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A Comunidade científica Portuguesa – alguns dos recursos utilizados para a obtenção da visibilidade (página 2)

Lídia Oliveira Silva

Dito isto, buscar-se-á delinear o fluxo do conhecimento científico, gerado em meio eletrônico, com o intuito de compreender a estrutura que envolve sua concepção.

Propõe-se um fluxo de geração do conhecimento em meio eletrônico, ilustrado na Figura 1, o qual apresenta nove fases: Produção, Comunicação, Divulgação, Acessibilidade, Indexação, Marketing científico eletrônico, Fator de impacto da publicação, Fator de impacto social e Visibilidade científica (Figura 1).

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Figura 1: Fluxo estrutural das fases de geração do conhecimento em meio eletrônico.

O esquema estrutural parte da Produção, quando o cientista concebe a idéia da pesquisa. A fase de Geração das idéias depende diretamente de fatores externos, os quais são condições básicas para sua geração: Recursos humanos (vinculação em instituições e sociedades científicas); Temática (temas dos estudos realizados); Infraestrutura (recursos tecnológicos e informacionais); Financiamento (recursos provenientes de agências de fomento); Política científica (identificação das prioridades expressas nos planos institucional e governamental, para projeção nacional e internacional), (Noronha, Maricato, 2008).

No entanto, há de se convir que o ato de pesquisar por si só não é suficiente, sendo que a assunção da geração de um novo conhecimento depende diretamente da sua validação e aceitação por parte da comunidade científica. Nesta fase, a Comunicação da pesquisa pode ser estabelecida de diversas formas, dentre as quais meios informais: troca de informações entre os próprios pesquisadores via e-mail, listas de discussão, fóruns temáticos, blogs, sites pessoais, repositórios de preprints, comunidades virtuais; e meios formais, dentre os quais periódicos científicos impressos e eletrônicos, anais de congressos, teses e dissertações.

A comunicação dos resultados de uma pesquisa é um elemento fundamental no ciclo de produção do conhecimento. A comunicação informal serve para anunciar o novo conhecimento, bem como avaliar e refinar mesmo, e testar a aceitação por parte dos cientistas. No mais, a relação entre comunicação informal e produtividade pode se dar da seguinte forma: quanto mais output´s o cientista produz, maior a comunicação e maior sua visibilidade perante outros cientistas (Barjak, 2004).

Numa fase posterior à comunicação, dentro da geração do conhecimento científico em meio eletrônico, insere-se o marketing científico eletrônico como recurso capaz de auxiliar na comunicação inter pares (interna), e na divulgação externa mediante a ampliação dos acessos, downloads, captação de novos usuários, inserção do periódico em novas bases de dados e indexadores, bem como a implementação de ações e recursos eletrônicos, que visem ampliar a visibilidade do periódico. O marketing científico eletrônico impulsionará o periódico para as fases seguintes, que tratam dos indicadores de visibilidade relacionados ao fator de impacto. Entende-se que o marketing como recurso de divulgação tem o poder de divulgar as pesquisas disponíveis em bases de dados, dado que somente sua inserção não traria os resultados almejados quanto à visibilidade dos textos.

A Divulgação da pesquisa está direcionada ao público externo à comunidade científica, sendo que sua consolidação ocorre através dos jornalistas e profissionais relacionados, que sentem a "necessidade de informar às pessoas comuns as novidades nas áreas da ciência e os benefícios das descobertas científicas" (Valério e Pinheiro, 2008). As autoras ressaltam o interesse pela ciência por parte de outros públicos, que não os da comunidade científica, no caso de revistas brasileiras como a Ciência Hoje, Ciência e Cultura, e internacionais Nature e Science, sendo referências para revistas de divulgação e de comunicação.

Estas constatações comprovam que a divulgação científica está alcançando novos públicos, dados os recursos oferecidos pelas tecnologias digitais, a qual adquire nova configuração, com os movimentos em favor do acesso livre à informação, que surgiram a partir de discussões entre pesquisadores, bibliotecários, autores e editores com o intuito de promover a divulgação e acesso, de modo rápido e amplo, às publicações de literatura científica primária (Bomfá et al, 2008).

Além dos mecanismos de recuperação da informação, a divulgação precisa contar com os Sistemas de indexação, os quais certificam a qualidade das publicações científicas promovendo a internacionalização e prestígio das pesquisas. Dentre os principais certificadores mencionam-se Scielo[1]a Scopus[2]e ISI Web of Knowledge/Journal Citation Reports on the Web[3]

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Figura 2: Verificação dos indexadores pelos investigadores

Os investigadores portugueses foram questionados se verificam se o periódico está registrado nos serviços internacionais de indexação, os quais avaliam o impacto de uma publicação (por ex. ISI of Science - Science Citation Index, h index, etc.), antes de decidirem onde publicar os trabalhos.

Os investigadores afirmam que verificam sempre (59,1%), ao submeterem um artigo, se o mesmo está indexado, seguidos dos que verificam esporadicamente com 23,7%. As respostas confirmam e reforçam a questão discutida acima, da importância dos Sistemas de indexação para atestar o prestígio das pesquisas e dos pesquisadores (Figura 2).

Conforme mencionado, o passo seguinte trata dos indicadores de visibilidade no caso do Fator de Impacto das publicações, o qual atribuirá prestigio à pesquisa, aos autores e às instituições. Acrescente-se o fator de impacto social e tecnológico, conquistado mediante a aplicação da pesquisa no âmbito social. Trata-se, portanto, da contribuição que o pesquisador dará à sociedade, sendo uma necessidade emergente a aproximação entre públicos acadêmicos e não acadêmicos, o que também será discutido no próximo item.

As etapas do fluxo requerem ferramentas e recursos diferenciados ao longo de todo o processo. Consecutivamente, entende-se que a fase posterior trata da visibilidade científica, dado que o reconhecimento e prestígio do periódico são conseqüências da indexação e do fator de impacto. Portanto, estas fases preliminares permitirão ampliar a visibilidade das pesquisas, bem como dos autores e instituições. Apresenta-se a seguir recursos de divulgação e comunicação em uso na comunidade científica portuguesa.

Iniciativas portuguesas – recursos de divulgação das pesquisas

Portugal empenha-se em oferecer diversas iniciativas de divulgação das pesquisas, bem como das instituições e dos pesquisadores a públicos que ultrapassem os muros da universidade. Dentre estas iniciativas mencionam-se bibliotecas digitais, unidades de transferência de tecnologia, arquivos bibliográficos on-line, unidades de investigação, bem como associações que apóiam a divulgação da ciência. Com o intuito de contextualizar os projetos que visam a promoção da visibilidade científica em Portugal, apresenta-se a seguir um apanhado destas iniciativas. Observou-se que a comunicação em meio eletrônico tem possibilitado encurtar as distâncias que separavam a divulgação das informações científicas dos públicos menos especializados.

Com o objetivo de promover o acesso eletrônico às principais fontes internacionais de pesquisa; atuar na construção da Sociedade do Conhecimento; ampliar a visibilidade, acessibilidade e difusão das pesquisas portuguesas, o projeto Biblioteca do Conhecimento Online (b-on[4]oferece o acesso livre, para a comunidade científica portuguesa, aos textos integrais de mais de 16.750 publicações científicas internacionais de 16 editoras.

Outro espaço importante para a publicação e divulgação de textos científicos, direcionado a todos os investigadores, trata-se da Biblioteca on-line de Ciências da Comunicação (BOCC[5]o primeiro de um dos múltiplos projetos on-line de António Fidalgo. O projeto foi lançado em maio de 1999 com o propósito de reunir em um só endereço textos da área das Ciências da Comunicação que já estavam on-line, bem como outros inéditos ou publicados em livros ou revistas, porém difíceis de acessar.

O projeto do Sistema Integrado para Bibliotecas e Arquivos Digitais (SInBAD[6]permite dar acesso à Biblioteca Digital da Universidade de Aveiro (UA). O usuário pode acessar documentos de natureza diversa, dentre os quais teses e dissertações apresentadas à Universidade de Aveiro, uma vasta coleção de cartazes, registros de vídeo do programa 3810-UA, bem como documentos em áudio (coleção de jazz).

Com o propósito de ampliar o acesso a textos científicos a Biblioteca Aberta do Ensino Superior (BAES[7]disponibiliza conteúdos online a estudantes com necessidades especiais (pessoas com dificuldades visuais, motoras e outras). O projeto tem por objetivo adquirir, tratar, tornar acessíveis e difundir os recursos informativos e preservar as coleções bibliográficas, existentes na Rede de Bibliotecas Universitárias, em qualquer tipo de suporte.

O projeto de informação Arquivo Bibliográfico para Produção Científica[8]visa oferecer à comunidade científica lusófona um sistema de publicação e armazenamento de documentos científicos, proporcionando a disponibilização eletrônica de periódicos científicos e acadêmicos, bem como a criação de um banco de teses e dissertações. O objetivo é dar visibilidade via Internet, aos textos e pesquisadores da comunidade científico-acadêmica Lusófona.

Cabe mencionar o projeto Bibliorandum[9](Anjos, 2007), desenvolvido com o objetivo de prestar serviços de informação corrente a membros da comunidade científica portuguesa, com interesse em informação corrente, na área da Biblioteconomia e Ciências da Informação.

Dentre as políticas transversais que possibilitam a visibilidade da instituição, do pesquisador e das pesquisas estão as iniciativas e universidades que têm construído repositórios de tese e dissertações. Dentre os projetos mencionam-se os principais desenvolvidos em Aveiro, Porto, Coimbra e Lisboa.

A universidade de Aveiro (UA) permite a pesquisa via Internet a uma variedade de teses e dissertações, sendo que muitos dos trabalhos podem ser obtidos integralmente em formato eletrônico.

O repositório institucional "RepositóriUM" foi desenvolvido em 2003 pela Universidade do Minho com o propósito de armazenar, preservar, divulgar e oferecer acesso à produção científica eletrônica desta instituição, bem como contribuir para a ampliação da visibilidade.

A biblioteca virtual da Universidade do Porto dispõe de bases internacionais de teses e dissertações, dentre as quais: Proquest Dissertations & Theses – Fulltex, Australian Digital Theses Program, Dited - Dissertações e Teses Digitais, DIVA (Digitala Vetenskapliga Arkivet), NDLTD - Networked Digital Library of Thesis and Dissertations, Thèse en Ligne.

A Biblioteca da Universidade de Coimbra oferece consulta aos resumos das Dissertações de Doutoramento apresentados a partir de 1940. A grande maioria dos resumos são publicados em Língua Portuguesa e Inglesa.

Instituições e associações de divulgação das pesquisas

As unidades de investigação também contribuem para ampliar a visibilidade dos pesquisadores, pesquisas e instituições portuguesas. Dentre elas mencionam-se as apoiadas pela Fundação de Ciência e Tecnologia de Portugal (FCT). A Fundação oportuniza aos investigadores submeterem candidaturas a projetos de investigação científica.

Cabe mencionar a Agência Nacional para a Cultura Científica (Ciência Viva), a qual visa apoiar a ações dirigidas para a promoção da Educação Científica e Tecnológica na sociedade portuguesa.

Com o propósito de articular uma formação em Ciências Sociais e Ciências da Comunicação o Centro de Estudos de Tecnologias e Ciências da Comunicação (CETAC.media), anteriormente designado de Cetac.com, é uma nova unidade de investigação, que reúne investigadores que anteriormente pertenciam ao cetac.com e à UNICA - unidade de investigação e comunicação e arte (CETAC.media, 2008).

Outro projeto que dedica-se a alargar as redes de investigadores, bem como a cooperação internacional para divulgação da ciência portuguesa foi desenvolvido pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (1978), trata-se do Centro de Estudos Sociais (CES), dirigido à investigação na área das Ciências Sociais.

Cabe destacar que o CES no sistema científico português é um Laboratório Associado, por ser uma unidade de investigação de grande dimensão.

Transferência de conhecimento entre a Comunidade Científica e o tecido sócioeconômico

Quanto à produção do conhecimento voltado para o espaço social destacam-se alguns mecanismos promotores da geração da transferência de conhecimento desenvolvidos em Portugal, entre a Comunidade Científica e o tecido sócio-econômico envolvente, em que seriam as Tecnologias de Informação catalisadoras desse processo.

O projeto intitulado Unidade de Transferência de Tecnologia da Universidade de Aveiro (UAtec) foi desenvolvido com o intuito de dar suporte à instituição, tornando-a um centro de excelência nacional de criação e divulgação de conhecimento. A UAtec é, portanto, uma entidade que media as ações de transferência de tecnologia e conhecimento geradas na universidade.

Outro projeto é a Fábrica Centro de Ciência Viva de Aveiro, o qual integra a Rede Nacional de Centros Ciência Viva. Este centro tem como principal objetivo suscitar mais perguntas por parte dos visitantes, despertando a sua curiosidade sobre ciência pura e ciência ligada às artes.

Disponibilizar serviços às unidades orgânicas, grupos de trabalho, docentes e discentes da Universidade de Aveiro é competência do Centro Multimedia e de Ensino a Distância (CEMED). Trata-se de uma unidade de caráter multidisciplinar, a qual destina-se a disponibilizar serviços às unidades orgânicas, grupos de trabalho, docentes e discentes da Universidade de Aveiro.

Dentre os projetos multimídia desenvolvidos pelo CEMED destacam-se alguns que certamente contribuem para a geração da transferência de conhecimento entre a Comunidade Científica e o tecido sócio-econômico de Portugal.

O programa "Viva a Ciência!", produzido pela Universidade de Aveiro, destinase a divulgar e fazer conhecer à comunidade, todas as novidades na ciência e na investigação científica em Portugal. O programa tem o apoio da Ciência Viva (Agência Nacional para a Cultura Científica).

O projeto 3810-UA é um programa semanal de TV, produzido pela Universidade de Aveiro para o canal 2 da RTP. O primeiro para o "ar" a 1 de Junho de 2004 na sequência da abertura do canal a 2: à sociedade civil. Inserido na rubrica Universidades, o 3810-UA tem como principal objetivo dar a conhecer a investigação, a tecnologia e a ciência "made in" Universidade de Aveiro, bem como a região que a envolve.

O Sofá da ciência é um programa de rádio (Terra Nova -105 FM), que traça o perfil dos cientistas da Universidade de Aveiro. Os investigadores falam das experiências nos laboratórios, dos projetos de investigação, curiosidades científicas e invenções tecnológicas, bem como dos momentos de lazer, descobrir curiosidades científicas e invenções tecnológicas.

O programa de rádio Click (Antena 1) é produzido pela Universidade de Aveiro numa parceria com a estação de Rádio RDP Antena 1. Desde outubro de 2007 divulga a ciência que revela semanalmente os avanços tecnológicos, as investigações e as novas tecnologias de Portugal.

Indicadores de tendência dos recursos utilizados pelos pesquisadores - visibilidade das pesquisas

Durante o período de investigação na Universidade de Aveiro (Portugal) aplicou-se um questionário com os pesquisadores portugueses, o qual sugere indicadores de tendência dos recursos utilizados para ampliar a visibilidade das pesquisas neste país.

Quando indagados se as publicações científicas em meio eletrônico ampliam a visibilidade da produção científica portuguesa os investigadores responderam na maioria de 41,1% que concordam plenamente e 34% que concordam com esta colocação (Figura 4).

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Figura 3: As publicações científicas em meio eletrônico ampliam a visibilidade da produção científica portuguesa Silva (2002) apresenta resultados de pesquisa de tese desenvolvida com investigadores da Comunidade Científica Portuguesa, cuja inquirição trata acerca das implicações da Internet, em futuro próximo, no que se refere à necessidade de utilização deste suporte para se obter visibilidade entre pares.

Estes resultados correspondem às vantagens proporcionadas pelo suporte online, dado que o periódico eletrônico insere-se neste meio. A difusão das pesquisas é facilitada por recursos, dentre outros, correio eletrônico, sítios de pesquisa, bases de dados, buscadores. Os usuários têm como vantagens em relação ao periódico eletrônico, dentre outras, acessarem os artigos a partir do seu computador, com agilidade e a possibilidade de baixar, ler ou imprimir todos os artigos de todas ou quaisquer edições.

Os resultados desta pesquisa confirmam as informações de Stumpf (2007), a qual menciona vantagens que os usuários da informação eletrônica percebem em relação à informação impressa, dentre as quais: o fácil acesso às informações, implicando na redução de custos e tempo; informação rapidamente disponibilizada; facilidade em buscar as informações; layout diferenciado com cores, animações; comunicação direta com o autor dos artigos. A autora menciona, ainda, uma técnica denominada "logs", a qual está sendo utilizada para identificar o uso dos periódicos eletrônicos e a partir do estudo identificar o comportamento dos usuários virtuais em busca da informação. A partir dos dados é possível identificar o número de acessos ao sítio, o tempo médio de permanência, a procedência dos usuários, quais conteúdos acessados.

Destaca-se ainda que o periódico científico eletrônico tem adquirido credibilidade no campo da comunicação científica. Quando questionados se revistas científicas exclusivamente eletrônicas/digitais (on-line) (com júri de avaliação) apresentam a mesma credibilidade das Revistas científicas impressas (com júri de avaliação), os investigadores responderam que concordam plenamente (30,4%), concordam (29,4%) e concordam em parte (28,9). Portanto, na grande maioria entre os que estão a favor desta idéia contabilizam 59,8%. Os que discordam e discordam em absoluto somam 11,3% das respostas (Figura 5).

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Figura 4: As Revistas científicas eletrônicas apresentam a mesma credibilidade das Revistas científicas impressas.

As justificativas referentes a esta indagação (questão aberta) demonstram que os investigadores respondentes afirmam que a Internet é um meio com um potencial de divulgação enorme, sendo sua divulgação e acesso universais, dado que estão ao alcance dum público muito mais vasto. Reconhecem que a capacidade de globalização é maior usando meios eletrônicos, em relação aos meios impressos, dado que o acesso facilitado contribui para a divulgação do trabalho, seja no meio acadêmico ou social, e obviamente para a sua visibilidade.

Mencionam que o acesso eletrônico potencializa enormemente o acesso a uma publicação, quando comparado com os media impressos tradicionais, fator que amplia a visibilidade. Lembram que o meio eletrônico pode ser uma forma de dar a conhecer a produção científica portuguesa no estrangeiro, o que não impede que se mantenham, simultaneamente, as edições impressas. Alguns dos respondentes defendem a idéia de manter os dois formatos simultaneamente. Outros argumentam que a visibilidade da produção científica portuguesa depende não do meio de divulgação, mas da qualidade do trabalho apresentado, portanto fator chave para a aceitação de um artigo numa revista conceituada com impacto.

Os investigadores que concordam parcialmente, ou que discordam, afirmam que as melhores revistas científicas não são exclusivamente eletrônicas, mas sim impressas e com um site com disponibilização de conteúdos. Além disso, defendem a indexação em algumas plataformas de divulgação científica (Scielo, Latindex, etc). Alguns argumentam que o fato de a publicação ser ou não digital não tem correlação com a visibilidade de qualquer produção cientifica. Outros ainda, reforçam que enquanto não houver acesso total a todas as publicações disponíveis na net, por exemplo o Science Direct, a visibilidade é limitada. Os respondentes afirmam que é necessária a mudança de atitudes no que diz respeito à utilização de revistas em formato digital (geralmente, mais respeitadas se envolverem versão impressa também). Lembram que além de o acesso à Internet ainda não ser completamente universal, por vezes o fato de Portugal ser um país pequeno leva a que muita gente não considere as investigações do país.

Estes dados comprovam que o uso do PCE tem se expandido, à medida que comprova sua confiabilidade e legitimidade na avaliação pelos pares, sendo portanto um recurso importante para a ampliação da visibilidade científica.

Considerações

Os investigadores reconhecem que Portugal é um país periférico no campo da ciência, logo as probabilidades de publicação aumentam no meio eletrônico. Contudo, a forma de articular cientificamente essa visibilidade é determinante para a credibilidade.

Constata-se que os PCEs representam um veículo que atribui maior agilidade na divulgação dos resultados, bem como facilidade na recuperação das informações e, conseqüentemente, ampliam a visibilidade das pesquisas. Além disto, é fácil o acesso para baixar o conteúdo de um periódico eletrônico de qualquer parte do mundo.

Acredita-se, portanto, que estes atributos são responsáveis pela escolha dos autores, que têm preferido este recurso também porque, simultaneamente à publicação do artigo, é possível que o texto seja lido, baixado e citado por qualquer pessoa e em qualquer lugar.

Referências Bibliográficas

Anjos, J dos (2007). "Biblioramdum (Relatório final de Projeto em Implementação de Sistemas de Comunicações e Informação)". Disponível em: Acesso em: 15 mai. 2008;

Barjak, Franz (2004). "On the integration of the Internet into informal sicence comunication". Munich Personal RePEc Archive: 2004. Disponível em:

http://mpra.ub.uni-muenchen.de/2268/. MPRA Paper nº. 2268, posted 07. November 2007.

Bomfá et al. (2008). "Acesso livre à informação científica digital: dificuldades e tendências", In: Transinformação, Campinas, 20(3):00-00, set./dez.;

Costa, Sely (2008). "Abordagens, estratégias e ferramentas para o acesso aberto via periódicos e repositórios institucionais em instituições acadêmicas brasileiras", in: Liinc em Revista, v.4, n.2, setembro, p. 218 - 232 - http://www.ibict.br/liinc;

Noronha, D. P.; Maricato, J. de M. (2008) "Estudos métricos da informação: primeiras aproximações", In: Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. esp., 1º sem.;

Valério, Palmira M.; Pinheiro, Lena V. R. (2008). "Da comunicação científica à divulgação", in Revista Transinformação, Campinas, n20 v2, p. 159-169, mai./ago.;

Silva, Lídia Oliveira (2002), Implicações Cognitivas e Sociais da Globalização das Redes e Serviços Telemáticos: estudo das implicações da comunicação reticular na dinâmica cognitiva e social da Comunidade Científica Portuguesa, Tese de Doutoramento, Universidade de Aveiro, 17 de Dezembro;

Stumpf, Ida Regina Chitto (2007) "Usuário da Informação no Contexto Digital", Palestra proferida no II Seminário de Ciência da Informação. Londrina, 27 a 29 de setembro. Disponível em . Acesso em maio de 2008.

 

 

Autores:

Cláudia Regina Ziliotto Bomfá

Universidade Federal de Santa Catarina

Lídia de Jesus Oliveira Loureiro da Silva

Universidade de Aveiro – Portugal lidia[arroba]ua.pt


[1] O Relatório de Citações da Scielo (Scientific Electronic Library Online) fornece informação sobre: Fator de impacto em um período de dois anos ; Fator de impacto em um período de três anos; Vida média; Citações recebidas; Citações concedidas (in: http://statbiblio.scielo.br/stat_biblio/index.php?lang=pt, consultado em: 2009-03-10).

[2] Os indicadores oferecidos pela base Scopus podem ser usados, dentre outras aplicações, para: identificação de tendências de pesquisa nas diversas áreas; - acompanhamento o desempenho e aceitação de uma revista científica na comunidade internacional, por meio de análise das citações; - avaliação da produção científica de cada autor, em número de citações ou áreas de interesse de pesquisa; - avaliação da produtividade científica institucional; - identificação de revisores para trabalhos científicos; - identificação de grupos de pesquisa e de colaboração entre autores; - orientação dos processos de seleção e desenvolvimento de coleções em bibliotecas. Um dos novos indicadores calculados pela Scopus é o índice H, proposto inicialmente por Jorge E. Hirsch em 2005, que quantifica a produtividade científica de um pesquisador baseado no número de trabalhos publicados pelo pesquisador e pela freqüência com que esses trabalhos são citados por outros autores." In: http://cvirtual-ccs.bvsalud.org/tiki-read_article.php?articleId=171&highlight=scopus (consultado em: 2009-03-10).

[3] O JCR Web fornece os seguintes campos de dados: Fator de impacto; Índice de imediação; Contagem de artigos; Meia-vida citada e Dados-fonte (in: http://science.thomsonreuters.com/pt/produtos/jcrport/, consultado em: 2009-03-10).

[4] B-on - http://www.b-on.pt/

[5] BOCC - http://www.bocc.ubi.pt/

[6] SinBAD - http://sinbad.ua.pt/

[7] BAES - http://sigarra.up.pt/up/WEB_BASE.GERA_PAGINA?P_pagina=122586

[8] ABC - http://abc.ua.pt/

[9] Bibliorandum - http://www.bibliorandum.net/



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