Efeitos do exercício moderado e da orientação nutricional sobre a composição corporal de adolescentes obesos avaliados por densitometria óssea (dexa)

Enviado por Mauro Fisberg


  1. Introducao
  2. Caracteríisticas do programa
  3. Casuistica e metodos
  4. Resultados e comentarios
  5. Conclusao
  6. Referencias bibliograficas

RESUMO: Este estudo foi desenvolvido com a finalidade de avaliar o efeito da atividade física moderada, associada à orientação nutricional, sobre a composição corporal de adolescentes obesos, para esse propósito, 11 adolescentes ( x = 12,8 anos) foram submetidos a exercício aeróbio (cicloergômetro -60% FC máx), em duas sessões semanais, durante nove meses, sendo avaliada a composição corporal por Densitometria Óssea antes e após o período de treinamento. Os valores iniciais (I) e finais (F) para as variáveis antropométricas e da composição corporal foram: IMC (I: 33,3 ± 5,2; F: 31,8 ± 6,9* kg/m2); percentual de gordura corporal (I: 48,5 ± 6,7; F: 47,2 ± 5,1* %); peso de massa magra (I: 40,6 ± 4,9; F: 42,5 ± 5,4* kg). Tais resultados indicam que, houve um aumento significativo no peso da massa magra e reduções na porcentagem de gordura corporal e no Índice de Massa Corpórea (IMC). Isto sugere um provável efeito do programa de treinamento e da orientação nutricional. As adaptações observadas no presente estudo nos permitem sugerir que o exercício aeróbio e a orientação nutricional podem promover importantes adaptações sobre a composição corporal de adolescentes obesos, atenuando os efeitos adversos decorrentes da obesidade.

UNITERMOS: Composição corporal; Adolescência; Obesidade; Densitometria óssea; Exercício moderado; Orientação nutricional.

ABSTRACT : Effects Of Moderate Exercise And Nutritional Guidance On Body Composition Of Obese Adolescents Assessed By Bone Densithometer (DEXA).

This study was developed to evaluate the effects of moderate physical activity, associated to nutritional guidance, on body composition of obese adolescents. Eleven adolescents ( x = 12.8 year old) took part in an aerobic training (cicloergometer -60% VO2 max), with two sessions/week, during nine months. Body composition was assessed by the DEXA method, before and after the training period. The initial and final values of antropometrics and body composition variables were: BMI (33.3 ± 5.2; 31.8 ± 6.9* kg/m2); percentual body fat (48.5 ± 6.7; 47.2 ± 5.1*%); fat free mass (FFM) (40.6 ± 4.9; 42.5 ± 5.4* kg). These results indicated a significant increase in the FFM and decreases in body fat and BMI. This may mean that exercise and nutritional guidance had a positive effect. Adaptations observed in this study suggest that aerobic exercise combined with nutritional guidance promote important adaptations on adolescent obese body composition, which attenuated the adverse effects of obesity.

UNITERMS: Body composition; Adolescence; Obesity; Bony densitometry; Exercise.

Introdução

Considerada um dos principais Sudeste do País (Taddei, 1993). problemas de saúde pública da atualidade, a A criança obesa corre maior risco de obesidade é a doença crônica mais comum entre se tornar um adolescente obeso (Coates & crianças e adolescentes nos países industrializados Thoresen, 1978), o que pode resultar em riscos (Bar-Or, 1993). No Brasil, a obesidade prevalece cardiovasculares (Becque, Katch, Rocchini, Marks em cerca de 2,7 milhões de crianças entre zero e 10 & Moorehead, 1988; Fripp, Hodgson, Kwiterovich, anos, 48% das quais encontram-se na região Werner, Schuler & Whitman, 1985; Rocchini, 1993), alterações metabólicas, dermatites e problemas posturais (Pi-Sunyer, 1991). Em decorrência disso, homens e mulheres adultos que foram adolescentes obesos possuem maior risco de morbidade para doenças coronarianas e ateroscleróticas (Must, Jacques, Dallal, Bajema & Dietz, 1992).

A obesidade pode ser causada por múltiplos e complexos fatores (Dietz & Gortmaker, 1985), porém o balanço positivo de energia entre ingestão e gasto calórico parece ser o fator responsável por 95% dos casos (Fisberg, 1993). Enquanto alguns estudos demonstram que a ingestão calórica de crianças e adolescentes obesos é maior do que daqueles não obesos (Davies, 1993) ou acima do que é recomendado pelos valores de referência do RDA (Vítolo, Valverde, Patin, Escrivão, Oliveira, Fonseca, Lopez, Fisberg & Dâmaso, 1994), há evidências de que indivíduos obesos gastem menos energia do que indivíduos não obesos (Coates & Thoresen, 1978; Epstein & Wing, 1980).

Nesse sentido, Dietz & Gortmaker (1985) observaram que o ato de assistir TV possui relação linear com a prevalência de obesidade na infância, além de constituir a mais popular forma de sedentarismo nos Estados Unidos, o mesmo não sendo observado por Robinson, Hammer, Killen, Kraemer, Wilson, Hayward & Taylor (1993). Entretanto, Dietz & Gortmaker (1985) e Robinson et alii (1993) constataram que os programas televisivos estimulam o consumo de alimentos altamente calóricos. Ainda em relação ao sedentarismo, Stefanick (1993) alertou para o fato desse desencadear, principalmente, doenças cardiovasculares, independente do indivíduo ser ou não obeso. Nesse sentido, Fripp et alii (1985) observaram que adolescentes com boa aptidão física apresentavam menor Índice de Massa Corporal (IMC), menor pressão sangüínea sistólica e diastólica e maior concentração plasmática de HDL-colesterol do que adolescentes sedentários.

Além dos fatores anteriormente citados, durante a adolescência ocorre crescimento celular acelerado, sendo importante mencionar que há acentuada deposição de gordura nesse período, tanto pelo aumento em número como em tamanho das células adiposas, tornando o estirão de crescimento "per se" um fator agravante ou estimulador da obesidade (Dâmaso, 1996; Escrivão & Lopez, 1998).

Desse modo, propõe-se o tratamento interdisciplinar da obesidade, incluindo orientação nutricional e prática de atividade física (baseado em Bar-Or, 1993; Dietz, 1993; Epstein & Wing, 1980; Foreyt & Goodrick, 1991), com o objetivo de promover modificações na composição corporal, visando a menor deposição de tecido adiposo e a manutenção ou o aumento da massa magra do indivíduo (Van Loan, Keim, Barbieri & Mayclin, 1994).

Em relação aos efeitos do exercício, Epstein & Wing (1980) realizaram uma metaanálise de estudos relacionados aos efeitos do exercício aeróbio (caminhada e corrida) na composição corporal de indivíduos adultos que não participavam de programas de redução de peso, e concluíram que pessoas que se exercitam perdem mais peso do que as que não se exercitam, e que pessoas mais pesadas perdem mais peso do que as mais leves.

Posteriormente, Ballor & Keesey (1991), prosseguindo o trabalho acima citado, concluíram que o exercício tem efeitos moderados, porém significativos, sobre a composição corporal, diminuindo o peso e a massa adiposa. Esses mesmos autores ressaltam que, para otimização dos efeitos do exercício para o controle da obesidade, esse deverá estar associado à reeducação alimentar, ou seja, estimular o controle qualitativo e quantitativo da dieta ingerida.


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