Peroxidases e fenóis totais em tecidos de porta-enxertos de Prunus sp. nos períodos de crescimento vegetativo e de dormência

Enviado por Ângela Campos Diniz


  1. Introducao
  2. Material e metodos
  3. Resultados e discussao
  4. Conclusoes
  5. Referencias bibliograficas

RESUMO: A atividade de peroxidases e a concentração de fenóis apresentam uma grande importância na união entre o enxerto e o porta-enxerto, podendo, desta forma, influenciar as respostas de estresse da incompatibilidade no processo de enxertia. O presente trabalho objetivou quantificar a atividade das peroxidases e dos fenóis totais em cultivares de Prunus sp. Amostras de casca e de lenho foram processadas e quantificadas por espectrofotometria, a partir dos porta-enxertos de pessegueiros GF 677, Okinawa, Capdeboscq e Aldrighi e de ameixeiras Mirabolano e Marianna comum, cultivados nos viveiros do Departamento de Fitotecnia da FAEM/UFPel. Concluiu-se que a atividade das peroxidases e dos fenóis totais varia entre porta-enxertos, período de crescimento e tipo de tecido; a maior atividade das peroxidases e dos fenóis totais ocorre nos porta-enxertos Mirabolano e Marianna; a atividade das peroxidases e dos fenóis totais é maior na casca do que no lenho; no período de dormência, ocorre maior atividade das peroxidases e menor quantidade de fenóis totais, sendo o inverso no período vegetativo.

Palavras-chave: pessegueiro, ameixeira, metabolismo.

SUMMARY: The peroxidase activities and total phenols present a great importance in the union between the stock and the rootstock, and this is a way to evaluate the response to stress of the incompatibility in the graft process. This work aimed to quantify peroxidase activities and total phenols in order to verify its influence on the physiological and biochemical processes of Prunus sp. cultivars grafting. Those metabolic processes the samples in the bark and wood were processed and quantified by spectrophotometry, starting from peach rootstock GF 677, Okinawa, Capdeboscq and Aldrighi; and plum rootstock cv. Mirabolano and Marianna Comum, from nurseries of the Department of Plant Science of FAEM/UFPel. It is concluded that: peroxidase and the total phenol activities vary among rootstocks, growth period and tissue type; the highest peroxidase activities and total phenols occurred in Mirabolano and Marianna rootstoks; the peroxidase activities and total phenols were higher in the bark than in wood; the largest peroxidase activities occurs during the rest period and lower amount of total phenols, being the contrary in the vegetative period.

Key words: tree peach, tree plum, metabolism.

Introdução

A quantificação da atividade das peroxidases e dos fenóis totais é importante para verificar as suas influências nos processos fisiológicos e bioquímicos da enxertia de cultivares de Prunus sp.. Segundo SANTAMOUR (1992), para se obter o funcionamento do sistema vascular na união do enxerto, é necessário serem similares as peroxidases, tanto no enxerto como no porta-enxerto, para que ocorra a produção de correlatas ligninas. Nas plantas que possuem semelhanças de peroxidases, raramente se encontram problemas de incompatibilidade.

As peroxidases atuam na biossíntese do etileno, na lignificação, além da destruição das auxinas, devido ao fato de estas se apresentarem em muitas formas moleculares participando de diferentes reações bioquímicas (DENCHEVA & KLISURKA, 1982).

As peroxidases são enzimas que utilizam o H2O2 para oxidar um grande número de doadores de hidrogênio, nos compostos fenólicos; esses participam de vários processos fisiológicos e desenvolvem seu papel na síntese da lignina e na incompatibilidade do enxerto. Na formação da lignina, as peroxidases fornecem H2O2 necessário para oxidação do ácido cinâmico e convertem o ácido ferúlico em diferúlico, o qual age na ponte de hemicelulose unindo o ácido cinâmico às proteínas e aos carboidratos da parede celular favorecendo a consolidação (GASPAR et al., 1982). HARKIM & OBST (1973) demonstraram a presença de peroxidases nas células lignificadas. Talvez, elas sejam as únicas enzimas que polimerizam os álcoois em lignina.

Observando a atividade das peroxidases em macieira, durante o enraizamento, DRUART et al. (1982) verificaram um aumento significativo destas durante a fase de indução, seguido por uma drástica redução, correspondendo à fase de iniciação. Além disso, o teor de fenóis variou inversamente à atividade das peroxidases.

Segundo MUSACCHI (1994), os fenóis fazem também uma ação de regularização da atividade auxínica. As auxinas são importantes nas primeiras fases da união entre o enxerto e o porta-enxerto, agindo na rediferenciação vascular. Os compostos fenólicos são suficientes para regular a síntese da AIA-oxidase. Mais precisamente, o ácido cumárico e o ácido hidroxibenzólico (monofenóis) inibem o desenvolvimento da planta, porque ativam a oxidação das auxinas, enquanto os polifenóis, como o ácido cafêico, inibem a oxidação das auxinas, promovendo o crescimento das plantas.

Sendo a atividade das peroxidases e dos fenóis totais importantes na união do enxerto e porta-enxerto, este trabalho foi realizado com o objetivo de quantificá-las para avaliar as influências nos processos fisiológicos e bioquímicos da enxertia, em porta-enxertos de Prunus sp., em diferentes períodos de crescimento e tecidos.


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