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Fábula como alternativa metodológica: influência na construção moral da criança (página 2)


No decorrer da pesquisa, foram feitas observações e entrevistas com professores e alunos, para um melhor esclarecimento na busca de saber a postura da escola no tocante ao gênero em pauta.

A referida pesquisa foi feita a partir do tema: Fábula como alternativa metodológica: influência na construção moral da criança. A motivação para pesquisar o referido tema surgiu da necessidade de oferecer uma educação como prática humanizadora, e não limitar-se somente a transmissão de conhecimentos.

Fábula é um gênero bastante atrativo, e por apresentar características que transmitem lições de moral e oferecem um sentido lúdico, consequentemente, acabam por influenciar tanto adultos quanto crianças, despertando curiosidade e atiçando a imaginação.

Inicialmente a fábula foi apresentada na tradição oral, pois eram contadas pelos mais velhos às crianças, na intenção de torná-las sábias dos valores morais através de uma história lúdica e curiosa.

Estas histórias (geralmente feitas para crianças) terminam com um ensinamento moral de caráter instrutivo. O gênero literário fábula é um dos gêneros mais antigos que existe. Nessas histórias, o comportamento humano é criticado através de atitudes de animais que podem ser bons, maus, inteligentes, não muito espertos, vingativos, inocentes, gulosos, ardilosos, entre outros. Em decorrência desta moralidade presente nas fábulas, tal gênero adentra na escola com finalidade educativa. Como consequência, a lição de moral é transmitida aos alunos numa tentativa de moldar seu comportamento.

Narrar histórias para crianças é adentrar junto a elas em um universo magnífico, fascinante e encantador. É um exercício para suscitar o imaginário, instigar a criatividade e estimular o prazer pela leitura, isto é, uma interação de recursos verbais e não-verbais. As ilustrações são, também, um meio eficaz, que além de atrair a atenção da criança, complementam a estética e ao mesmo tempo exigem uma reconstrução reflexiva.

Segundo Nosella (1981, p. 199): "É necessário observar que a mensagem visual torna-se eficiente instrumento ideológico complementar dos textos, devido à sua força, e por muitas vezes, maior que a comunicação escrita".

As crianças formam sua leitura de mundo muito cedo, dependendo das condições que lhe são oferecidas. Cabe enfatizar o prazer que elas podem descobrir no mundo da leitura – se esta for apresentada de maneira interessante e instigante. Logo, a literatura pode introduzir a criança no mundo da fantasia.

Considerando que a fábula é um gênero textual que provoca discussões e reflexões, cabe ao professor no ambiente escolar, criar meios para desenvolver na criança o gosto pela leitura. A importância que se tem de trabalhar o gênero fábula como método de ensino e aprendizagem, é resgatar valores morais através de uma forma prazerosa, consequentemente, levando a criança a ter um contato direto com o livro, criando ela mesmo seu espaço/tempo para ler.

Tendo em vista o tema proposto, o presente trabalho apresenta resultados de uma pesquisa feita com a professora, pais e alunos do 6ª ano C do Ensino Fundamental II, da Unidade Escolar José Aquiles de Sousa, através de questionários, onde objetivou-se analisar a importância das fábulas como recurso didático para a formação de valores morais nas crianças, com o intuito de mostrar resultados positivos em relação à sua influência na formação moral dos mesmos.

Pressupõe-se que a importância de um trabalho desse gênero reside na possibilidade de sintetizar o debate em torno dos valores morais das crianças, adquiridos durante a vida escolar, visto ser neste ambiente que passam uma parte significativa do seu tempo.

2 OBJETIVOS

2.1 Geral:

  • Analisar a importância das fábulas como recurso didático para a formação moral nas crianças.

2.2 Específicos:

  • Descrever a origem das fábulas e suas características;

  • Compreender os métodos de inserção das fábulas no processo ensino e aprendizagem;

  • Analisar a eficácia das fábulas como propósito didático e seu valor pedagógico.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Literatura Infantil: gêneros textuais

A Literatura Infantil, como área de estudo e reflexão, teve seu início em meados do século XVII, e surgiu com a finalidade de educar, instruir e distrair.

Quando surgiram as histórias, eram contadas oralmente pelas mães a seus filhos. Assim, a cultura, os costumes e o dia-a-dia adentravam na vida da criança desde seus primeiros anos de vida. Era a forma de a criança começar a compreender o mundo a sua volta.

De acordo com Zilberman e Silva (1990, p. 12):

A função da Literatura, assim que surgiu, era de propiciar momentos de prazer para a nobreza. Com o avanço intelectual, a literatura sofreu várias modificações, porém, uma se manteve: "a de que o texto poético favorece a formação do indivíduo cabendo, pois expô-lo à matéria-prima literária, requisito indispensável a seu aprimoramento intelectual e ético.

Charles Perrault é considerado o precursor da Literatura Infantil. Suas histórias atravessaram mundos e séculos. Mundialmente conhecidas, são elas: "O Barba Azul", "A Gata Borralheira", "Mãe Gansa", "Cinderela" (que teve outras versões em livros e no cinema até hoje), entre outras.

Depois de Perrault, a Literatura Infantil deu início ao surgimento de muitos outros escritores, como os irmãos Grimm (1812), Collodi com "Pinóquio" (1883), etc. No Brasil, teve início na segunda metade do século XIX com a obra de Andersen em 1833, "O patinho feio". (LAJOLO, 1988)

Logo após surgiu Monteiro Lobato, considerado um dos mais influentes escritores da Literatura infantil Brasileira, responsável por uma das obras mais ricas e grandiosas do nosso acervo literário, criando personagens únicos.

A Literatura Infantil permite à criança a liberdade dela viajar na sua imaginação, criando e recriando mundos próprios, descobrindo sensações e sentimentos novos, visando um mundo melhor para ela e para quem está ao seu redor.

De acordo com ABRAMOVICH (1989, p. 17):

É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes como: a tristeza, a raiva, a irritação, o medo, a alegria, o pavor, a impotência, a insegurança e tantas outras mais, e viver profundamente isso tudo que as narrativas provocam e suscitam em quem as ouve ou as lê, com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas faz (ou não) brotar.

Ouvir e ler histórias permite ao leitor sua entrega ao momento para viver as emoções contidas nas histórias. Promove uma interação entre o leitor e o livro, o contador de histórias e o ouvinte. A linguagem verbal possibilita ao homem interagir com o mundo ao seu redor, desde o momento em que é aprendida. É uma forma de torná-las cidadãos pensantes, criativos, bons leitores e formadores de opinião. É uma busca e troca de conhecimento contínuo.

A criança tem sua leitura de mundo antes mesmo de aprender a ler. Essa leitura de mundo é desenvolvida a partir da sua percepção sobre coisas ao seu redor. Daí, ao iniciar a sua vida escolar, a criança passa a relacionar as palavras que vai aprendendo, com as coisas que observa. Segundo Leffa: "sem triangulação não há leitura, ou seja, é preciso associar a leitura a um conhecimento internalizado".

Na escola a criança passa a ter contato com o mundo propriamente letrado. Passará pelo processo de alfabetização nos primeiros anos e vai aperfeiçoando esse processo contínuo na sua jornada escolar. É na escola que a criança vai correlacionar sua leitura de mundo à leitura apresentada no âmbito escolar.

No decorrer da vida acadêmica, a linguagem é apresentada nas suas mais variadas formas. O texto torna-se regular em sala de aula no desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Nos primeiros anos de alfabetização o texto é apresentado de maneira mais lúdica, como as letras de músicas infantis, e com o decorrer do desenvolvimento escolar, a criança passa a conhecer outros gêneros que serão estudados de acordo com a série em que se encontra.

Todo texto encontra-se dentro de um determinado gênero textual. Cada gênero possui a sua especificidade, sua característica particular, assim, quando alguém lê um poema sabe que se trata de um poema, ou quando escuta "era uma vez", não terá dúvida de que se trata de um conto de fadas. O leitor associa o texto ao gênero a que este pertence. Para a criança, inicialmente, fazer esta distinção de gêneros torna-se algo complexo, uma vez que ela ainda não teve contato com outros gêneros. Logo, é necessária a prática do uso de textos em sala de aula – como as fábulas, um dos gêneros textuais mais antigos.

Segundo Paulo Freire (1996, p. 25), "o aluno, é o sujeito da ação de aprender". Sendo assim, o texto é o sujeito da ação de contribuir para esse aprendizado.

3.1.2 Gênero Fábula: origem e suas características

A palavra fábula, de origem latina, significa (de forma simbólica) "contar", "narrar" (COELHO, 2000, p. 165).

A fábula surgiu no mundo ocidental no século VI a.C pelo então escravo grego, Esopo. Este se tornou um fabulista muito conhecido, criando narrativas curtas, protagonizadas principalmente por animais, com o intuito de mostrar verdades e, assim, fazer críticas a pessoas e acontecimentos de seu tempo.

Depois de Esopo, outro fabulista famoso foi Fedro, escravo romano que viveu no século I d.C. No século XVII, surgiu o fabulista Francês La Fontaine; e no Brasil destaca-se a participação de Monteiro Lobato e Millor Fernandes.

Quando surgiram, as fábulas tinham dupla finalidade: a primeira está ligada à ética, visto que ela inclui uma reflexão sobre a formação do homem, trazendo uma moral, sobretudo ao final da narrativa. Já a segunda finalidade está ligada à estética, pois "há o desejo de alcançar o belo através da palavra escrita" (SERRA, 2001, p. 55). O fato de a fábula ser um produto espontâneo do ser humano constitui em si uma alegoria de instruir e divertir.

A fábula tem mais de mil anos de existência, e caracteriza-se por transmitir certo ensinamento sobre algo. Surgiu da necessidade do homem em contar histórias de todos os tipos. Algumas ressaltavam suas aventuras, outras explicavam os fenômenos da natureza, outras relatavam sobre fatos cotidianos.

São narrativas em prosa ou verso, misturam animais e seres humanos para contar suas histórias. Num primeiro momento, a fábula é voltada para a criança, porém, é possível perceber as críticas aos valores da sociedade de uma determinada época.

A fábula é um desses tipos de história de que estamos falando e são contadas há mais ou menos 2.800 anos. Geralmente, elas apresentam uma cena, vivida por animais, plantas ou objetos que falam e agem como se fossem gente. Elas são contadas ou escritas para dar conselho, para alertar sobre algo que pode acontecer na vida real, para transmitir algum ensinamento, para fazer alguma crítica, uma ironia, etc. Por isso, muitas vezes, no finalzinho das fábulas, isto é, quando a história acaba, aparece uma frase destacada, que costumamos chamar de moral da história. A maioria dessas histórias trata de certas atitudes humanas, como a disputa, a ganância, a gratidão, o ser bondoso, o não ser tolo etc. Esses são alguns temas das fábulas. (FERNANDES, 2001, p. 17).

Ressalta-se a importância da fábula na formação de valores, tem como característica histórias que retratam a realidade; promovendo ensinamentos significativos para a vida humana. O referido gênero textual é um excelente recurso didático na promoção de um ensino humanizado.

Como bem reitera Fernandes (2001, p. 17):

A fábula, como outros gêneros narrativos, registra as experiências e as formas de vida dos povos. Assim, as histórias são uma representação da realidade. Traz como marca importante, principalmente para os fabulistas Esopo e Fedro, a presença da moralidade, que poderá vir no começo ou final da história.

Por ser um texto curto, e possuir uma linguagem de fácil entendimento, a fábula chama a atenção tanto de crianças como de adultos. A mensagem presente neste gênero não poderá explicitar o que é certo fazer, o que é mau ou bom, o que é pior ou melhor, mas irá narrar situações onde esses valores serão apresentados de maneira lúdica e descontraída, para que a criança busque sozinha o caminho correto.

Entre as fábulas de um povo e de outro, sempre haverá diferenças quando ao modo de estruturar o texto ou quanto aos temas propostos e figuras selecionadas. Mas essas diferenças são baseadas por fatores culturais, já que cada povo possui sua cultura.

Geralmente os personagens de uma fábula serão animais. Estes representam a realidade do homem nas suas diversas situações, retratando-os na sua forma crítica, irônica, o ser bom e ruim, o justo e o ambicioso, o generoso, etc. Diante desta característica presente nas fábulas, a criança passa a desenvolver seu senso crítico, com uma leitura apropriada para ela.

Segundo ABRAMOVICH (1991, p. 143):

[...] ao ler uma história a criança também desenvolve todo um potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, se perguntar, questionar... Pode se sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de opinião...

A leitura de textos infantis dá à criança a abertura para ela se descobrir como um ser em formação, desenvolvendo sua visão crítica do mundo ao seu redor. É o educador que fará com que as fábulas ensinem os alunos a lidar com suas emoções, trazendo para fora suas aflições, medos tristezas e conceitos.

Além da típica moralidade, esse gênero apresenta uma estrutura relativamente fixa, contendo situação inicial, obstáculos, tentativa de solução, situação final e, por fim, a moral. Assim, a questão moral existente nas fábulas, serve para instruir a criança na construção de valores.

Dar à criança a liberdade para que ela descubra o mundo através da leitura, é permitir que ela mergulhe numa incessante busca pelo conhecimento.

3.1.3 Fabulistas: de Esopo, La Fontaine a Monteiro Lobato

Tendo como ponto de partida o Oriente, África e Europa, as fábulas eram histórias contadas de pessoas para pessoas, construindo assim, uma tradição oral.

O primeiro fabulista de renome, Esopo, era um escravo que teria vivido na cidade de Samos, em meados do século VI a.C. Na verdade, não há confirmação de que esse fabulista tenha existido, pois não houve nenhum registro escrito. Suas histórias foram transmitidas através da oralidade.

Segundo DEZOTTI (2003, p. 29):

[...] os antigos falam de Esopo como logopoiós, isto é,um criador ou contador de histórias em prosa, e sempre o consideraram o pai da fábula. Devido à escassez de documentos autênticos, chegou-se mesmo a pensar que Esopo nunca teria existido e que não passaria de um nome fictício, inventado pelos gregos para dar conta das origens de uma obra anônima, popular, produto de uma época ou mesmo de várias.

Esopo nunca registrou suas histórias por escrito, mas as contava para o povo. Este, por sua vez, encarregou-se de repeti-las e dqu-las, e após aproximadamente duzentos anos de sua morte, elas foram reunidas e escritas em uma coletânea que levou o nome As completas fábulas de Esopo, composta por 358 fábulas, conhecidas mundialmente.

Entre as mais conhecidas estão: "A tartaruga e a lebre", "O lobo e a garça", "A raposa e as uvas", entre outras. Suas fábulas atravessaram épocas. São textos curtos e concisos, com uma linguagem requintada, voltada para os adultos, já que Esopo não tinha nenhuma intenção de direcionar suas histórias para o público infantil.

Fedro, assim como seu antecessor, não fundamentou sua escrita na preocupação com as crianças. Viveu no século I d.C. e recriou as fábulas de Esopo, adaptando-as para a realidade da sua época. Seus versos são pessimistas e normalmente os temas são sérios ou satíricos, tratando das injustiças, dos males sociais e políticos, expressando atitudes dos fortes e oprimidos.

No século XVII, surge o fabulista Francês Jean La Fontaine (1621 – 1695), que retoma algumas fábulas antigas e cria as suas próprias versões. Nos seus versos, ao contrário de Esopo e Fedro, há um evidente comprometimento com o público infantil, uma vez que este escrevia para o filho de Luis XIV, a alteza Delfim, na época com seis anos de idade, com o intuito de acentuar conteúdos de sabedoria e virtudes.

Suas estórias, normalmente irônicas, retratavam a desigualdade social existente na sua época. Ironizava as atitudes e o abuso excessivo do poder do rei. Sua escrita é caracterizada por não se prender a nenhuma regra, sendo uma combinação ideal de ritmo, métrica, fantasia e rima, que amenizava de modo eficaz as fortes críticas contidas nas fábulas. Segundo Coelho, eram "textos cifrados" (COELHO, 1991, p. 82).

No Brasil vale destacar, entre outros, a participação de Monteiro Lobato e Millor Fernandes, na produção desse gênero. Monteiro Lobato é um forte seguidor de Esopo, Fedro e La Fontaine. Ele reescreve suas narrativas com valores humanos ligados a problemas contemporâneos de um modo crítico, humorado e comentado. Entre elas estão "A cigarra e as formigas", "A galinha dos ovos de ouro", "O cão e o lobo", além de criações próprias.

Sua obra teve início no século XX com o livro "Narizinho arrebitado" (1921), que originou outras obras, dentre elas a mais famosa: "Sítio do Pica-Pau Amarelo", onde seus personagens abordam temas ainda atuais. Monteiro Lobato buscou apresentar o nacionalismo nos seus personagens, que representa o brasileirismo na sua linguagem, cultura e convívio com a natureza. A intenção de Lobato era levar a cultura do folclore, tão rica no Brasil, de forma lúdica e criativa às crianças. Buscando, também, levar a leitura aos novos futuros leitores.

Nos comentários dos personagens de o "Sítio do Pica-Pau Amarelo", as fábulas são criticadas, revestindo-se de diferença e novidade, sendo, enfim, inventada uma nova forma de contar histórias.

Lobato deu cunho nacional às fábulas de Esopo, La Fontaine, ao lado de suas próprias criações, de acordo com o espírito de sua obra. Tornou-as graciosas, leves, humanizadas, eliminando o sistematismo árido e os requintes literários, clássicos e sofisticados. (CARVALHO, 1971, p. 87).

Monteiro Lobato deu às suas criações uma particularidade em relação a seus antecessores, criando narrativas inovadoras e mais interessantes, onde seus personagens são espontâneos e carismáticos, e que por isso acabam por conquistar não só crianças, mas também a adultos, que se sentem encantados pela arte da leitura e da literatura.

Ainda nas fábulas de Lobato, é possível constar que os termos utilizados são mais fáceis para entendimento e interpretação do leitor, pois se faz o uso de uma linguagem descomplicada, gerando um diálogo que aproxima a criança à narrativa.

[...] sua linguagem é simples, clara, seu estilo é agradável, interessante, cheio de vida e colorido [...]. Seu estilo de liberdade, a espontaneidade e a precisão do vocabulário fizeram de Lobato o marco da nova literatura infanto-juvenil. (CARVALHO, 1971, p. 92).

Outra grande particularidade nas criações de Monteiro Lobato, são as imagens presentes em suas obras. Seus personagens, além de chamar a atenção das crianças por serem espontâneos, divertidos, e por possuírem uma linguagem simples; são personagens coloridos, que aguçam o imaginário.

A partir de suas criações podemos pensar nas fábulas como um meio de formação ética e não mais moralizante. Enquanto os escritores anteriores são "deformativos", preocupa-se, de forma direta, com a questão moral da sociedade, Lobato é "formativo". Suas obras são adaptadas à realidade brasileira, utilizando de um ambiente familiar natural e agradável em que uma avó dispõe-se a entreter seus netos com a leitura de pequenas histórias, incitando-os a desenvolver uma verdade absoluta.

Neste sentido, Lobato não tenta formar uma história moralizante para as crianças, mas dá a liberdade para que elas construam uma opinião própria diante da leitura. Esopo, ao contrário, possui narrativas concisas que possibilitem a abrangência de virtudes.

Cada fabulista possui sua característica própria, no entanto, é certo que a leitura de fábulas vai despertar o imaginário, o lúdico, o fantástico e a irreverência, que estão interligados e se mesclam tornando a literatura um importante recurso na formação de futuros adultos.

3.2 A escola e a educação moral

O professor, juntamente com todo o corpo escolar, incentiva e ensina aquilo que valoriza e acha justo; ensina valores. Através da educação, o "ser individual" transforma-se em "ser social. A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que não estão ainda maduras para a vida social.". (Durkheim, 1911, p. 14).

Todas as atividades que envolvem professores, como a escolha e sugestão de textos e livros, são formas indiretas de participação na introdução de valores ao ensino. A educação para valores realiza-se em todos os momentos e interações interpessoais na escola, e nas relações desta com a família e toda a sociedade.

Os valores morais manifestam-se em circunstâncias e ambientes diversos, como: reuniões, sala de aula, identificação de dificuldades no aprendizado, ao seio familiar e em situações diárias. Logo, ao analisar os procedimentos da educação moral, percebe-se que seu desenvolvimento ocorre em função das relações efetivas dos indivíduos entre si, estando, portanto, relacionada às atividades realizadas pela criança. Torna-se imprescindível, propor atividades (orais ou escritas) que despertem na criança o ato de descobrir valores.

Segundo Piaget (1996, p. 24):

Qualquer que seja o domínio em que se estenda a educação moral, o método ativo busca sempre: 1º - não impor pela autoridade aquilo que a criança possa descobrir por ela mesma; 2º - em dquência, criar um meio social especificamente infantil no qual a criança possa fazer as experiências desejadas.

Trabalhar a educação moral com crianças nas séries iniciais não é uma tarefa fácil. Porém, é possível fazê-la de forma espontânea e prazerosa. Essa prática educativa poderá levar o aluno a desenvolver seu senso crítico diante da sociedade, e dela participarem ativamente.

A "escola ativa" baseia-se na ideia de que as matérias ensinadas à criança não devem ser impostas de fora, mas devem ser redescobertas pela criança em um processo de investigação, por meio de atividades espontâneas.

A relação escola e família, criança e sociedade, mudou com o passar dos tempos, principalmente devido ao fato da tecnologia ser mais frequente na vida da criança nos dias atuais. Esta relação de convivência deve ser restabelecida no instante em que a criança ingressa no mundo escolar e de maneira contínua, onde os conhecimentos e procedimentos da educação moral são inseridos na vida do aluno. É a partir dessa convivência que a formação moral vai sendo moldada.

Há várias formas de ingressar o estudo de valores morais em sala de aula, neste caso a ferramenta metodológica utilizada foram as fábulas, por estas possuírem grande valor moralista e por ser um gênero literário de fácil manuseio, despertando na criança o prazer pela leitura. Inicialmente as fábulas são vistas no ambiente escolar como forma de entretenimento, a descoberta do prazer pela leitura, inserindo direta e indiretamente, os valores de uma sociedade em diferentes épocas. Dessa forma, a leitura torna-se prática na formação do sujeito quando este passa a interagir com o texto proposto.

[...] como as crianças convivem com os adultos e aprendem com eles as condutas e os valores humanos, os livros de literatura para os pequenos são uma nítida expressão desses valores. Nesse sentido, o campo das artes pode colaborar para a construção de um pensar ético na infância, preparando a criança para enfrentar seus conflitos, suas dúvidas. (PARREIRAS, Ninfa, 2009).

A abordagem das fábulas na literatura infantil, sua inserção e a apresentação para as crianças como instrumento de formação moral, mostra-se como um auxílio no desenvolvimento de uma percepção das questões sociais, auxiliando na formação de seu caráter e trazendo implicações éticas, visto que elas apresentam elementos instigantes para provocar reflexões e discussões em seu público alvo.

3.2.1 Valores morais: papel da escola ou família?

A base dos eixos fundamentais que orientam a vida e constitui a chave do comportamento humano, segundo Izquierdo Moreno (2001, p. 5), são os valores. É certo afirmar que é na família, independente de sua composição, que os indivíduos iniciam sua interação social com o mundo. O papel da família encontra apoio legal na Constituição Brasileira (BRASIL, 1988), art. 227, e no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA, 1990), art. 4º.

Segundo o Estatuto (1990, art. 4º):

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Sendo a criança um ser em formação, cabe não só à família, mas o poder público, a escola, a vida em sociedade geral, ajudar nessa formação de cidadãos de bem.

Alguns educadores consideram a formação moral do aluno uma responsabilidade exclusiva da família. E muitas vezes insatisfeitos, os profissionais alegam que são obrigados a suprir uma "lacuna" familiar, trabalhando os valores que muitas vezes estão ausentes nas crianças e nos jovens. Portanto, o desenvolvimento da moralidade não é visto pelos professores como sendo tarefa da escola.

É preciso refletir que em nossa sociedade existem duas instituições formalmente responsáveis pela educação do ser humano: a família e a escola, que têm um caráter diferenciado, mas têm funções e objetivos distintos, pois a educação informal começa a partir do momento em que o indivíduo nasce e convive em casa e na comunidade em geral. É preciso lembrar que é no espaço familiar que acontece os primeiros contatos de socialização, onde a criança aprende atitudes que vai ajudá-la a diferenciar o certo e o errado, de acordo com o lugar e situação em que estará inserida.

Além da convivência com a família, a criança passa a interagir com outros ambientes e instituições, principalmente na escola, onde terá contato direto com outras crianças e adultos. A escola passará a promover a educação para outros espaços sociais: o público.

A partir do momento em que a criança ingressa na escola, ela que ocupava um lugar privilegiado no seio familiar, agora passa a se tornar "igual" as demais crianças, dando início a uma nova aprendizagem e fazendo a passagem da vida privada para a pública. É através desta experiência que a criança experimenta a igualdade e aprende com as diferenças.

Não se pode pensar na escola separada da família, uma complementa a outra na formação social da criança. É preciso que modifique a crença na impotência escolar perante a família, pois a escola tem grande influência na formação moral das crianças e jovens. Segundo La Taille (2002, p. 118):

 

Pelo que aprendemos após décadas de pesquisa sobre o desenvolvimento moral, sabemos que é sobre a qualidade das interações sociais que devemos dirigir nossos olhares, e que estas interações evidentemente não ocorrem apenas no seio familiar.

Pois se para aprender a viver em grupo, é necessário ter experiências em comum, e a escola se caracteriza como um local altamente propício para tais experiências. Independente de a família desempenhar seu papel ou não, a escola necessita educar seus alunos para a vivência em uma sociedade democrática e contemporânea.

Portanto, a educação moral não é responsabilidade apenas da escola ou família, ou mesmo de um determinado grupo, mas sim da sociedade como um todo.

Dizer que a responsabilidade é de todos não significa dizer que ela não é de ninguém. Ao contrário, significa que cada segmento social, cada instituição, cada indivíduo deve assumir responsabilidade moral em seu âmbito de atuação. (GOERGEN, 2007, p. 40).

Educação e escola têm uma relação estreita, apesar de esta não configurar uma relação de dependência, pois há uma distinção entre educação escolar e a educação que ocorre fora da escola. A palavra educar significa promover, assegurar o desenvolvimento de capacidades físicas, intelectuais e morais, mas de forma geral, tal tarefa tem sido responsabilidade dos pais.

A divergência entre escola e família está na tarefa de ensinar, sendo que a primeira tem a função de favorecer o aprendizado de conhecimentos construídos socialmente. A segunda tem a tarefa de promover a socialização das crianças em meio à sociedade. Desta forma podemos entender que família e escola têm sobre a criança tarefas distintas na sua formação pessoal e social.

3.2.2 Fábulas e sua moralidade

É comum, até hoje, ao terminar de contar um fato ou acontecimento, as pessoas indagarem no final da narrativa, a expressão "moral da história". É justamente das fábulas que surgiu essa expressão tão comum.

A palavra moral, que deriva do Latim mores, é a ciência que estuda o comportamento humano.

[...] é como um sistema regulador da vida coletiva, isto é, determina os costumes e os valores de uma sociedade, numa época determinada. A moralidade é uma totalidade formada pelas instituições (família, religião, artes, técnicas, ciências, relações de trabalho, organização política, etc.), que obedecem, todas, aos mesmos valores e aos mesmos costumes, educando os indivíduos para interiorizarem a vontade objetiva de sua sociedade e de sua cultura. (CHAUI, 2000, p. 446).

Deposita-se nas fábulas a grande responsabilidade de formar o indivíduo para praticar o bem, educando-o com um olhar para o futuro, na busca por uma sociedade cada vez melhor e mais aperfeiçoada.

Apesar de as fábulas existirem há mais de mil anos, sendo inquestionável seu valor pedagógico e moralista, tornam-se atuais em qualquer época. Possuem uma grande importância social no universo infantil, procurando criar uma experiência renovada dos comportamentos e ações das pessoas.

Três elementos principais constituem a moralidade, segundo Durkheim (1902): primeiramente, o espírito da disciplina: a moral é um sistema de regras que se impõem à consciência, e deve-se habituar a criança a respeitá-las. Em segundo lugar, a ligação aos grupos sociais; a moral implica o elo social e deve-se cultivar a solidariedade nas crianças. Neste sentido, as fábulas, por possuírem cunho moralista, podem servir como meio para a construção moral da criança enquanto ferramenta de ensino/aprendizagem, mas a convivência em sociedade é de fundamental importância para a construção completa da criança como ser ético, crítico e pensante numa sociedade. Para Bagno (1998), as fábulas poderiam suscitar discussões em torno de temas como solidariedade, injustiça social, vaidade, ganância, etc.

O desenvolvimento da educação moral não deve estar restrito ao ensino de Língua Portuguesa, já que o ensino abrange todas as outras disciplinas: história, geografia, literatura, artes, etc; convertem-se em espaços para discussões e desenvolvimento morais.

Inicialmente a fábula surgiu da necessidade do homem em contar seus medos de forma que não fosse punido. Foi uma espécie de "desabafo" sobre as injustiças vividas naquela época. É da tradição das fábulas que vem o hábito do homem em querer buscar uma explicação para tudo, um fato ou acontecimento que passou na vida, e tentar tirar delas algum ensinamento útil, alguma lição prática.

Em relação à moral nas fábulas, Góes (1991, p. 144) afirma:

A moral contida nas fábulas é uma mensagem animada e colorida. Uma estória contém moral quando desperta valor positivo no homem. A moral transmite a crítica ou o conhecimento de forma impessoal, sem tocar ou localizar claramente o fato. Isso levou a pensar que essa narrativa da moralizante nasceu da necessidade crítica do homem, contida pelo poder da força e das circunstâncias.

A moral que contém nas fábulas torna-se um ensinamento para o leitor, levando à criança a um reconhecimento do mundo a sua volta e dos fatos ocorrido dentro da narrativa. Nota-se, neste sentido, que as fábulas têm seu poder, além de divertir, o de instruir e induzir o ser em formação.

 

3.3 Trabalhando fábulas na sala de aula

É certo informar que o uso da literatura em sala de aula se faz necessário no processo educativo na vida do aluno. Para Dell" Isola (1996), "o ser humano é o sujeito praticante da leitura, uma vez que decifra, compreende, interpreta, avalia o signo. E assim, sendo capaz de interagir com diversas formas de linguagem, por meio de sua leitura de mundo". Neste sentido, a leitura em sala de aula, ou fora dela, se faz necessária na vida da criança para sua formação e vivência com o mundo.

O uso do gênero narrativo proposto, que são as fábulas, torna-se um grande aliado no plano pedagógico, tanto no aprimoramento do uso da linguagem oral e escrita, como também na perspectiva sociológica. Sendo as fábulas pequenas narrativas em que animais são personagens protagonistas, onde o comportamento humano é representado de maneira crítica. Porém, o uso de imagens nessas histórias torna-as mais lúdicas para a leitura da criança, tentando passar uma mensagem com intuito a ser absorvida pelo aluno de forma mais agradável possível.

Dado o caráter pedagógico, geralmente as fábulas são divididas em duas partes: a primeira apresenta a história, que se passa em um mundo fictício, porém, representam o mundo real; a segunda que é a moral da história, que é apresentada quase sempre no fim da narrativa, com finalidade de instruir o leitor a uma interpretação positiva.

O uso das fábulas nas aulas de Língua Portuguesa, como ferramenta metodológica, busca introduzir no cotidiano do aluno desenvolver sua capacidade de pensar racionalmente sobre problemas sociais e até mesmo pessoais, já que as fábulas possuem grande valor discursivo. A disciplina é útil não apenas no interesse da sociedade e como meio indispensável sem o qual não poderia haver cooperação regular, mas no interesse do próprio indivíduo.

3.3.1 Formação pessoal e social

A construção de valores morais e sociais nos indivíduos acontece de maneira lenta e gradativa. Os valores desempenham um papel predominante na vida em sociedade para qualquer pessoa.

A formação social e pessoal da criança implica na sua ligação, direta ou indireta, com família, escola e sociedade. Uma está interligada a outra de maneira a formar cidadãos éticos, com uma visão crítica do mundo que o cerca. Porém, a escola tem fundamental importância nesse processo formativo do aluno, já que este passa maior parte do tempo no âmbito escolar.

De acordo com Piaget (1931, p. 39) "A disciplina moral não serve somente à vida moral propriamente dita; sua ação tem um alcance maior. Ela desempenha um papel considerável na formação do caráter e da personalidade em geral". A inclusão de uma educação moral em sala de aula proporciona à criança uma vida mais acessível com a sociedade, vai além de uma vida moral propriamente dita, é uma vida pessoal e social que a criança estará formando.

Entre os papeis da escola, cabe apresentar ao aluno exercícios que implicam em dilemas, histórias, valores, etc., ajudando na sua formação pessoal e social.

O aluno é antes de tudo, um projeto de vida, nunca um mero receptor. E a escola precisa lhe oferecer uma metodologia educativa eficaz, que atenda cuidadosamente a atividade pessoal do aluno, deixando que ele estabeleça relações e deduza novos conhecimentos. (IZQUIERDO, 2001, p. 260)

Existe, hoje, uma grande preocupação com a formação pessoal e social da criança, tendo em vista que vivemos em uma sociedade onde cada vez mais os valores morais do indivíduo são deixados de lado para viver na correria do consumismo, torna-se eficaz o uso de fábulas em sala de aula como alternativa metodológica no resgate de princípios morais para a vida pessoal do indivíduo e, consequentemente, influencia sua vida em sociedade.

De um modo geral, a criança vai construindo sua personalidade crítica, ética e moralista, na vivência em sociedade, na escola e na família, desde seu nascimento. Porém, nenhuma realidade moral é inata. Sua personalidade vai sendo modulada à medida que sua visão de mundo exterior vai se modificando. Sua formação pessoal e social dependerá de sua relação com o próximo e com ele mesmo.

4 RESULTADOS E DISCUSSAO

A fábula é um pequeno texto onde animais reproduzem características humanas, como respeito, egoísmo, honestidade, entre outros. A importância do uso deste tipo de texto ser trabalhado em sala de aula se traz pelo fato de ser um gênero atrativo, na facilidade da linguagem e nas várias situações onde os personagens são expostos a vivenciar. Sendo assim, torna-se um rico texto para discussões, tirando deles, em consequência da leitura, ensinamentos importantes para a vida.

Marcuschi (1999, p. 96) diz que: "a leitura é um ato de interação comunicativa que se desenvolve entre o leitor e o autor, com base no texto, não se podendo prever com segurança os resultados. Assim, mesmo os textos mais simples podem oferecer as compreensões mais inesperadas".

Para compreender os reais aspectos que entornam essa problemática, e buscar fundamentos que norteiem a importância da fábula para o ensino e para vida, foram aplicados quatro tipos de questionários: dois voltados aos alunos do 6º ano C do Ensino Fundamental II da Unidade Escolar José Aquiles de Sousa, com faixa etária entre dez a doze anos (aplicados antes e após a leitura das fábulas); um terceiro questionário direcionado à professora de Língua Portuguesa da referida classe; e um quarto questionário voltado aos pais dos respectivos alunos que estão envolvidos direta e/ou indiretamente na educação da criança.

Entende-se que através de uma compreensão geral do conhecimento apresentado pelos alunos, torna-se mais fácil conduzi-los a desenvolver condutas e valores morais socialmente aceitáveis.

Ressalta-se que a análise dos resultados da presente pesquisa, amparou-se em autores que ampliem a visão estratégica em relação à importância da fábula como alternativa metodológica.

Tabela 1: Síntese das respostas apresentadas pelos alunos entrevistados antes da leitura das fábulas propostas.

PERGUNTAS RESPOSTAS %

SIM NAO INDIFERENTE

 

 

1 Conhecimento sobre as Fábulas

 

2 Interesse pela leitura de fábulas

 

4 Conhecimento acerca dos valores morais

 

 

 

100

 

100

 

100

 

 

0

 

0

 

0

 

 

0

 

0

 

0

 

Como apresentado na tabela 1, obteve-se resultado com 100% de aproveitamento. Os questionamentos apresentados aos entrevistados foram a respeito de seu conhecimento e interesse prévio sobre fábulas. Todos os alunos já possuíam um conhecimento sobre o gênero textual trabalhado, além de se mostrarem interessados pela leitura de demais estórias do mesmo foco narrativo.

É dever do professor, procurar meios para inserir este tipo de texto, com fins discursivos, no dia-a-dia do aluno para que este venha a desenvolver sua prática comunicativa.

Visando este resultado, nota-se a importância em o professor conhecer e explorar, cada vez mais, o conhecimento que o aluno já possui sobre determinados assuntos educativos, podendo tornar estes assuntos uma forma de discussões em sala de aula.

Tabela 2: Síntese das respostas apresentadas pelos alunos entrevistados após a leitura das fábulas propostas.

PERGUNTAS RESPOSTAS %

SIM NAO INDIFERENTE

 

1 Percepção de características específicas nas fábulas

 

2 Avaliação e/ou aceitação acerca de atitudes humanas existente nas fábulas

 

3 Interesse pela leitura destas e outras fábulas

 

 

65

 

40

 

100

 

35

 

20

 

0

 

0

 

40

 

0

Os resultados adquiridos na tabela 2 possuem uma variação em torno das perguntas propostas, visando que cada aluno pensa diferente do outro. Nesta etapa buscou-se direcionar o aluno, através de uma leitura individual, sua percepção diante das características existente nas fábulas – desde os personagens, suas atitudes, até a sua moralidade – para que o aluno possa ir desenvolvendo seu senso de busca pelo conhecimento pessoal.

Entre 65% em relação a 35% dos alunos, mostrou-se mais apto a perceber com mais facilidade as características específicas existentes nas fábulas que lhes foram apresentadas.

Em relação à avaliação e aceitação de atitudes humanas vivenciadas pelos personagens das fábulas, 40% foram a favor, 20% contra as atitudes dos personagens, e 40% não responderam e/ou obtive-se respostas incoerentes. No que se refere à leitura e sua contínua prática o resultado foi de 100%. Todos os alunos mostraram interesse em ler mais fábulas.

Santos (2012), mostra em sua pesquisa que o uso de fábulas na sala de aula, para leitura e exploração, resultou na produção de 64 ilustrações [...]. As ilustrações da turma mostram, principalmente, cenas de luta corporal (68%), com expressões de reprovação à violência, 44% sendo importante a associação da Escola com o Lar, reconhecendo as duas instituições como espaço do ensino moral.

Diante estes resultados, é notória que a aplicação da leitura de fábulas em sala de aula, torna-se uma ferramenta de amplo enriquecimento pessoal e social para a criança, uma vez que esta soube identificar sozinhas situações humanas vividas pelos personagens das estórias, podendo ainda explorar sua capacidade de criação, avaliação e/ou aceitação dessas situações.

Tabela 3: Síntese das respostas apresentadas pela professora entrevistada.

PERGUNTAS RESPOSTAS %

SIM NAO INDIFERENTE

 

1 Interesse pelo uso do gênero fábula como alternativa metodológica

 

2 Conhecimento acerca dos ensinamentos nas fábulas

 

3 Reconhecimento do valor nos ensinamentos que as fábulas podem repassar às crianças

 

100

 

100

 

100

 

0

 

0

 

0

 

0

 

0

 

0

Na respectiva tabela 3, onde foi realizado um questionário com a professora de Língua Portuguesa, acerca do uso do gênero fábula, obteve-se também um resultado em 100% de aproveitamento dos questionamentos propostos.

Foi analisado o interesse do professor em utilizar o gênero fábula como alternativa metodológica, sendo um texto curto de caráter argumentativo, tendo 100% de aprovação, pois a professora já trabalhou o gênero em sala de aula; o conhecimento do professor acerca dos ensinamentos existente nas fábulas, com aprovação em 100%, onde a professora conhece que através do uso das fábulas em sala de aula, além de serem desenvolvidas discussões sobre problemáticas do dia a dia, tem-se a parte dos ensinamentos que as crianças podem tirar para a vida.

Obteve-se ainda resultado positivo em 100% de aproveitamento em relação ao reconhecimento do educador quanto ao valor moralista explícito nas fábulas. Sendo o professor uma ponte entre o saber e a formação de cidadãos éticos, é cabível buscar textos que tragam ensinamentos aos alunos, de forma que estes não se sintam obrigados a seguir o que lhes é oferecido, mas que estejam aptos e orientados a escolher o melhor para si e para a vivência no meio social. Santos (2012) [...] insere- se o estudo com as fábulas em sala de aula, já que elas apresentam um papel formador, ao propor a reflexão sobre os diversos comportamentos e conduta ética dos seres humanos.

Neste sentido, faz-se necessária a continuação de trabalhos com o mesmo valor pedagógico, para o uso da língua na forma oral e escrita, e contribuir na formação de uma ação/reflexão na vida da criança em sociedade.

 

Tabela 4: Síntese das respostas apresentadas pelos pais dos alunos.

PERGUNTAS RESPOSTAS %

SIM NAO INDIFERENTE

 

1 Conhecimento sobre a educação atual nas escolas

 

2 Avaliação diante do uso de fábulas na influência da formação moral da criança

 

3 Compreensão da importância do papel (junto à escola) de contribuinte na formação do aluno

 

4 Valorização e apoio ao resgate de valores morais na escola e/ou em casa

 

 

80

 

80

 

65

 

55

 

 

10

 

0

 

0

 

0

 

10

 

20

 

35

 

45

 

A família é o principal responsável pela educação da criança antes de seu ingresso no âmbito escolar. Ao ingressar a criança em uma instituição de ensino, os pais devem se comprometer ao trabalho (junto à escola) na formação da criança. O papel de educar passa a ser dos dois "órgãos".

O questionário apresentado na tabela 4, referente aos pais, teve um bom aproveitamento, porém alguns pais se mostraram indiferente a questões acerca do ensino atual nas instituições. Diante esta posição, obteve-se 80% de aprovação, onde os pais estão informados enquanto à educação de seus filhos nas instituições, 10% não se mostraram interessados e/ou por dentro da educação aplicada nas escolas, e 10% esteve indiferente ao questionamento proposto.

Todos os pais disseram conhecer o gênero trabalhado – fábulas – conhecendo seu valor moralizante, neste sentido houve 80% de aprovação em relação à avaliação dos pais sobre o uso das fábulas em sala de aula, sendo este tipo de texto influência positiva e/ou negativa no cotidiano de seus filhos.

Na perspectiva diante a compreensão dos pais da importância de ser trabalhada a formação do indivíduo, junto à escola, houve uma considerável diferença. Apurou-se resultado positivo de 65%, onde os pais têm pela consciência que a formação da criança deve ser um trabalho em conjunto – escola e família. Obteve-se diante esta questão, resultado em 35% de pais indiferentes quanto à sua parcela de responsabilidade junto à escola de formar seus filhos, pois acham que a formação da criança é responsabilidade inteiramente da escola.

Em consequência deste fato, nota-se que alguns pais se mostraram ainda mais indiferentes no que diz respeito à valorização no resgate de princípios morais esquecidos. Contendo 55% de aprovação, em que os pais acreditam na valorização e apoiam o uso de fábulas no estudo dos filhos, por estas possuírem um ensinamento que servirá para a vida da criança. Ainda, em relação a esta questão, obteve-se 45% de reprovação, onde os pais preferiram não responder.

Diante o resultado da tabela 4, nota-se necessária um trabalho minucioso dos professores também com pais (através de diálogos), pois os pais devem estar conscientes, que sozinhos os professores não podem se tornar total responsável pela formação da criança. Deve existir uma cooperação entre ambas as partes, uma vez que os adultos – família e escola – são modelos para estes futuros cidadãos.

5 CONCLUSAO

Buscando avaliar os conhecimentos dos alunos sobre as lições morais contidas nas fábulas, analisando em conjunto a participação dos professores e dos pais neste processo de ensino-aprendizagem, tornou-se perceptível a importância da realização de um trabalho junto à escola para desenvolvimento do caráter moral nas crianças, visto ambos serem responsáveis – direta e/ou indiretamente – pela formação do indivíduo.

Após delimitar o tema a ser estudado, iniciou-se a busca por literaturas e trabalhos científicos que subsidiassem as discussões e reflexões sobre o assunto. A pesquisa qualitativa foi proposta como opção metodológica pela escassez do tema e pelo anseio em se conhecer as diferentes contribuições dos atores envolvidos nesta temática. A pesquisa teve seus objetivos alcançados, apresentando dados coerentes com a hipótese estabelecida.

Apesar das limitações quanto à incoerência de algumas respostas, e da não participação de alguns pais na pesquisa, obteve-se uma quantidade satisfatória, fornecendo resultados positivos com importantes contribuições.

Destarte, nos resultados apresentados foi notório o amplo conhecimento dos alunos acerca das fábulas, e seu real interesse em explorar outras estórias. Um dos aspectos notáveis foi a percepção dos leitores diante da identificação de atitudes éticas nos personagens nos textos. Todos os participantes souberam identificar valores morais, socialmente aceitos, e que são primordiais para o bom convívio em sociedade, demonstrando clara distinção entre o que é considerado certo e/ou errado.

O estudo da literatura em sala de aula para crianças, mostra-se uma ferramenta que possibilita o despertar do imaginário, e em consequência desta imaginação, ensinamentos morais que são apresentados através das fábulas.

Segundo Lajolo (1982, p. 16), "a obra literária é um objeto social". Sendo assim, além de ser fonte de prazer aos leitores a literatura tem função, também, social. As fábulas trazem essa função em sua moral. Diante disto, compreende-se que o uso das fábulas como estratégia metodológica de ensino, ajuda a formar cidadãos críticos, e que a formação de uma sociedade melhor e mais justa, decorre de um comprometimento conjunto entre família (o primeiro ambiente com o qual a criança tem contato), professores (conscientes de seu papel como educadores e formadores de opinião), gestores (visando fornecer um ambiente aberto e de fácil acesso aos pais) bem como a própria comunidade, que pode contribuir com sugestões.

Partindo deste pressuposto, pode-se comprovar a interligação existente entre as fábulas e os valores morais desenvolvidos pela criança. Desta forma, este estudo torna-se relevante para a educação, considerando que traz conhecimentos acerca da importância da incorporação das fábulas no ensino, visando resgatar os valores esquecidos.

É interessante que o professor traga para sala de aula textos do cotidiano, faça leitura oral com os alunos e promova discussões sobre tais temas. É preciso também haver aceitação e reconhecimento por parte dos educandos, sobre a seriedade de aprender e repassar os princípios éticos aprendidos na escola. Assim, poderão refletir sobre os valores e sua importância na vida pessoal e social.

Faz-se necessário então, que se desenvolvam estudos sobre esta temática, visando estimular o interesse pela busca contínua no resgate dos princípios éticos, que são a base para a formação da personalidade do homem. Incentivar o hábito da leitura é um meio indispensável ao estimulo do senso crítico, o que faz da educação em valores um componente primordial para formar cidadãos comprometidos com uma sociedade íntegra.

REFERÊNCIAS

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MAIA, Z. O ensino de leitura a partir do gênero fábula. Paraná, 2008.

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ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1998.

APÊNDICES

Apêndice A:

QUESTIONÁRIO DO ALUNO – (Antes da leitura das Fábulas propostas)

  • 5. Você sabe o que são Fábulas?

2. Já leu alguma?

3. . Gostaria de ler alguma Fábula?

4. Onde podemos encontrar essas histórias?

5. Você sabe o que são valores morais? Já ouviu falar?

6. Qual dos valores morais abaixo você conhece?

( ) Respeito ( ) Bondade

( ) Confiança ( ) Generosidade

( ) Igualdade ( ) Honestidade

( ) Amizade ( ) Compartilhar

Apêndice B:

FÁBULA 1 – A LEBRE E A TARTARUGA (La Fontaine)

Monografias.com

A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia em que encontrou a tartaruga.  – Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora – desafiou a tartaruga.

A lebre caiu na gargalhada.  – Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!

– Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga.  – É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você – respondeu a lebre.

No dia seguinte a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que resolveu tirar uma soneca.

"Se aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a ultrapasso" – pensou.

A lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora. Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

Desse dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta.  Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...

Moral: Quem segue devagar e com constância sempre chega na frente.

FÁBULA 2 – A RAPOSA E A CEGONHA (Esopo)

Monografias.comUm dia a raposa convidou a cegonha para jantar. Querendo pregar uma peça na outra, servir sopa num prato raro, Claro que a raposa tomou toda sua sopa sem o menor problema, mas a pobre cegonha com seu bico comprido mal pôde tomar uma gota. O resultado foi que a cegonha voltou para casa morrendo de fome. A raposa fingiu que estava preocupada, perguntou se a sopa não estava do gosto da cegonha, mas a cegonha não disse nada. Quando foi embora, agradeceu muito a gentileza da raposa e disse que fazia questão de retribuir o jantar no dia seguinte.

Assim que chegou, a raposa se sentou lambendo os beiços de fome, curiosa para ver as delícias que a outra ia servir. O jantar veio para a mesa numa jarra alta, de gargalo estreito, onde a cegonha podia beber sem o menor problema. A raposa, amoladíssima, só teve uma saída: lamber as gotinhas de sopa que escorriam pelo lado de fora da jarra. Ela aprendeu muito bem a lição. Enquanto ia andando para casa, faminta, pensava: "Não posso reclamar da cegonha. Ela me tratou mal, mas fui grosseira com ela primeiro.

Moral: Trate os outros tal como deseja ser tratado

. Monografias.com

QUESTIONÁRIO DO ALUNO – (Após leitura das Fábulas propostas)

  • 5. Do que se trata a primeira Fábula (A LEBRE E A TARTARUGA)?

2. Quais são os personagens da primeira história?

3. O que mais lhe chamou atenção nas duas fábulas?

4. O que você aprendeu ao ler a fábula A LEBRE E A TARTARUGA,? Que ensinamento ela traz?

5. O que a primeira fábula, A LEBRE E A TARTARUGA, têm em comum com a segunda, A RAPOSA E A CEGONHA?

6. O que você entendeu sobre a moral das duas histórias?

PRIMEIRA FÁBULA: __________________________SEGUNDA FÁBULA: __________________________

7. Marque abaixo as características que corresponde às personagens da segunda fábula, A RAPOSA E A CEGONHA.

( ) Raposa: gentil e bondosa

( ) Cegonha: gentil e bondosa

( ) Raposa e cegonha: inimigas

( ) Cegonha: brava e mal educada

( ) Raposa: traiçoeira

8. Você acha que a atitude da cegonha, de pagar na mesma moeda a ofensa da raposa, foi correto? Por quê?

9. Você gostou de ler as fábulas?

10. Gostaria de conhecer outras?

Apêndice C:

QUESTIONÁRIO DO PROFESSOR

  • 5. Você trabalha o gênero Fábula com seus alunos? Com que frequência isso acontece?

2. Quais Fábulas você já trabalhou? ______________________________________________

3. As Fábulas podem servir como ferramenta metodológica?

4. Qual a importância que você dá ao uso de Fábulas na sala de aula para a formação de novos leitores críticos e pensantes?

5. Que ensinamentos as Fábulas podem transmitir à criança?

6. Você acredita que o uso do gênero Fábula em sala de aula, para alunos de 5º Ano de Ensino Fundamental I, com idades entre 10 a 11, possa influenciar na formação moral da criança?

Apêndice D:

QUESTIONÁRIO DOS PAIS

  • 5. Você, como responsável por seu filho(a), vê a educação escolar nos dias atuais?

2. As Fábulas, gênero textual direcionado a crianças, são pequenos textos que no fim possuem uma "moral". Você conhece alguma Fábula? ______________________________________________

3. Por possuírem uma lição de moral, você acredita que as fábulas podem fazer bem na formação de valores na vida da criança?

4. Você acredita que educar a criança com valores morais é papel só da escola ou só da família?

5. O que a escola e a família podem fazer para resgatar os valores morais, para que possam fazer parte da vida da criança?

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, fonte de Fé. A todos os meus familiares, em especial àquela que não está presente em corpo, mas sempre esteve comigo, minha mãe Cleide Maria Martins. Por fim, aos meus amigos de vida e aos companheiros de Curso.

Luana Maria Martins

Dedico este trabalho a minha mãe Luzia, por estar sempre ao meu lado, me apoiando em todos os momentos, pois sem ela e sem Deus na minha vida, eu não seria nada. Dedico também, as minhas amigas pelo incentivo e motivação me dando forças para continuar nesta caminhada.

Maria Rejane da Conceição

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus, minha fonte de fé e força para continuar nesta empreitada, mesmo diante de tantos desafios superados.

Agradeço a minha família pelo apoio em continuar minha vida acadêmica, não me deixando ser vencida pelo cansaço dos dias difíceis, ou pela falta daquela que não pôde estar presente quando precisei, a minha mãe Cleide Maria Martins, onde sua presença esteve sempre viva no meu coração.

Agradeço aos meus amigos, em especial Talitha Alves de Alencar, amiga de vida, que se mostrou uma verdadeira companheira para que eu pudesse chegar à conclusão deste trabalho. Por sua paciência em tirar minhas dúvidas e medos, por suas orientações acerca do trabalho. Aos amigos distantes, que mesmo pela distância se tornam presentes.

Agradeço ainda aos meus colegas de curso pela paciência, pelos momentos de oração no nosso Grupo de Orações Universitário – GOU – e os momentos de risos, que estes sejam sempre lembrados e agradecidos.

Não me esquecendo dos mestres, agradeço aos meus educadores ao longo da minha formação acadêmica. Desde a Educação Infantil até chegar a Universidade, pois sem uma boa formação com bons professores, não se pode alcançar uma boa educação para a vida.

Luana Maria Martins

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me dado força e saúde para superar as dificuldades e por ter permitido que tudo isso acontecesse na minha vida. A minha mãe e minhas amigas, que me incentivaram sempre, e a todos que fizeram parte dessa jornada.

Maria Rejane da Conceição

 

Autores:

Luana Maria Martins

luana.martinns[arroba]hotmail.com

Maria Rejane Da Conceição

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CAMPUS PROFESSORA NAIR BEZERRA PEREIRA ALVES

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM LETRAS/PORTUGUÊS

Monografia apresentada à Universidade Estadual do Piauí-UESPI, Campus Professora Nair Bezerra Pereira Alves como requisito parcial para obtenção do título de licenciado (os) no curso de Licenciatura Plena em Letras/Português sob a orientação da professora Edileuza Bezerra Lima.

FRONTEIRAS-PI

2015



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