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O valor da logística reversa na construção civil (página 2)

José Floriano Pinheiro Silva

Isto acontece pelo fato de que não se podem aplicar a determinados objetos e técnicas que são próprios de objetos de outra natureza, sem correr o risco de violentar-lhes a natureza. Por fim, todo método deve expor a seqüência lógica dos passos a seguir para alcançar o objetivo predeterminado, e as distintas técnicas utilizadas, a fim de mostrar como ambos traduzem, a nível operacional, tanto os fundamentos epistemológicos, como os aspectos específicos do objeto sobre o qual se pretende atuar[3].

Para a elaboração deste trabalho, será realizada uma pesquisa bibliográfica através da coleta de dados em livros, jornais, teses, artigos e através da utilização do meio eletrônico (Internet), para demonstrar os principais conceitos sobre o tema abordado.

Com relação aos parâmetros para elaboração de uma referência bibliográfica há muitas divergências entre os autores, no entanto a tendência atual é tomar como referência fundamental as normas estabelecidas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, que, através do Projeto NBR 6023, estabelece os critérios oficiais da referenciação bibliográfica[4].

Logística

A questão do aumento explosivo das exportações mundiais despertou a consciência das nações e vem projetando novas luzes sobre a importância da logística no comércio internacional.

Fundamentando-se na logística como contribuição a um maior entendimento em Exportações Brasileiras. Com o objetivo de quantificar e conhecer melhor a logística ligada ao comércio exterior.

Quando se pensa em logística, lembra-se da ciência e da prática que têm como incumbência fazer com que a mercadoria esteja no lugar certo, no momento adequado e a um custo o mais baixo possível, aqui seria importante num primeiro momento abordar os diversos conceitos para logística.

A palavra logística é de origem francesa (do verbo loger: alojar), era um termo militar que significava a arte de transportar, abastecer e alojar as tropas. Tomou, depois, um significado mais amplo, tanto para uso militar como industrial: a arte de administrar o fluxo de materiais e produtos, da fonte para o usuário. O sistema logístico abrange o suprimento de materiais e componentes, a movimentação e controle de produtos e o apoio ao esforço de vendas dos produtos finais, até a colocação do produto acabado ao consumidor[5].

Os serviços de logística envolvem alguns segmentos, como a distribuição física, a administração de materiais e suprimentos, as operações de movimentação de materiais, de produtos, transportes e outros. A intenção é acelerar "a disponibilidade de produtos e materiais nos mercados e pontos de consumo com máxima eficiência, rapidez e qualidade, com custos controlados e conhecidos" (FONTANA & AGUIAR)[6].

O conceito de logística abrange diversas situações ligadas à movimentação e a estocagem de produtos, com objetivo principal de aumentar a competitividade em diversas escalas. Dessa forma, as operações logísticas atuam da baixa (aquisição de matérias-primas) à montante (entrega ao consumidor final) do sistema, realizando operações multimodais e contribuindo com o desenvolvimento de equipamentos especiais.

Segundo Benevides[7]: A logística é um tema chave para a prosperidade das empresas. A atual complexidade dos mercados exige que a eficácia da gestão dos fluxos de produtos ultrapasse os limites de locais para globais. Assim a logística passa a ser vista como uma área estratégica que permite às empresas ampliar as suas relações no mercado internacional.

A logística é a área que cuida da armazenagem e transporte de mercadorias ela é formada por um conjunto de planejamento, operação e controle do fluxo de materiais, produtos ou serviços também é ela que faz a racionalização das funções sistêmicas desde a produção à entrega, fazendo com que isso assegure as vantagens e satisfação com os clientes.[8]

A logística é dirigida pelos fatores que direcionam para níveis com maiores complexidades operacionais como, por exemplo, demanda de produto ou serviços, freqüência de pedidos, custos de operação, tempo de entrega e política de estoques evitando as faltas e excessos entre outros no geral podemos dizer que a logística está presente em todas as atividades de uma organização e começa pela necessidade do cliente. Sem essa necessidade, não há movimento de produção e entrega.

Já para Alt e Martins[9] "A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor".

A incumbência do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as atividades necessárias para alcançar níveis desejáveis dos serviços e qualidade ao custo mais baixo possível. Portanto, a logística deve ser vista como o elo de ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa.  O raio de ação da logística estende-se sobre toda a organização, do gerenciamento de matérias-primas até a entrega do produto final[10].

Para Chistopher[11], as empresas passam então a enxergar a logística como uma fonte de vantagem competitiva, isto porque na sua nova configuração estratégica, a logística está se tornando um facilitador crítico para integrar uma visão sistêmica de gerenciamento da empresa global. Isso faz com que a empresa possa responder as mudanças do mercado com produtos e serviços que forneçam soluções inovadoras para os problemas dos clientes.

Aqui se considera que os processos logísticos constituem o sustentáculo do comércio mundial que, tem crescido a taxas cada vez maiores, a integração e a colaboração entre os elos da cadeia logística são hoje fatores críticos para a competitividade global (REVISTA GLOBAL)[12].

Diante de tantos conceitos e argumentações sobre a logística, pode se dizer que ela surgiu através da necessidade de deslocamento das mercadorias ou bens de serviço, destacando-se pela qualidade e tempo de entrega sem omitir as formas e maneiras, pela qual se engloba o estoque, armazenagem e o transporte. Os componentes da logística trazem uma grande vantagem competitiva ao país que assim adotá-la, mas de forma planejada e organizada.

Logística reversa

 Logística Reversa em seu sentido mais amplo, significa todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais. De acordo com Rogers (1999) a Logística Reversa é "o processo de movimentar um produto de seu ponto de consumo para o ponto de origem para recuperar o valor ou para o seu descarte apropriado". Por meio dos programas de Logística Reversa, as empresas podem substituir, reutilizar, reciclar e descartar os seus produtos de maneira eficiente e eficaz, atendendo às atuais exigências do mercado e as diversas leis ambientais[13].

Segundo Zikmund e Stanton apud Felizardo e Hatakeyama (2005, p. 3), a conceituação mais antiga sobre logística reversa data do início dos anos 70. Onde se aplica os conceitos de distribuição, porém voltados para o processo de forma inversa, com o objetivo de se atender as necessidades de recolhimento de materiais provenientes do pós-consumo e pós-venda. No final dos anos 70, Ginter e Starling apud (Felizardo e Hatakeyama, 2005, p. 3)[14], destacaram a logística reversa dando uma maior atenção para os aspectos da reciclagem e suas vantagens para o meio ambiente, e também seus benefícios econômicos, além da importância dos canais reversos como forma de viabilizar o retorno dos efluentes.

A logística reversa é responsável por tornar possível o retorno de materiais e produtos, após sua venda e consumo, aos centros produtivos e de negócios, por meio dos canais reversos de distribuição agregando valor aos mesmos. A rapidez com que um produto é lançado no mercado, o rápido avanço da tecnologia, juntamente com um grande fluxo de informações; a alta competitividade das empresas e o crescimento da consciência ecológica quanto às conseqüências provocadas pelos produtos e seus descartes no meio ambiente, estão contribuindo para a adoção de novos comportamentos por parte das organizações e da sociedade de um modo geral, sinalizando assim para uma valorização maior dos processos de retorno de produtos e materiais descartados no meio ambiente.

Embora muitas empresas, em diversas partes do mundo, ainda não se importem com o fluxo reverso dos produtos, muitas já começaram a entender que a Logística Reversa é uma parte importante e estratégica da missão empresarial. A administração da boa Logística Reversa não só resulta em redução de custos, mas também pode aumentar as receitas. Ainda que muitas vezes seja chamada de refugo e que não seja a base principal na competição de uma empresa, muito valor pode ser obtido na administração eficiente dos produtos devolvidos e do custo efetivo do fluxo reverso[15].

Leite (2003, p. 16-17)[16] conceitua logística reversa da seguinte forma:

[...] área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.

Chaves e Martins (2005)[17] destacam um outro aspecto que está ocasionando o crescimento da importância da logística reversa nas operações de logística empresarial. Segundo eles, a causa desse crescimento dá-se ao grande potencial econômico que possui o processo logístico reverso e que no momento não tem sido explorado como deveria.

Na Logística Reversa existe uma combinação entre aproximar e empurrar os produtos pela cadeia de suprimentos. Isto acontece, pois há, em muitos casos, uma legislação que aumenta a responsabilidade do produtor. Quantidades de descarte já são limitadas em muitos paises.

A Logística Reversa entra nas empresas fazendo parte das operações de gerenciamento que compõem o fluxo reverso conhecido por PRM – Product Recovery Management, ou administração da recuperação de produtos. O objetivo do RPM é obter o mais alto nível da recuperação do produto, tanto nas questões ecológica, componentes e materiais. O nível em que estes produtos podem ser recuperados são: nível de produto, módulo, partes e material. As principais áreas de atuação do sistema PRM são: Tecnologia, Marketing, Informação, Organização, Finanças, Logística Reversa e Administração de Operações. À logística cabe o fluxo reverso para a recuperação destes produtos. (MUELLER, 2005)[18]

Construção civil

Em regra, a palavra construção civil, refere-se a obras de edificações, como por exemplo, a construção de edifícios, residências, reformas, etc. De acordo com Barros (1996)[19], é irrefutável a participação da construção civil na economia nacional, pois o peso do setor no PIB nos países industrializados fica em torno de 5%, segundo pesquisa efetuada. Já nos países de industrialização recente, como é o caso do Brasil, chega a alcançar um índice de participação de 7%.

O setor de construção civil tem papel importante no processo de desenvolvimento do Brasil, de acordo com a Fundação João Pinheiro apud Dacol (1996)[20], em diagnóstico da Indústria da Construção Civil Brasileira:

 A atividade construtora é uma das responsáveis pela criação das próprias bases da moderna sociedade industrial, assumindo a função de montagem da infra-estrutura econômica e social indispensável ao prosseguimento do processo de industrialização.

O setor ainda serve de maneira eficaz para retomar o crescimento e diminuir o desemprego dada sua capacidade de gerar vagas diretas e indiretas no mercado de trabalho, absorvendo uma boa percentagem da mão-de-obra nacional.

A indústria da construção civil caracteriza-se por um sistema de produção distinto da maioria das indústrias. Tendo em vista estas diferenças, torna-se necessário encontrar um sistema de custo mais adequado ao seu tipo de processo produtivo.

Conforme Solano (1995), a construção civil se caracteriza por:

?        indústria dispersa por um número excessivo de empresas;

?        dimensões extremamente diversificadas;

?        caráter resistente a mudanças;

?        grande contingente de mão-de-obra com baixa qualificação;

?        operários móveis em torno de um produto fixo;

?        grande número de insumos e fornecedores;

?        processo de construção com características artesanais e únicas;

?        processo sujeito à ação de intempéries;

?        gerenciamento amador, intuitivo e acidental.

A logística é a área funcional presente nas organizações que integra o fluxo de informações e o de materiais na busca da eficiência e eficácia das operações. Essa é uma busca que se aplica de excelente forma para resolver os maiores problemas da construção civil relativos à produtividade ou em outras palavras ao desperdício de material e mão-de-obra.

Um aspecto limitador na implantação da movimentação mecanizada na construção civil que está relacionado com o custo de mão-de-obra barata é relativo ao investimentos em máquinas e equipamentos, pois a aquisição dos equipamentos acarreta  desembolsos imediatos com retorno a médio prazo, sendo que a utilização intensiva de mão-de-obra operária não exige montantes significativos de desembolso.  Mas é importante avaliar que padrão de qualidade e benefícios resultantes do investimento em máquinas e equipamentos proporcionaram ao longo do tempo um diferencial no desempenho operacional e redução de custos.

As novas relações entre empresas e nações, motivadas pela busca da competitividade, favoreceram o estabelecimento de grandes blocos econômicos. Esse intenso movimento global provocou determinadas reações na indústria da construção civil, particularmente, no sub-setor de edificações, no que diz respeito à engenharia e gestão da qualidade.

Aplicando a logística à construção civil pode-se entender como sendo um processo multidisciplinar aplicado a uma determinada obra que visa garantir o abastecimento, a armazenagem, o processamento e a disponibilização dos recursos materiais nas frentes de trabalho, bem como o dimensionamento das equipes de produção e a gestão dos fluxos físicos de produção. Tal processo se dá através de atividades de planejamento, organização, direção e controle.

5.1 Sustentabilidade e construção civil

 Torna-se evidente que com o atual ritmo de crescimento demográfico, apesar da diminuição nos últimos anos da taxa de crescimento, continuamos crescendo ano após ano a uma velocidade que poderia chegar a duplicar a população humana mundial antes de mediados do seguinte século. A atual utilização dos recursos naturais e do meio ambiente supõe uma diminuição do potencial destes recursos para as gerações futuras[21].

Além disso, o desperdício na construção civil brasileira – que possui um dos índices mais altos do mundo[22] – tem impactos econômicos significativos. Aumento do custo da produção, dos materiais, redução de aproveitamento dos produtos e serviços – todos são resultado de um desenvolvimento insuficiente de novas tecnologias, do desperdício de materiais, da baixa qualificação profissional e da própria qualidade de vida dos trabalhadores)[23].

Os edifícios consomem entre o 20 e o 50% dos recursos físicos segundo seu ambiente, tendo especial responsabilidade na atual deterioração do meio ambiente a ampliação do parque construído.

Dentro das atividades industriais a atividade da construção civil é a maior consumidora, junto com a indústria associada, de recursos naturais como madeira, minerais, água e energia.

A construção dos edifícios comporta impactos ambientais e econômicos que incluem a utilização de materiais que provêm de recursos naturais, a utilização de grandes quantidades de energia tanto no que atende a sua construção como ao longo de sua vida.

A reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos de demolição e dos resíduos originados na construção é uma solução que acabará parcialmente com os impactos ambientais e econômicos que geram o desperdício e o uso pouco racional e não sustentável de seus materiais e procedimentos.

 5.2 Reciclagem de resíduos da construção civil

Este processo de reciclagem tem condições de representar uma redução de 75% (setenta e cinco por cento) do custo da remoção e tratamento de doenças para os municípios.

Além disso, estende o tempo de vida útil dos aterros, preserva os recursos naturais, transforma uma fonte de despesa em fonte de receita e impede a contaminação de novas áreas de despejo[24].

Para Schenini et. al.[25] a disponibilização de locais e instalações para a recepção, triagem e processamento dos resíduos da construção civil, proporciona às cidades e suas comunidades benefícios ambientais, econômicos e sociais.

Eliminam, em grande parte, os despejos clandestinos, melhora a paisagem urbana e possibilita uma melhor qualidade de vida a seus habitantes.

Reduz, por outro lado, os custos operacionais da administração com a remoção, que é estimada em US$ 10 por metro cúbico de entulho clandestinamente depositado.

Este processo de reciclagem tem condições de representar uma redução de 75% (setenta e cinco por cento) do custo da remoção e tratamento de doenças para os municípios.

Segundo Schenini et. al.[26] são vários os usos possíveis para os materiais reciclados provenientes de canteiros de obras:

a) Utilização em pavimentação – a forma mais simples de reciclagem do entulho é a sua utilização em pavimentação (base, sub-base ou revestimento primário) na forma de brita corrida ou ainda em mistura de resíduos com solo.

b). Utilização como agregado para o concreto – o entulho processado pelas usinas de reciclagem pode ser utilizado como agregado para o concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados convencionais (brita e areia).

c). Utilização como agregado para a confecção de argamassa – Ao ser processado por equipamentos denominados argamasseiras, que moem o entulho na própria obra, em granulometria semelhante a da areia, pode ser utilizado como agregado para a argamassa de assentamento e revestimento. 

d). Outros usos – utilização de concreto reciclado com agregado; cascalhamento de estradas; preenchimento de vazios em construções; preenchimento de valas de instalações e reforço de aterros.

Reaproveitamento de materiais e resíduos na construção civil (logística reversa)

 A partir da última década, inúmeras mudanças ocorreram no mundo dos negócios o que fez com que as empresas passassem a orientar as suas estratégias para a busca da sobrevivência e da competitividade organizacional. Neste ambiente, os desafios fazem com que as empresas busquem, continuamente, diferenciais competitivos. Paradoxalmente, este esforço concentrado das organizações em encontrar diferenciais, torna os produtos e as ações de mercado muito semelhantes.

O destino dos resíduos industriais segue o caminho da informalidade e da ocasionalidade.  Comumente encontram-se empresas que reaproveitam seus resíduos. Mas é menos comum encontrar este reaproveitamento de forma constante, padronizada e sistematizada, de modo que a quantidade que cabe ao meio ambiente possa ir se tornando cada vez menor ou quase inexista. Os materiais/produtos provenientes de sobras de processos industriais, denominados resíduos industriais, apresentam, em geral, características que os tornam mais atrativos para a logística reversa.  Em geral, constituem-se em uma categoria especial de bem de pós-consumo pela sua forma organizada de comercialização, por apresentarem geralmente melhor qualidade do que as demais fontes de pós-consumo, por serem habitualmente separados e selecionados tanto pela natureza dos materiais como por sua categoria e por serem habitualmente embalados para transporte.

Leite (2003)[27] afirma que, a logística reversa adiciona valor ao nível de serviço de pós-transação oferecido ao cliente, na medida em que estabelece uma política de disposição final, reutilização, reciclagem, reforma, reparo (reaproveitamento) para um determinado produto. Desta forma, tem a visão ampla de sua responsabilidade sobre toda o ciclo de vida do produto, e não somente durante sua  vida útil, atentando para os impactos ambientais, para as possibilidades de desenvolvimento de atividades econômicas e pelo comprometimento para com a sociedade.

Particularmente no setor da Construção Civil pressupõe-se que o interesse de competitividade ainda seja incipiente e demonstrado por poucas indústrias, assim como as iniciativas brasileiras de reaproveitamento de resíduos industriais. Desta forma, faz-se necessária uma abordagem sistêmica dos fatores que influenciam estes fluxos, identificando-se os obstáculos e dificuldades a serem transpostos para a consecução de um sistema logístico reverso aplicado às obras civis.

Fleischmann et al (2001)[28], ressalta a necessidade de se recuperar o valor dos bens, produtos ou resíduos, visto ser esta a motivação para a comercialização dos mesmos. Ele define a logística reversa como "o processo de planejamento, implementação, e controle eficiente e eficaz do fluxo de entradas e armazenagem de materiais secundários e informações relacionadas, opostas ao sentido tradicional da cadeia de suprimentos, com o propósito de recuperar valor ou descartar corretamente materiais".

O interesse pelo reuso e reciclagem de produtos e a redução dos resíduos industriais se tornou a preocupação principal de alguns países. Na atualidade, a legislação ambiental tem encorajado várias empresas a decidir pela implementação de políticas de reutilização para seus produtos e retorno para suas embalagens, por causa da necessidade de diferenciação entre serviços oferecidos (devido à crescente competição no mercado) (FLEISCHMANN et al., 2001)[29].

As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. Economia com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção tem trazido ganhos que estimulam a utilização da logística reversa.  Assim, a implantação da logística reversa revela-se como uma grande oportunidade de se desenvolver a sistematização dos fluxos de resíduos, bens e produtos descartados - seja pelo fim de sua vida útil, seja por obsolescência tecnológica ou outro motivo – e o seu reaproveitamento, dentro ou fora da cadeia produtiva que o originou, contribuindo para a redução do uso de recursos naturais e dos demais impactos ambientais. O sistema logístico reverso consiste em uma ferramenta organizacional com o intuito de viabilizar técnica e economicamente as cadeias reversas, de forma a contribuir para a promoção da sustentabilidade de uma cadeia produtiva.

Para os autores, inclusive, a solução para o reaproveitamento de materiais, por um lado, e a redução dos índices de desperdício na Construção Civil, por outro, estão relacionados com a busca pela qualidade total no setor.

Conclusão

O presente trabalho, teve como objetivo abordar a importância da logística reversa na construção civil.

Diante de tantos conceitos e argumentações sobre a logística, pode se dizer que ela surgiu através da necessidade de deslocamento das mercadorias ou bens de serviço, destacando-se pela qualidade e tempo de entrega sem omitir as formas e maneiras, pela qual se engloba o estoque, armazenagem e o transporte. Os componentes da logística trazem uma grande vantagem competitiva ao país que assim adotá-la, mas de forma planejada e organizada.

A logística destaca-se, assim, como um novo e relevante diferencial competitivo para as organizações, considerando-se todas as etapas e interações entre os participantes da cadeia de suprimentos que precisam trabalhar integrados buscando a otimização dos recursos e a criação de valor ao cliente.

Entende-se que o desenvolvimento da logística reversa tem maiores possibilidades de sucesso quando função das empresas fornecedoras, as quais atuam como indústria e, portanto, estão expostos a menos variáveis e imprevistos do que a empresa construtora. Constata-se ainda que a consolidação da logística reversa é um processo progressivo e interdependente entre as empresas fornecedoras e as construtoras. Esforços de um único lado (agente) ou esforços dispersos

A logística reversa tem uma participação considerável na redução de custos das empresas e na construção de uma imagem corporativa ambientalmente responsável

Considera-se, todavia, que essa pesquisa foi muito enriquecedora em todos os aspectos, desde a revisão literária, até o nível de significância das conclusões obtidas para explicar a importância de se abordar o valor da logística reversa na construção civil, como recurso capaz de contribuir para a sobrevivência das empresas.

A expectativa do autor é de que essa pesquisa que ora se encerra seja mais uma referência a estudantes de Gestão Empresarial Contemporânea, que atuam com marketing, contribuindo de forma significativa para o enriquecimento da prática empresarial. Assim sendo, a maior sugestão limita-se a uma nova pesquisa, que não tenha como finalidade questionar as conclusões obtidas, mas sim como forma de complementação e aprofundamento.

Bibliografia

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[2] LEITE, P. R. Logística Reversa. Prentice Hall. São Paulo. 2003

[3] SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.

[4] SEVERINO, Antonio Joaquim. op. cit.

[5] DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.

[6] FONTANA, Adriene Monteiro; AGUIAR, Edson Martins. Logística, transporte e adequação ambiental. In: CAIXETA-FILHO, José Vicente. 2001, p.211.

[7] BENEVIDES, Tânia Moura. Importância da Eficiência Logística para o Posicionamento Competitivo das Empresas no Mercado Internacional. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO UNIME — União Metropolitana de Educação e Cultura. 2003. Dissertação (mestrado). Curso de Administração. Universidade Salvador – UNIFACS. Disponível em: http://www.unime.com.br/2006/rau/1/artigo5.htm Acesso 20-04-2007.

[8] BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1995, p.24)

[9] ALT, Paulo R. & MARTINS, Petrônio G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 252.

[10] D'ALVIA, Auriléia Prado Cicerelli. A Logística Empresarial:  uma evolução na Administração de Materiais. Mestrado em Administração pela PUC-SP. Disponível em: http://www.fig.br/artigos/adm/n2/cap08.doc Acesso 25-04-2007.

[11] CHRISTOPER, Martin.  A logística do marketing. São Paulo: Futura, 1999, p.30 -192.

[12] REVISTA GLOBAL. A Importância do Porto de Santos para o Comércio Exterior Brasileiro. Artigo para a Revista Global – Novembro de 2006. CELog – Centro de Excelência em Logística e Cadeias de Abastecimento – FGV – EAESP. Disponível em: http://72.14.209.104/search?q=cache:XiIiIfoSa1AJ:celog.fgvsp.br/images/artigos/PortodeSantos.pdf+A+Import%C3%A2ncia+da+Log%C3%ADstica+nas+Exporta%C3%A7%C3%B5es+Brasileiras+.&hl=ptBR&ct=clnk&cd=4&gl=br&lr=lang_pt Acesso 20-04-2007.

[13] ROGERS, D. S. & TIBBEN-LEMBKE, R. S. Going backwards - reverse logistics trends and practices. University of Nevada, Reno - Center for Logistics Management, 1999 In: http://equinox.unr.edu/homepage/logis/reverse.pdf.

[14] FELIZARDO, Jean Mari; HATAKEYAMA, Kazuo. A Logística Reversa nas Operações Industriais no Setor de Material Plástico: Um estudo de caso na cidade de Curitiba. In: XXIX Encontro da ANPAD (ENANPAD), set. 2005, Brasília. Anais... Brasília, 2005.

[15] ROGERS, D. S. & TIBBEN-LEMBKE, R. S. Going backwards - reverse logistics trends and practices. University of Nevada, Reno - Center for Logistics Management, 1999 In: http://equinox.unr.edu/homepage/logis/reverse.pdf.

[16] LEITE, P. R. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

[17] CHAVES, Gisele de Lorena D.; MARTINS, Ricardo Silveira. Diagnóstico da Logística Reversa na Cadeia de Suprimentos de Alimentos Processados no Oeste Paranaense In: VIII Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais (SIMPOI), ago. 2005, São Paulo. Anais...São Paulo: FGV, 2005, p. 1-16.

[18] MUELLER, Carla Fernanda. Logística Reversa Meio-ambiente e Produtividade. Estudos realizados - GELOG-UFSC 2005. Disponível em:< http://209.85.207.104/search?q=cache:ZvnK1IrpefAJ:www.gelog.ufsc.br/Publicacoes/Logistica%2520Reversa.pdf+LOG%C3%8DSTICA+REVERSA&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=10&gl=br&lr=lang_pt>

[19] BARROS, Mercia Maria Bottura de. Metodologia para implantação de tecnologias construtivas racionalizadas na produção de edifícios. São Paulo: USP, 1996. (Tese Doutorado em Engenharia de Produção) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1996.

[20] DACOL, Silvana. O potencial tecnológico da indústria da construção civil: uma proposta de modelo. Florianópolis, 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Centro tecnológico, Universidade Federal de santa Catarina.

[21] JOHN, V.M. Pesquisa e desenvolvimento de mercado para resíduos. In: Seminário sobre reciclagem e reutilização como materiais de construção, 1996, São Paulo. Anais. São Paulo: PCC – USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1996,

[22] COLOMBO, Ciliana Regina; BAZZO, Walter Antonio. Desperdício na construção civil e a questão habitacional: um enfoque CTS. Organización de Estados Iberoamericanos para la educación la ciencia y la cultura. Disponível na internet em http://www.oei.es/salactsi/colombobazzo.htm.

[23] COLOMBO, Ciliana Regina; BAZZO, Walter Antonio. Desperdício na construção civil e a questão habitacional: um enfoque CTS. Organización de Estados Iberoamericanos para la educación la ciencia y la cultura. Disponível na internet em http://www.oei.es/salactsi/colombobazzo.htm.

[24] SCHENINI, Pedro Carlos; BAGNATI, Antonio; CARDOSO, André. COBRAC 2004 · Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário; UFSC Florianópolis, Outubro 2004.

[25] SCHENINI, Pedro Carlos; BAGNATI, Antonio; CARDOSO, André. COBRAC 2004 · Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário; UFSC Florianópolis, Outubro 2004.

[26] SCHENINI, Pedro Carlos; BAGNATI, Antonio; CARDOSO, André. COBRAC 2004 · Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário; UFSC Florianópolis, Outubro 2004.

[27] LEITE, P. R. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

[28] FLEISCHMANN, M.; BEULLENS, P.; BLOEMHOFRUWAARD, J.M.; VAN WASSENHOVR, L.N. The impact of product recovery on logistics network design. Production and Operations Management, v.10, n.2, Summer, p.156-173, 2001.

[29] Ibdem, 2001.

Trabalho de conclusão de curso – Monografia, apresentada como pré-requisito parcial para conclusão do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Gestão Empresarial Contemporânea do Centro Universitário Euroamericano. 

AGRADECIMENTOS

A Deus pela habilidade. Aos meus queridos Mestres pelos conhecimentos. A minha família pelo reforço a minha atitude e em especial aos meus queridos netos Arthur e André que como um raio de luz surgiram entre nós iluminando e reativando o meu ciclo de vida.

 

 

Autor:

José Floriano Pinheiro Silva

zefloriano[arroba]hotmail.com

Orientador: Prof. Msc Paulo Márcio Melo

Brasília-DF, novembro de 2007.

 CENTRO UNIVERSITÁRIO EUROAMERICANO – UNIEURO

PRÓ-REITORIA E PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU



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