Etologia de Phantera Onca em cativeiro com propostas de enriquecimento ambiental



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Materiais e método
  4. Resultados e discussão
  5. Conclusão
  6. Referências bibliográficas

RESUMO

Avaliou-se o efeito do enriquecimento ambiental no recinto de uma Panthera onca preta, realizada através do uso de erva de gato, fezes de zebra híbrida e de lobo guará e rastros de sangue pelo recinto. Utilizou-se o método de amostragem focal de acordo com Altmann, J. 1974 e para análises estatísticas utilizou-se o Teste de Tukey (p<0,05).

Tendo a erva de gato como melhor resultado, onde proporcionou maior locomoção, farejou e forrageou mais que os outros enriquecimentos, seguido da utilização do sangue e depois as fezes.

Palavas-chaves: Estresse.Recinto.Erva de gato.Comportamento animal.

INTRODUÇAO

Estudos sobre comportamento animal têm aumentado devido à intensificação de problemas relacionados ao seu bem estar, pois é comum em ambiente de cativeiro o surgimento de indicadores de problemas de bem-estar (Costa & Pinto 2003), incluindo severos distúrbios como doenças, isolamento, depressão (Sapolsky 1993, Boere 2001) e comportamentos anormais. Esses ambientes, são caracterizados por serem pobres, com baixas expectativas de estímulos o que acaba por fazer com que os indivíduos não consigam expressar o comportamento normal diário típico de sua espécie (Clarlstead, 1996).

A Phantera onca possui alta exigência ecológica, como a necessidade de grandes áreas e boa qualidade de habitats tornando essa espécie sensível a perturbações ambientais de origem antrópica (Swank & Teer, 1989). É considerado o maior felídeo das Américas e o terceiro no mundo, classificado pela União Internacional para Conservação da Natureza, como quase ameaçado (Silveira, et al., 2006).

Segundo LeGaux, 2001 o propósito de enriquecer é ter um incremento na atividade reprodutiva; estimular repostas positivas ao público; reduzir o comportamento estereotipado, o estresse, a agressão e a automutilação e promovendo o desenvolvimento de um comportamento normal" nos animais cativos.

A finalidade desta linha de pesquisa é observar modificações comportamentais durante a rotina da Panthera onca, associada à introdução de estratégias em enriquecimento ambiental no recinto.

MATERIAIS E MÉTODO

Este trabalho foi executado nas dependências do Parque Zoológico de Goiânia, localizado no perímetro urbano da cidade de Goiânia-Goiás, (Brasil), longitude e latitude respectivamente de 16°40"58.47"S e 49º16"20.76"O, no período de janeiro de 2008.

Foi avaliada uma fêmea Panthera onca (Felidae), com idade de 21 anos, com peso de 54 Kg, animal nascido em cativeiro no Parque Zoológico de Sorocaba-SP no ano de 26 de fevereiro de 1987.

As coletas de dados ocorreram em três etapas distintas: antes, durante e depois de oferecido os estímulos de enriquecimento, com 10 minutos cada, conforme esquema adotado com sucesso em outros zoológicos brasileiros. O método de observação utilizado foi o de amostragem focal quando há um único animal no recinto (Altmann, J. 1974). E o método de registro adotado foi o instantâneo com intervalos de 30 segundos, com todas as atividades e reações descritas no etograma (Tabela I).

O recinto é composto por duas salas de cambeamento, um tanque, gramado, totalizando uma área de 10m de comprimento por 6m de largura.

Para o enriquecimento foi utilizado um tronco de árvore com erva de gato (Nepeta cataria) e com fezes de zebra híbrida e de lobo guará (Figura 1), para observar o que os cheiros estimulavam no animal e rastros de sangue até o alimento, sendo este colocado em outro lugar sem ser o de costume, para estimulação do olfato e instinto de caça.

A coleta de dados etológicos também nos proporciona a análise estatística das alterações comportamentais nos animais, avaliando assim a eficácia do enriquecimento e para essa análise foi utilizado o programa Graftad in stat versão 3.0, através do Teste de Tukey (p<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSAO

Na primeira etapa avaliada que consiste em antes do enriquecimento, o animal se mostrava em descanço sem ter feito qualquer atividade, não se locomovia, já que de acordo com a Agência Amazônia, 2006 uma onça pode caminhar 50 quilômetros por dia e outra característica observada foi o pacing, caracterizado como comportamento estereotipado que são aqueles comportamentos sem função aparente e repetidos regularmente (de maneira praticamente idêntica), como os felinos que andam de um lado para outro em seus recintos. e por último o esturro.

Atividades como farejar e forragear não foi visto nenhuma vez nesta etapa.

Nas etapas com o enriquecimento, a primeira fase foi feito com a eva de gato (Nepeta cataria), as reações no animal com o uso foi de locomoção, o farejar e o forragear (Figura 2).


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