo.

Por meio destas facilidades a comunicação hoje é globalizada no sentido de que quase que instantaneamente, ficamos sabendo dos acontecimentos do mundo todo.

Segundo Gadotti (2000, p. 34):

"O cenário está dado: globalização provocada pelo avanço da revolução tecnológica, caracterizada pela internacionalização da produção e pela expansão dos fluxos financeiros; regionalização caracterizada pela formação de blocos econômicos, fragmentação que divide globalizadores e globalizados, centro e periferia, os que morrem de fome e os que morrem pelo consumo excessivo de alimentos, rivalidades regionais, confrontos políticos, étnicos e confessionais, terrorismo."

Tudo isso é uma grande contradição, se por um lado há os que tem demais, por outro há um mundo carente ao extremo em todos os setores e em relação à situação da vida no planeta, segundo estudos da UNESCO (1999, p. 23), os principais fatores do agravamento da situação da vida no planeta são:

a) o rápido crescimento da população mundial e a mudança em sua distribuição;

b) a persistência da pobreza generalizada;

c) as crescentes pressões sobre o meio ambiente devido à expansão da indústria em todo o mundo e o uso de modalidades de cultivos novos e mais intensivos;

d) a negação contínua da democracia, as violações dos direitos humanos e o aumento de conflitos e de violência étnica e religiosa, assim como a desigualdade entre homens e mulheres;

e) o próprio conceito de desenvolvimento, o que significa e como é medido.

É importante lembrar que o processo predatório é um perverso instrumento de manutenção da pobreza. A degradação do solo e a escassez de água, dois importantes recursos para os agroecossistemas, e, conseqüentemente, para a produção de alimentos, afetam particularmente os pobres. A privatização de áreas para instalação, de forma insustentável, de fazendas de cultivo de camarão em regiões costeiras de países emergentes, com produção em geral destinada ao mercado externo, limita o acesso das populações locais à pesca tradicional, fonte de proteína e renda. Mais de 1,3 bilhão de pessoas dependem da pesca, de florestas e da agricultura como fontes de trabalho. Isso representa quase a metade de todos os empregos do mundo (ALMEIDA, 2007, p. 86).

Diante deste quadro é que os ecologistas se apressam em buscar estudos, explicações e alternativas para solucionar alguns desses problemas para tentar minimizar o mal que assola os povos. Todos esses fatores hoje dizem respeito à Ecologia pois esta se ocupa sobre tudo que cerca as relações dos seres vivos, logo não há dicotomias, há apenas a inter-relação que une obrigatoriamente os indivíduos uns aos outros numa relação de dependência ecossistêmica.

É graças à globalização tecnológica dos meios de comunicação, por exemplo, que as informações se encontram em tempo útil para completar estudos e pensamentos.

Na era da globalização aprendemos a lidar com realidades globais e, quando pensamos em mudanças, pensamos também globalmente: "pensar globalmente e agir localmente" foi a primeira bandeira dos ecologistas. Sem abandoná-la, aprendemos rapidamente que também poderíamos "pensar globalmente e agir globalmente". Acostumamo-nos a pensar no "estado do mundo" como uma realidade muito próxima. Foi assim que nasceu em 1992 a utopia da Carta da Terra (GADOTTI, 2000, p.36).

Almeida (2007, p. 40) nos aponta inclusive que:

A sociedade da informação já tem ferramentas disponíveis para mudar atos simples, como, por exemplo, fazer compras on-line, evitando o gasto de energia com deslocamentos. Empresas deverão cada vez mais usar a opção da teleconferência, evitando o consumo de energia em viagens. Da mesma forma, o consumidor consciente provavelmente dará preferência a produtos locais, quando informado da quantidade de energia envolvida no transporte de mercadorias por longas distâncias.

O acesso à tecnologia é que, ainda, é difícil para a maioria das pessoas, se por um lado há milhões de pessoas que dispõem de um computador com internet, por outro há outros milhões que nunca sequer viram um computador na vida. Entretanto, muitas escolas por programas de governo, já dispõem dessa ferramenta para inserir os alunos no mundo virtual. "A finalidade do uso da Internet em educação seria emancipar o saber, a ética e a solidariedade" (Margarita Victoria Gomez, doutoranda da Universidade de São Paulo, in IPF, 1999, p. 17).

Na escola, as crianças e jovens podem conhecer as facilidades do acesso ao mundo virtual, sentir-se motivadas pelos atrativos dessa tecnologia, pois "a revolução eletrônica cria um espaço acústico capaz de globalizar os acontecimentos cotidianos" (GUTIÉRREZ, 1996, p. 12) transformando o local global e o global local. E o que chamamos, nas organizações não-governamentais (ONGs), de glocal e ultimamente glonacal, inserindo no meio o nacional. O cotidiano e a história fundem-se num todo. A cidadania ambiental local torna-se também cidadania planetária (GADOTTI, 2000, p. 57).

O avanço tecnológico é sem dúvida alguma, um grande patrimônio da humanidade, entretanto, há que se pensar que para isso, não se pode sucumbir aos desmandos do consumismo que é um dos principais fatores da degradação ambiental que ameaça a vida futura no planeta.

"Enquanto aumenta o volume de brinquedos tecnológicos nas lojas, escasseiam o rio limpo para nadar ou pescar, o quintal com as suas árvores, o ar limpo, água limpa, a rua para brincar ou passear, a fruta comida sem química, o tempo disponível, os espaços de socialização informal. O capitalismo tem necessidade de substituir felicidades gratuitas por felicidades vendidas e compradas" (Ladislau Dowbor apud FREIRE, 1995, p. 12-3).

4.2 Influências do mundo empresarial e os compromissos globais

Nas últimas décadas, intensificaram-se os estudos ambientais e também as reuniões entre as nações interessadas em cooperar para encontrar soluções ao caos do meio ambiente provocado pelas ações humanas.

Ao todo as 175 nações presentes na Conferência das Nações Unidas, aprovaram e assinaram a Agenda 21, comprometendo-se a respeitar os seus termos. Ela representa a base para a despoluição do planeta e a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, isto é, que não agrida o ambiente e não esgote os recursos, disponíveis. A Agenda 21 não é uma agenda ambiental. E uma agenda para o desenvolvimento sustentável, cujo objetivo final é a promoção de um novo modelo de desenvolvimento (GADOTTI, 2000, p.110).

Ao que se sabe nem todas as nações conseguiram cumprir este compromisso, mas boa parte já realizou grandes passos na direção dos objetivos de reverter ou minimizar os impactos das ações antrópicas. Isso é um fato histórico, pois marca uma nova mudança radical de pensamento e de ações desde a era da revolução industrial em que "o neoliberalismo determinou uma mudança profunda nas estratégias de desenvolvimento, pois é uma doutrina centralizada na economia de mercado globalizado, com uma ênfase no consumo imediato, nas políticas de ajuste estrutural que diminuem o papel do Estado, na privatização da economia, na competitividade sem solidariedade e na internacionalização dos processos econômicos, políticos e socioculturais" (GADOTTI, 2000, p.67).

De fato o consumismo surge também das necessidades de empreender criando necessidades que até então não existiam para vender produtos novos no mercado e garantir empregabilidade às pessoas. No entanto a medida que os problemas surgem pela criação de produtos com alta rotatividade, surgem também idéias de serviços e outros produtos para minimizar suas conseqüências. Um exemplo disso é o alto índice de consumo de aparelhos de celular, por outro lado suas peças, principalmente as baterias, já são levadas a programas e serviços de reciclagem.

Os problemas ambientais globais não podem ser resolvidos por programas globais porque nós não vivemos 'globalmente' e ninguém investe recursos para alcançar objetivos globais que não estão diretamente ligados às necessidades locais nem tornam a vida das pessoas mais sustentável (KRANZ, 1995, p. 7).

Na maioria das escolas há programas em parcerias com empresas recicladoras que arrecadam embalagens plásticas, papel, latinhas de alumínio, etc. Há uma busca constante por trocas de serviços e pactos ambientais muito interessantes. O número de famílias que vivem de recolher material reciclado, o serviço de separação do lixo, vem aumentando nos grandes centros de modo significativo em cooperação com o meio ambiente.

Tudo continua como dantes, apesar das boas intenções (...) A sustentabilidade será produto da sociedade toda ou não acontecerá. Ela terá de começar decidindo como o país se situará no processo da globalização, na chamada era do conhecimento. Que ciência e tecnologia pretende viabilizar como condição para essa inserção. Que estratégias de governabilidade adotará" (GADOTTI, 2000, p.112).

A questão toda é que se faz urgente que se revisem os hábitos de consumo assim como os hábitos de convivência. Caminhamos para um mundo em que se faz urgente uma nova filosofia de vida com mais simplicidade e menos exploração dos recursos naturais, mais solidariedade entre os povos e menos violência. Construir uma sociedade mais justa e equilibrada baseada numa economia solidária e cidadã. "A nova economia precisa ser orientada por uma visão mais ampla da vida. Não se trata de construir uma economia da renúncia. Não se trata de ser contra o consumo. Trata-se de consumir equilibradamente, em função do melhor bem-estar do ser humano, dos outros seres e do planeta como um todo. A sabedoria e a simplicidade caminham juntas (GADOTTI, iden, p.108).

4.3 A ética como fator ambiental

As questões ambientais geralmente geram conflitos de interesses que podem resultar em quadros alarmantes de desvios de conduta ética entre pessoas, empresas ou instituições de diferentes naturezas. Estes desvios de conduta por vezes demonstram também desvios de caráter nas pessoas envolvidas que podem ser lapidados com bons exemplos. Sobre isso Gadotti (idem, p. 23) nos diz que:

É claro que existem contrastes, ou melhor, extremos. Podemos falar de diversos "Brasis". Ao lado do Brasil fantasia e do Brasil do "jeitinho", acrescentam-se o Brasil solidário, o Brasil ético. Se denunciamos esse Brasil sem caráter que vive do jogo do bicho e do narcotráfico, o Brasil cassino, é porque desejamos construir um país ético e solidário, o Brasil cidadão.

De fato se manifesta no povo a vontade de que a corrupção dos governos acabe, de que a distribuição de renda seja mais igualitária a partir de bons programas de empregabilidade, bem como melhor administração das verbas públicas para garantir melhores condições de serviços de saúde, educação, segurança e saneamento básico à população. Mas há ainda um pessimismo no descrédito à razão humana em que "a possibilidade da autodestruição nunca mais desaparecerá da história da humanidade. Daqui para a frente todas as gerações serão confrontadas com a tarefa de resolver este problema" (SCHMIED-KOWARZIK, 1999, p. 6).

E este não é um problema simples de ser resolvido, pois envolve a participação de todos, o que torna muito difícil a tarefa de salvar o planeta a curto prazo. Normalmente ações que dependem de mudanças de cultura são demoradas até que sejam realmente compreendidas e assimiladas pelas diferentes nações e suas populações regionais. Já desde 1964, Herbert Marcuse denunciava a "incompatibilidade entre a lógica capitalista e a ecologia, defendendo um ecossocialismo. A principal contradição está num modelo de desenvolvimento ilimitado num planeta de recursos limitados", segundo Gadotti (2000, p. 65).

Almeida (2007, p. 7) completa esta idéia ao explicar que:

"há, sem dúvida, uma fase lag (um tempo de maturação) para que a incorporação do conceito e sua tradução para a prática se concretizem. Muito já aconteceu, mas não o suficiente para que as alterações no rumo da sustentabilidade afastem o fantasma da ruptura via tragédias sociais e ambientais".

De fato as questões éticas somente serão resolvidas se todos os envolvidos nas questões sociais, e isto em todas as áreas e não somente na ambiental, forem acima de tudo pessoas conscientes de seus atos. Para isso, segundo o sociólogo Alberto Carlos de Almeida, em entrevista dada a Cristiane Marangon da revista Superinteressante (2008, p. 23), "só a escola garante uma sociedade ética e próspera". Em sua pesquisa realizada em 2002, com 2363 pessoas em 102 municípios, ele faz relação entre o pouco tempo de estudo do cidadão e os valores ruins que possui e chegou à conclusão que:

"A melhoria educacional leva o povo a ter valores mais igualitários. As pessoas mudam seus conceitos, passam a ser contra a corrupção, se mostram críticas em relação à violência policial e exigem seus direitos. Resultado: a economia cresce com a produção de bens de maior qualidade o mercado de trabalho e os empregos melhoram nesse cenário, o povo enriquece e o país se desenvolve".

Fica posto, pois, que a Educação Ambiental pode ser compreendida não somente como necessária, mas como fundamental para a criação de uma nova sociedade mais justa não apenas com os humanos, mas com toda a natureza. As questões éticas passam a ser resolvidas com mais democracia e mais preocupação com as gerações futuras, pois todas as ações incidem em impactos que deixam seqüelas que podem influenciar no futuro do planeta.

3 MARCO METODOLÓGICO

Quanto à classificação desta pesquisa, trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva de natureza quali-quantitativa, uma vez que abordará um tema ainda muito pouco estudado, que é o perfil do Educador Ambiental. Descreverá todo o processo de pesquisa através de questionário a ser aplicado com professores de todas as áreas do ensino fundamental e alunos das oitavas séries de sete escolas de Ensino Fundamental, sendo três Estaduais, duas Municipais e duas Particulares do município de São Francisco do Sul – SC - Brasil.

O modelo de questionário a ser aplicado, tanto para o corpo docente como o corpo discente, contará com questões abertas e fechadas, oferecendo análise de dados tanto qualitativos quanto quantitativos.

Neste capítulo apresentaremos de modo sistematizado os procedimentos adotados para esta pesquisa, segundo a metodologia científica.

Para Bueno (2004, acesso em 05/03/2005), a palavra METODOLOGIA é de origem grega com os seguintes significados: Meta: "ao largo" em torno de - Odos: "caminho" - Logos: "discurso, estudo". Assim, a metodologia é o caminho pelo qual podemos chegar a um estudo lógico.

Quanto à pesquisa em si RUDIO (2002, p. 09), aponta como um conjunto de atividades orientadas que busca um determinado conhecimento. Ela deverá ser organizada e sistematizada, valendo-se do método e da técnica de forma clara e sistematizada, por estar relacionada à realidade empírica.

O objetivo geral desta tese será traçar um perfil geral sobre os Educadores Ambientais do Ensino Fundamental em São Francisco do Sul - SC e analisar como se dão as suas práticas e a da escola onde atuam, para a elaboração e aplicação dos planos de ensino, a fim de que contemplem os objetivos propostos pelos PCN no PPP da escola para o desenvolvimento de Educação Ambiental na formação dos educandos.

E os objetivos específicos a serem atingidos nesta investigação são:

  • Analisar se os educadores do Ensino Fundamental lêem e utilizam as orientações dos PCN sobre desenvolvimento da Educação Ambiental nos seus planos de ensino;

  • Traçar um perfil dos Educadores Ambientais de todas as áreas de Ensino Fundamental, suas metodologias e qual a periodicidade com que trabalham educação ambiental nas suas disciplinas regulares;

  • Investigar sobre as práticas de Educação Ambiental e sua periodicidade em escolas de Ensino Fundamental nas esferas Municipal, Estadual e Privada de São Francisco do Sul - SC;

  • Investigar os fatores que dificultam a conscientização natural dos alunos pela preservação ambiental e sua compreensão sobre a importância de compreender-se parte integrante e responsável pelas questões ambientais.

3.1 Classificação da pesquisa

Trata-se de uma pesquisa básica, não experimental, transseccional e descritiva de natureza quali-quantitativa (Sampieri, 1998), que abordará um tema de interesse da área da Educação, que é o perfil do Educador Ambiental.

A pesquisa quanto aos seus objetivos, classifica-se como exploratória por ter a finalidade de proporcionar maiores informações sobre o assunto, (...) o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições3, é ainda descritiva, pois os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados sem interferência do pesquisador (CONTE e HARADA, 2007, p.6).

A pesquisa se insere em natureza quantitativa e qualitativa, pois a realidade experenciada é verbalizada qualitativamente ao mesmo tempo em que é quantificada e os dados buscados são interpretados de modo qualitativo e analisados estatisticamente de modo quantitativo.

Partes: 1, 2, 3, 4, 5


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