Reestruturacao inovativa e reorganizacao das instituicoes financeiras do setor privado no brasil

Os primeiros investimentos em automação bancária (AB), são derivados de três importantes ações: a) as reformas administrativas no sistema bancário e as restrições, impostas pelo Banco Central (BC), à instalação de agências de bancos de capital estrangeiro; b) as iniciativas pioneiras de produção dos primeiros computadores brasileiros, que resultaram de vários anos de trabalho e pesquisa na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, na Politécnica da Universidade de São Paulo e na Cobra -- Computadores Brasileiros S/A e; c) a política de reserva de mercado para o setor de informática. Estas ações contribuíram para o crescimento das instituições bancárias e para a dispersão territorial de suas atividades. O exame da variação no número das instituições bancárias, a partir do pós-guerra (1945 a 1996) possibilita a constituição de quatro grandes fases de dispersão territorial destas instituições (Cf. Gráfico I, a frente), são elas: na primeira, de 1945 a 1963, o número de bancos diminuiu de 500 para 326, correspondendo ao início do processo de concentração das atividades bancárias; na segunda, de 1964 a 1973, este número passou de 328 para 115, revelando a intensificação processo de concentração; na terceira, de 1974 a 1986, o número de bancos teve um ligeiro aumento de 100 para 123, assinalando a passagem da fase de concentração para a de conglomeração, na qual se intensificou o crescimento de fusões, incorporações e um extraordinário crescimento do número de agências bancárias, que passou de 7.536 para 17.115, possibilitando o surgimento dos Grandes Conglomerados Financeiros -- GCFs, incentivado por políticas protecionistas do BC; na quarta, de 1987 a 1996, o número de bancos cresceu de 121 para 263; esta fase correspondeu à formação de iniciativas, propostas pelo Banco Mundial, pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de reestruturação do sistema financeiro para a redução dos conglomerados e ampliação da participação de grandes instituições financeiras do exterior, incentivando os processo de reorganização nacional, liquidação extrajudicial e fechamento, entre os anos de 1995 e 1997, de importantes GCFs de varejo1: Banco Nacional, Banco Econômico, Banorte, Bamerindus.

O sucesso deste esforço empreendedor só foi possível devido às restrições impostas, desde 1975, às empresas de capital estrangeiro produtoras de pequenos computadores e à importação de periféricos.

Durante o período do Plano Cruzado, de 1986, o frenesi que aqueceu a indústria de informática diminuiu, levando os bancos a adotarem estratégias de reestruturação inovativa (ANGEL,1994), de racionalização de suas operações. Estas ações resultaram no fechamento de várias agências bancárias de bancos privados e, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos -- DIEESE, várias ondas de demissão em massa.

No início da década de 90, durante o Plano Collor I, as mudanças culturais na gestão do trabalho e as políticas neo-liberais, como: a liberalização das importações; as medidas de confisco de poupança; a privatização de empresas públicas; a redução de carga fiscal sobre produtos importados da indústria de informática; o fim da reserva de mercado, atuaram sobre a capacidade tecnológica dos setores de AB, que se viram sob um novo regime de pressão competitiva.



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Hindenburgo Francisco Pires
hindenburgo[arroba]uerj.br


 
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