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Haifa e "Akká: Hierofanias e Formas Simbólicas Bahá"ís no Coração do Mundo (página 2)

Sylvio Fausto Gil Filho

As Cidades Sagradas são espaços das hierofanias, palco de experiências religiosas concebidas ontologicamente como o coração do mundo. Como lembra Eliade (1995) "nunca será demais insistir neste paradoxo que constitui a hierofania, até mais elementar." A manifestação do sagrado torna qualquer coisa em outra coisa, qualquer ser em outro ser; en-contra uma ordem distinta em toda relação com o mundo. Fundamentalmente, as coisas ditas sagradas são outras muito embora permaneçam as mesmas. Ernst Cassirer (1997) parte do pressuposto que o homem é mais que um ser cultural, ele é simbólico. Desse modo, o homem produz símbolos e estes o caracterizam como superação da vida biológica. Esse processo conscientiza o homem de que ele não somente vive no universo físico, mas, sobretudo em um universo simbólico. Sendo assim, a religião é parte deste universo pleno de significados que faz parte indissociável da experiência humana. As Cidades Sagradas tornam-se a consubstanciação destas práticas simbólicas mediadas pelo sagrado em um sistema de formas religiosas. As religiões são reconhecidas como uma estrutura de sentidos específicos na experiência das hieorofanias.

A religião, como modalidade do sagrado, manifesta centros de convergência espacial para o homem religioso. Os centros de convergência materializam-se enquanto formas simbólicas, Lugares e Cidades Sagradas. A exemplo da Kaaba de Makká para o Islã, o Muro Ocidental em Jerusalém para o Judaísmo e a Igreja do Santo Sepulcro, na mesma cidade, para o Cristianismo.

Bhardwaj (1983), em seu estudo sobre os lugares de peregrinação da Índia sugere que os Santuários formam um sistema de lugares cujos graus e hierarquias são resultados da absorção de cultos locais e reconciliação de inúmeras tradições religiosas do Hinduísmo. Representa uma rede informal que diferencia-se das redes formais estruturadas como na Igreja Católica Romana. Deste modo, as redes de Lugares Sagrados formam uma estrutura de referência simbólica. Este ordenamento territorial é expressão de motivações e bases religiosas.

Eliade (1958), em Patterns in Comparative Religion, caracteriza o Lugar Sagrado não somente como o local de contato com Deus ou o Transcendente, o ponto fixo de contato com a realidade em meio ao caos do mundo profano, mas também como sendo o lugar do mundo sagrado, são locais a que normalmente a geografia profana não se aplica. Não importa quanto remoto e isolado, o Lugar Sagrado torna-se o centro do universo ou, no nosso dizer, o coração do mundo. Neste lugar o céu e a terra se encontram como foco originário do cosmos. A geografia sagrada, diferentemente da geografia profana, abrange uma multiplicidade de lugares que são centros do universo.

A centralidade do sagrado, na nossa abordagem, não tem conotação teológica mas sim funcional. Ou seja, as formas e os conteúdos relativos ao sagrado podem ser considerados como fonte de conhecimento do modo como se apresentam à consciência, restritos aos limites de como se manifestam. O sagrado não está apenas na percepção imediata das formas e do seu conteúdo, mas também nos atos que suscitam a consciência, sendo possível admitirmos que se cria uma determinada expressão do sagrado no âmbito do pensamento (Gil Filho 1999). Assim, a preocupação de Isaac (1964) sobre a abordagem, por parte da Geografia, que estabelece Lugares Sagrados a partir da sensibilidade do sentimento religioso no que tange à santidade e à sacralidade devido à possibilidade de avançar inadvertidamente no campo da teologia, estaria descartada.

CONTEXTUALIZAÇAO DAS HIEROFANIAS BAHÁ´ÍS

As representações bahá"ís do sagrado emergem a partir dos Textos Sagrados bahá"ís e da história das Figuras Centrais da Fé Bahá´í[1]Neste sentido, a análise do discurso religioso bahá"í e a conexão com o discurso fundador desta religião no século XIX no Oriente estabelecem um sentido específico do Sagrado. Estes significados estão refletidos nas motivações que estabelecem os lugares das hierofanias bahá´ís como tais, sagradas. Apreendendo estas motivações estamos admitindo o sagrado como função simbólica que explica a prática da peregrinação em determinados lugares.

As hierofanias bahá´ís estão diretamente relacionadas aos eventos e fatos da vida do fundador da Fé Bahá ´í, Mírzá Husayn "Ali Nurí (1817-1892), conhecido como Bahá"u"lláh[2], do fundador da Fé Babí e precursor de Bahá"u"lláh, Siyyid "Ali-Muhammad (1819-1850), conhecido como o Báb[3]e "Abbás Effendi (1844-1921) conhecido pelo título de "Abdu"l-Bahá[4]filho mais velho de Bahá"u"lláh designado em testamento para suceder o seu Pai na liderança da comunidade Bahá"í e como intérprete autorizado das Escrituras Sagradas Bahá"ís.

Por esta razão os locais pelos quais as Figuras Centrais da Fé Bahá´í viveram são potencialmente sagrados, todavia alguns tornam-se lugares de sacralidade legitimada pelas Escrituras Sagradas Bahá´ís, cuja menção estabelece uma proeminência de locais e eventos estabelecendo os mesmos como foco de peregrinação.

Segundo o Kitáb-i-Aqdas[5]O Livro das Leis a Fé Bahá"í: "Deus ordenou a peregrinação à Casa sagrada àqueles de vós que puderem realizá-la." (Bahá"u"lláh 1995, K32) Em outro trecho está especificado: "É uma obrigação peregrinar a uma das duas Casas Sagradas; mas cabe ao peregrino decidir a qual delas." (Bahá"u"lláh 1995, Pergunta 25) As Casas Sagradas são especificadas como (...) referentes "tanto à Casa Excelsa em Bagdá quanto à Casa do Ponto Primordial em Shíráz; a peregrinação a qualquer uma dessas Casas é suficiente." (Bahá"u"lláh 1995, Pergunta 29)

Os eventos hierofanicos que marcaram Shiráz (no sul do atual Irã, a casa do Báb foi destruída na revolução islâmica de 1979 – Figura 01) e Bagdá (capital do atual Iraque, a casa de Bahá´u´lláh também não mais acessível – Figura 02) como lugares de peregrinação bahá"í são respectivamente: em 1844 a declaração do Báb como o esperado Qa"im[6]do Islã Shi"i[7]a seu primeiro discípulo e a declaração de Bahá"u"lláh em 1863 como o Aquele anunciado pelo Báb e pelas religiões anteriores correspondendo a uma nova teofania.

FIGURA 01 - A PORÇAO SUPERIOR DO EDIFÍCIO ONDE O BÁB DECLAROU A SUA MISSAO NO DIA 23 DE MAIO DE 1844 EM SHIRÁZ, IRA, ANTES DA DESTRUIÇAO EM 1979

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Fonte: Bahá"í Iternational Community – media.bahai.org - id 7140 – 2007

FIGURA 02 - CASA DE BAHÁ"U"LLÁH EM BAGDÁ – IRAQUE (1920?)

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Fonte: The Bahá"í World, Vol. V, 1932-1934, p.136

Segundo afirma Ruhe (1990), a prática das pe-cificavam as casas de Bagdá e Shiráz como lugares regrinações inicia-se após a proclamação formal de de peregrinação. Como, a partir de 1868, Bahá´u"lláh em Adrianópolis[8]no ano de 1867 em Bahá"u"lláh encontrava-se prisioneiro do Império consequência da revelação das espístolas que espe-Turco-Otomano na cidade fortaleza de "Akká, os peregrinos buscavam a sua presença. A quantidade de peregrinos do Oriente que chegavam a "Akká, nas condições mais difíceis de meados do século XIX logo despertaram oposição e restrições das autoridades turcas instigadas pelo governo da Pérsia que havia nos anos anteriores providenciado o exílio do Fundador da Fé Bahá´í e de sua família.

No anos posteriores a 1892 "depois do passamento de Bahá"u"lláh, "Abdu"l-Bahá designou o Santuário de Bahá"u"lláh, em Bahjí, [além dos muros de"Akká] como um local de peregrinação" (Bahá"u"lláh 1995, Nota 54). O santuário de Bahjí próximo as muralhas de "Akká antiga (localizada no norte de Israel) é o local onde se encontra a tumba de Bahá´u´lláh e passou a ser um centro de peregrinação bahá"í.

Ao sul de "Akká localiza-se a cidade de Haifa, (Mapa 01) que no século XIX teve um crescimento econômico expressivo em contraste com "Akká. Nas décadas de 1860 e 1870 algumas comunidade religiosas haviam se estabelecido nas proximidades e no Monte Carmelo. A comunidade cristã de Württemberg, conhecida como "a sociedade do templo", se estabeleceu principalmente próximo ao extremo oeste na base da montanha. A Ordem Carmelita, Católica Romana, construiu um estrutura próxima à cova do Profeta Elias na meseta na parte superior da montanha na face norte. No ano de 1891, Bahá"u"lláh subiu a montanha e indicou a Seu filho "Abdu"l-Bahá o local para a construção do mausoleu onde ficariam os restos mortais do Báb[9]

MAPA 01 - LOCALIZAÇAO "AKKÁ E HAIFA

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Fonte: Atlas Mundial - 1999

O Santuário do Báb no Monte Carmelo em Haifa, a partir de 1909, com a inumação dos restos mortais do Báb passa a ser uma hierofania bahá"í de importância ímpar somente superado pelo Santuário de Bahjí em "Akká . Segundo Shoghi Effendi[10]em sua obra God Passes By:

Nessa montanha, considerada sagrada, desde tempos imemoriais, fora permanentemente estabelecido um centro focal de iluminação e poder divinos, cujo próprio pó, declarou "Abdu"l-Bahá, Lhe havia inspirado, e que não era inferior em santidade a nenhum outro santuário em todo o mundo bahá´í, com exceção do Sepulcro do próprio autor da Revelação Bahá´í. (Shoghi Effendi 1974, p.277)

OS SANTUÁRIOS BAHÁ´ÍS EM AKKÁ E HAIFA

O Santuário de Bahá"u´lláh em Bahjí, "Akká, demonstra o trabalho decisivo de Shoghi Effendi na restauração das estruturas, aquisição dos terrenos do entorno, a concepção dos jardins que rodeiam o sepulcro do Profeta que foi concluído em 1950. Os extensos jardins que fazem a transição dos espaços externos para as estruturas do Santuário e da manssão de Bahjí, onde Bahá"u"lláh viveu seus últimos anos, configuram uma transição do mundo exterior para o mundo sagrado que os peregrinos experenciam. (Figura 03).

Os caminhos através dos jardins formam raios que convergem ao Santuário com vários detalhes a partir de uma estética inspirada na visita de Shoghi Effendi a Babbacombe Dows em Torquay na Inglaterra quando estudava na Universidade de Oxford (Rabbani, R 2000, p.34). A centralidade do Santuário e a configuração de acesso através do espaços de transição marcam uma característica comum aos Lugares Sagrados bahá´ís que são concebidos como um "coração espiritual" que nutre a comunidade bahá´í. São estruturas simbólicas materiais que visam a representar os marcos espirituais expressos nos Textos Sagrados e a lembrança das Figuras Centrais da Fé Bahá´í. Nesta representação a concepção dos Santuários resguardam a centralidade, aspiração vertical e a ruptura com os espaços não-sagrados e profanos[11]do mundo cotidiano.

Há uma sucessão da paisagem da fronteira em direção ao Santuário que se caracteriza por um semi-círculo orientado na direção norte-oeste da Mansão de Bahjí cujo ponto central é o Sepulcro de Bahá´u´lláh seguido pelos jardins. O Santuário exterior ao Sepulcro é conhecido também pela denominação de Haram-i-Aqdas[12].

FIGURA 03 – SANTUÁRIO DE BAHÁ"U"LLÁH E JARDINS – BAHJÍ – "AKKÁ

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Fonte: Photo by Scot Corrie - bahaindex.com - 2006

O Santuário do Báb17 no Monte Carmelo em Haifa possui a atual superestrutura constuída a partir da estrutura básica edificada após a Primeira Guerra Mundial. Sob a liderança de Shoghi Effendi houve a ampliação do número de comodos já edificados por "Abdu"l-Bahá, perfazendo simetricamente nove. No início dos anos 1940 o arquiteto Willian Sutherland Maxwell projetou a superestrutura do atual Santuário do Báb que foi concluída em outubro de 1953. O prédio combina estilos arquitetônicos ocidentais e orientais, é pro-eminente no Monte Carmelo tornando-se marco da paisagem da cidade de Haifa. Shoghi Effendi, do mesmo modo que foi utilizado posteriormente em Bahjí, criou os jardins ao redor do Santuário do Báb que serviu de matriz para os desenvolvimentos paisagísticos posteriores. A exemplo da conclusão dos 19 patamares (abertos ao público em 2001) que compõem da base ao cume da montanha. (Figura 04)

Também no monte Carmelo encontra-se o complexo adminstrativo da Fé Bahá´í que havia sido antecipado nos Escritos de Bahá"u"lláh. O estilo dos edifícios é clássico grego que remete ao simbolismo se sobriedade e um estilo que transcende as épocas, como imagem de permanência. Como a adminstração da religião está associada as prescrições diretas do Seu Fundador há uma associação na paisagem dos elementos sagrados, foco de peregrinação, e as estruturas propriamente administrativas. Além das estruturas citadas, próximo ao Santuário do Báb, estão sepultados membros eminentes da família de Bahá"u"lláh.

FIGURA 04 – SANTUÁRIO DO BÁB E OS PATAMARES INFERIORES – MONTE CARMELO - HAIFA

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Fonte: Bahá"í World Centre, 2001.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O caráter eminentemente histórico das hierofanias bahá´ís repercute na mensagem simbólica de cada elemento da paisagem dos Santuários destacados no texto. Centramos nosssa análise na imagem para o peregrino, muito embora ele não seja o único ator social que visita os Lugares Sagrados Bahá´ís em Israel. O peregrino é o homem religioso que a partir da experiência religiosa vivencia o ato de peregrinar em um espaço pleno de significados e rupturas qualitativas.

Outro aspecto dos Lugares Sagrados bahá´ís é a escala de atuação das práticas religiosas que são eminentemente globais. A partir da segunda edição da World Christian Encyclopedia (Barret, Kurian & Johnson, 2000) estima-se que haja 7.106.420 bahá"ís distribuídos em comunidades por 218 países. A diversidade representativa étnica e cultural da comunidade bahá´í mundial repercute também em uma multifacetada experiência do sagrado por parte dos peregrinos. Esta experiência é mediada pela cultura religiosa do peregrino que condiciona uma práxis do sagrado. Neste sentido parte da história das Figuras Centrais da Fé Bahá´í é reme-morada pelos peregrinos na medida em que estes visitam os Lugares Sagrados culminado com os momentos de trancendência sempre presentes no ato de peregrinar.

Park (1994) assinalava que talvez fosse mais interessante para os geógrafos a dinâmica do espaço sagrado do que sua distribuição. Os temas de interesse particular seriam: as motivações dos peregrinos ao se deslocarem para determinadas cidades e locais, o modo de como esta ação afeta o ambiente e a sociedade e o impacto no entorno dos Lugares Sagrados. O autor trata a peregrinação como uma função externa do espaço sagrado.

Tendo em vista as motivações religiosas, o ato de peregrinar é um ato de devoção. Neste sentido, para o homem religioso, ele é parte importante das relações com o sagrado. O ato de peregrinar é inseparável do objeto ao qual ele se destina cuja dimensão espacial é evidente. Os Santuários Bahá´ís se apresentam como formas simbólicas que resguardam a memória da história da Fé Bahá´í. Neste contexto, os peregrinos vivenciam em sua jornada momentos progressivos de experiência do sagrado. Este conjunto de experiências nos Lugares Sagrados serve como uma reaproximação do homem religioso com o âmago de suas crenças. A base de sustentação da instituição peregrinação está no anseio do homem religioso em encontrar o objeto de sua devoção e os atos necessários para alcança-lo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAHÁ"U"LLÁH. O Kitáb-i-Aqdas, tradução Luis Henrique Beust. Moji Mirim: Editora Bahá´í do Brasil, 1995.

BHARDWAJ, S. M. Hindu Places of Pilgrimage in India – A Study in Cultural Geography. Berkley and Los Angeles: University of California Press, 1983.

CASSIRER, E. Ensaio sobre o Homem - Introdução a uma Filosofia da Cultura Humana. São Paulo: Matins Fontes, 1997.

ELIADE, M. Patterns in Comparative Religion. London: Sheed & Ward, 1958.

ELIADE, M. O Sagrado e o Profano: A Essência das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

GIL FILHO, S. F. Espaço de representação e territorialidade do sagrado: notas para uma teoria do fato religioso. Ra"e Ga: o espaço geográfico em análise, Curitiba, v. 3, n. 3, 1999. p. 91120,

ISSAC, E. God"s acre – property in land; a sacred origin? IN: Landscape v.14, 1964. p. 28-32.

MOMEN, M. A Introduction to Shi"i Islam. Oxford: George Ronald, 1985. p. xv-xviii.

PARK, C. C. Sacred Worlds: An Introduction to Geography and Religion. New York: Routledge, 1994.p. 258-259

PROFANO. IN: HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 p.2305

RABBANI, Rúhíyyih. The Priceless Pearl. London: Bahá"í Publishing Trust, 2000, p. 34

RUHE, D. S. L. Puerta de La Esperanza. Barcelona: Editorial Bahá´í e España, 1990.

SHOGHI EFFENDI. God Passes By. Wilmette- Illinois: Bahá"í Publishing Trust, 1974.

SHOGHI EFFENDI. Sinopse e Codificação do Kitáb-i-Aqdas. Rio de Janeiro: Editora Bahá´í do Brasil, 1985. p. 83 nota 26.

Autor:

Sylvio Fausto Gil Filho

faustogil[arroba]ufpr.br

Professor Adjunto Doutor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná, membro Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião (NUPPER) e do Núcleo de Estudos em Espaço e Representações (NEER) .


[1] Referência específica no texto a Bahá'u'lláh, O Báb e ' Abdu'l-Bahá conjuntamente.

[2] Título em árabe que significa "A Glória de Deus".

[3] Título em árabe que significa "O Portal".

[4] Título em árabe que significa "O Servo da Glória".

[5] Literalmente do árabe "O Livro Sacratíssimo" Segundo Shoghi Effendi na obra God Passes By o Livro foi "Revelado logo após Bahá'u'lláh ser transferido para a casa de 'Údí Khammár (cerca de 1873)" dentro da cidade de Akká. Na introdução do texto traduzido para o inglês está mencionado que "Alguns anos após a revelação do Kitáb-i-Aqdas, Bahá'u'lláh fez com que algumas cópias manuscritas fossem enviadas aos bahá'ís do Irã e no ano 1308 Ano Hégira (1890-91 Era Comum.), já no fim de Sua vida, providenciou a publicação do texto árabe original do Livro, em Bombaim.".

[6] Na escatologia do Islã Shi'i o Qá'im, refere-se Àquele que se Levantará da linhagem de Muhammad também conhecido como o retorno do 12º Imame, o Mihdí Prometido.

[7] Shi'i ou Shi'ah é uma forma abreviada da histórica frase Shi'at 'Ali ÔíÚÉ Úáí, ou seja "seguidores de 'Ali". Sunni e Shi'i foram denominações surgidas alguns anos após o passamento do Profeta Muhammad. Aqueles que acreditavam na sucessão espiritual e temporal do Profeta pela linhagem de seus descendentes a partir do genro do Profeta 'Ali são conhecidos como shi'is (ou também notado em português como xiitas). A menção ao Qa'im no Islã Shi'i refere-se especialmente a Escola Usúlí de Ithna-'Asharí corresponde aos shi'is duodécimanos (que acreditam na sucessão dos doze Imames descendentes do Profeta Muhammad) que são a maioria dos muçulmanos shi'is.

[8] Cidade na região européia do Império Turco-Otomano; atual Edirne na Turquia.

[9] O Báb em 1850 havia sido executado pelo governo persa na cidade de Tabríz no norte daquele país.

[10] Shoghi Effendi Rabbani foi o Guardião da Fé Bahá'í entre 1921 e 1957, sendo sua principal responsabilidade a interpretação autoritativa dos Escritos Sagrados da Fé Bahá'í. Esta função, anteriormente desempenhada por 'Abdu'l-Bahá (1844-1921), seu avô, lhe foi delegada por Ele em Sua "Última Vontade e Testamento". Através da orientação de Shoghi Effendi foi implantada a Ordem Administrativa da Fé Bahá'í, assim como idealizada por Bahá'u'lláh e elucidada por 'Abdu'l-Bahá. Durante seus 36 anos de Guardiania, a Fé Bahá'í alcançou grande progresso no mundo. Ele construiu os lugares sagrados Bahá'ís, dirigiu a construção de templos Bahá'ís em quatro continentes, organizou os Arquivos Internacionais da Fé, estabeleceu planos internacionais de ensino e preparou a comunidade Bahá'í para a eleição da instituição máxima da Fé, a Casa Universal de Justiça, em 1963.

[11] Segundo a etimologia da palavra do latim, profánus, literalmente, que está em frente ao templo, que não entra nele; donde, não iniciado, assim como de pro'diante de' + fánum por fasnum 'lugar consagrado aos deuses, templo', de fas (indeclinável) 'permissão ou ordem estabelecida pelos deuses'. (PROFANO In. Houaiss 2001, p.2305). Neste sentido, o profano é o entorno e/ou a periferia do sagrado; na presente análise o consideramos como transição entre o sagrado e o não-sagrado.

[12] Literalmente "Recinto Sacratíssimo". 17 No santuário do Báb localiza-se também o sepulcro de 'Abdu'l-Bahá.



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