Amorosidade e Psicopedagogia: algumas reflexões e contribuições ao debate

Enviado por João Beauclair


  1. Resumo
  2. Sobre Amorosidade: um começo de conversa
  3. A Interconectividade necessária na teia da vida
  4. Referências

RESUMO:

Este artigo busca sistematizar algumas reflexões e contribuições sobre a formação pessoal em Psicopedagogia, tratando de temas complexos em nosso tempo presente, tais como interconectividade, teia da vida, amorosidade e o resgate de valores e direitos humanos essencial à práxis psicopedagógica. Trata-se de um conjunto de reflexões elaborado no sentido de contribuir para o debate acerca da inserção da Psicopedagogia no que concerne à amorosidade, compreendida como uma potencialidade humana de sermos solidários uns com os outros.


Palavras - chave: Amorosidade, Formação Pessoal em Psicopedagogia, Interconectividade, Teia da vida.

Sobre Amorosidade: um começo de conversa.

"Acredito que a paz começa na sua mente,
no seu coração, e vive ao redor de você.
Lembre-se, a paz está nos seus lábios e nas suas mãos."
Antoinette Sampson.
"Para fazer uma floresta basta apenas uma árvore,
uma abelha e um sonho.
Mas se não tiver uma árvore e uma abelha
, um sonho basta "

Amorosidade, em nosso tempo presente, é tema de debates, encontros, publicações, discussões, enfim. Entretanto, entre o dito e o feito existe uma lacuna, pois é simples falar, discursar, elaborar um conjunto de pensamentos sobre o amor, palavra decantada em verso e prosa, mas vivenciada de modo incompleto, distante da plenitude de sua essencialidade.

Nós, ocidentais, herdeiros de uma cultura repleta de influências greco-romanas, temos muito a aprender com as filosofias orientais, tanto sobre a própria vida, com suas imensas complexidades, quanto sobre o amor. Por isso, trago aos possíveis leitores deste texto, uma bela história de Chuang Tzu:

"Nos tempos em que a vida na terra era plena, ninguém dava atenção especial aos homens notáveis, nem distinguiam o homem de habilidade. Os governantes eram apenas os ramos mais altos das árvores e o povo com cervos na floresta. Eram honestos e justos sem se darem conta que estavam "cumprindo seu dever ". Amavam-se uns aos outros, mas não sabiam o significado de amar "o próximo". A ninguém iludiam, mas nenhum deles se julgava um "homem de confiança". Eram fidedignos, mas desconheciam que isso fosse "boa fé". Viviam juntos em liberdade, dando e recebendo , mas não sabiam que eram generosos. Por esse motivo, seus feitos não foram narrados. Eles não deixaram história."  

Concordam comigo que este é um belo texto? Quanta possibilidade de reflexão pode ser criada com esta história. Uma dessas possibilidades reside no pensar nossa própria condição: somos humanos porque somos seres históricos e temos um passado evolutivo com o qual constituímos a VIDA, tecida fio a fio por outros e outras que nos antecederam. E, claro, por todos nós que, na continuidade desta trajetória, estamos imersos neste tempoespaço de nossa contemporaneidade.

O resgate da amorosidade, tarefa essencial a todos nós, torna-se profundamente necessário. Ficamos, a cada dia, mais distantes dos bons sentimentos, das genuínas emoções e, principalmente de nossa capacidade de conviver em harmonia num mundo repleto de diferenças. Faz-se necessário emergimos para um novo tempo e reconstruirmos caminhos para que o conhecimento acumulado por nossa trajetória humana nos conduza para a tomada de decisões vinculadas à aprendizagem, a administração dos conflitos e, inevitavelmente, aos processos do autoconhecimento, da auto-aceitação e da autoconsciência.  

Aprimorar-se enquanto sujeitos humanos e históricos é questão de evolução de cada um de nós e para tanto, é imprescindível iniciar (ou reiniciarmos), enquanto profissionais de educação e saúde que somos, processos de formação pessoal, conforme recomendado no Código de Ética da ABPp.  

Tais processos de formação pessoal perpassam pelo conjunto de valores e pela visão de mundo de cada um de nós: somos um emaranhado imenso de influências resultantes de nossas relações sociais. Fruto do convívio social, cada um de nós carrega, em nossa personalidade, diferentes influências das quais nem sempre possuímos clareza e consciência. Repetimos padrões de conduta e comportamento sem questionarmos suas origens e os motivos pelos quais o fazemos.


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