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A igreja universal do reino de deus, a partir da fenomenologia das religiões (página 2)

Franciney Rocha Costa
Partes: 1, 2, 3

A maior beneficência para a sociedade tanto cientifica como civil com respeito a uma análise deste nível, é a obtenção de um conhecimento não superficial ou falso, mas um conhecimento adquirido nas origens.

Por algum tempo os mulçumanos foram denominados como maometanos por um grande número de pessoas no continente Ocidental, em função de incorretamente compreenderem que os mulçumanos adorassem a Maomé".

Uma conclusão precipitada e incorreta com respeito a religiosidade desse povo, pois o alvo de adoração do sistema de fé Islâmico é Alá, em outras palavras, são monoteístas (crêem apenas num único "DEUS").

Tal afirmação embora falsa e incorreta servisse como verdade para muitos. Algo que prejudicou o entendimento da realidade com respeito à verdade desse fenômeno religioso.

Um típico exemplo de uma conclusão alcançada apartir da ótica do observador (visão etnocêntrica) com seus juízos, valores e pressupostos.

Deste modo, surge a importância e a necessidade de um método onde busca-se a essência, as idéias , as intenções ,diretamente na origem, na fonte de um determinado fenômeno.

Em resumo, O que é? FENÔMENOLOGIA DAS RELIGIÕES. como podemos compreender seu conceito e fim ?

A palavra fenômeno tem origem no idioma grego (FAINOMENOM) que significa "Aquilo que mostra" ou "Que se mostra", A palavra religião que originalmente tem origem no latim (religare) que significa religar, pode ser definida como o processo de religação do homem a Deus, ou aos Deuses, ou a natureza; dependendo do sistema religioso (Oriental ou Ocidental)

Desta forma , a fenomenologia das religiões pode ser compreendida como o estudo do aparece nas religiões, ou melhor nas diversas dimensões, manifestações de crença existentes.

Através de uma metodologia que funciona apartir de dois elementos principais e indispensáveis, na investigação dos fenômenos em analise a EPOCHÉ e a EIDÉTICA, que serão claramente esclarecidos no decorrer das linhas que hão de vir.

1 - MATRIZ ESSENCIAL O CRISTIANISMO

Sem grandes dúvidas, a doutrina da igreja universal do reino de Deus - IURD e a sua simbologia como a de muitas outras religiões causam certa estranheza para todo e qualquer observador que esteja de fora, ou melhor, que não pertença a esse sistema, em função de seus símbolos e rituais como, por exemplo: O banho de descarrego. Termo também conhecido entre os adeptos da Umbanda (religião afro-brasileira)

Por este motivo, as linhas que se seguiram trarão a tona os reais significados deste, como de outros elementos simbólicos e doutrinais desta denominação religiosa. Porém não apartir de olhares e perspectivas pessoais e sim do que o próprio homem religioso diz a respeito do acredita (sua experiência religiosa)

No entanto, torna-se pertinente o levantamento e a compreensão daquele que é considerado como a matriz essencial das denominações de fé evangélica ou protestante, como é o caso da IURD.

1.1 - A ORIGEM DO CRISTIANISMO

Ao procurar entender ou compreender a essência de um determinado fenômeno religioso, certamente o interessado deverá procurar caminhos confiáveis e seguros, afim de que seus questionamentos sejam esclarecidos. No caso do Cristianismo, segundo sua própria apresentação, revelação mensagem ou palavra, o melhor caminho para uma compreensão eficaz é a sua expressão escrita. Em outras palavras, A Bíblia sagrada (livro sagrado do Cristianismo) com seus 66 livros, 39 que compõem o antigo testamento e 27 que compõem o novo testamento.

Sendo assim, A Bíblia sagrada, constitui-se como fonte indispensável no que se refere a assimilação do conteúdo ou a essência da fé cristã.

Segundo a teologia dessa religião, esse fenômeno tem seu início bem antes do nascimento de Jesus Cristo (homem que segundo este sistema de fé foi enviado por Deus (Jeová) com a missão de estabelecer seu reino na terra e salvar os pecadores da condenação eterna).

Fato que ocorreu segundo o calendário cristão, a aproximadamente 2 mil anos atrás quando o mesmo declarou ser o cumprimento das profecias referentes a vinda do messias de Deus, como consta no livro sagrado do cristianismo (A bíblia).

E Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou. Eu, que sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. E, se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo, pois eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. (ALMEIDA, Ferreira João. 1995 p.1444)

Porque segundo as linhas escritas dessa fé, no livro de Genesis. Aproximadamente 1963 a.C, ou seja, 3163 anos atrás no cap.12.1-3. Quando a própria divindade se apresenta a Abraão (homem que viria a ser considerado como o pai da fé entre os fiéis a este Deus dizendo

Sai-te da tua terra e da tua parentela, e da casa de teu pai para terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoarte-ei e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma benção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. (ALMEIDA, Ferreira João. 1995 p.22)

Evento que se cumpre com a vida, morte e ressurreição de Cristo. Pois segundo a crença cristã. Deus através de Jesus Cristo abençoa todas as famílias da terra. Por sua Graça, independente da nacionalidade obviamente, àqueles que o aceitam pela fé entregando-se para viverem segundo a sua vontade, fato que recebe o nome de conversão.

Moisés, o primeiro escritor da Bíblia. "Então disse: O Senhor a Moises: escreve isso para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué" Êxodo 17.14.

O Cristianismo e o seu desenvolvimento, o fenômeno chamado Cristianismo, tal como é observado hoje devido sua influência mundial. Seja pelo número de adeptos e igrejas. Ou pelas mudanças hoje vistas no cotidiano do homem em sociedade, apresenta-se como algo surpreendente. Entretanto, essa realidade contemporânea contrasta com as circunstancias do período em que tudo começou.

Cerca do ano 90, o cruel e indigno imperador Domiciano iniciou a segunda perseguição imperial aos cristãos. Durante esses dias, milhares de cristãos foram mortos, especialmente em Roma e em toda Itália. Entretanto, essa perseguição, como a de Nero, foi esporádica, local e não se estendeu a todo império." (HURLBUT Lyman, Jesse. 1994 p.41)

Várias perseguições quer da parte dos Judeus, que consideram a tal expressão de fé como uma Seita que precisava ter seu fim, como dos Romanos, por motivos políticos.

O movimento cristão indiscutivelmente pode ser comparado a um fenômeno pela forma extraordinária que tudo começou, se desenvolveu e aonde chegou.

Aproximadamente há dois mil anos, Jesus Cristo, judeu, de Belém de Nazaré, Israel, Ásia Ocidental. Nascia, segundo as escrituras sagradas, sendo envolto por panos e posto em uma manjedoura (lugar onde se servem comida aos animais) o que possibilita a crença ou o entendimento de que Jesus Cristo nasceu em um estábulo; filho de mãe Judia (Maria) e pai Judeu (José).

Porém um nascimento que ocorreu a partir de uma gestação misteriosa, miraculosa, sobrenatural. Porque segundo a Bíblia, Jesus não foi formado no ventre de sua mãe, como é comum a toda a espécie humana (relação sexual entre homem e mulher, sêmen e óvulo.) que resulta em embrião, ele foi formado pelo Espírito Santo. (segundo a interpretação. de algumas correntes cristãs, a terceira pessoa do conjunto de três pessoas divinas, Deus Pai, Deus Filho e Deus espírito Santo). E segundo outras correntes (A Força de Deus). Ou seja, de forma sobrenatural, porém, não inexplicável.

O Elemento sobrenatural dentro do Cristianismo pode der considerado como algo "comum" exatamente por estar presente no seu. Início, no seu desenvolvimento e nos dois atuais.

Logo após, o nascimento virginal deste que é o reconhecido como o Salvador do mundo no Cristianismo, surgiu uma ordenança do Monarca Herodes o grande que consistia em abater, ou melhor, matar todas as crianças com idade de 2 anos. Medida que não alcançou êxito porque o menino que nasceu numa manjedoura havia sido levado por seus pais ao Egito, avisado por um anjo.

Após esse início conturbado de mortes em grande escala, nota-se claramente a presença de outro elemento bastante comum ao Cristianismo, a perseguição.

Os relatos bíblicos fornecem alguns registros da historia de Jesus, antes do início de seu ministério messiânico, quando o mesmo já contava com aproximadamente 30 anos de idade. Em certa ocasião seus pais (Maria e José) se dirigiram a Jerusalém com propósitos religiosos, era dia de festa para os Judeus. No entanto, ao retornarem não perceberam que seu filho não os acompanhava em seu retorno. Pois o mesmo que mais tarde havia de ser considerado por muitos judeus como mestre e Senhor, foi encontrado por seus pais, após retornarem a Jerusalém a sua procura, exatamente, no templo em meios aos doutores, interagindo, provavelmente respeito da lei judaica. Mas, de forma especial, porque todos os que o ouviam falar admiravam-se de seu intelecto (inteligência)

O ministério de Jesus (O messias) tem realmente o seu início prático e propriamente dito, após o batismo no Rio Jordão, quando o mesmo é confirmado como o messias que havia de vir, através de um sinal dado a um profeta chamado João Batista (personagem bíblico que tem sua história narrada de forma mais clara no novo testamento).

No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". Este é aquele do qual eu disse: após mim vem um homem que foi antes de mim, por que já era primeiro do que eu. E eu não o conhecia, mas, para que ele fosse manifesto a Israel, vim eu, por isso batizando com água. E João testificou dizendo: Eu vi O Espírito descer do céu como uma pompa e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou batizar com água, esse me disse; Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o espírito santo. E eu vi e tenho testificado. (ALMEIDA, Ferreira João.1995 p.1415-1416)

Desde então, Jesus começou a pregar e a dizer: "Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus". Uma mensagem que literalmente convidava a qualquer de seus seguidores e ouvintes a uma mudança de vida.

O Cristianismo é considerado um dos grandes fenômenos religiosos. E esse crescimento se deu pelo menos inicialmente em razão desse elemento a transmissão das mensagens e os sinais milagrosos. O ministério de Jesus é caracterizado da seguinte forma: "a divulgação da mensagem e a operação de sinais de poder". Um fato também, de indiscutível importância dentro da realidade cristã é que Jesus não fazia tudo sozinho, ele formou uma equipe de trabalhadores que eram os seus discípulos, que de forma quase semelhante produziam Sinais maravilhosos. E transmitiam a mensagem (curas, exorcismos e pregação)

Na Galiléia, Jesus começou enviando seus seguidores em ministérios itinerantes por conta própria. Enviou-os dois a dois (pensam alguns que eram mulheres e homens viajando juntos), Instruindo-os para que estendessem o seu próprio ministério de curar os doentes, exorcizar os demônios, e levar aos pobres a mensagem de esperança. (IRVIN, Dale T. e SUNQUIST, Scott W. 2004, p.43)

Entretanto, como mencionado anteriormente, a perseguição, foi uma "parceira" tanto de Jesus, como de seus discípulos, exatamente pelo teor de suas mensagens, pelo posicionamento critico diante dos membros da então religião oficial do povo judeu (Fariseus e Saduceus).

O surgimento e o exercício de sua missão produziram duas reações antagônicas juntos aos participantes deste cenário, Esperança e ódio.

Em outras palavras, esperança para os marginalizados, descriminados, necessitados, ou seja, em geral os membros das classes inferiores. Obviamente com algumas exceções. Mas grande parte destes esperançosos eram pessoas que viam em Jesus a concretização de suas expectativas quanto ao reino eterno do messias. Um dos fundamentos da expressão de fé cristã é a esperança de vida eterna que consiste literalmente numa vida após a morte, por toda a eternidade.

Entrementes, o ódio, também era manifesto, pelo fato, de que a mensagem de Jesus, e seu posicionamento, contrariavam o comportamento corrupto das autoridades; a perseguição tornou-se inevitável.

Uma demonstração simbólica de purificação do templo resultou em confronto com os sacerdotes. Vários atestaram mais tarde que ele ameaçou destruir o edifício e reedificá-lo em três dias, acusação esta que teve papel decisivo na resolução de condená-lo a morte (IRVIN, Dale T. e SUNQUIST, Scott W. 2004 p.44)

Dentro de um raciocínio lógico, não deveria haver motivos para as autoridades quer religiosas.(Fariseus, Saduceus etc.), quer civis (Rei Herodes e império Romano). Odiarem alguém que essencialmente chegou para promover um reino de paz e justiça junto ao povo de Israel e os demais povos.

Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor? Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (ALMEIDA, Ferreira João. 1995. p.945)

Citação bíblica que revela o relato do cenário em que se deu o ministério e a crucificação (Morte) do Messias.

Segundo os estudiosos (teólogos) do Cristianismo, a morte de Jesus, foi um cumprimento profético, ou seja, algo que ocorreria futuramente.

Se houve quem aceitou e creu na doutrina ensinada por Jesus, houve também quem não aceitou e não acreditou. O que por fim, explica a crucificação de Jesus. Como um homem comum.

Em resumo, como o alvo da fenomenologia das religiões consiste em ir mais longe. No tocante, a profundidade das manifestações religiosas.

A análise do cristianismo produzirá um conjunto de informações que refletirão as suas verdades essências. Deste modo, vejamos como é realizado.

1.2 - FENOMENOLOGIA DAS RELIGIÕES

Neste momento podemos entender a aplicação e o conceito da Eidética que é o nome dado ao método de análise que visa ir sempre até as profundidades, quanto ao conhecimento da verdade particular de cada religião.

Na pretensão de analisar a igreja Universal do Reino de Deus IURD. Primeiro foi necessário conhecer sua matriz (Cristianismo) e ao analisar o Cristianismo vimos que sua essência era o Judaísmo. Em outras palavras, de essência em essência se chegou há um conceito mais profundo da realidade dessa fé (IURD), que entre as diversas correntes do Cristianismo está compreendida como pertencente a um movimento chamado Neopentecostalismo cristão.

O que de mais importante há numa análise fenomenológica, é a conseqüência de uma análise bem feita, ou seja, o conceito real e verdadeiro de uma religião. Um grande número de pessoas de uma forma ou e de outra acredita em algo sobrenatural, ou mais claramente, possui alguma forma de Crença transcendental. O que por si só explica a existência de um número tão grande de religiões no mundo inteiro, quer no passado ou dias atuais. Dessa forma, torna-se indiscutível a aplicação de uma análise com essa disposição.

1.2.1 - PROCURANDO A ESSÊNCIA

Este elemento pode ser observado e esclarecido de uma forma muito simples, seu objetivo consiste em assimilar o fenômeno religioso de forma profunda, todavia, dentro da visão, explicação do próprio homem religioso, apartir de um processo de investigação que irrompe as camadas da superficialidade. Isto é indo até a essência, ou seja, no fundamento nas origens, no conhecimento profundo das idéias ou intenções inerentes ao fenômeno em análise.

Para atingirmos as ciências eidéticas é necessária a redução. "Se for empreendida apenas a redução eidética, chega-se ao eidos transcendente, que constitui o objeto da ontologia "a redução Eidética é o processo pelo qual praticamos sucessivas reduções em busca da essência, ou melhor do sentido do ser. E é através da redução eidetica que Husserl retoma a antologia, no seu sentido mais originário. É preciso "voltar as coisas mesmas" voltar ao fenômeno puro como ele se mostra a consciência. (GOTO, Tommy Akira. p.31)

Citação que revela a forma como é processada essa busca pela essência de um determinado fenômeno e por qual razão, em outras palavras, a aplicação da redução Eidética, que se dá através contínuas reduções até a compreensão do sentido original ou idéia original do fenômeno.

O número de religiões existentes no mundo é quase incontável, no entanto todas possuem um sentido para os que estão ligados a qualquer uma delas.

A perspectiva Eidética se interessa exatamente pelo que estas incontáveis manifestações religiosas representam para os seus adeptos, ou seja, se pretendo conhecer em profundidade qual o sentido ou qual a verdade contida nos rituais do espiritismo, cabe-me ir em busca destas verdades junto aos Espíritas, através de pesquisas pessoais ou literárias. Se pretendo conhecer as verdades dos rituais das religiões afro. Preciso promover o mesmo processo junto a eles.

Buscando a essência (Eidética) independentemente dos meus pressupostos valores (Epoché).

Para compreender-mos o alvo, deste meio de análise, por um breve momento, imaginemos que em uma sala de aula ou através de um noticiário um adepto de uma religião qualquer ouvisse um produto de investigação fenomenológica fornecendo explicações corretíssimas a respeito de sua religião, inclusive ao ponto de surpreendê-lo devido a profundidade e exatidão dos relatos. E que em razão disso, o ouvinte chegasse ao ponto de declarar que alguém com esse tipo de conhecimento, só poderia ser alguém que, ou houvesse pertencido ou pertencesse a sua religião.

O maior propósito, ou melhor, ao alvo principal da visão Eidética dentro do processo investigativo fenomenológico é exatamente o que hipoteticamente aconteceu no exemplo acima utilizado, a obtenção perfeita e profunda das verdades, e do caráter de uma manifestação religiosa. Chegando ao ponto de produzir esse tipo de sentimento de surpresa junto aos membros que vivenciam e conhecem e as religiões a qual fazem parte

Em resumo, Por esta razão tanto a Epoché, como a Eidética, configuram-se como ferramentas de indiscutível utilidade, no que tange a compreensão dos diversos fenômenos religiosos existentes em todo mundo.

No entanto é valido esclarecer que este trabalho dentro de sua disposição se propõe apenas em levantar os principais elementos e seus focos dentro da metodologia da fenomenologia das religiões. Cabe-me explicitar que a realidade quanto aos conceitos, tanto da filosofia fenomenológica como da fenomenologia das religiões, é muito mais extensa.

1.3 - UM MOVIMENTO DE CARÁTER MUNDIAL

O Cristianismo (fenômeno religioso) como se encontra hoje com aproximadamente 2 bilhões de adeptos. Passou a ter um crescimento mais acentuado depois de um breve período de tempo após a crucificação de Jesus de Nazaré. Exatamente através dos seus seguidores, pois como é descrito no livro sagrado do Cristianismo, a bíblia, no evangelho de Marcos. Jesus após ter ressuscitado dos mortos reuniu-se com seus discípulos, comissionando-os a irem por todo mundo, pregando o evangelho a todos. (Marcos 16.15). Em outras palavras, Homens simples tornaram-se ferramentas de grande potencial. Quanto a divulgação da mensagem do reino de Deus e operação de milagres.

Seria este com muita probabilidade o fim do movimento. Se aqueles mesmos discípulos não tivessem começado nos dias e semanas que seguiram à sua morte, a afirmar que lhes aparecera. Varias mulheres dos grupos de seus seguidores foram ungir seu corpo pouco depois que ele morrera e afirmaram ter encontrado apenas um túmulo vazio. Logo começaram a circular relatos de aparições repentinas e inesperadas na Judéia e em Jerusalém. O efeito eletrizante. Deus ressuscitara dos mortos Jesus crucificado, procuravam seus discípulos, confirmando com isso não só sua mensagem, mas também sua própria pessoa. As aparições diretas do Senhor ressuscitado na maior parte terminaram pouco tempo depois. Mas a memória delas aliada ao testemunho poderoso das mulheres sobre o túmulo vazio formou o conteúdo de sua nova mensagem messiânica e a identidade como movimento. (IRVIN, Dale T. e SUNQUIST, Scott W., 2004, p44)

E esse início de proclamação ocorrido tanto na Judéia como em Jerusalém teriam seus dias contados, pois a intolerância dos judeus com respeito a Jesus e sua mensagem culminaram em perseguição, provocando mortes, torturas e dispersões, fato que poderia ser um mau presságio para os propósitos globais de divulgação. Ou seja, de evangelização dos povos, a qual o Messias Nazareno comissionara seus seguidores.

Depois de dois mil anos de historia, podemos concluir que realmente a perseguição que os adeptos do Cristianismo primitivo experimentaram, na verdade converteu-se em benefícios para a expansão do movimento. Por falta de opções e para preservar suas vidas os discípulos fugiram para outras regiões, no entanto onde se instalavam divulgavam sua fé.

Na perseguição iniciada com a morte de Estevão a igreja em Jerusalém dispersou-se por toda parte. Alguns de seus membros fugiram para Damasco; outros foram para Antioquia da Síria, distante cerca de 480 quilômetros. (HURLBUT, Lyman Jesse. 1994 p.30)

Como podemos observar as cidades para onde os cristãos se dispersaram, foram diversas, mas em particular, em Antioquia o movimento desenvolveu-se de forma mais consistente quanto identidade de fé e quanto a visão de evangelização mundial, pois nesta referida cidade, os membros do movimento iniciado por Jesus de Nazaré, identificaram-se como "cristãos", os que nos leva a intuir que entendimento quanto a natureza de sua fé havia sido assimilada pelos discípulos evangelizadores e evangelizados.

Nesta mesma cidade foi organizada a primeira expedição com propósito de expansão mundial da mensagem de Cristo (mensagem de salvação), porém a partir de circunstancias autoconscientes e opcionais. Doutra forma, a obra de evangelização que culminou na origem de igrejas (locais onde se realizavam cultos cristãos) tanto Antioquia como em outras cidades, a expansão do movimento cristão se deu a partir de circunstâncias tempestuosas. Em outras palavras, perseguição no seu sentido literal. Já a obra de evangelização que se desenvolveu a partir de Antioquia possuía aspectos mais próximos dos ideais transmitidos por Jesus.

O movimento que sofrera grandes ataques,começava a crescer e um crescimento imbuído de planejamento e pela indiscutível presença de fé e obstinação, dentro de uma trajetória de desafios contínuos.

Em meio aos percalços de seu período inicial, o Cristianismo foi se desenvolvendo e crescendo até alcançar o reconhecimento de um número mais acentuado de pessoas em todo o mundo naquela época. Numericamente, o Cristianismo, já havia alcançado quase a metade das pessoas pertencente ao império romano.

Ao observarmos a vida deste que é considerado como o Messias de Deus (Jesus Cristo Nazareno) como de todos os que escolheram segui-lo, podemos concluir, por mais de uma vez que a inaceitação associada a um desejo de exterminação junto as autoridades eclesiásticas judaicas, de uma forma ou de outra produziram em meio a sua perseguição um efeito contrário ao que planejavam, pois ao condenarem Jesus Nazareno a morte, primeiramente proporcionaram o cumprimento das profecias com respeito a vinda do messias, pelo menos a partir da interpretação ou compreensão que os cristãos fazem dos escritos correspondentes a vinda do Messias no seu primeiro momento.

E quando falo cristãos, não me refiro aos seguidores mais "comuns", ou seja, refiro-me aqueles que tiveram relacionamento pessoal com Jesus de Nazaré, quando este ainda estava anunciando a mensagem do reino de Deus, curando os doentes, ressuscitando os mortos e expelindo os demônios, seguidores como Pedro, que inclusive, segundo a própria literatura sagrada cristã foi inspirado pelo Espírito Santo a compor cartas para as comunidades ou igrejas naquele período (1ª, 2ª e 3ª cartas de Pedro são um exemplo).

O livro de atos dos apóstolos é um dos livros que compõe o novo testamento, é um livro que foi produzido com o propósito de documentar os acontecimentos do movimento cristão em sua fase primitiva ou inicial. Podemos observar como os mesmos concebiam algumas partes ou trechos dos escrito do antigo testamento ou a Torá e os livros dos profetas como é chamado entre os judeus, vejamos o que disse Pedro em dado momento:

Varões Israelitas escutais estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis, a este que vós entregastes pelo determinado conselho e presciência de Deus tomando-o vós, o crucificastes e matastes pela mão de injustos. Ao qual Deus o ressuscitou das ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela. Porque dele disse Davi: "Sempre via diante de mim o Senhor que está a minha direita, para que ele não seja comovido, por isso se alegrou meu coração e a minha língua exultou; e ainda a minha carne a repousar em esperança, pois não deixará a minha alma no Hades, nem permitirá que o teu santo veja a corrupção. Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; com tua face me encherás de júbilo. Varões irmãos seja me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono nesta provisão, disse da ressurreição do Cristo, que a sua alma não foi deixada no Hades nem sua carne viu corrupção,Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas."(ALMEIDA, Ferreira João. 1995, p.1481).

Ao perseguirem os fiéis de Cristo após sua morte os judeus proporcionaram a sua dispersão, no entanto uma dispersão que ao invés de destruir ou acabar com o que compreendiam ser uma seita a ser eliminada, de uma forma involuntária provocaram a expansão do movimento cristão pelo mundo afora.

E quando se analisa o desenvolvimento e o crescimento do Cristianismo. Observa-se um fato no mínimo ilógico ou surpreendente, pois a pessoa, dentre os pertencentes do movimento cristão desse período que mais se destacou, foi exatamente, um dos mais dedicados perseguidores do Cristianismo. Um homem chamado Saulo, nascido na cidade de Tarso.

Um dos que presenciaram o apedrejamento de Estevão, conforme o livro de Atos foi um Judeu helenista chamado de Saulo. Originário da cidade de Tarso, viera a Jerusalém para estudos, e segundo ele mesmo admitia era um homem zeloso pela Torá. Os ensinamentos da nova seita dos nazarenos eram para eles uma afronta a Torá e a resposta de Saulo foi de novo como ele mesmo reconhecia, lançar uma perseguição rigorosa (Fl 3:6). O livro dos atos conta que Saulo não aprovou o apedrejamento de Estevão, mas dispôs-se à, com o consentimento das autoridades religiosas de Jerusalém perseguiram o novo movimento em Damasco, onde muito provavelmente tinham ido alguns dos que se tinham dispersado. (IRVIN, Dale T. e SUNQUIST, Scott W. 2004 p,46-47)

Esta citação demonstra perfeitamente a disposição de um homem em por fim a manifestação cristã, que em plena tentativa e objetivo de capturar cristãos (homens ou mulheres) que estivessem em Damasco. Mas que foi por completo redirecionado quanto os seus propósitos anticristãos. Pois exatamente na estrada de acesso a cidade o fiel judeu teve um excepcional encontro com Jesus o Nazareno ressuscitado, que segunda a narrativa do próprio livro que se dispõe a documentar o desenvolvimento e o crescimento do movimento Atos, o fato aconteceu da seguinte forma:

E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu, e caindo em terra ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo por que me persegues? E ele, disse: Quem és Senhor? E disse o Senhor: eu sou Jesus a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contar os aguilhões. E ele tremendo atônico disse: Que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade; e lá te será dito que te convém fazer. (ALMEIDA, Ferreira João. 1995 p.1496)

Em outras palavras, um fato interessante, contraditório e de uma certa maneira crucial. Porque a partir desse empreendimento de fins anticristãos, o movimento cristão entraria anos mais tarde em franco crescimento em sua estrutura doutrinária e expansionista.

Exatamente, porque Cristo nesse encontro excepcional na entrada de Damasco arregimentava para si um homem cuja formação estava além das tradições, fé e doutrina judaica, pois Saulo era estudioso e conhecedor do pensamento filosófico da época.

Quanto à doutrina; durante o período que seguiu, o movimento se desenvolvia e crescia; e em meio a esse fato, outro problema ou desafio surgiu. O aparecimento de doutrinas híbridas, ou seja, heresias (distorções do autêntico ensinamento cristão) que através de alguns estavam sendo difundida como verdade no interior da comunidade ou igreja. Um exemplo dessas doutrinas era o Gnosticismo que de forma resumida consistia em conceitos que eram oriundos da mistura de elementos de religiões pagãs, de elementos do judaísmo e filosóficos. Que foram combatidos através de cartas, cartas que segundo a própria tradição cristã foram divinamente reveladas aos apóstolos, a palavra apóstolo significa enviado a pregar o mensagem cristã, um exemplo de cartas com esse fim foi a carta enviada pelo apóstolo Paulo aos colossenses (a comunidade que se reunia na cidade de Colossos).

Por este fato podemos observar o quanto este que combateu o Cristianismo, naquele período, tornou-se um indispensável instrumento dentro do movimento cristão. Pois dos 27 livros que formam o novo testamento 13 foram escritos por ele.

Paulo nos deixou um legado nas cartas que enviou as igrejas que fundara; tais cartas agora fazem parte do novo testamento cristão. Lendo-as, temos uma visão das comunidades primitivas nas cidades onde o apostolo trabalhou e uma indicação do motivo pelo qual os gentios ingressaram no movimento. Pelas suas páginas, por outros livros do novo testamento e por outros documentos do Séc. I, podemos perceber algo da compreensão que os gentios levaram consigo. (IRVIN, Dale T. e SUNQUIST, Scott W. 2004, p53)

Quanto à expansão; por se tratar de um fenômeno com fortes traços da religião judaica o Cristianismo primitivo e até nos dias contemporâneos, enfrenta um problema realmente complexo do ponto de vista teológico e doutrinário. O Deus que enviou o Messias é mesmo Deus dos judeus. O Messias igualmente viria com o propósito de libertar o povo judeu. Diante de questões com teor semelhante, surge a problemática em que lugar ficaria a lei revelada ao povo através de Moises (profeta de Deus do Antigo Testamento).

Durante o período do advento do Cristianismo e mesmo antes houveram pessoas estrangeiras que atraídos pelos atributos do Deus dos Israelitas convertiam-se ao judaísmo e a sua doutrina (lei). Por conta deste fato surgia um entrave doutrinário e expansionista.

Em todas as sociedades ou comunidades organizadas. Há sempre duas classes de pessoas: os conservadores, olhando para o passado; e os progressistas olhando para o futuro. Assim aconteceu naqueles dias. Os elementos Utrajudeus da igreja sustentavam que não podia haver salvação fora de Israel. Por essa razão, diziam, todos os discípulos gentios deviam ser circuncidados e observar a lei judaica. (HURLBUT, Lyman, Jesse, 1992 p32)

Doutrinário pelo fato de que alguns judeus cristãos ansiavam pelo cumprimento dos ritos judaicos, junto a aceitação de Jesus como Messias enviado. Isto é, um certo sincretismo. Por outro lado, embora doutrinária a questão levantava barreiras, quanto a expansão do movimento, dentre outras questões pelo fato de que os estrangeiros mostravam desinteresse ao fato de principalmente, serem levados a observação do rito da circuncisão. Em outras palavras, um problema que dificultaria o alcance das pessoas pertencentes a outras sociedades e culturas.

Em meio a toda essa complexidade de interesses e depoimentos, quer da parte dos judeus com sua tradição ou dos estrangeiros recém convertidos.

Surge um importante desfecho como podemos observar na obra referente ao acontecido.

"Entretanto os mestres progressistas, encabeçados por Paulo declaravam que o evangelho era para os judeus e para os gentios, sobre a mesma base de fé em cristo, sem levar em conta as leis judaicas". (HURLBUT, Lyman Jesse. 1992. p32)

Em resumo, ao observamos a essência do fenômeno cristão quanto a sua teologia o que se compreende é que embora seja em fenômeno autenticamente originário do sistema judaico religioso. O fenômeno cristão não consiste em um sincretismo (mistura de elementos diferentes em uma mesma religião). E sim, num passo mais adiante no relacionamento da divindade com os seus agregados, de outra forma, um certo aperfeiçoamento doutrinário e racional que é chamado de Dispensação da graça, que de forma sucinta compreende-se como um período em que Deus, a divindade para judeus, por seu amor e misericórdia, envia um salvador para toda a humanidade. Um salvador perfeito, e que perfeitamente cumpriria as leis divinas, que o homem nunca cumprira totalmente e perfeitamente.

E que por conta desse fato torna-se o único caminho ou vinculo possível relacionamento e concernente salvação para o homem, o que pode ser observado na Bíblia no quarto livro no N.T.(João), quando Jesus o Nazareno conversava com seus discípulos. Respondeu Jesus: "–Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai a não ser por mim"(Bíblia em ordem cronológica, nova versão internacional 2003 p1123). Enfim, as mais detalhadas explicações em respeito de como deveria ser praticada a fé dos cristãos, estão documentadas nos escritos do N.T. Escritos por esse homem que significativamente perseguia o movimento e significativamente serviu para seu desenvolvimento, foram três viagens com propósito expansionista.

Tendo sua jornada finalizada exatamente pela intolerância das autoridades, como se pode observar em KNIGHT:

Paulo pelo mesmo motivo e da mesma maneira, recebeu a recompensa de sua paciência. Esteve preso sete vezes, foi chicoteado, apedrejado, pregou, tanto no Oriente como no Ocidente deixando trás de si a gloriosa fama da sua fé, e a sim, tendo ensinando a justiça ao mundo inteiro, viajando até os mais longínquos confins do Ocidente sofreu por fim o martírio por ordem de um governador e partiu desse mundo para ocupar seu santo lugar. (KNIGHT, A e ANGLIN, W. 1997 p13)

O final de um, como tantos outros que escolheram seguir o movimento cristão em seu período primitivo.

1.3.1 - MOVIMENTO CRISTÃO

Após inúmeros momentos difíceis de perseguição, desespero, onde torturas, prisões e até mortes entre outros tipos de adversidades que estiveram sempre no caminho do movimento cristão. O Cristianismo experiencia uma realidade diferente, isto é, o movimento cristão tornou-se a religião oficial do Império Romano. Desde o seu advento, o Cristianismo parece ter sido compreendido como uma espécie de doença ou incomodo para muitos, pois sempre foi perseguido de forma intensa, principalmente por parte das autoridades. No entanto, todo esse pano de fundo de inaceitação, ridicularização e etc, não foi ocasionando seu fim. O movimento cristão foi crescendo e se desenvolvendo de diversas formas até chegar o período em que se tornou religião oficial do império romano.

Dentre as formas de desenvolvimento a estrutura escrita do movimento já havia sido concluída, algo que ocorreu em torno de um século, a fim de que possamos compreender a importância desse fato dentro do próprio Cristianismo ou para o próprio Cristianismo. Vale sabermos que o principal personagem desse fenômeno em sua vida terrena nada escreveu para o auxilio dos seus seguidores, ou seja, tudo o que se tem sobre a vida de Jesus Cristo, seus principais feitos milagrosos, seus ensinamentos foram escritos só após sua morte por seus seguidores, de forma divinamente inspirada pelo Espírito Santo, através de Paulo, João, Pedro, Lucas e outros. A Bíblia sagrada que é tida como o livro do Cristianismo é composta de uma divisão significativa que separam o seu conteúdo em precisamente duas etapas: o Antigo e o Novo Testamento.

O antigo testamento é a etapa que compreende o desenvolvimento da história de Deus com seu povo até o surgimento do Messias (a partir da interpretação cristã) e o Novo Testamento é a etapa que compreende a história do relacionamento de Deus, do Messias e do Espírito Santo com o seu povo até o período da sua segunda vinda e o arrebatamento de todos os seu escolhidos para uma vida eterna o que pode ser compreendido como o estabelecimento do seu reino eterno.

O Novo Testamento (NT) com os seus vinte e sete livros, como se pode observar atualmente só obteve sua oficialização como livros de origem divina, possivelmente, após o terceiro século através de Jerônimo, líder cristão que esteve fortemente ligado a esse importante evento do desenvolvimento da estrutura escrita do Cristianismo, que é chamado como fechamento do Cânom sagrado do Novo Testamento. Fato que se deu devido a um problema; um grande número de livros reivindicavam possuir inspiração divina, o que imediatamente produzia uma confusão em função das controvérsias teológicas entre um livro e outro, o que veio a ser solucionado quando separam-se vinte e sete livros como oficiais para a consulta devido a harmonia que possuíam. Jerônimo foi principal nome desse acontecimento, o que por si só reflete o crescimento e o desenvolvimento estrutural da Teologia Cristã.

Um outro elemento considerável na história do Cristianismo quanto ao crescimento e solidificação do movimento, foi que embora não a totalidade mas, sempre houveram seguidores que em meio as intempéries, resistiram fielmente mesmo quando isso lhes custava a própria vida.

O século IV testemunhou uma mudança radical na situação política das igrejas do mundo mediterrâneo estiveram em constante crescimento. Apesar do empecilho da oposição imperial marcadas por breves, mas intensos ataques de perseguições, a influência política e cultural das igrejas haviam igualmente aumentado. Um número significativo de convertidos começava a chegar das classes superiores. Mais da metade da população de algumas cidades e territórios identificava-se com essa religião ilícita. Os membros do clero haviam se tornado bem conhecidos e respeitados da comunidade em alguns lugares. Encorajados por seu testemunho os cristãos haviam até começado a se reunir para o culto público em edifícios destinados a essa finalidade. (IRVIN, Dale T. e SUNQUIST, Scott W.) 2004,p201

Como pode ser observado na citação acima, o movimento cristão embora sem apoio de qualquer poder político (governamental) que fosse, alcançou uma posição de indiscutível influência.

No entanto, uma importante questão surge com o movimento a esse ponto; a explicação mais óbvia vem a ser o reconhecimento de outros elementos, também adjacentes ao Cristianismo, assim como, a perseguição e o sobrenatural a resistência e a fé. No que tange, sua solidificação como religião oficial do Império Romano.

No período que agora vamos tratar, o fato mais notável, e também o mais influente tanto, para bem como para mal. Foi a vitória do cristianismo no ano 305, quando Dioclesiano abdicou o trono imperial , a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Contra o Cristianismos estavam todos os poderes do Estado. Entretanto, menos de oitenta anos depois em 380 o cristianismo foi reconhecido como religião oficial do Império Romano, e um Imperador cristão exercia autoridade suprema, cercado de uma corte formada de cristãos professos. Dessa forma, passaram os cristãos, de um momento para outro do anfiteatro romano para onde tinham de enfrentar leões, a ocupar lugares de honra junto ao trono que governara o mundo! (HURLBUT, Lyman Jesse. 1992, p.69).

Por outro lado, uma conquista com conseqüências favoráveis e prejudiciais aos ideais cristãos. Dentre as que foram mais favoráveis sem dúvida o cessar das perseguições foi a que imediatamente mais aliviou os ânimos dentro do Cristianismo. Pois, foram aproximadamente 300 anos de intensas e cruéis perseguições, onde muitos homens foram martirizados por sua escolha de seguir a religião cristã. Outros reflexos da vitória do Cristianismo logo efervesceram; além de por fim as sucessivas perseguições houve a tão sonhada liberdade de culto, isto é, das catacumbas, das casas, das reuniões que freqüentemente eram realizadas antes do clarear do dia por motivo de segurança dos religiosos, aos cultos (reuniões de adoração) realizados sem restrições políticas e geográficas.

De outra forma, o movimento se estendia ainda mais e a passos acelerados, pois igrejas foram construídas outras foram restauradas e de certa formar a essência dos ideais cristãos passaram a influenciar o conceito de todo o império em muitas áreas.

O domingo passou a ser observado como um dia separado para o descanso e a adoração; a crucificação (o método utilizado como sentença a criminosos condenados a morte) foi extinta; o infanticídio encontrou o seu fim (segundo a tradição romana os pais por insatisfação, podiam asfixiar ou abandonar seus filhos para morrer, caso não nascesse conforme o padrão de perfeição de seus pais). Tudo isso em função obviamente do valor que o Cristianismo dispensava a vida humana, fato que se estendeu também aos escravos pois, os mesmo não possuíam espécie alguma de direitos legais, quanto a sua integridade física e moral,caso se envolvessem em alguma situação problemática com os seus senhores, o movimento cristão passava a mudar os conceitos e posicionamentos de todos. Todavia, princípios que até bem pouco tempo eram considerados sem importância.

Embora fossem, a junção entre Religião e Estado trouxe prejuízo tanto para o primeiro como para o segundo.

Porém, a igreja e o Estado tornaram-se uma só entidade quando o cristianismo foi adotado como religião do Império, e dessa união inatural, surgiram males sem contas nas províncias orientais e ocidentais. No Oriente, o Estado dominava de tal modo a Igreja que esta perdeu todo o poder que possuía. No Ocidente, como veremos adiante a igreja, pouco a pouco, usurpou o poder secular e o resultado não foi cristianismo, e, sim, o estabelecimento de uma hierarquia mais ou menos corrompida que dominava as nações da Europa, fazendo da Igreja uma máquina política. (HURLBUT, Lyman Jesse. 1994.p.75)

Em suma, contabilizando os aproximadamente dois mil anos de História do Cristianismo, e analisando o período em que o movimento se ligou ao poder Imperial. O que pode se concluir, é que embora os prejuízos tanto para o movimento e seus ideais como para o Império e seus ideais tenha tornado-se uma realidade. A união de certo modo foi positiva para as duas partes, pois, não se pode desprezar que da forma em que ambas das forças se desenvolviam, ou de forma mais clara. Cristianismo crescendo em meio a constante perseguições e com um número de adeptos que já alcançava quase a metade da população, como seria o exercício de um governo diante de um povo que pensava e agia de forma tão diferente? e com um outro fator. Tão obstinado que não retrocedeu diante da violência em seu grau mais elevado.

Certamente, dentre muitas outras razões a paz que foi alcançada naquele período configurou-se num aspecto de indiscutível importância no que tange a análise da união entre Igreja e Estado. Obviamente sem desperceber os prejuízos que ambos sentiram tanto a curto como em longo prazo.

Depois da notável vitoria do Cristianismo o movimento continuou a crescer o tempo não parou e nessa perspectiva, entre os revezes e obstáculos, a religião passou por dois grandes desmembramentos.

1.4 - O PRIMEIRO GRANDE DESMEMBRAMENTO

O cisma de 1054 entre Roma e Constantinopla, como reflexo da nova realidade a qual se apresentava o Cristianismo como religião imperial, o imperador Constantino decidiu efetuar uma mudança que consistia em modificar a sede de seu império por razões que visavam aumentar a segurança e a estabilidade de seu governo, sem esquecer-se do fator religioso.

Decisão, porem que em longo prazo possibilitou uma divisão significativa no seio do fenômeno cristão. A saber:

O imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada a adoração pagã, cheia de templos, estatuas e o povo inclinado a antiga forma de adoração; enfim, uma cidade dominada pelo paganismo. Além disso, a posição geográfica de Roma em meio a imensas planícies, deixava exposta aos ataques dos inimigos (HURLBUT, Lyman, Jesse, 1994. p. 77).

As razões que levaram o imperador a modificar a sede de seu governo, por certo não visavam fomentar separações, divisões de qualquer espécie na religião que agora oficialmente refletia o ideal do Império. No entanto após quase sete séculos de 330 a 1054. Permeada por sentimentos de oposição quanto a questões teológicas. A divisão que já havia ocorrido no campo geográfico, imperial (governamental) onde o mundo romano se dividiu em Oriental e Ocidental, a gora se dividia na esfera eclesiástica.

Depois que os representantes do Oriente e do Ocidente não mais achando possível admitir ou concordar com o posicionamento doutrinário em função das diferenças, dividiram-se em 1054. Os modelos doutrinários teológicos que estavam em discussão entre os partidos gregos e latinos (movimento cristão grego e movimento cristão romano) consistiam em que os Romanos por um lado compreendiam como verdade sobre que o Espírito Santo (segundo a tradição cristã o Espírito Santo é considerado como a terceira pessoa da Trindade Santa que o mesmo procedia do Pai e Filho), "Filioque", já os gregos compreendiam como verdade que o Espírito Santo procedia apenas do Pai.

As divergências resvalavam em questões como o casamento, isto é, no que diz respeito a proibição ou a liberação entre os Papas ( Padre) a tradição grega compreendia como sendo correta a união os romanos não. Dentre os cristãos de origem grega não se admitia imagens ou estatuas em seus templos, já entre os romanos, as imagens e estatuas eram comuns:

Em resumo, um fator preponderante, dentre os que também propiciaram a divisão oficial das duas esferas, romana e grega, foi que os líderes eclesiásticos que estavam em Roma, almejavam intensamente, uma posição de soberania, ou seja, o Papa seria reconhecido como líder universal do movimento na terra. O que não era aceito pelos lideres de origens grega.

Enfim em 1054, as divisões são definitivamente estabelecidas depois da visita feita pelos representantes do movimento em Roma.

Agindo na sua qualidade de enviado do papa, o cardial redigiu um selo de excomunhão contra o patriarca Cerulário na manhã de 16 de julho de 1054, enquanto membros do clero grego se preparavam a celebração da eucaristia em Santa Sofia, as três entraram na igreja e depuseram o documento sobre o altar antes de partir da cidade. O patriarca reuniu um sínodo e quatro dias depois excomungou os legados papais, que então estavam na estrada de regresso na Itália. (IRVIN, Dale T. e SUNQUIST, Scott W. 2004, p487.)

1.5 - O SEGUNDO GRANDE DESMEMBRAMENTO

A Reforma Protestante, A pós o desligamento da igreja latina (Roma) naquela época (consciência) O movimento cristão continuou a desenvolver-se e acrescer. No entanto com reconhecida força e influência, a partir do movimento romano. A igreja em Roma, já não mais gozava da presença do poder imperial (Poder Governamental) porém, ainda desfrutava do poder religioso.

Desta forma, o que se viu neste episódio da historia do Cristianismo como fator de maior relevância no que diz respeito ao avanço, foi exatamente desenvolvimento do poder papal que correspondia em que precisamente no Papa,se desenvolveria um titulo como o de um bispo universal ou mundial que exerceria autoridade suprema sobre toda a igreja cristã existente no mundo.Todavia, uma realidade que não se estendia somente a igreja ou movimento cristã mais também na esfera secular, ou seja, autoridade sobre reis e imperadores no mundo inteiro.

Em síntese, o Papa desejava o domínio sobre todos os governantes de todas as nações, ambição que nem sempre foi possível, entretanto, esteve próxima em alguns momentos da historia.

O período culminante foi entre os anos 1073-1216 cerca de cento e cinqüenta anos em que o papado exerceu poder quase absoluto não somente na igreja, mas também sobre as nações da Europa. (HURLBUT ,,Lyman Jesse. 1994, p.103.).

Esse período é considerado por muitos historiadores como o período de trevas, em função de que todo ao conhecimento estava subjugado a necessidade, propósito da Igreja Cristã Romana e em verdade o que se observava no histórico eclesiástico sobre esse período é que os pensadores eram tolidos a não divulgarem qualquer espécie de raciocínio que depreciasse a perspectiva da Igreja quanto a realidade de todas as coisas, sob pena de morte (morte na fogueira) fogueira da inquisição, ou seja, dispositivo da Igreja Cristã responsável para análise e julgamento de eventos dessa natureza.

Ao passo que o movimento cristão crescia em influência e poder, as próprias nações vão paralelamente também desenvolvendo-se o que de certa forma trouxe um fim aos desígnios de domínio absoluto e ilimitados dos Papas e suas aspirações nesse período o movimento cristão não consistia em apenas ao que se observava na dita realidade Romana que se denominava oficialmente como Sacro Império Romano.

O que pode ser claramente compreendido pelo surgimento de cristãos que não participavam dos mesmos sentimentos, métodos e ideais do então Sacro Império Romano e mostravam-se em oposição, em prol de Reformas, são reconhecidos com pré-reformadores.

Enquanto os lollardos eram perseguidos na Inglaterra, dava-se um despertamento religioso noutro ponto da Europa, para a qual chamamos a atenção do leitor. Este despertamento teve como chefe o mártir reformador João Huss. (KNIGHT, A. e ANGLIN, W. 1987,p.189).

Conclusão se a primeira grande divisão ocorreu em um cenário onde o alvo principal da igreja ocidental era o acúmulo do poder, podemos observar que esse poder produziu outra grande divisão, não em função da posse poder em si, mas por irregularidades quanto as perspectivas das idéias cristãos descritos no livro sagrado (bíblia).

Desta forma, surgiu a reforma, conhecida hoje como reforma protestante que teve como o principal personagem Martinho Lutero.

A data exata fixada pelos historiadores como início da grande Reforma foi registrada foi em 31 de outubro de 1517. Na manhã desse dia, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittenberg um pergaminho que continha noventa e cinco teses ou declarações, quase todas relacionadas com a venda indulgências; porém em sua aplicação atacava a autoridade do papa e do sacerdócio.( HURLBUT, Lyman Jesse , 1994, p.141)

Uma citação que reflete um momento crucial no processo de desmembramento, mas, que não refletia o inicio do processo, pois como já foi visto, houveram antes de Martinho Lutero outros. Sendo assim, a atitude ousada e destemida de fixar na porta da catedral de Wittemberg, As 95 teses que contrariavam as incoerências do clero romano indiscutivelmente, foi o fator principal a culminar na separação do movimento cristão Católico romano. Pois a reação da liderança da igreja católica através do papa, foi à excomunhão de Lutero

Após longas e prolongadas controvérsias e a publicação de folhetos que tornaram conhecidas as opiniões de Lutero em toda a Alemanha, seus ensinos foram formalmente condenados. Lutero foi excomungado por uma bula do papa Leão X, no mês de junho de 1520. (HURLBUT, Lyman Jesse 1994 p.142)

O resultado ou as conseqüências deste período na história do movimento cristão, em função da incompatibilidade de visões e propósitos, foi à impossibilidade de uma reforma no interior da referida religião e sim um grande desmembramento Onde cada seguimento procurou percorrer seus próprios caminhos.

O movimento católico prosseguiu à sua maneira, com uma pequena reação chamada contra reforma, e até hoje, procurou manter-se de forma homogênea. Já, os ditos protestantes se diversificaram grandemente em inúmeros seguimentos.

Conclusão, a história do cristianismo, de certa forma fornece um legado extenso de acontecimentos, e indubitavelmente, devido essa premissa; uma conclusão unifocal, certamente não expressaria todos os fatores presentes nesse processo de origem e solidificação do Cristianismo como manifestação religiosa de grande influência mundial.

Todavia, os obstáculos vencidos, os limites quebrados e sem dúvida o alcance de milhares e milhares de pessoas em todo o mundo. Fazem do movimento cristão um verdadeiro fenômeno em todos os sentidos.

2 - HISTÓRIA DA IURD

O Cristianismo depois de diversas etapas no seu desenvolvimento e crescimento, desde sua origem como pôde se visto no capitulo anterior, alcançou o estátus de religião de grande parte, tanto na sua estrutura doutrinária quanto na sua projeção numérica e territorial. Nos dias atuais são encontrados vários seguimentos ou correntes dentro do que pode ser chamado como sistema de fé cristã, ou religião Cristã, exatamente pelo fato de que houveram divisões,cismas, durante o percurso de sua história.

E com propósito de compreendermos a origem da IURD, de antemão cabe-nos retroceder no tempo até o ano de 1529, quando já em estado Transparente e avançado; se solidificava à divisão do movimento cristão.

A divisão dos vários estados alemães, em ramos Reformados e Romanos, deu-se entre o Norte e o Sul. Os príncipes meridionais, dirigidos pela Áustria, aderiram a Roma, enquanto os do Norte se tornaram seguidores de Lutero. Em 1529 a Dieta reuniu-se na cidade de Espira, com o objetivo de reconciliar as partes em luta. Nessa reunião da Dieta os governadores católicos, que tinham maioria, condenaram as doutrinas de Lutero. Os príncipes resolveram proibir qualquer ensino do luteranismo nos estados em que dominassem os católicos. Ao mesmo tempo determinaram que nos estados em que governassem luteranos, os católicos poderiam exercer livremente sua religião. Os príncipes luteranos protestaram contra essa lei desequilibrada e odiosa. Desde esse tempo ficaram conhecidos como protestantes, e as doutrinas que defendiam também ficaram conhecidas como religião protestante. (HURLBUT, Lyman, Jesse, 1994, p.143)

O que de certa forma marcou o inicio de um número alto e variado de confissões em torno do Cristianismo, que são as chamadas "igrejas protestantes" (são consideradas protestantes, dentre outras razões, os seguimentos que se fundamentam num fator preponderante inerente a reforma luterana, no que diz respeito sua estrutura doutrinaria. (SOLA FIDE, SOLA GRATIA E SOLA ESCRIPTURA) que traduzido para o português significam (só a fé, só a graça e só a escritura).

A IURD é considerada como uma denominação de preceitos cristãos evangélicos, protestantes e Neopentecostais quando observamos e suas raízes e

essências. Nasceu em solo brasileiro, exatamente como um reflexo da reforma protestante, e o contínuo crescimento do protestantismo no mundo.

A fim de compreendermos mais profundamente a história da IURD como produto do protestantismo, torna-se relevante entendermos ainda que de forma sucinta como se assentou o protestantismo no solo brasileiro.

O Protestantismo chega ao Brasil precisamente no período colonial, através de missionários (nome dado a cristãos autorizados a difundir a mensagem cristã no mundo) enviados por uma comunidade cristã. Reformadores Holandeses, franceses e flamencos. Em 1557, foi realizado, o primeiro culto protestante no território brasileiro, iniciativa que não alcançou grande êxito, quanto à tentativa de implantar e desenvolver essa doutrina, Em função, da intolerância dos adeptos do movimento cristão católico, que já estavam assentados no Brasil, e da detenção que desfrutavam como movimento religioso dominante, (Religião e Estado).

Sendo assim, podemos observar que inicialmente o protestantismo não conseguiu assentar-se como provavelmente pretendia em solo brasileiro. Por outro lado, essa realidade não permaneceu imutável porque aproximadamente dois séculos e meio mais tarde, em 1811, representantes da igreja Anglicana e logo em seguida Luterana, em 1824, estabeleceram-se no Brasil e posteriormente as igrejas congregacional e presbiteriana, enfim, o reflexo da reforma, se estendia mais e mais.

Outra característica da IURD é a de pertencer a uma linha chamada Neopentecostal, Sendo assim, surge uma questão, o que significa Neopentecostal ou o Neopentecostalismo?Primeiro vejamos o que significa o movimento Pentecostal ou o Pentecostalismo.

2.1 - PENTECOSTALISMO

O Pentecostalismo é a terminologia doutrinária e teológica utilizada para identificar na imensidão de confissões protestantes, as que acreditam nos dons do Espírito Santo. De forma efusiva.

Segundo a literatura sagrada cristã, Deus, havia prometido uma espécie de revestimento de poder que seria entregue ao seu povo, esta promessa se mostra no antigo testamento mais precisamente no livro do profeta Joel Capitulo 2 verso 28.

E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito. (ALMEIDA, Ferreira João. 1995, p1133).

E que segundo a mesma literatura, a promessa se cumpriu após a morte e ressurreição de Jesus de Nazaré, exatamente, 50 dias depois, no dia da festa comemorada pelos judeus, com o propósito de agradecimento pela colheita abundante, concedida pelo seu Deus.

Quando orientados pelo próprio Jesus a permanecerem em Jerusalém, Os discípulos permaneceram na referida cidade até o momento do respectivo cumprimento profético, como pode ser observado nos escritos bíblicos que narram este acontecimento.

E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; E, de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. (ALMEIDA, Ferreira João. 1995,"p.1478)

Por estes fatos são destacados como pentecostais, os cristãos que semelhantemente ao ocorrido no dia da festa judaica chamada pentecostes, buscam o cumprimento dessa promessa, e por este fato, estes cristãos falam também em outras línguas (Glossolália, Línguas Estranhas) ou dom de línguas, sem esquecer os outros dons, como cura, profecia, prodígios e maravilhas etc. Ou seja, experiênciam essa indiscutível efusão espiritual.

O surgimento do pentecostalismo, o movimento chega ao Brasil precisamente nos anos de 1910 e 1911, com a vinda de missionários vindos, dos Estados Unidos. Mas a origem desta manifestação envolvendo o falar em outras línguas (Glossolalia) é indefinida, pois embora sem fundamentos confiáveis, sabe-se de cristãos afirmando terem experimentado a manifestação dos dons do espírito santo desde os tempos da reforma luterana, no século XVI.

No entanto, na história do protestantismo mundial, em 1906. Nos Estados Unidos (Los Angeles) na Rua Azuza, num galpão, onde Cristãos reuniam-se para orar ou de certa forma, cultuar, dirigidos por Willian Seymour, Em função da notória efusão espiritual caracterizada pela manifestação das línguas estranhas (Glossolalia) dentre outros tipos de dons. Esse ocorrimento é considerado como o inicio do movimento pentecostal propriamente dito. No que tange ao marco oficial após o segundo desmembramento do movimento Cristão.

Conclusão, a manifestação dos dons espirituais, como o citado Dom de línguas, na verdade tiveram e tem maior evidencia na própria narrativa bíblica, descrita em atos no novo testamento, quando houve a referida efusão espiritual no dia de pentecostes, ou seja, no cenário primitivo em que o movimento cristão crescia e se desenvolvia.

2.2 - AS TRÊS ETAPAS DO PENTECOSTALISMO NO BRASIL

O movimento Pentecostal que até os dias atuais vem crescendo constantemente é considerado como a matriz de onde emanaram os Neopentecostais, estabeleceu-se no território brasileiro primeiramente num período que perdurou meio século, ou seja, de 1910 a 1950, onde foram fundadas às igrejas, congregação Cristã no Brasil, Igreja Assembléia de Deus e Igreja de Cristo.

O segundo período ou etapa ocorreu logo em seguida, quando outros missionários enviados dos Estados Unidos, os representantes da International Church of The Foursquare Gospel, adentraram em solo brasileiro, em São Paulo, em 1950, fundando a igreja do Evangelho Quadrangular, o que também refletiu no surgimento de igrejas, como igreja pentecostal Unida do Brasil, igreja Brasil para Cristo, casa da Benção, igreja unida, igreja nova vida e outras criadas de menor envergadura.

A terceira etapa, também não durou muito tempo a se manifestar em 1970. Iniciou-se o chamado Neopentecostalismo. Porém com um fator diferente dos outros períodos, se nos primeiros dois períodos de 1910 a 1950 e de 1950 a 1970, onde o movimento é identificado por alguns especialistas e pesquisadores como Pentecostalismo Clássico e Deuteropentecostalismo.

Onde a implantação, ocorreu através de homens enviados de outras nações mais especificamente dos Estados Unidos, primeiramente com Lois Francescom, fundando a (congregação cristã no Brasil) e Daniel Berg e Gunnar Vingren fundando a (Igreja Assembléia de Deus) e em seguida, Harold Williams e Raymond Boatright, fundando (a Igreja do Evangelho Quadrangular) no Brasil.

No terceiro período, identificado como Neopentecostal, o surgimento de novas igrejas se dá com forte presença dos brasileiros fundando igrejas, como Edir Macedo (IURD - Igreja Universal do Reino de Deus) R.R Soares (Igreja Internacional da Graça de Deus) e outros.

2.3 - O NEOPENTECOSTALISMO

O Neopentecostalismo na verdade consiste numa vertente do Pentecostalismo. (porém, com perspectivas últimas, novas)

A terceira onda demarca o corte histórico-institucional da formação de uma corrente pentecostal que será aqui designada de neopentecostal, termo praticamente já consagrado pelos pesquisadores brasileiros para classificar as novas igrejas pentecostais, em especial a Universal do Reino de Deus. O prefixo neo mostra-se apropriado para designá-la tanto por remeter à sua formação recente como caráter inovador do neopentecostalismo. (MARIANO, Ricardo. 1999, p.33)

Conclusão o termo Neopentecostal, reflete a realidade de um movimento que surgiu a partir de outro movimento (Pentecostalismo), todavia, novos e independentes. Sendo assim, depois de percorrermos os primeiros passos ainda que de forma sucinta, quanto às raízes, podemos de maneira fundamentada nos dirigir à história da IURD. (Igreja Universal do Reino de Deus).

O início da IURD. Como foi exposto no capitulo anterior, um dos contrastes entre os dois períodos de implantação ou fundação do Pentecostalismo, foi que o mesmo se deu irrefutáltavelmente a partir de estrangeiros. Ao passo que as principais da igreja Neopentecostais, trazem brasileiros como fundadores;

Como exemplo especial, dois nomes, Edir Macedo e Romildo Ribeiro Soares (R.R. Soares). Hoje são destacados como os principais nomes das igrejas Neopentecostais nos dias atuais. Um dirigindo uma denominação. A saber, Igreja universal, com Edir Macedo e a Internacional da graça, com R.R. Soares.

A envergadura atual dessas duas denominações contrasta com o seu advento. Com seus números exorbitantes, quanto ao numero de fieis; quanto à quantidade de representantes em outros países (extensões de suas Igrejas), quanto ao espaço nos meios de comunicação, televisão, rádios e internet, sem falar de jornais próprios em circulação. Ou seja, realmente algo de grandes proporções.

Por motivos explícitos, quanto à proposta deste trabalho, o aprofundamento, ou melhor, o alvo principal será os elementos intrínsecos da IURD.

A igreja universal do reino de Deus e seus prédios suntuosos, seu grande número de membros, certamente são uma agradável conseqüência de uma trajetória de muito trabalho fé e ousadia. Edir Macedo com um teclado, uma caixa de som, um microfone e uma bíblia, iniciou seu ministério Cristão (serviço na obra de Cristo). Em uma empreitada evangelística, denominada Cruzada do Caminho Eterno. Que localizava-se, no jardim do Méier.

O exercito de pastores liderados pelo bispo Macedo começou a ser arregimentado em 1975, ano em que fundou A Cruzada do Caminho Eterno, entidade que também se chamaria Casa da Benção antes de mudar de nome definitivamente para igreja Universal do Reino de Deus. Foi um tempo de vacas magras. (TAVOLARO, Douglas. 2007, p.109).

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Um fato claro de determinação que se sobrepôs as situações inconstantes e adversas, mas que posteriormente registrariam o inicio de um verdadeiro Fenômeno. Os dias de pregação no jardim do Méier possibilitaram passos mais ousados pelo fato de um fator recompensador, (resultados). Pois de sábados em sábados, pouco a pouco o número de ouvintes foi aumentando até o ponto em que além da cruzada, os cultos passaram também a ser realizados num antigo cinema chamado Bruni Méier e posteriormente em outro espaço, porém de dimensões maiores (Cine Ridan)

Em meio a esse pequeno mais contínuo crescimento, o futuro bispo, Edir Macedo então pregador cristão, empreendia visitas as regiões da periferia, com fins de alcançar novos membros, promovendo batismos de imersão. Dentro desse pano de fundo, os dias e meses iam passando e Macedo sentia a necessidade de tomar uma importante decisão, quanto a seu futuro e de seu ministério, e a decisão consistia em já não seria possível conciliar o seu trabalho secular como seu intento como pregador do evangelho de Cristo.

Macedo trabalhava na loteria do rio de janeiro, há dezesseis anos, mas esse fato não foi o suficiente para tirar-lhe o foco ou mudar o desejo que lhe conduzira a pregar no coreto e visitar as comunidades carentes. Ou seja, desempenhar o seu chamado ministerial cristão, sendo assim, Macedo se desligou da instituição de onde retirava o seu sustento, e passou a se dedicar totalmente ao desenvolvimento e crescimento de seu serviço cristão.

Mas para alugar a antiga funerária foi necessário um fiador, o valor era puxado: 9.530 cruzeiros, a moeda daquele período. Edir recorreu à mãe, que prontamente aceitou ajudar. Eugênia, que naquela idade era chamada de Dona Geninha colocou como garantia seu único apartamento, situado no bairro carioca de Fátima. (TAVOLARO, Douglas 2007 p.112)

No dia 9 de julho de 1977, foi realizado o primeiro culto na igreja da benção, que dois anos mais tarde mudaria definitivamente de nome para Igreja Universal do Reino de Deus. Apesar da diferença de placa, institui-se, internamente, esse dia como data oficial do nascimento da Universal. (TAVOLARO, Douglas 2007 p.112)

Neste período, Edir Macedo e R.R.Soares, ainda trabalhavam em parceria,. Mas, uma parceria que teria seu fim, e um fim que ocorreu em 1980, por razões de divergência quanto ao direcionamento da igreja. Porém uma divisão que não abalou o crescimento da referida vertente do pentecostalismo, e que de certa forma foi benéfica para o movimento neopentecostal, pois o que se vê, são duas grandes igrejas desenvolvendo o seu trabalho no Brasil, de forma madura e sólida. (Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Internacional da Graça de Deus).

2.4 - PERSEGUIÇÕES E CRESCIMENTO

A história da IURD, de certa forma possui traços que a assemelham com a história do Cristianismo, pois assim como a história do Cristianismo está repleta de momentos de perseguições, fé e milagres, não necessariamente da mesma forma, a história desta igreja neopentecostal produto da expansão do movimento cristão mundial. Apartir do momento em que começou a crescer, cresceram também os problemas, (uma história turbulenta, de superação e de conquistas).

Acusação de charlatanismo, curandeirismo e estelionato, o grande crescimento que hoje se observa na estrutura da igreja universal é sem dúvida algo digno de atenção. No entanto, seu crescimento é também marcado por alguns momentos de muita confusão, dentre eles, veremos alguns como a prisão de Edir Macedo, o chute na santa etc..

O mandato de prisão do bispo tinha sido expedido dois dias antes. Quem assinou o documento foi o juiz paulista Carlo Henrique Abraão, até então um jovem magistrado de 31 anos. Abraão cobria férias de trinta dias da juíza titular da 21ª zona criminal de São Paulo, quando decidiu expedir a ordem de prisão. Edir Macedo não tinha antecedentes criminais, comparecia a todos os interrogatórios e tinha residência fixa. Mesmo assim foi detido sob as acusações de estelionato, charlatanismo e curandeirismo, com as justificativas de que era necessário prosseguir a investigação e de que poderia fugir do país (TAVOLARO, Douglas, 2007 p.38)

Esta citação relata os motivos pelo qual, o bispo Macedo com seus 47 anos de idade estava sendo preso, situação que perdurou por 11 dias, na delegacia de Vila Leopoldina, na avenida doutor Gastão Vidigal, 307, no dia 24, de maio, de 1992.

Prisão um tanto quanto inconstitucional, haja vista que todos os cidadãos brasileiros, legalmente, possuem direitos de liberdade religiosa. Ou seja, direito de crer no que quiser ou em quem quiser. Mas ainda assim, a prisão foi efetuada e Edir Macedo experimentou duros momentos por essa ocasião. Porém os efeitos dessa prisão que mais tarde foi considerada como arbitraria, trouxe alguns benefícios. Desta forma, podemos verificar outra semelhança da história da IURD com a do Cristianismo, que pelas autoridades judaicas foi perseguido como uma seita e posteriormente pelo Império Romano como uma superstição. Pelo fato de que em meio a essas turbulências, ambos não pararam de crescer, motivados por um firme objetivo de prosseguir, mantiveram-se firmes sem retroceder.

Portanto, durante todo o segundo século, todo o terceiro e parte do quarto, o império mais poderoso da terra, exerceu todo o seu poder e influência para destruir aquilo a que chamavam "superstição cristã". Durante sete gerações, um nobre exército de centenas de milhares de mártires conquistou a coroa sob os rigores da espada, das feras na arena e nas ardentes fogueiras. Contudo, em meio à incessante perseguição, os seguidores de Cristo aumentaram em número, até alcançar quase metade do Império Romano. Finalmente um imperador cristão subiu ao trono e por meio de um decreto conteve a onda de mortes. (HURLBUT, Lyman Jesse 1994 p.16)

Como comenta Ênio da Costa Brito, citado por Douglas Tavolaro.

A igreja universal é sem dúvida a maior representante do movimento neopentecostal brasileiro. E boa parte disso se deve à gestão do Bispo Edir Mecedo. O que foi construído por ele nos 30 anos da igreja é impressionante, um verdadeiro império. Independente do que se acredite, é inegável que ele sabe muito bem o que está fazendo. É uma pessoa obstinada, de muita determinação – Analisa Ênio da Costa Brito, professor titular de religião na pós-graduação da pontifícia universidade católica de São Paulo. (TAVOLARO, Douglas 2007 p.54)

Sendo assim, aquilo que poderia fragilizar, acabou promovendo um sólido fundamento, pois, parece que todas as situações vivenciadas, quer de acertos e de erros, junto as perseguições ajudaram a formar uma denominação de bases firmes e profundas.

2.5 - FUGA DAS AUTORIDADES

A proposta deste trabalho consiste, entre outras coisas, observar em profundidade os principais símbolos juntamente com alguns rituais da igreja universal, quanto ao seu significado. Contudo, não a partir de uma perspectiva etnocêntrica; sem os pressupostos usuais dos que apenas de longe observam o funcionamento da IURD, como instituição religiosa.

Fato que explica a produção de um texto que procurará conscientemente apresentar as idéias, as origens e a história a partir da visão da própria IURD. Assim sendo, as informações aqui levantadas poderão contrastar com análises de outras fontes. Exatamente pelo motivo de que sem o mesmo foco, expressaram a sua compreensão do que entendem ser a IURD, e tudo o que a mesma representa.

Uma circunstância demasiado turbulenta foi à fuga do bispo Macedo da policia. Por razões de um mandado de prisão o então líder Edir Macedo, precisou fugir no sentido literal, avisado que teria a sua liberdade retirada ele, e Honorilton Gonçalves em posse de um automóvel passaram um dia escondendo-se de casa em casa antes de se apresentarem a policia federal.

Um episódio que não teria um peso tão significativo se houvesse ocorrido em uma data diferente, pois na ocasião referida, a IURD estava envolvida em uma empreitada religiosa de grande envergadura. Ou seja, uma concentração no estádio Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro, havia sido marcada. Contudo, mesmo diante de toda essa turbulência a concentração foi realizada, e segundo dados referentes à lotação de pessoas no estádio, o número foi de 120 mil pessoas.

Conclusão, o saudo total obviamente sem anular todo o desgaste sofrido pelos envolvidos nessa experiência angustiante, primeiramente o próprio líder Edir Macedo, que precisou fugir da polícia de forma humilhante, e depois os membros. O saldo pode ser considerado como positivo. O bispo embora debaixo de grande dificuldades judiciais acabou não sendo preso e a concentração. Não obstante os acontecimentos a concentração foi realizada sem prejuízos extremos.

Na madrugada de domingo, Edir Macedo e Honorilton Gonçalves viajaram de carro para São Paulo. Pouco antes das oito horas da manhã, o bispo se apresentou na sede da Polícia Federal, no centro da cidade. Foi um dia de depoimentos sob a tutela de Antonio Decaro Júnior, o delegado que mais presidiu intimações ao bispo da universal da década de 1990. Edir conta que aguardou o dia inteiro pelo fim dos interrogatórios. (TAVOLARO, Douglas 2007 p.184).

2.6 - PROBLEMAS COM A IMPRENSA

Mais uma circunstancia difícil para a liderança da IURD e seus membros. Se os problemas judiciais indiscutivelmente exigiam forças, atenção, tempo e recursos. Outro vento contrário soprava contra a integridade moral da referida instituição religiosa e conseqüentemente contra o seu crescimento e desenvolvimento.

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Exposto como produto de arrecadação de ofertas, ou seja, sacolas cheias de dinheiro

A Rede globo, uma das maiores empresas de comunicações do mundo, exibia no ano de 1995, reportagem concernente ao exercício de exorcismos e recolhimento de ofertas (valores) em culto de religiões protestantes, juntamente com uma imagem onde obreiros ou trabalhadores da IURD, carregavam sacolas de grande volume cheia do dinheiro dos fiéis. Algo que certamente beneficiaria a sociedade brasileira se não fosse por um fato de indiscutível relevância. Os cristãos em sua essência estão de baixo de perspectiva global. Dessa forma, desenvolven-se com o intuito de pregar o evangelho por todo o mundo. Vejamos o que a literatura cristã nos oferece a esse respeito.

E disse-lhes: Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguiram os que crerem: em meu nome expulsaram demônios; falaram novas línguas; pegaram nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. (ALMEIDA, Ferreira João. 1995, p.1335)

O que explica dentre outras coisas, a necessidade de recursos, como os exorcismos e as curas. Pois como seria possível enviar pessoas para nações distantes sem a cooperação dos membros. Haja vista, que o movimento cristão evangélico não recebe subsídios do governo para os seus propósitos religiosos expansionistas. Falo especificamente do protestantismo Brasileiro.

Sendo assim, reportagens de qualquer espécie que não considere a verdade particular de seu objeto de estudo Pode incorrer num equívoco, ao invés de produzir um trabalho útil e imparcial quanto ao conteúdo analisado, vem produzir o inverso, algo tendencioso e prejudicial a todos.

No caso, onde os personagens da universal, foram exibidos como se estivessem carregando sacolas cheias de dinheiro, a IURD, se posicionou esclarecendo que as sacolas carregavam apenas pedidos de orações. O que na realidade não faria diferença. Qual seria o problema se uma instituição que não recebe ajuda financeira de órgão governamental algum, estivesse recebendo doações de seus próprios membros ou de pessoas dispostas a cooperar com os desígnios de uma instituição de perspectivas globais. Mais uma vez a "Visão Etnocêntrica" como é visto na antropologia, conduziu alguns a percepções incoerentes ao seu objeto de análise, sendo que a mesma se limita a investigação e a uma observação unifocal, quando o melhor seria uma bi, tri, ou poli-focalização dos fatos investigados.

Imagens constrangedoras dos pastores Universais, No dia 22 de dezembro de 1995. O ex-pastor da Universal, Carlos Magno de Medeiros, em matéria exibida pela rede globo, forneceu vídeos, imagens onde a liderança da universal de forma flagrante contava o dinheiro arrecadado dos cultos, e nesse caso específico, dólares em notas de cem. De pastores, após um jogo de futebol, onde Edir Macedo ensinava outros pastores a pedir oferta aos fiéis e outra imagem onde o bispo Macedo aparece dançado forró em Copacabana.

Desde o período em que as sacolas com orações de fieis foram expostas como se estivessem cheias de dinheiro. Matéria jornalística que sem dúvida prejudicou a imagem da instituição. O bispo Macedo decidiu revidar os ataques sofridos na imprensa utilizando espaço na rede Record em um programa chamado 25º hora locado pela IURD, com o fim de transmitir discussões relacionadas à Rede Globo e seus reflexos diante da sociedade brasileira.

Estava iniciada a guerra, pois ao passo que era atacada, a IURD revidava através do programa chamado 25ª hora, transmitido pela madrugada.

No entanto, a respeito das imagens divulgadas onde alguns líderes filmados em momentos de alegria suspeita vejamos o que explica o próprio Edir Macedo.

Queremos saber o que ele sentiu ao ver as cenas. –Nada. Aqueles eram simples momentos de descontração. Não havia nada demais, não fizemos nada de errado, não havia pecado. As imagens foram claramente manipuladas para a construção de uma reportagem negativa, perversa e difamatória. Perguntamos se Edir Macedo e os demais dirigentes da Universal estavam mesmo vivendo momentos de lazer em Angra dos Reis. - E o que há demais? O pastor da Igreja Universal dedica 24 horas a seu trabalho. Televisão, rádio, cultos, orações. Nossos pastores não tem descanso, com exceção de um sábado ou outro. São voltados exclusivamente a ajudar centenas de pessoas que, todos os dias, chegam destruídas às nossas igrejas. Naquele dia, os pastores e suas esposas estavam juntos, como sempre acontece. Era um instante de folga. Eles brincam entre si, é natural, somos gente como qualquer um. (TAVOLARO, Douglas. 2007 p.200-201)

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