Degradação ruminal da matéria seca e proteína bruta, de alimentos concentrados utilizados como suplementos para novilhos



  1. Introducao
  2. Material e metodos
  3. Resultados e discussao
  4. Conclusoes
  5. Referencias bibliograficas

RESUMO. Com o objetivo de avaliar a degradabilidade ruminal da matéria seca (MS) e da proteína bruta (PB) de diferentes alimentos concentrados utilizados na alimentação de bovinos, pela técnica in situ, foram utilizados três novilhos Nelores, inteiros, com 24 meses e peso aproximado de 350 Kg, fistulados no rúmen. As amostras referentes aos alimentos foram pesadas e colocadas no interior de sacos de náilon (6,5 x 4,0 cm de área livre), com porosidade conhecida de 50 micras, na quantidade de 1,0 grama de MS; esses foram incubados em ordem decrescente no rúmen nos tempos de 48, 36, 24, 12, 6, 3 e 0 horas. Foram avaliados seis alimentos: glúten de milho, polpa cítrica, farelo de soja, farelo de trigo, milho moído e o farelo de amendoim. Os dados foram ajustados por regressão não-linear, segundo o modelo p = a + b(1-e-ct). As degradabilidades efetivas (DE) da matéria seca dos alimentos foram, respectivamente, de 29,3; 76,6; 71,3; 60,5; 59,6; e 60,8, para a taxa de passagem de 5%/h, e da proteína bruta foram de 8,5; 56,1; 57,4; 67,9; 30,1; e 85,2, para a mesma taxa de passagem, respectivamente. A polpa cítrica apresentou alto valor para a degradabilidade efetiva de MS (76,6%); o milho, uma lenta degradação ruminal da PB, com uma taxa de degradação para a fração "b" de 2,9%; o glúten de milho apresentou uma fração "a" de 11,9% para a MS, sendo uma fonte de proteína de alto escape ruminal, apresentou DE de 8,5%; o farelo de amendoim apresentou valor, para a fração "b", de 67,3%, o valor nutritivo desse alimento é semelhante ao farelo de soja, mas teve a maior DE de PB superior 48% ao farelo de soja. O glúten de milho apresentou baixa degradação ruminal, enquanto a polpa cítrica e o milho tiveram uma lenta degradação ruminal, principalmente quando comparados ao farelo de amendoim.

Termos para indexação: Alimentos concentrados, degradação ruminal, sacos de náilon, técnica "in situ".

ABSTRACT: With the objective of evaluating the ruminal degradation of the dry matter and the crude protein of different concentrated feed used when feeding bovine, through the in situ technique, we used three young Nelore steers, rumen fistulated, with 24 months old, and weighting approximately 350 kg. The feed samples were weighted and put inside of nylon bags (6,5 x 4,0 cm of free area) with 50 micras porosity in the quantity of 1,0 g of dry matter, and they were put in decreasing order in the rumen with intervals of 48, 36, 24, 12, 6, 3 and 0 hours. Six feeds were analysed: corn gluten, citrus pulp, soybean meal, wheat meal, ground corn and peanut meal. The data were adjusted by non linear regression, according to the model p = a + b(1-e-ct). The effective degradability of the dry matter were, in order, 29, 3, 76, 6, 71, 3, 60, 4, 59, 6 and 60,8, to the passage ratio of 5% an hour, and of the crude protein, 8,5; 56,1; 57,4; 67,9; 30,1; and 85,2 fot the same passage ratio. The citrus pulp presented high value for the effective degradability of DM (76,6%), the corn a slow degradation ruminal of PB, with the value of the degradation ratio for the fraction "b" of 2,9%, the corn gluten presented a fraction "a", of 11,9% for to DM; where a source of protein of high ruminal escape, it presented ED of 8,5%; the peanut meal presented value, for the fraction "b", of 67,3%, the nutritional value of this food is similar to the soy meal, but had the largest ED of CP 48% highest than the soy meal. The corn gluten presented low ruminal degradation, while the citrus pulp and the corn had slow ruminal degradation, specially when compared to the peanut meal. Index terms: Concentraded feeds, ruminal degradation, nylon bags, "in situ" technique.

Introdução

Conhecer a degradabilidade dos alimentos é essencial para formular dietas a serem fornecidas aos animais, nos cálculos de requerimentos protéicos, e atender às necessidades dos microrganismos ruminais que, por sua vez, são capazes de transformar compostos nitrogenados não-protéicos em proteína microbiana, proporcionando produção mais eficiente (Valadares Filho, 1994; Aroeira et al., 1996).

A técnica in situ provavelmente oferece a estimativa mais exata da degradação de proteína no rúmen do que as determinadas em laboratórios (Aufrére et al., 1991), permitindo melhor contato do alimento com o meio ruminal, não existindo a mastigação e a passagem, constituindo-se em um meio mais rápido para simular o ambiente no interior do rúmen perante um regime alimentar (temperatura, pH, substrato, tampão e enzimas) (Nocek, 1988). As enzimas utilizadas pelas técnicas in vitro em contato com o líquido de rúmen não representam o ambiente ruminal e seus microrganismos (VAN SOEST, 1994).

A técnica in situ, apesar de sofrer várias críticas, como restrição ao acesso microbiano à proteína (Meyer e Mackie, 1986), contaminação microbiana dos sacos (Nocek e Grant, 1987) e perda de nitrogênio que não foi degradado, ainda é amplamente utilizada para a identificação das degradabilidades (Broderick, 1995). No Brasil, estudos são realizados com a utilização dessa técnica para avaliar forra-gens, resíduos agrícolas e produtos industriais, na alimentação de bovinos.

Neste trabalho, objetivou-se avaliar a degradabilidade efetiva, pela técnica in situ, de seis alimentos concentrados utilizados como suplementos em dietas para novilhos em pastejo.


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