Reengenharia brasileira



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Objetivo
  4. Desenvolvimento
  5. Conclusão
  6. Referências bibliográficas

RESUMO

Descreve-se em linhas gerais as principais características da cultura flexível do brasileiro, as dificuldades nacionais na busca do desenvolvimento, as críticas e as explicação do atraso tecnológico, a comparação com a cultura anglo-saxã. A proposta da reengenharia como ferramenta para reformular os negócios em mercados instáveis como o Brasil e os alertas para a necessária mudança de postura para o sucesso deste processo .

INTRODUÇÃO

A entrada "atrasada" do Brasil na Revolução Industrial, que de fato não ocorreu de maneira uniforme em espaço e tempo, cujas razões são históricas e remontam aos tempos do Descobrimento e da maneira de ocupação deste espaço geográfico, colocou o Brasil em desvantagem competitiva no mundo dos negócios.

Elaborando-se um paralelo recente entre o Brasil e os Estados Unidos da América, extremos de desenvolvimento e cultura, porém originários de um mesmo movimento: a época dos grandes descobrimentos, verifica-se que enquanto os EUA atravessam importantes momentos históricos no processo de industrialização no início do século XX, o Brasil era ainda essencialmente agrário e atrelado a monocultura cafeeira.

Realidades distintas e momentos diferentes marcaram para sempre a evolução da administração do Brasil, reflexo multidisciplinar de todo um contexto sócio-econômico.

OBJETIVO

Identificar alguns elementos da cultura brasileira na administração dos negócios e os reflexos no emprego da reengenharia.

DESENVOLVIMENTO

A balança comercial brasileira até quase a última década do século passado (século XX) era em boa parte constituída de itens da terra (dividindo-se a produção nacional em terra, capital e trabalho). As tecnologias geradas em grande parte eram destinadas e aplicadas na indústria de base e os produtos finais exportados ainda eram (e são em partes expressivas até hoje) intermediários em cadeias produtivas mais complexas.

As nações menos desenvolvidas e em vias de desenvolvimento são grandes consumidoras de tecnologia, principalmente tecnologia "embutida" em bens de consumo com valor agregado, para resumir isto em um jargão seria o conceito de "exportar batata in natura e importar batata frita".

Para reforçar a afirmação da relação terra, capital e trabalho pode-se usar como exemplo a comparação do preço da saca de soja de 60 kg, cotada em 27/05 em R$ 33,60 (SINDICATO RURAL DE MARINGÁ, 2005), cujo preço por Kg fica em torno de R$ 0,56, e o preço de pastilhas de quartzo puro polido para a indústria microeletrônica (substrato para filtros de microondas para a telecomunicação sem fio), cotada em 27/05 por aprox. R$ 357,00 o quilo (cotação do produto da MTI Corporation, 2005 e cotação do dólar AGÊNCIA ESTADO, 2005).

Entre um produto e outro há uma valorização de mais de seiscentas vezes no preço por quilo. Este exemplo não reflete a média da valorização entre estas famílias de produtos, é ilustrativo, mas tratam-se de preços de atacado para o mercado em seus respectivos países e realçam o peso do fator capital e trabalho traduzido em tecnologia.

O Brasil não importa apenas tecnologia, aliás a cultura brasileira formou-se da cultura de vários povos, importamos gente e cultura e que aqui formaram uma cultura própria em quinhentos anos de História, o brasileiro não tem cor ou religião, imitando a citação do Memorial do Imigrante (2005) todas as cores do mundo estão aqui.

A recente industrialização do Brasil, para não chamar de tardia, também apropriou-se de conceitos e métodos "estrangeiros", importamos a organização empresarial e também muitos executivos e seus conceitos.

A cultura dominante no mundo dos negócios no ocidente e que nos influenciou profundamente durante a parte final da colonização portuguesa e depois por meio do neo-colonialismo foi a anglo-saxã, primeiro pela Inglaterra, com alguns toques da França e depois pela Norte-Americana na virada do pós-guerra 1939/45 e que perdura até os dias atuais

Nada contra a cultura anglo-saxã, mas esta é distante de nossa realidade sóciohistórica, apesar da grande massa de imigração na virada dos séculos XIX para XX e de um fluxo menor por volta da Segunda Grande Guerra, a base de nossa cultura é a Latina, mesmo os imigrantes europeus não-lusitanos em sua maioria eram latinos (Italianos e Espanhóis, principalmente os primeiros).

Também não podemos descartar a grande contribuição da cultura africana, esta literalmente importada pelo sistema escravagista e que influenciou profundamente a cultura brasileira contrabalançando com a lusitana, além da cultura indígena muito presente em hábitos e costumes.

Além da diferença cultural, diferença fundamental em questões de crenças e valores, existem também a diferença histórica, talvez melhor seria dizer a diferença contextual, sem contar as mudanças geográficas e climáticas.

Segundo Behrens (2004) os modelos de gestão empresariais empregados no Brasil precisam ser mudados para que seja introduzido o modelo brasileiro de gestão que é oriundo da cultura nacional. De fato quando fala-se de "adaptação" de padrões e conceitos é adequar algo que não esta pronto para ser usado onde se está aplicando.


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