Comportamento ingestivo de ovinos



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Material e Métodos
  4. Resultados e Discussão
  5. Conclusões
  6. Literatura Citada

 

Comportamento ingestivo de ovinos no período diurno
em pastagem de azevém anual em diferentes estádios fenológicos

RESUMO

Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o comportamento ingestivo no período diurno de ovelhas Corriedale em final de gestação e início de lactação sob pastejo em uma área de 1,3 ha de azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) nos estádios vegetativo, pré-florescimento e de florescimento. Foram determinados o tempo de pastejo, a taxa de bocado, o tamanho de bocado, o teor de PB da forragem e os consumos de MS e PB. Os maiores tempos de pastejo e de consumo de MS e PB, para os três estádios do azevém, foram observados ao final da tarde. Nos estádios vegetativo e pré-florescimento, os tempos de pastejo e os consumos de MS e PB registrados no início da manhã (7 às 7h50) foram semelhantes aos verificados no final da tarde. No estádio pré-florescimento, registraram-se ainda nestes horários de pico de pastejo as maiores taxas de bocado e peso de bocado, as quais, associadas ao maior tempo de pastejo, determinaram os maiores consumos de forragem ao longo do dia. Os menores tempos de pastejo ocorreram das 8 às 9h50 durante o estádio vegetativo; das 8 às 8h50 e das 12 às 12h50 durante o pré-florescimento; e das 7 às 8h50 durante o florescimento. Conseqüentemente, nesses mesmos horários foram verificados os menores consumos de MS e PB para os três estádios fenológicos estudados.

Palavras-chave: comportamento diurno, consumo, Lolium multiflorum, pastejo seletivo

Introdução

No desenvolvimento dos estádios fenológicos do azevém anual, verifica-se crescente acúmulo de colmos e material senescente no resíduo da pastagem, determinando diminuição na qualidade da dieta (Pontes et al., 2003).

Diante da ascendente restrição nutricional, os animais desenvolvem diferentes estratégias de pastejo em adaptação à nova condição do ambiente de pastejo. Na literatura são relacionadas como principais estratégias utilizadas pelos animais variações no tempo de pastejo, na taxa de bocados, no peso do bocado e na qualidade da forragem ingerida (Pedroso et al., 2004a; Prache et al., 1997). Sabe-se que, ao longo do período diurno, quando normalmente ocorre 95% do pastejo diário (Rook et al., 2002), são comuns variações nas necessidades nutricionais, da quantidade e da qualidade da dieta ingerida (Provenza & Lauchbaungh, 1999; Bergreen-Thomas & Hohboken, 1986). Entretanto, não há informações de como estas estratégias de pastejo variam ao longo do mesmo período e de quando a pastagem apresenta diferentes níveis de qualidade determinados por variação no estádio fenológico das plantas. No entanto, em virtude da necessidade de manutenção de adequada sanidade e nutrição do rebanho durante todo o ano, é necessária a realização de práticas de manejo, como suplementação, aplicação de vermífugo, entre outras. Esses eventos interferem no ritmo de atividade natural dos animais, tornando fundamental o estudo do padrão diário de variação do ritmo de atividades dos ovinos para redução destas interferências no comportamento natural de pastejo.

Como recurso para gerar informações que possibilitem o manejo mais eficiente do rebanho ovino visando melhorar seus índices de produtividade, realizou-se este estudo com o objetivo de avaliar as estratégias de pastejo no período diurno de ovelhas em final de gestação e início de lactação em pastagem de azevém anual em três diferentes estádios fenológicos.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no ano 2000, em uma área de 1,3 ha de azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) cv. Comum RS em um "Argissolo Vermelho Distrófico Típico", com B textural (EMBRAPA, 1999). Foram utilizadas ovelhas Corriedale em fim de gestação e início de lactação, mantidas em sistema de lotação contínua, com oferta média diária de forragem de 15% do peso vivo do animal (15 kg de MS/100 kg PV animal/dia), ajustada pela técnica put and take (Soares et al., 2006). A condição qualiquantitativa da pastagem foi determinada considerando sua altura média, obtida com o uso do sward stick (Pontes et al., 2003). A massa de forragem foi estimada pela técnica da dupla amostragem com o uso do disco graduado e as frações de folhas verdes, colmo e material morto, por meio de análise bromatológica e determinação dos teores de PB e da digestibidade in vitro da MO.

As observações comportamentais, realizadas por dois observadores independentes, ocorreram em três períodos de cinco dias consecutivos, representativos dos diferentes estádios fenológicos do azevém anual na pastagem: a) vegetativo (EV - 21 a 25 de julho - 19 ovelhas observadas); b) pré-florescimento (EP - 04 a 08 de outubro - 17 ovelhas observadas); c) florescimento (EF - 07 a 11 de novembro - 13 ovelhas observadas), determinados segundo escala proposta por Moore et al. (1991). Para esta verificação, foram retiradas em intervalos semanais 16 amostras compostas de quatro linhas de 30 cm da pastagem com a finalidade de identificar, nos cinco perfilhos principais, o momento de transição entre os estádios fenológicos. A presença de nós visíveis ou palpáveis permitiu a determinação da passagem do estádio vegetativo para o início do pré-florescimento. O momento da passagem entre o EP e o início do EF foi determinado pela combinação entre a porcentagem de perfilhos com nós palpáveis ou visíveis (Moore et al. 1991) e a emissão das primeiras panículas (Tabela 1). Estes dois momentos de transição foram associados a graus-dia de crescimento (GDC), obtidos pela fórmula (GDC = ["(Tmax.+Tmin)/2]-Tbase) com Tbase=zero, a partir de dados coletados e armazenados por registradores de temperatura (datalogger tipo HOBO Proseries, Onset Computers) mantidos no interior do dossel.


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