Nos ladrilhos da memória: um breve estudo sobre ruas de breves



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. A rua e a memória
  4. Espaço e sociabilidade
  5. Considerações finais
  6. Referências

Lembrar não é reviver, mas re-fazer. É reflexão, compreensão do agora a partir do outrora, é sentimento, reaparição do feito e do ido, não sua mera repetição (BOSI, 2003, p. 20).

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar a relação entre a rua, espaço e memória, tomando como lócus do trabalho de campo a cidade de Breves, localizada ao arquipélago do Marajó, no estado do Pará. O lugar pode ser uma referência, no entanto, o enfoque deste trabalho consiste em dialogar com as memórias de citadinos e apresentar a rua como um espaço de interação e de sociabilidade. Por intermédio do estudo das ruas, foi possível perceber uma relação entre os nomes e a reprodução da memória histórica e social difundidas nas vias públicas do município.

Palavras-chave: Breves. Rua. Nomes. Memória social. Sociabilidade.

ABSTRACT

This research aims to analyze the relationship between the street space and memory, taking as a locus of the fieldwork city of Breves, located to the archipelago of Marajó, in the state of Pará. The place can be a reference, however, the focus of this is to talk to the townspeople's memories, and present the street as a space for interaction and sociability. Through the study of the streets, it was possible to see a relationship between the names and the reproduction of the historical and social memory disseminated on public roads in the municipality.

Keywords: Breves. Street. Names. Social memory. Space.

LISTA DE SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

INTRODUÇAO

O município de Breves, espaço urbano definido como objeto deste estudo, localiza-se na mesorregião do Marajó e microrregião Furos de Breves, no estado do Pará, foi criado pela Lei Provincial nº 200, de 25 de outubro de 1851, com a elevação da Freguesia Nossa Senhora Santana dos Breves à condição de Vila, posteriormente à categoria de cidade, pela Lei Estadual nº 1122, de 10 de novembro de 1909, tendo alteração toponímica municipal de Nossa Senhora de Santana dos Breves para Breves, pela Lei Estadual nº 1122, de 10 de novembro de 1909.[1]

O nome Breves foi atribuído ao município em homenagem aos portugueses Manoel Maria Fernandes Breves e Ãngelo Fernandes Breves, os primeiros colonizadores residentes na Sesmaria "Missão dos Bocas", concedida pelo Capitão-General João de Abreu Castelo Branco em 19 de novembro de 1738, e confirmada pelo rei de Portugal em 30 de março de 1740, onde fundaram um pequeno engenho e fizeram plantações de roças.[2]

Na Amazônia brasileira, o município de Breves ocupa uma área territorial de 9.549,52 km² no estado do Pará, cuja sede municipal está situada entre as coordenadas geográficas – 50°28"48,00W e -01°40"55,20" S. O território de Breves tem relações geopolíticas e limita-se com os municípios de Afuá e Anajás (ao norte); Melgaço e Bagre (ao sul); Anajás, São Sebastião da Boa Vista e Curralinho (a leste); Gurupá e Melgaço (a oeste).[3]

A configuração territorial da região de Breves é formada por ecossistemas de várzea igapós, campos e terra firme, e abrange um grande número de ilhas, interligadas e margeadas por inúmeros cursos d"água denominados igarapés, furos, canais, paranás e estreitos, por onde escoam as águas dos rios Amazonas e Tocantins.[4]

Neste trabalho, as ruas de Breves são tratadas como espaços de sociabilidade, onde se dinamizam as relações políticas, econômicas e socioculturais, além das trocas de experiências e de saberes entre indivíduos e/ou grupos sociais urbanos. Todos esses elementos consolidam as práticas e ações sociais, conforme as transformações ocorridas no tempo e no espaço.

Aliado ao estudo sobre as ruas, e também "para que não se perca o sentido que moveu a nomeação é imprescindível o acompanhamento permanente de outros processos de informação e educação como o ensino de história e as festas cívicas" em sala de aula, é provável que, com o passar do tempo, o significado da sua nomeação torne-se mais relevante do que uma referência de lugar, segundo a concepção de Bittencourt (1988). Portanto, "se é possível identificar atitudes universais nessa estratégia de nomear ruas, é necessário perceber o seu entrelaçamento com as experiências locais", na visão de Porto (1996).


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