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Potencialidades de Angola em energias renováveis (página 2)


Aproveitamento dos resíduos sólidos urbanos em todas as cidades do país.

  • Todo o país e em especial o deserto de Namibe energia solar.

  • Deserto de Namibe e as costas de Benguela para produção de energia eléctrica eólica, bombeio eólico de água em áreas rurais de todo o território nacional.

  • Corrente e ondas de mar em Benguela (Corrente de Benguela), energia Mareomotríz.

  • Energia Geotérmica de baixa temperatura em todo o país, deve-se realizar estudos sobre águas termais existentes em algumas zonas.

  • Se requer dum trabalho muito esmerado de educação energética e ambiental, há uma enorme reserva de diminuição dos consumos de energia e de saneamento ambiental, por meio da melhoria da eficiência energética no país..

  • Energia solar:

    Sempre que se fala em energia renovável as pessoas associam a Paneis foto voltaicos y altos preços dos mesmos, generalizando inclusive este critério para o resto das energias renováveis. Especialmente em Angola há grande desconhecimento das tecnologias renováveis e suas potencialidades de uso. No caso de Angola nossa opinião é, que o mais factível neste momento é a promoção no caso da energia solar, as aplicações de energia solar térmica em instituições e a nível doméstico (tecnologia acessível e amplamente provada). A criação de Empresas de este ramo, além de sustentável desde o ponto de vista energético, ajudaria a criar um significativo número de empregos. Por outro lado Angola possui muitos lugares de difícil acesso, que dificultam o serviço eléctrico via rede publica, aonde esta provada também a falibilidade de o fornecimento local por meio de paneis foto voltaicos.

    As energias que procedem do sol são fonte directa ou indirecta de quase toda a energia que usamos. Os combustíveis fósseis existem graças a fotossínteses que converte a radiação solar nas plantas e animais das que se formaram o carvão, gás e petróleo. O ciclo da água que nos permite obter energia hidrelétrica é movido pela energia solar que evapora a água, forma nuvens e as leva terra adentro donde cairá em forma de chuva ou neve. O vento também se forma quando umas zonas da atmosfera são aquecidas pelo sol em maior medida que outras. O aproveitamento directo da energia do sol se faz de diferentes formas:

    • a) Aquecimento directo de locais pelo sol.

    • b) Acumulação do calor solar.

    • c) Generación de electricidad.

    Electricidade solar ou energia foto voltaica consiste, como o nome indica, na produção de energia eléctrica a partir da radiação solar. Deve pois ser distinguida da produção de outras formas de energia, em particular o calor, a partir da radiação solar - que é chamada energia solar térmica. Angola se encontra localizado na faixa equatorial do planeta, o que garante uma grande radiação, durante praticamente todo o ano, e de 10 a 12 horas por dia.

    Segundo dados do INAMET (Instituto Nacional de Meteorologia) de Angola, o país recebe no seu território, a radiação que observamos na tabela a continuação:

    U/medida Média Anual Inclinação óptima Plano Horizontal

    (18 °) Inclinação a 90º

    KWh/m2/dia 6420 6650 2930

    Considerando:

    • 10 Horas de radiação diária.

    • 80 % De dias ensolarados por ano.

    • Dias de radiação por ano: 292 dias.

    • Território de Angola 1246700 km².

    • Habitantes estimados: 18000000

    • Radiação 6650 x Monografias.comkWh/km²/dia

    • Radiação anual: 2420842 x Monografias.comkWh/ano

    • Per capita: 143491 kWh/hab/ano.

    Energia Solar térmica

    É esta uma aplicação que qualquer país, somente precisa de vontade para introduzir e desenvolver, quatro aplicações saltam a vista com potencialidades imediatas para resolver problemas em áreas rurais e não só, criar empregos e aumentar o nível da qualidade de vida da população.

    • Aquecimento de água.

    • Destilação de água.

    • Fogão solar.

    • Pasteurização da agua.

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    Figura #2. Aquecimento solar da agua.(20)

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    Figura #3. Fogões solares.(Fonte: portuguese.alibaba.com)

    Água Pasteurizado com energia solar.

    A falta de água limpa é um sério problema de saúde nos países em desenvolvimento. Para reduzir estes riscos para a saúde, as taxas de produção de água potável é muito importante, as pessoas devem ser educados sobre os germes que pode conter a água, pois poderia acidentalmente contaminar a água potável de novo, ao engarrafará num recipiente contaminado.

    Para aqueles não familiarizados com o processo de pasteurização da água, saibam que e suficiente o aquecimento de água a 75 ° C por cerca de seis minutos, para que os germes, vírus e parasitas que causam doenças humanas sejam eliminadas, incluindo a cólera e hepatite A e B. Isto é muito semelhante ao que é feito com leite e outros líquidos. Não é necessariamente que a água ferver. A pasteurização é a única forma de descontaminar a água, mas é muito difícil de praticar quando os custos iniciais são muito altos.

    Hidroenergía.

    AS centrais hidrelétricas são aquelas que aproveitam a energia potencial e cinética do escoamento do água, aproveitando o ciclo natural da mesma.

    Não se conhece com exactitude quem, onde e a quanto tempo aproveitou-se a energia de uma corrente de agua. Se pensa que a descoberta tenha relação com um invento mais antigo, as rodas de irrigação, utilizadas para elevar a água a níveis mais altos que o mesmo, de onde escoavam por canais aos campos. Alguém deve haver-se apercebido, que quando se desligava os animais que movimentavam tais rodas, a corrente as fazia girar em sentido contrário, descobrindo que a corrente de agua possui energia.

    Grandes obras hidráulicas para aproveitar os recursos hídricos, bem sendo implantadas desde há 7500 anos. O Sumérios na Mesopotâmia, com 200 km de canais para irrigação.

    Nos cursos naturais de agua, a energia hidráulica se dissipa em remoinhos, erosão nas ribeiras e causes, choques, arranques de material das rochas soltas e em os ruídos do torrente, etc. Para extrair esta energia e converte-la em energia mecânica utilizável, e preciso eliminar as perdas naturais elaborando um cause artificial onde o agua escoe com perdidas mínimas e finalmente, converter a energia potencial disponível em energia mecânica por meio de maquinas apropriadas como turbinas ou rodas hidráulicas.

    Numa central hidrelétrica se utiliza energia hidráulica para a geração de energia eléctrica. São o resultado actual da evolução dos antigos moinhos que aproveitavam a corrente dos rios para mover uma roda.

    Em geral, estas centrais aproveitam a energia potencial gravitaria que possui a massa de agua dum curso natural em virtude dum desnível, também conhecido como salto geodésico. A agua na sua queda entre dos niveles do curso se faz passar por uma turbina hidráulica a qual transmite a energia a um gerador onde se transforma em energia eléctrica.

    A mayor e a barragem das Três Gargantas, em China, com uma potência de 22.500 MW. (4)

    Potencia de uma central hidrelétrica

    A potência de uma central hidrelétrica se mede geralmente em Mega vátios (MW) e se calcula mediante a fórmula seguinte:

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    onde:

    • Pe = potência em vátios (W)

    • ? = Densidade do fluido em kg/m³

    • ?t = rendimento da turbina hidráulica (entre 0,75 y 0,94)

    • ?g = rendimento do gerador elétrico (entre 0,92 y 0,97)

    • ?m = rendimento mecânico do acoplamento turbina alternador (0,95/0.99)

    • Q = Vazão turbinavel em m3/s

    • H = desnível disponível na barragem entre águas arriba e águas abaixa, em metros (m)

    O Aproveitamento Hidrelétrico de Capanda é o maior empreendimento energético da África Austral e tem por finalidade a criação de condições para o desenvolvimento de Angola, não só com a geração de energia eléctrica que permitirá o desenvolvimento industrial, como também o aproveitamento integral da Bacia do Kwanza, desde a expansão rural, irrigação, pesca e o turismo na região. A energia gerada pela central será transmitida até a subestação de Cambambe, através de uma linha de transmissão de 220 kV, com extensão de 120 km, interligando-se a partir daí com o sistema de transmissão existente em Angola.

    Angola possui somente na bacia do rio Cuanza, um potencial de geração de energia eléctrica de 7000 MW, dos quais hoje só se explora 520 MW, tendo si se suma todas as potencialidades em o resto das 46 bacias ao redor de 17000 MW.

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    Figura # 4. Composição de uma central minihidrelectrica (17)

    A curto o medio prazo o desenvolvimento desta tecnologia renovável inclui o seguinte Programa de Governo para o fornecimento de energia: 1. Ampliação e modernização das CHE de Gove, em Huambo, Lomaum, em Benguela, Matala no Lubango e Cambanbe no Kwanza Norte. Em 2017 entram em funcionamento 5 novas centrais, a maior delas, a de Lauca no Malange, vai gerar perto de 2000 MWh.(3)

    Potencial do Rio Kwanza.

    Nasce no planalto central a 1995 m de altitude com relação ao nível do mar. (H = 1995 m).

    Caudal médio do rio:

    Vazão mínima observada 110 m3/s Vazão média (35 anos) 668 m3/s Rendimento médio ? = 0.783 (produto dos três rendimento)

    Potencial médio = 1995 x 1000 x 0.783 x 668 x 9.81/1000 = 10.236.468 kW (10236 MW).

    Biomassa.

    No caso de Angola, em 2005, apenas estavam a ser utilizados 3,3 milhões de hectares, ou seja 5,8 % da terra potencialmente cultivável (cerca 58 milhões de hectares) (FAOSTAT, 2008).

    Florestas:

    Durante as últimas duas décadas tem havido, por todo o mundo, um reconhecimento crescente do papel diversificado e insubstituível que as florestas e as árvores podem jogar na sustentabilidade do desenvolvimento rural. Sabe-se hoje, na verdade, que a silvicultura pode e deve ajudar a satisfazer quer as necessidades alimentares da população, quer as necessidades respeitantes à madeira para usos habitacionais e para fins industriais, para melhoria do rendimento dos rurais e para suster a degradação ambiental. Mas é também reconhecido que a aptidão das florestas e árvores para proporcionar produtos e serviços multi-usos é ameaçada por uma taxa de desflorestação e degradação das florestas sem precedentes. Em Angola, e particularmente no planalto do Huambo, os actuais esforços de florestação (onde se incluem as actividades de reflorestação, regeneração e plantação de árvores) não são suficientes para repor, ou pelo menos suster, as consequências negativas do aumento da desflorestação e das formas desreguladas dominantes de utilização do solo agrícola. Cerca de 80% dos angolanos (11,2 milhões) dependem da biomassa para satisfazer grande parte das suas necessidades energéticas, sendo o consumo global estimado em 750 000 toneladas de madeira (2006) (1).

    Nas zonas rurais, usa-se principalmente lenha, enquanto há preferência pelo carvão vegetal nas zonas periurbanas, dado o seu baixo peso de transporte e maior poder calorífico2. A maior parte do uso inadequado de biomassa parece derivar do abate de árvores para alargamento da fronteira agrícola e para abastecer de carvão vegetal as zonas periurbanas. Esses recursos foram deixados relativamente

    intocados em muitas zonas do país, em parte devido à sua inacessibilidade e à longa Guerra Civil. Não obstante, a Guerra não impediu uma desflorestação extensiva em torno da maioria das grandes cidades como é possível ver-se à volta de Luanda onde atingiu uma extensão com um raio que ultrapassa os 300

    km. Para ficarmos com uma dimensão do que representa o abastecimento de carvão para o consumo da população de Luanda basta referir que a estimativa da OCDE/IEA3 (2006) refere, na base da actual tecnologia, a necessidade de 130.000 fornos/ano. As áreas do distrito do Huambo de onde a imigração, por causa da Guerra, deve ter atingido 900.000 habitantes só começaram a sofrer uma desflorestação

    mais intensa depois do termo da Guerra Civil. O relançamento da agricultura, a consequente melhoria dos transportes e das estradas que tornaram viável o alargamento da área de abastecimento de Luanda, Lobito e Benguela, intensificaram de forma nítida o ciclo de desflorestação. Estas zonas de desflorestação têm aumentado de ano para ano, o que, por sua vez, provocam aumento dos custos de transporte do carvão vegetal, que compõem a maior parte do preço final e uma pressão crescente sobre

    o esforço de colheita de lenhas para a satisfação energética da população rural.(16)

    Como pode observar-se no mapa em baixo, resultado de uma foto desde o espaço, realizada pela NASA, ainda que tem-se reduzido, Angola possui uma significativa área de floresta, a espera de uma exploração sustentável, que pode gerar muitos empregos e solução de problemas de populações rurais como fornecimento de energia, e outras produções.

    Também existem muitas zonas com problemas alarmantes de degradação do solo. Para a solução de este problema o nosso instituto realiza alguns estudos, que visam não só a recuperação do solo senão junto a este objectivo, solucionar problemas de pobreza, pela criação de emprego, fornecimento de energia e fontes rendimento para as comunidades rurais, com plantações de caju, cana-de-açúcar e/ou eucalipto.

    Plantações florestais, ou seja, a formação de florestas a partir de regeneração artificial, têm sido estabelecidas desde há muito tempo na América do Norte e na Europa com o propósito de fornecer madeira para fins industriais. Essas duas regiões tradicionalmente supriram a maior parte da demanda mundial de madeira como matéria-prima industrial.

    Nos trópicos, as plantações florestais também existem há mais de um século, mas apenas em pequena escala. Povoamentos de teca já existiam na Índia desde 1850; o Pinus radiata foi introduzido na Austrália em 1871, e alguns anos mais tarde chegou também ao Chile e à África do Sul; e as bem sucedidas plantações de cipreste na África do Sul tiveram inicio por volta da virada do presente século.

    Para atender a demanda atual de produtos florestais, tem aumentado a área implantada com florestas puras, sendo que, em vários países, e, e, especial no Brasil, essas florestas têm sido estabelecidas com espécies do gênero Eucalyptus, cujos materiais genéticos são adaptados a diferentes condições ambientais. O cultivo do eucalipto fora da Austrália, iniciou-se há 200 anos aproximadamente e, atualmente, tem sido amplamente utilizado em vários países para fins de produção de papel e celulose, energia, madeira para serraria, dentre outros, em razão da grande diversidade de espécies e de usos, elevada taxa de crescimento e, capacidade de regenerar-se por

    brotação a partir da cepa e ser manejado em várias rotações.

    O EUCALIPTO

    Os primeiros ensaios de reflorestamento com espécies do gênero Eucalyptus datam de 1854, principalmente com E. globulus, na época a espécie mais conhecida. Já havia, nessa época, plantações de eucalipto bem sucedidas na Espanha e em Portugal. Na Índia, o segundo país em termos de área total reflorestada com eucalipto (aproximadamente 550.000 hectares até 1980 e taxa anual de plantio da ordem de 6.000 hectares), as primeiras introduções ocorreram em 1843, e por volta de 1856 já havia povoamentos bem desenvolvidos de eucalipto na região referida como colinas de Nilgiris.

    Semelhantemente, na África do Sul os primeiros ensaios com eucaliptos foram realizados em 1828. Quando em visita àquele país em 1939, Andrade (1939) classificou as plantações de eucalipto como as melhores que havia observado fora da Austrália. Em área total plantada, a África do Sul ocupa o quarto lugar, com área total ao redor de 370.006 hectares em 1983, e com uma taxa anual de plantio de cerca de 10.500 hectares. Espanha, Angola e China são as outras nações com extensivas áreas reflorestadas com eucalipto, com valores de aproximadamente 400.000 hectares para as duas primeiras, e de 300.000 hectares para a China. Na América do Sul, admite-se que o Chile tenha sido o primeiro pais a introduzir o eucalipto por volta de 1823. Logo a seguir também a Argentina e o Uruguai iniciaram o plantio.(18)

    Segundo informações de estudos realizados, na zona do planalto central e possível produzir grandes quantidades de biomassa, devido ao alto regime de chuvas. Segundos estos estudos nesta região são possível obter eucaliptos de 10 m de alturas em 5 anos.

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    Figura # 5. Biomassa florestal para a energia (19)

    EUCALIPTO: UMA ÁRVORE MUITO ESPECIAL (18)

    Dele tudo se aproveita, tudo se transforma. Da fibra se faz a celulose para a

    produção de diversos tipos de papel, tecido sintético e cápsulas de remédios. A madeira

    é utilizada na produção de móveis, acabamentos refinados da construção civil, pisos,

    postes e mastros para barcos. Dele também se obtém o óleo essencial usado em

    produtos de limpeza, alimentícios, perfumes e remédios. Sem falar do mel de alta

    qualidade produzido a partir do pólen de suas flores. De alguma forma, o eucalipto está

    presente na vida das pessoas.

    . Reduz a pressão sobre a mata nativa e protege sua fauna;

    . Recupera solos exauridos pelo cultivo e queimadas e controla a erosão;

    . Mantém a cobertura do solo pela deposição dos resíduos florestais;

    . Contribui para regular o fluxo e a qualidade dos recursos hídricos;

    . Absorve grande quantidade de CO2 da atmosfera, diminuindo a poluição e o calor e

    combatendo o efeito estufa;

    . Fornece matéria-prima para produtos indispensáveis em nossas vidas;

    . É uma fonte de riquezas econômicas e sociais;

    . Gera empregos e mantém o homem no campo;

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    Figura # 6. Mapa de coberta florestal de Angola (2005) (Ad. FAO Forestry Department, 2005)

    Floresta Densa

    Floresta aberta Fragmentada

    Outras terras florestadas

    Outras cobertas do Solo

     

     

     

     

    Para a avaliação da contribuição da biomassa florestal na produção nacional de

    electricidade "verde", pretende-se estimar a potência máxima eléctrica possível através do

    potencial disponível de biomassa florestal.

    Para esse efeito as considerações efectuadas foram:

    _ Poder Calorífico Inferior (PCI) de 15 MJ/kg;

    _ Disponibilidade (disp) de 7884 horas (90%);

    _ Rendimento eléctrico (?e) típico duma central de combustão em grelha: 25%.

    O cálculo da estimativa da potência e energia eléctrica máxima para o aproveitamento da

    Biomassa florestal é realizada por intermédio da equação 1 e 2, respectivamente:

    POT = Monografias.com?e (1)

    Ee = POT x disp (2)

    Sendo:

    · comb: representa a quantidade de combustível, neste caso, o potencial disponível, de biomassa florestal; kg/ano.

    · POT: representa a potência eléctrica; MW.

    · Ee: representa a energia eléctrica. MWh/ano

    Período de rotação: 7 anos

    Biomassa disponível: 135 t/ha/ano

    Área Plantada: 400000 há.

    Área anual para corte: 400000/7 =57140 ha

    Biomassa disponível por ano: 57140 x 135 =7713900 ton.

    POT = 7713900 x 1000 x 15 x 0.25/ (7884 x 3600) = 1019 MW

    Ee = 1019 x 7884/1000 = 8030 GWh/ano.

    Esta potência constitui o dobro da potência hidrelétrica da central de Capanda.

    Biocombustiveis:

    Tem sido referido pelo governo que para o período ate 2020, a nível do país, está prevista a ocupação de 500 000 ha (cerca de 1 % da terra potencialmente arável) para a produção de biocombustíveis. Relativamente à fileira do biodiesel, destacam-se a palmeira de dendém, o rícino, a soja e o girassol.

    O relançamento da indústria do açúcar é uma das áreas que está a merecer uma particular atenção por parte do Executivo, sendo considerada uma prioridade. Atendendo à dimensão e valor económico que constitui o relançamento desta indústria, as portas estão abertas aos operadores privados que tenham interesse em investir no açúcar. Além da perspectiva dos milhares de empregos que podem ser criados, permite reduzir a importação e potencia o sector dos biocombustíveis. Há cerca de 40 anos, Angola era um importante produtor de açúcar, tendo atingido níveis de autossuficiência nos anos 70 do século passado.

    Etanol: 350 000 ha

    Fotosíntesis en la caña de azúcar. O desenvolvimento da cana-de-açúcar depende em grande medida da luz solar, razão pela qual seu cultivo se realiza nas zonas tropicais que possuem um brilho solar alto e prolongado.

    A cana-de-açúcar está entre as plantas de maior eficiência na conversão da energia solar, mediante as fotossínteses. "Em condições favoráveis absorve 13.6 ton de CO2 por hectare".

    Uma região que possui as condições idóneas para o crescimento da cana-de-açúcar: brilho solar permanente e intenso ao longo do ano, queda adequada de temperatura entre o dia e a noite, disponibilidade de água, chuvas adequadas e fertilidade nos solos. Angola se encontra na região do planeta com as características idóneas para este tipo de cultivo. Bioetanol de cana-de-açúcar.

    Alem das condições naturais as seguintes razões, justificam, porque Angola deve incluir a sucroenergía no seu futuro desenvolvimento:

    • 1. Por razoes ambientais. Necessidade de diminuir a contaminação ambiental.

    • 2.  Por razoes sociais. Necessidade de resolver graves problemas de pobreza, desemprego, fornecimento de energia e outras carências especialmente na área rural.

    • 3.  Por razoes económicas. É preciso diversificar a economia, e diminuir a sua dependência da exportação de petróleo.

    • 4.  Por razoes politicas. Garantia de um bem-estar da população e garantia de estabilidade politica.

    • 5.  Complemento da geração hidroeléctrica. Angola sofre uma grave crises de fornecimento de energia eléctrica durante a época de estiagem, a cogeração com fábricas de açúcar e etanol, podem ser solução a este problema, já que o período de produção da agro-indústria sucroenergetica e precisamente, durante a estiagem, o que ajudaria a compensar o sistema.

    Esta área de produção com um rendimento modesto de 80 tc/há, tem potencial para produzir:

    • 1. 28 Milhões de ton de cana/ano.

    • 2. 3.36 Milhões de ton de açúcar/ano.

    • 3. 172000 m³ de etanol/ano.

    • 4. Instalar ao redor de 555 MW de potencia eléctrica. (100 kWh/tc)

    • 5. Produzir 11.3 m³/tc m³ de biogas (316,4 milhões m³/ano)

    • 6. 40000 Posto de trabalho directo.

    Biodiesel: 150000 ha.

    As solicitações bioenergéticas, representam um enorme desafio mas também uma grande oportunidade para os países com sectores agrícolas de grande dimensão, como sejam grande parte dos existentes nas regiões tropicais que apresentam recursos naturais e agrícolas abundantes. Assim, parte da terra disponível pode ser ocupada com culturas energéticas que, se forem acompanhadas de políticas e programas bem concebidos no sentido de não comprometer o meio ambiente e o aprovisionamento alimentar, podem vir a beneficiar milhões de pequenos produtores rurais actualmente em condições de pobreza.

    Tem sido referido que para o período ate 2020, a nível do país, está prevista a ocupação de 500 000 ha (cerca de 1 % da terra potencialmente arável) para a produção de biocombustíveis. Relativamente à fileira do biodiesel, destacam-se a palmeira de dendém, o rícino, a soja e o girassol.

    Produtividades médias das plantas oleaginosas mais comuns e potencial produção com cada uma delas:

    Cultura

    Rendimento em Óleo L/ha/ano

    Produção

    t/ha/ano

    Potencial

    Produção

    m³/ano (*)

    Soja

    446

    0.4

    66900

    Girassol

    1000

    0.8

    150000

    Colza

    1190

    1.0

    178500

    Palma

    5950

    3.2

    892500

    Fonte: Rosa (2008) e Marques (2008) (*) Coluna adicionada pelo autor deste trabalho.

    Biogás:

    É esta outra tecnologia perfeitamente aplicável, em qualquer país com vontade de o fazer, sua simplicidade e o conhecimento que já se possui, oferece a possibilidade de resolver problemas de fornecimento de energia e saneamento do meio rural, a India e a China são exemplo de amplia utilização da tecnologia, onde milhares de camponeses, tem resolvido o problema do tratamento de excretas de gado e as necessidades energéticas.

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    Figura #7.1. Digestor Indiano

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    Figura # 7.2 Digestor Chines (Fonte: biodigestores.org)

    Os resíduos agrícolas são a maior fonte de resíduos e de potencial contaminante na agricultura e dentro destes, os resíduos gadeiros constituem o principal problema ambiental (Hobson, 1990) devido a que:

    • Eliminam grande proporção do nitrogénio e fósforo consumidos mediante a reciclagem por urina e excretas, reingressando ao sistema não uniformemente.

    • A incorreta gestão destes resíduos pode plantear sérios problemas sanitários para os animais y pessoas que trabalham na exploração.

    • Há um impacto ambiental devido a aparição de odores procedentes de substâncias amoniacais e sulfídricas, aparição de pragas de insetos e roedores, presencia de determinadas bactérias, contaminação de solos e águas subterrâneas, aparição de gases e, por suposto, contaminação das cuencas aonde são vertidos ou dos aquíferos aonde são filtrados (Revista Ambientum, 2002).

    As regiões mais ao sul de Angola são tradicionalmente gadeiras e se estima que existem ao redor de 1500000, cabeças de gado, somente bovino, sem incluir outras espécies. Em estas regiões e costume a criança de maneira não estabulada (extensiva), o que dificulta a recolha das escreta e o saneamento, uma cultura de promoção da cria intensiva do gado deve desenvolver-se para aumentar a produtividade, y lograr um maior desenvolvimento pecuário.

    Com este estimado de gado podemos estimar a potencial produção de biogas nessa região teremos:

    Produção esterco: 7 kg/ cada 100 kg de peso do animal.

    Produção de biogas: 35.6 l biogas/kg excreta.

    3 Litros de água por kg de esterco.

    4 Litros biofertilizante por litro de biogas.

    Potencial de produção para 1500000 animais, estimados a 300 kg como valor médio:

    • 1. Produção excreta: 3150000 ton/dia.

    • 2. Produção biogas: 111,195 milhões de m³/dia.

    • 3. Produção biofertilizante: 444.78 milhões m³/dia.

    Há tecnologia é não existente no pais, pelo que se requer um grande trabalho de sensibilização e formação para poder ser aplicado.

    5.Energia Eólica.

    A energia eólica tem-se utilizado historicamente para tarefas mecânicas que requeriam de muito esforço físico, como era moer grãos ou elevar água de poços. Nestes casos a energia final que se usava era a energia mecânica, sim embargo, com o passo dos anos o objectivo que se buscava era o de produzir energia eléctrica a partir do vento. A geração de energia eléctrica a partir de energia eólica teve lugar em Dinamarca havia 1890, quando se realizaram os primeiros experimentos com aerogeradores, chegando a produzir ate 200 kW (professor La Cour).

    Desde o ano 1995 ate nossos dias hemos visto crescer exponencialmente a energia eólica em todo o mundo, destacando os países como Espanha, Dinamarca, Holanda y Alemanha.

    Em Angola não há um estudo, dos ventos realizado com fines de aproveitamento energético. Não obstante sabe-se que em regiões como Namibe e em muitas áreas costeiras existe um potencial, não desprezível para a geração eólica de eletricidade. Há também uma aplicação que é o bombeio de agua em áreas rurais que é totalmente viável e completamente desconhecido aqui, ainda que habitual e quase imprescindível, na paisagem rurais de toda América.

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    Figura # 8. Moinho de vento para bombeio de água (22)

    6.Energia Mareomotríz.

    Também não existe um estudo, que permita conhecer ou estimar o potencial, neste tipo de energia. Sabe-se sem embargo, que por exemplo na região de Benguela, existe a chamada corrente de Benguela, que a todas luzes, representa uma oportunidade neste sentido. Pensamos que ainda assim, de acordo com o desenvolvimento tecnológico, a falta de cultura em energias renováveis e abundancia em outras fontes com tecnologias mais acessíveis, não tem sentido pensar em desenvolver este tipo de tecnologia, neste momento em Angola.

    A Corrente de Benguela é uma corrente oceânica larga que se move predominantemente para Norte e se forma na zona Oeste do Atlântico Sul parte do Giro oceânico. A corrente estende-se desde o Sul em: Cape Point na costa oeste da África, até uma posição de frente de corrente Angola-Benguela no Norte, por volta 16°S. Na frente desvia-se para Oeste em direcção a linha do Equador, onde se torna parte da corrente rotativa do Giro oceânico, que eventualmente passa pelas costas do Brasil.

    As correntes fluem para Norte e sofrem efeito transporte de Ekman na zona de alto mar e afloramento de águas para a zona eufótica. A intensidade do evento de afloramento e determinado pela intensidade do vento.[1][2] Variações de intensidade do vento causam ondas ou pulsos de afloramento que se propagam para sul ao longo da costa com velocidades de 5 a 8 m/s. As ondas são similares à em: Kelvin wave (em inglês), excepto na escala de 30 a 60 km em vez de 1000 km, e podem propagar-se à volta do cabo conforme os sistemas de vento.

    Energia Geotérmica.

    Em Angola existem aguas termais, que não tem potencial térmico para produção de eletricidade, nesta área é factível a aplicação de baixo potencial, em soluções a climatização, que são igualmente na pratica desconhecidas, ate nos círculos melhor informados da sociedade.

    Arquitetura ecológica.

    Esta e uma oportunidade que se esta a perder, o país encontra-se em pleno crescimento habitacional e não se estão aplicando critérios de sustentabilidade nas construções que vão surgindo, o que é realmente uma pena.

    Monografias.com

    Figura # 9. Alguns elementos a considerar na arquitetura bioclimática (21)

    As tecnologias, estratégias e medidas denominadas de passivas ou de um modo geral a Arquitetura Bioclimática, podem ser definidas como edifícios ou espaços urbanos em que o clima envolvente teve um papel fundamental na sua concepção. Isto é, a interacção do edifício com o seu meio envolvente, o Sol, o Vento e a Água, foram pensadas na sua concepção de modo a beneficiar o edifício energeticamente mantendo níveis de conforto térmico e luminoso para os seus utilizadores. As tecnologias, estratégias e medidas denominadas de activas são constituídas por equipamentos que são incorporados nos edifícios para captar e fornecer energia térmica e eléctrica ao edifício.

    • Projectar a obra de acordo ao clima local.

    • Poupar energia.

    • Pensar en fuentes de energía renovables.

    • Poupar agua.

    • Construir edifícios de maior qualidade.

    • Evitar resgos para a saúde.

    • Utilizar materiais obtidos de matérias-primas geradas localmente.

    • Utilizar materiais recicláveis.

    Eficiência Energética.

    Angola pode ser chamada do paraíso dos geradores comerciais e domésticos. Duvido que algum outro país possua o número de geradores por pessoa (domésticos) ou por empresa (comerciais), que o país possui. Isso situa ao mesmo como uns dos países de menor eficiência energética, com um consumo irracional de combustíveis diesel e gasolina em boa medida importados, ainda que é um grande produtor de petróleo. Esto leva unido a uma poluição excessiva por gases de efeito estufa que não corresponde com o nível de desenvolvimento do país. A poluição sonora e a carga económica para a economia doméstica é também significativa, e traem um deterioro da qualidade de vida do cidadão comum.

    10. Conclusões:

    Em Angola é imprescindível em primeiro lugar, desenvolver uma forte campanha de sensibilização e cultura energética e ambiental, em todos os círculos e níveis de ensino é na população em geral. Começar, por aplicar e explorar aquelas tecnologias mas disponíveis, conhecidas e tecnologicamente bem testadas como: Hidrelétricas, Florestas, Bioetanol da cana (a geração eléctrica Sucroenergética, pode ser solução para a compensação da geração hidrelétrica em época de estiagem), biodiesel e biogas, aquecimento solar, energia eólica para bombeio de água em zonas agrícolas, climatização geotérmica e arquitetura solar passiva o uso de geração eólica e de paneis solares fotovoltaicos, não podem ser descartadas em regiões rurais isoladas. É urgente parar com a floríferacão de geradores domésticos e comerciais e para isso a solução é a garantia da geração centralizada nas cidades que para uma solução mas eficaz devia ser feita com turbinas a gás (diesel) e/ou em ciclos combinados. Este articulo não constitui um trabalho acabado, somente o inicio de um longo estudo, que deve culminar com a determinação de todas as potencialidades (oportunidades) de Angola, para usar as FER.

    11.Bibliografia

    • 1. Wikipédia, a enciclopédia livre e http://www.cerpch.unifei.edu.br)

    • 2. Tyler G. Miller. Ciência Ambiental.

    • 3. http://www.centralestermosolares.com/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=16&Itemid=18

    • 4. M.Sc. Javier Fernandez Rey. (Centro de Inmunología Molecular. Ciudad Habana, Cuba). Energía de la biomasa: tipos de biomasa y su aprovechamiento energético

    • 5. Jornal de Angola. 18 de Junho de 2012.

    • 6. http://es.wikipedia.org/wiki/Central_hidroel%C3%A9ctrica

    • 7. http://rd9centralelectrica.webnode.pt/desenvolvimento/centrais-hidroelectricas/como-funciona-uma-central-hidroelectrica-/

    • 8. http://rd9centralelectrica.webnode.pt/desenvolvimento/centrais-eolicas/

    • 9. http://rd9centralelectrica.webnode.pt/desenvolvimento/centrais-fotovoltaicas/

    • 10. http://ciclodaaguadombosco.blogspot.com/

    • 11. observacionesyexperiencias.com

    • 12. painelsolares.com

    • 13. http://www.lamtec-id.com/energias/biocombustiveis.php

    • 14. http://biodieselprojectacores.blogspot.com/2010/10/ciclo-do-biodiesel.html

    • 15. pt.wikipedia.org

    • 16. http://www.google.com.br/search?hl=pt&source=hp&q=Florestas+de+eucalipto++Angola+DINIS&gbv=2&oq=Florestas+de+eucalipto++Angola+DINIS&gs_l=heirloom-hp.12...1524.30848.0.33222.36.34.0.0.0.0.851.8037.4-1j12j1.14.0...0.0...1c.1.CdY7E17pX1s&rlz=1R2ADFA_enAO449

    • 17. http://paginas.fe.up.pt/~fmb/PTE2/Apontamentos%20PTE2/PTE2_minihidrica.pdf

    • 18.  Alexandre Bertola. "Eucalipto: Verdades e Mentiras". Tomado de: http://www.celuloseonline.com.br/dr_celulose_files/dc009.pdf

    • 19. Grupo empresarial ENCE. El valor de la Biomasa forestal. España. 2010.

    • 20. http://mecanotecnia.blogspot.com/2010/11/energia-solar-segunda-parte-diseno-de.html

    • 21. http://geoexame.blogspot.com/2010/01/dicas-da-arquitetura-bioclimatica-de.html

    • 22. José Luis Pereira. Eduardo Petermann. Hugh Rudnick Pasado, presente y futuro en la inversión de tecnologías de generación eléctrica. Univ. Pontifica de Chile. 2011.

     

    Autor:

    Prof. Eng. Eduardo Rivero San Martin

    eduardo.sanmartin[arroba]isptec.co.ao

    Prof. Eng. Fraima Amaro Sanchez

    Prof. Eng. Letícia Bravo Torres

    Instituto Superior Politécnico de Tecnologia e Ciências

    Novembro 2012



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