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A sociedade orgânica (página 4)


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O homem moderno não tem se perguntado se existe uma forma diferente de reformular as instituições. Continua-se com a idéia de se basear em estruturas burocráticas e mecanicistas, ainda que esteja-se continuamente introduzindo flexibilidade na estrutura, para o Estado melhorar o cumprimento de sua função. E se fosse considerada uma forma diferente de enxergar e modelar as instituições?

Aí surge uma justificativa para nossa proposta. Partindo da consideração da realidade ser enxergada como uma estrutura orgânica e o comportamento do ser humano como uma manifestação de seu nível de consciência, pode-se aspirar a desenhar instituições mais acordes com uma realidade harmônica, permitindo apresentar uma perspectiva em que o Estado possa ser abordado de forma orgânica.

4.3- O ESTADO ORGÃNICO

Dentro da concepção orgânica da Sociedade e de suas instituições, tanto o Estado como a Sociedade constituem estruturas orgânicas, em que suas unidades interagem espontaneamente dentro da dinâmica social. O Estado constituirá em si uma unidade, isto é, com funções bem determinadas dentro da estrutura, que serão: a) fornecer as condições necessárias para o bom cumprimento da função das outras unidades; e b) intervir quando for necessário, para proceder à resolução de um impasse que impeça a interação espontânea entre duas ou mais unidades, no decorrer da dinâmica própria da estrutura.

A função principal do Estado será assegurar o correto funcionamento das unidades que formam parte da dinâmica social, como a unidade coordenadora geral. O Estado Orgânico cumprirá a função de permitir e garantir o bom desempenho das instituições sociais. Ele não assumirá um papel protagonista nem interventor da dinâmica social. Ele acompanhará o processo de desenvolvimento natural das estruturas sociais, coordenará o funcionamento da estrutura, e contribuirá para que cada unidade cumpra a sua função. Assim, o Estado Orgânico ficará livre de uma série de prerrogativas que passarão a estar sob a responsabilidade das pessoas e das unidades que constituem a sociedade.

Assim, o Estado Orgânico terá uma presença constante dentro da estrutura orgânica da Sociedade, como uma unidade orgânica cuja função será garantir o bom funcionamento da estrutura. A figura 4.1 mostra a presença do Estado na Sociedade, e a conexão do Estado com as diferentes unidades (por ex. A e B), que, caso for necessário, interagirá com as unidades para restabelecer a conexão que lhes permita cumprir com funções delas.

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Fig. 4.1: O Estado e a Sociedade Orgânica

Dentro do projeto destinado à implementação da Sociedade Orgânica, o Estado fará parte de uma estrutura orgânica e ele será visto como uma unidade orgânica. Sua função será a de providenciar as condições adequadas para o estabelecimento e funcionamento das diferentes unidades. O Estado servirá como unidade coordenadora geral, sem por isso impedir a interação livre entre as unidades.

O Estado poderá ser visto como uma Comunidade Orgânica Coordenadora, em que sua função, longe de dirigir ou implementar medidas, será a de facilitar a interação das instituições orgânicas.

4.4- A PASSAGEM DO ESTADO MODERNO AO ESTADO ORGÃNICO

A passagem do Estado Moderno ao Estado Orgânico deve ser implementada em três etapas claramente diferenciadas, em que o Estado irá modificando tanto suas funções quanto sua estrutura e funcionamento.

4.4.1- Primeira Etapa

Nessa etapa inicial, o Estado reconhece, junto com a Sociedade, a necessidade de seguir adiante na implementação de um modelo de organização social baseado em princípios orgânicos. Da mesma forma em que se estabeleceu o processo de implementação de Políticas Públicas destinadas à criação das Comunidades Orgânicas, o Estado implementará aquelas medidas que conduzam à modificação de sua estrutura, funcionamento e papel perante a sociedade.

O princípio de autonomia instalar-se-á na própria dinâmica da estrutura da Sociedade Orgânica nascente, em que o Estado reconhecerá o seu papel de intermediador, facilitador e coordenador, para providenciar as condições que conduzam ao estabelecimento da Sociedade Orgânica, e as diversas unidades orgânicas assumirão a iniciativa e liderança do novo tipo de organização social. O providenciamento dessas condições inclui:

  • Instauração de um estado jurídico em que se estabelecerão os princípios orgânicos como alternativas de organização social

  • Implementação das Políticas Públicas destinadas ao estabelecimento das Comunidades Orgânicas (indicadas no capítulo das CO)

  • Implementação de um sistema informatizado em rede que permita o livre fluxo de informação, conhecimentos e troca de dados e recursos materiais entre os diferentes setores da população

  • Delegação progressiva das responsabilidades próprias do Estado Moderno nas mãos das unidades orgânicas

  • Estabelecimento de programas de educação e conscientização para a aceitação e espalhação do paradigma orgânico

A Estrutura Orgânica fará parte integral do projeto de implementação das Comunidades Orgânicas, portanto, o Estado assumirá um "comportamento" orgânico face ao estabelecimento delas. Lembremos que a hierarquia será substituída pela coordenação de funções, e a liderança passará de unidade em unidade segundo as necessidades da tarefa a ser executada. O Estado não assumirá um comportamento burocrático perante o projeto, em que as decisões forem de cima para baixo ou assumindo o controle da situação. Assim, o Estado constituirá uma estrutura orgânica, que coordenará e fornecerá as condições necessárias para sua implementação e funcionamento.

Para isso, o Estado facilitará o processo que conduza a assimilação estrutural de sua nova identidade orgânica, em que a descentralização, a autonomia, a flexibilidade e as relações em rede, determinarão uma forma diferente de exercer a sua função. Em princípio sugerem-se as seguintes medidas:

  • a) O aparelho estatal tradicional deslocará seus organismos a cada um dos estados federados, levando a cabo a verdadeira descentralização da administração pública, mediante a criação de "mini-ministérios" em cada estado, desaparecendo o Ministério central burocrático tradicional. Os mini-ministérios harmonizarão suas Políticas Públicas e a forma de implementá-las, assumindo sua identidade orgânica, mediante a execução de suas tarefas em forma de rede. Em esta primeira etapa, a identidade burocrática tradicional do Ministério será substituída por uma identidade coordenadora encarregada, não de dar ordens às unidades subalternas, mas de coordenar as diferentes funções que o organismo estatal deve cumprir, através da ação dos mini-ministérios.

  • b) Se substituirão todas as relações hierárquicas por relações de coordenação em todos os órgãos da Administração Pública, encorajando assim o trabalho em equipe, e incentivando o funcionamento em rede. A liderança será assumida de forma alternativa conforme os projetos a serem cumpridos, estabelecendo a flexibilidade e a igualdade como base nas relações trabalhistas.

4.4.1.1- Manutenção da Ordem e respeito dos Contratos

Em relação à manutenção da ordem e o respeito dos contratos, é necessário reconhecer que dependem mais de um estado interno de cada pessoa e sua relação com as outras pessoas do que de condições externas, sejam estas condições chamadas repressão ou comportamento civilizado.

Do ponto de vista da repressão, uma pessoa tenderá a respeitar as leis mais pelo fato de ela temer a possibilidade de ser punida pelo Estado do que pelo fato de o Estado realmente exercer essa ação. O efeito de coerção exerce a sua influência em escalas pequenas: o roubo, a corrupção e as infrações de trânsito são punidas na medida em que são minoritárias em relação ao comportamento de todas as pessoas, e o efeito demonstrativo da repressão evita essas ações a grande escala. A maioria dos cidadãos possivelmente jamais verá a ação punitiva do Estado sobre si mesmos, mas o fato de tê-la visto em outras pessoas exerce a nível interno um efeito repressivo. Porém, se os delitos acontecessem em grande escala, dificilmente o Estado poderia punir a totalidade das pessoas, revelando a sua incapacidade para exercer o seu efeito repressivo.

Consideramos importante destacar que a capacidade do Estado Moderno para zelar pela ordem e o respeito dos contratos, reside mais na capacidade de dissuasão do que na real capacidade de lidar com a desordem e/ou o desrespeito dos contratos em grande escala. O seu poder existe enquanto o número de pessoas que não zelam pela ordem ou respeitam os contratos são minoria, pois se a grande maioria decidisse não manter a ordem e desrespeitar os contratos, o Estado revelaria a sua incapacidade para cumprir com a sua obrigação. Além do mais, ele não teria mais legitimidade, pois segundo as regras democráticas, o seu fundamento reside na decisão da maioria, e se a maioria decidisse não manter a ordem ou desrespeitar os contratos, então ele deveria acatar a decisão. Mas, não queremos ir tão longe ao ponto de pôr em perigo a existência de uma sociedade baseada na ordem e nos contratos. O que queremos assinalar é o seguinte: se a grande maioria decidir manter a ordem e respeitar os contratos por uma questão de consciência e não por uma questão de coerção da força pública, então o Estado deveria aceitar essa realidade e teria que decidir o exercício de outro papel.

Com isso estamos afirmando que o importante é o estado interno dos cidadãos e não as condições externas, mesmo que elas conduzam ao mesmo resultado aparente. O Estado faz parte fundamental das condições externas, mas essas condições externas são o reflexo do estado interno das pessoas. O Estado será o que as pessoas queiram que seja. Se as pessoas quiserem ordem e o respeito dos contratos, o Estado encarregar-se-á de cumprir os desejos das pessoas, mas a origem desse desejo está nas pessoas, e portanto, o Estado justificará a sua existência enquanto existir a incapacidade de as pessoas transporem o estado interno de ordem e respeito para o lado externo das coisas, ou enquanto forem maioria aqueles que formam o grupo dos que não tiverem ordem e respeito a nível interno.

Mas, em uma sociedade orgânica, em que a consciência ocupará um lugar preponderante tanto no comportamento das pessoas quanto do seu relacionamento com seus semelhantes, a maioria das pessoas (senão a totalidade) desejará em nível interno a ordem e o respeito dos contratos, e portanto, a ordem e o respeito dos contratos baseados na consciência e o desejo de atingir o bem estar geral serão a regra das relações organizacionais e sociais.

4.4.2- Segunda Etapa

Numa segunda etapa, o Estado começará a transferir suas funções para as mãos das entidades orgânicas que forem surgindo. A sua função tradicional de dirigir e intervir será aos poucos substituída pela função de coordenar, desobrigando-se de uma série de responsabilidades que poderão ser cumpridas pela sociedade consciente.

Assim, o Estado valer-se-á de uma série de prerrogativas dadas pelos cidadãos (não esquecendo que o Estado existe por e para eles) que abrangerão as seguintes áreas:

  • a) Área Executiva: 1) garantirá as condições necessárias para o bom cumprimento da função das outras unidades; 2) intervirá quando for necessário, para proceder à resolução de um impasse que impeça a interação espontânea entre duas ou mais unidades, no decorrer da dinâmica própria da estrutura; 3) coordenará a instalação progressiva da estrutura orgânica da sociedade, junto com os diferentes atores que sejam dispostos para tal fim (Ex.: comunidades científicas, organizações políticas, ONGs).

  • b) Área Legislativa: as principais regras jurídicas em uma Sociedade Orgânica serão aquelas indicadas pela consciência. As regras da Sociedade Orgânica irão em prol da harmonia da dinâmica social, do crescimento pessoal dos indivíduos e do respeito do meio ambiente, social, cultural e natural. A convivência pacífica das pessoas, o objetivo comum expresso em sociedade, o reconhecimento de formar parte da mesma espécie e de ter propósitos similares formam parte do reconhecimento de uma lei fundamental, a Lei Suprema: a Lei do Amor. O reordenamento jurídico da Sociedade basear-se-á no reconhecimento da Lei Suprema como objetivo orientador da dinâmica social. O Estado Orgânico e a Sociedade Orgânica acordarão o estabelecimento dessa Lei, e as leis decorrentes provirão da observância da lei fundamental, através do comportamento consciente das pessoas. As regras que moldarão a dinâmica social se basearão na Lei Fundamental, que nos permitirá reconhecer-nos como parte de um todo indivisível, harmônico por essência, e respeitoso tanto da individualidade das pessoas quanto do seu relacionamento com o entorno. O Estado, junto com a sociedade, adequará o funcionamento e a estrutura das instituições sociais ao cumprimento da Lei Suprema.

  • c) Área Política: encarregar-se-á de definir, junto com a sociedade, os meios que irão permitir aos cidadãos estabelecer a relação entre eles e as instituições sociais, de comunicarem livremente suas opiniões e de formarem parte ativa da dinâmica social, mediante os serviços que eles possam oferecer à sociedade, da forma que eles considerarem conveniente. A comunicação interativa e retroalimentada entre o Estado e os cidadãos será parte fundamental desse processo, em que a ferramenta informática desempenhará papel decisivo para atingir esse objetivo.

  • d) Área Judiciária: em uma Sociedade Orgânica, onde a tendência de cidadãos cada vez mais conscientes, consideramos desnecessário um sistema judiciário encarregado de velar pelo cumprimento das normas e pela punição dos crimes cometidos por elas. Em uma Sociedade Orgânica, a verdadeira punição provirá dos mesmos cidadãos, pela consciência de ter agido contra da Lei do Amor. No caso de um cidadão não estar consciente do seu erro, a mesma dinâmica social, através das outras pessoas, mostrar-lhe-á as más conseqüências de sua ação. A Sociedade não precisará da intervenção do Estado para mostrar aos cidadãos as faltas cometidas contra eles mesmos. Ao cometer uma falta contra a sociedade, ele perceberá imediatamente que ele está agindo contra si mesmo, e tentará espontaneamente reparar o erro. A verdadeira ação do Estado consistirá em mostrar aos seus cidadãos as conseqüências de suas ações, sejam boas ou ruins, para a harmonia da dinâmica social. Para isso, estabelecerá um processo de retroalimentação com os cidadãos em que se mostre as conseqüências das suas ações.

4.4.3- Terceira Etapa

Em um terceiro estágio, o Estado não existirá mais como uma instituição monolítica na sociedade, pois existirá em forma de rede, em que cada área de concentração demográfica (hoje constituída pelos Estados) estará coordenada por uma "Comunidade Orgânica Estatal". Assim, o Estado Orgânico será a conjunção de cada uma dessas comunidades. O Estado será todos eles e cada um deles, expressando assim a propriedade holográfica e autopoiética da Estrutura Orgânica. Sua função será coordenadora e não interventora, pois o Estado terá perdido a sua identidade burocrática e mecanicista, e muitas das tarefas desempenhadas pelo Estado atual serão efetivadas pelas Comunidades Orgânicas.

Muitas das tarefas efetivadas hoje em dia pelo Estado Moderno, aliás muitas delas de forma deficiente, serão executadas seja pelas Comunidades Orgânicas, sendo deslocadas de forma descentralizada e autônoma a cada comunidade, ou pelos mesmos cidadãos. Vejamos cada uma delas:

  • Saúde: ela poderá ser efetivada por cada comunidade mediante a existência de um posto de saúde comunitário. Para níveis mais avançados (por ex: UTI), existirá uma Comunidade Orgânica por cada determinado número de CO (digamos uma em cada 10) que cobrirá as necessidades de Saúde avançada desse grupo de comunidades.

  • Segurança do cidadão: uma sociedade orgânica composta por cidadãos conscientes e ocupados do bem estar próprio e alheio, não precisará da existência de um corpo de segurança encarregado pelo segurança dos cidadãos. As labores de policiamento tenderão a desaparecer, e serão substituídos pela segurança que cada um possa prover ao resto dos cidadãos.

  • Serviços Públicos: os serviços públicos não poderão ser definidos como tais, pois a diferença entre os serviços públicos e privados tenderá a desaparecer, eles serão providenciados pelas mesmas Comunidades Orgânicas.

  • Educação: caso análogo a saúde, pois será providenciada por cada comunidade até uma certa idade (digamos até segundo grau), e os níveis superiores (as Universidades e Faculdades) serão providenciados por uma CO determinada, destinada a cobrir tal necessidade (tipo comunidade universitária) que atenderão às necessidades de um certo número de CO. No caso dos institutos especializados, elas existirão em lugares específicos, e os cidadãos que quiserem receber essa formação, poderão se trasladar até elas (tal como sucede hoje em dia com as escolas internacionais, só que a diferença será que esses institutos serão CO).

  • Defesa: a organização da Defesa contra a agressão de países estrangeiros tenderá a desaparecer na medida em que o paradigma orgânico for espalhado em nível internacional, aceitando que somos cidadãos conscientes e que formamos parte de um único planeta.

  • Relações Internacionais: dada a aceitação do paradigma orgânico, em que todos integramos um mesmo organismo chamado humanidade, os países tenderão a desaparecer e se tornarão províncias. Com certeza, a relação entre as diferentes comunidades se manterão e as relações internacionais serão substituídas por outro tipo de relações, pudendo ser chamada "Relações Provinciais", em que cada CO poderá estabelecer relações com CO localizadas em outras províncias sem necessidade de passar pela intermediação de outra organização (como hoje é o caso do Estado).

  • Estado Jurídico: o reconhecimento da Lei Fundamental, a Lei do Amor, passará a fundamentar o Estado Jurídico da sociedade orgânica. Uma vez aceita, ela definirá e determinará os contratos que regerão as relações da sociedade (desaparecendo a potestade de criação de Leis por um órgão definido). O Amor está em cada ser humano, em cada criança, em cada manifestação da criação. Ele não precisa ser ensinado nem estar nas mãos de uns poucos especialistas encarregados de sua interpretação e/ou correta aplicação. Ele é universal e pode definir as regras de comportamento e dos contratos que precisarmos para reger as nossas vidas. O Amor nos dá vida, nos dá alimento, nos movimenta, nos apaixona, nos deleita. O ser humano encontrará prazer ao agir sob a Lei do Amor, que estabelecerá a entrega mútua, o serviço, a ajuda, a consideração do bem dos outros e o respeito da vida. Portanto, que necessidade temos de estabelecer outra Lei que não for a Lei do Amor para determinar o estado jurídico? O Amor não precisa ser aplicado por nenhum estado nem nenhuma outra instituição, ele já existe, ele é uma realidade. Somente precisamos estabelecer a sua aceitação e implantar os estímulos adequados para ele determinar toda manifestação da atividade humana.

Como vemos, não é requisito fundamental a existência de um Estado que deva providenciar os serviços que aqui assinalamos se a própria sociedade for capaz de lidar com eles. O Estado continuará existindo, não como o conhecemos hoje em dia, como uma instituição burocrática, não produtora de bens e serviços, determinadora das regras em que a sociedade deve se reger, mas como uma rede orgânica inserida rede orgânica da Sociedade. Ele existirá em cada grupo de comunidades, providenciando os serviços e necessidades que as CO precisam para funcionar adequadamente. Ele existirá como uma Comunidade Orgânica. A seguir mostramos os fundamentos dessa comunidade.

4.5- O ESTADO ORGÃNICO: A Comunidade Orgânica Estatal

O Estado Orgânico será o conjunto de mini-Estados integrados em rede, atendendo às necessidades de coordenação da Sociedade Orgânica, em que os elos de ligação entre eles terão as mesmas propriedades da Estrutura Orgânica. Isto é, o Estado será uma Estrutura Orgânica inserida na Estrutura Orgânica da Sociedade, como uma espécie de estrutura em rede superposta a outra estrutura em rede (ver fig. 4.2).

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Fig. 4.2: O Estado Orgânico e as Comunidades Orgânicas

Assim, o Estado Orgânico será o conjunto de unidades espalhados na rede, cuja função será atender às necessidades de coordenação de cada grupo de determinado de Comunidades Orgânicas (representadas no desenho por cada nó da rede). Portanto, o Estado Orgânico será cada unidade estatal e o conjunto delas (fig. 4.3), integradas por comunicações intensivas.

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Fig 4.3: O Estado Orgânico

O Estado estará integrado por unidades espalhadas na estrutura orgânica da sociedade, interrelacionadas umas com outras através de uma rede que permitirá o fluxo adequado de informação, o correto fornecimento de recursos e o deslocamento de pessoas de acordo aos níveis de atividade de cada unidade. Cada unidade terá as características da organização atomizada e holográfica: baseada em equipes, descentralizada e autonomista, redundante, diferenciada por objetivos e por área geográfica e integrada por comunicações intensivas (Motta. 1991).

CAPÍTULO 5

O PARADIGMA ORGÃNICO: SINALIZAÇAO PARA MUDANÇAS

No presente trabalho assumimos a posição de que o paradigma orgânico sinalizará para mudanças no indivíduo, nas Comunidades, na Sociedade e no Estado.

Vale a pena revisitar alguns conceitos relacionados com os processos de mudanças, a fim de adquirir uma melhor compreensão do próprio estabelecimento da Sociedade Orgânica.

5.1- A MUDANÇA VEM DE DENTRO PARA FORA

Ao longo da história, muitas mudanças aconteceram já que diversos setores da sociedade assumiram que não era possível continuar com o sistema em vigor e mudaram o sistema (como nos casos da Revolução Francesa, da Revolução Bolchevique e da queda do Muro de Berlim). Esses tipos de mudanças não surgem a partir do Estado, de cima para baixo, precisamente porque ele constitui uma das instituições que se quer mudar; e elas também não surgem exclusivamente a partir do povo, de baixo para cima, pois precisa-se mais do que isso para levar a cabo uma mudança radical do sistema.

Essas mudanças surgem como se em um momento dado, a sociedade percebesse que não é possível continuar com a ordem vigente, e que é necessário introduzir mudanças. Como se a sociedade tivesse tomado conta da situação vigente e tivesse decidido dar um passo na frente. As transformações subsequentes surgem como se houvesse ocorrido uma mudança na consciência das pessoas. Como se a mudança se estivesse dando de dentro para fora, da visão que o homem tem do mundo e de si mesmo. E não basta a mudança na consciência de uma pessoa, mesmo que ela for importante ou tiver muito poder. É necessário a mudança na consciência de muitas pessoas para induzir uma mudança drástica na ordem imperante.

Assim, basta uma mudança no nível de consciência de um número suficiente de pessoas, para elas não mais aceitarem o status quo e introduzirem mudanças na ordem vigente. Portanto, a verdadeira mudança de um sistema (o Estado incluído) não vem de cima para baixo nem de baixo para cima, ela vem de dentro para fora.

5.2- O EXTERNO COMO MANIFESTAÇAO DO INTERNO

O externo é a manifestação do estado interno das coisas[17]Não podemos enxergar o mundo externo sem levar em conta o que se passa no mundo interno das pessoas. O homem apreende a realidade da forma como pode interpretá-la.

O homem do século XIX enxergava o Universo como um grande relógio, um enorme sistema que funcionava sob os princípios mecanicistas que ele conseguiu desenhar e criar nessa época. O século XX mostrou uma realidade diferente, em que o homem começou a enxergar a realidade de um ponto de vista relativista, em que os descobrimentos da Física Quântica mostraram um universo atômico muito além da nossa compreensão newtoniana. Foi necessário perceber o que se passava, e criar uma linguagem diferente para entender a realidade que se estava revelando.

O nível de percepção do homem é consistente com sua capacidade de compreensão (baseada em seus conhecimentos, intuição e consciência), e ele tem a habilidade de interpretar a sua realidade com base ao que ele conhece. Assim, o homem místico apreciará uma realidade mística, o homem religioso enxergará uma realidade religiosa, o homem racional enxergará uma realidade racional, e o homem consciente enxergará uma realidade consciente. Portanto, o externo é a manifestação do interno.

5.3- PRINCÍPIOS DE MUDANÇA E MASSA CRÍTICA

5.3.1- Princípios de Mudança

5.3.1.1- O Princípio Minimalista

O Princípio Minimalista está incorporado plenamente às culturas orientais. Cada idéia, cada ação, cada execução de um plano determinado, é feito de modo a anular a força contrária que surge a cada passo. As culturas orientais tratam as idéias como plantas que devem crescer e florescer a um ritmo adequado. Assim, quando uma pessoa tem uma idéia, ele não deve gritá-la com todas suas forças, mas colocá-la em reserva para lhe dar o tempo de amadurecer. Esse tempo de reflexão, ou de decantação, permite enxergar mais claro.

O Princípio Minimalista se baseia no reconhecimento da existência de forças de oposição naturais a qualquer força de ação que seja exercida em direção diferente da inércia da realidade. Ele estabelece que, para atingir um objetivo determinado, é necessário proceder de forma gradual na direção desejada, procedendo passo a passo e não de forma drástica, para não correr o risco de exercer o efeito contrário por causa da força de reação existente em qualquer ação efetivada[18]Daí a necessidade de dar pequenos passos para alcançar objetivos preestabelecidos, capazes de permitir avançar anulando a força de reação que se gera a cada passo.

5.3.1.2- A Ação Radical

Porém, às vezes não é possível atingir um estado desejável mediante o princípio minimalista, seja porque o caminho não é o correto ou porque não se dispõe do tempo suficiente para avançar aos poucos, ou porque o princípio minimalista preparou o terreno para exercer um tipo de ação mais radical. Em qualquer um desses casos será necessário levar a cabo o que denominaremos de Ação Radical, definida como a efetivação de uma ação drástica, acima do nível permissível pela ação minimalista, com o intuito de levar o curso dos acontecimentos em direção a um estado desejável.

Uma Ação Radical sempre terá efeitos secundários, e tomará um tempo determinado antes de ser atingido o estado de equilíbrio de percurso, em que os efeitos gerados a partir da mudança induzida, cederão e permitirão atingir um estado em que as forças de oposição terão sido integradas à inércia do percurso natural do movimento na direção desejada.

É importante estar cientes que se a magnitude da Ação Radical for muito grande pode-se gerar o que denominaremos de Efeito Pêndulo.

5.3.1.3- Efeito Pêndulo

O Efeito Pêndulo estabelece que se a força de ação inicial, efetivada para exercer uma mudança desejável, for muito grande (superior a um certo máximo), a força de reação transformar-se-á em uma força tão grande, que será capaz de gerar o efeito contrário, fazendo recuar a situação até um ponto anterior ao ponto inicial onde se aplicou a força de ação inicial. A partir daí a situação tornar-se-á um vaivém em forma de pêndulo, em que o movimento de recuo parará num certo nível máximo, e o movimento geral tornar-se-á de novo favorável ao movimento de ação inicial, e assim por diante até chegar a um ponto de equilíbrio final.

Em geral, esse ponto de equilíbrio final estará mais adiantado do que o ponto de equilíbrio inicial, isto é, estará numa posição mais adiantada na direção em que foi aplicada a força de ação inicial. Mas, só será atingido depois da situação tiver recuado a um ponto anterior ao inicial. Portanto, em realidade, o efeito pêndulo permitirá avançar na direção desejada, mas só depois de ter recuado a um ponto anterior ao ponto inicial.

Graficamente, o efeito pêndulo se mostra mais claramente na fig. 5.1:

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5.3.1.4- Massa Crítica

O conceito de Massa Crítica refere-se um número suficiente de indivíduos capazes de induzir grandes transformações num sistema (organizacional ou social).

A implementação de mudanças organizacionais só poderá vir através de um processo em que a consciência da mudança ocupe um lugar preponderante dentro dos parâmetros da organização. Ora, a partir daí surgem diversas interpretações sobre o processo que deve ser implementado para induzir o aumento do nível de consciência das pessoas que integram as organizações. Um deles pode ser um aumento de nível de consciência a partir de um processo de educação que permita a diversos setores da organização o acesso a diversas fontes de informação e de conhecimento. Outra possibilidade seria convencer o topo da hierarquia da organização sobre a necessidade de mudar os paradigmas da organização, no intuito de induzir as mudanças pertinentes. Mas, cada uma dessas interpretações estabelece um processo de mudança de cima para baixo ou de baixo para cima respectivamente, e nós consideramos que um verdadeiro processo de mudança, baseado no de aumento do nível de consciência, se produz de dentro para fora.

5.4- PROCESSOS DE MUDANÇA: PROCESSO GRADUAL / PROCESSO VIA CRISE

5.4.1- Processo Gradual

Um processo gradual que conduza ao estabelecimento de uma sociedade de tipo orgânico, passa por uma série de processos intermediários que permitirá o estabelecimento dos paradigmas orgânicos nas organizações e na sociedade. Um desses processos é o surgimento de uma massa crítica de pessoas que desejam essas transformações. Uma vez atingida a massa crítica das pessoas que acreditam no paradigma orgânico como alternativa válida para criar uma sociedade baseada nos seus fundamentos, poder-se-á estabelecer um "plano de ação" que permitirá efetivar o sonho orgânico em realidade.

Assim, começar-se-ão a exercer ações minimalistas direcionadas a aumentar o nível de consciência das pessoas, informando a necessidade de viver de forma solidária, cooperativa e harmônica, tentando "convencer" as outras pessoas de superar o patamar do conflito como forma de convivência. Serão feitas ações de tipo "guerrilha pacifista", de baixo perfil, através de palestras, de organização de cooperativas orgânicas, de publicação de artigos nos jornais, levantando a necessidade e a possibilidade de organizar a sociedade de uma forma mais harmônica.

Certamente poderão existir outras ações minimalistas a serem exercidas que permitam espalhar o paradigma orgânico na sociedade, que não somos capazes de visualizar no atual momento, surgidas da inter-relação das pessoas com as mesmas aspirações. Em todo caso, diversas ações minimalistas permitirão avançar passo a passo na direção desejada.

Chegará o momento em que será necessária efetivar uma ação radical, em que as ações minimalistas terão abonado o terreno para transformar a "guerrilha pacifista" em um exército de pessoas que lutarão para viver em paz e harmonia, desejosas de uma realidade social em que as necessidades de todos os seres humanos forem consideradas dignas de serem atendidas, e o mundo em que vivemos for respeitado em todos os sentidos, passando pelo respeito à mesma natureza. Essa ação radical poderá ser a criação de Comunidades Orgânicas, ou a criação de uma representação política que lute pela consecução das aspirações orgânicas, ou a criação de uma rede de pessoas vivendo sob os preceitos orgânicos. Enfim, será uma ação destinada a evidenciar a aspiração de um grande setor da população desejoso de viver sob os paradigmas orgânicos.

As pessoas desejosas de viverem sob os paradigmas orgânicos deverão cuidar de não exercerem uma ação muito grande, com vistos a evitar o efeito pêndulo, que possa fazer com que suas aspirações forem adiadas até o pêndulo voltar, e não correr o risco de voltar a uma situação anterior ao ponto em que atingiram a massa crítica. Será necessária a moderação e a prudência para exercer uma ação acorde com os efeitos desejados.

Uma vez exercidas ações minimalistas e ações radicais pontuais de forma adequada, consideramos que será uma questão de tempo o surgimento da Sociedade Orgânica, em que conceitos relacionados à harmonia, à cooperação e à solidariedade forem fatores comuns no relacionamento entre os cidadãos.

5.4.2- Processo Via Crise

Se a Sociedade for vista como um ser vivo, podemos também supor que o processo de evolução é inexorável (como tem sido até agora), e que, portanto, a mudança é de caráter permanente, passando por transformações contínuas, em que os estágios de equilíbrio são seguidos por etapas de transição em direção a um equilíbrio diferente, de complexidade superior[19]

Por outro lado, se considerarmos que um dos estágios de equilíbrio da Sociedade é a etapa conhecida como a Idade Moderna, podemos também considerar que em algum momento sobrevirá uma etapa de transição que permita o surgimento de um estágio de equilíbrio de complexidade superior. Nesse sentido, podemos estabelecer que o processo de mudança produzir-se-á queira-se ou não, dentro do processo natural de evolução da sociedade.

Esse processo de mudança têm duas possibilidades de se produzir: seja de uma maneira progressiva e gradual, em que se permita as mudanças fluírem de forma natural, ou sob a forma de crise, em que o homem, tentando se apegar a uma realidade determinada, impeça o fluxo natural das mudanças, induzindo o posterior surgimento de mudanças de forma repentina e drástica, trazendo consigo fenômenos caóticos produto do açude representando por mudanças naturais não implementadas.

O problema de eleger o processo via crise, seja porque o homem se revela incapaz de implementar as mudanças de forma adequada, ou porque não deseja implementar essas mudanças, ou incluso, pela resistência por parte dos círculos de poder atuais, é que pode trazer consigo a possibilidade de atingir um estado posterior de equilíbrio não desejável (por ex. um regime autoritário no intuito de restabelecer a ordem).

Permitir o advento de uma situação de crise, admite a presença de uma série de fatores relacionados à falta de uma ordem estabelecida, como o sentimento de insegurança na população ou, ainda mais, o medo, sentimento que surge ao se apresentar uma situação de ameaça à segurança da pessoa. O medo é a pior das motivações, pois induz a ansiedade que, por sua vez, inibe a tomada de decisões sensatas e coerentes. E o medo, existente em grande escala, pode degenerar no fenômeno de "histeria coletiva", trazendo consigo a possibilidade de conseqüências desastrosas no sistema político, econômico e social vigente.

Também existe a possibilidade que o fenômeno de auto-organização espontânea (Nicoles e Prigogine. 1977) induza um tipo de organização diferente, em que as penúrias causadas por uma situação caótica permita o surgimento de atitudes solidárias e cooperativas entre as pessoas, permitindo o advento de uma organização social mais orgânica que a vigente.

Em todo caso, o risco de degeneração no caos é motivo suficiente para levantar a necessidade de implementar um processo gradual e paulatino de mudanças em direção a um tipo de organização mais orgânica, de complexidade superior. O ponto não é se a mudança vai se apresentar ou não, mas quando ela vai se produzir. A mudança faz parte da essência da sociedade natural dos homens, e a implementação de mudanças para o estabelecimento de uma ordem mais cooperativa, fazem parte das aspirações de muitas pessoas desejosas de viver num sistema mais harmônico que o vigente. Esse foi um dos motivos que nos levou a imaginar a Sociedade Orgânica, um sistema social que surgiria a partir do Homem Consciente, substituindo o atual Homo Economicus.

Assim como "as duas revoluções científicas do século XX (o fim da universalidade: a Relatividade; o fim do objeto Galileano: a Mecânica Quântica) devem ser vistas não como ponto de chegada, mas de partida, de abertura a novas possibilidades teóricas" (Prigogine. 1984: 165), também consideramos que o fim da Idade Moderna deve ser vista como ponto de partida para novas possibilidades de organizações sociais. Quanto maior for a capacidade de implementar mudanças organizacionais e sociais de forma natural e fluída, maiores serão as possibilidades de navegar pelas águas do fluxo natural da evolução.

A Estrutura Orgânica é apriorística, pois estabelece valores (o Amor, a consciência, a cooperação, a solidariedade, a igualdade...) como orientadores da ação humana, sem objetivos preestabelecidos. O importante é a continuidade do sistema, em base à preservação de valores éticos, morais, materiais e espirituais fundamentais para a preservação da vida dos cidadãos. O resultado está sujeito ao respeito desses valores, sem padrões preestabelecidos, pois, Para que existe a vida se não é para existir? Por quê justificar sistemas eficientes de alocação de recursos se eles não permitem a existência da vida de muitas pessoas baseada em valores humanos?

Aí surge um grande dilema da nossa sociedade contemporânea, pois temos aprendido a modificar a vida de bilhões de pessoas, tentando convencê-las das vantagens de vender e comprar, sem sequer estabelecer o valor da vida como meio e fim fundamental da sociedade moderna. E sem vida não há sociedade.

O paradigma orgânico estabelece a vida digna de todas as pessoas como condição necessária para a organização social, pois a vida de todas as pessoas é fundamental. Se olharmos a sociedade como um todo, logo perceberemos que nenhum valor moral justifica a desigualdade de riqueza e de oportunidades. O paradigma orgânico preserva a existência de uma vida digna, como um valor intocável que permitirá o surgimento de uma sociedade de complexidade e harmonia superior à sociedade atual. O importante não será o resultado, mas o processo, pois quiçá não somos capazes de imaginar do que surgirá após assumir-se a harmonia, a solidariedade e o Amor como valores fundamentais do relacionamento humano. Assim como o ser humano não foi capaz de imaginar há 1000 anos os alcances da tecnologia moderna, o homem moderno pode não ser capaz de imaginar o surgimento de uma sociedade baseada em valores harmônicos. O importante não é o resultado, mas a aceitação que todos fazemos parte de uma mesma realidade, que se revela diáfana à necessidade do estabelecimento de novas formas de organização social, mais harmônicas e simples, condizentes com valores humanos e cooperativos.

CONCLUSAO

"Os ideais são como as estrelas,

jamais os atingimos, mas indicam o roteiro a seguir"

A história da humanidade tem vislumbrado a necessidade do próximo patamar da evolução estar baseado em paradigmas diferentes aos existentes. Um grande passo na frente tem que ser dado, para mostrar que o homem é capaz de acreditar num futuro melhor para a humanidade. O Amor, a harmonia, a cooperação e a solidariedade, devem ser introduzidos nos discursos das mudanças a serem implementadas a nível social e organizacional. O paradigma racional tem nos mostrado a necessidade de incorporar novas fontes de imaginação ao processo evolutivo da raça humana. Um novo paradigma deve ser estabelecido para dar livre curso à imaginação, e para acreditar num futuro em que a esperança e a harmonia mostrem um caminho de possibilidades, cada vez mais reais, de transformar a realidade organizacional e social em fatores canalizadores do lado cooperativo e solidário do ser humano.

Devemos ir ao encontro de novas possibilidades para o homem tornar realidade a harmonia, a solidariedade e a tendência a cooperar que tem dentro de si. A necessidade de trazer ao plano real essas manifestações do plano natural da essência do ser humano, está se tornando em imperativo para poder sonhar com um futuro melhor para a humanidade. O desenvolvimento baseado na consciência de pertencer a uma ordem maravilhosa está se tornando em ápice de um desenvolvimento diferente das organizações e das instituições sociais.

A natureza tem nos proporcionado uma série de condições naturais que encorajam o desenvolvimento humano. É hora do homem tornar-se em protagonista de uma dinâmica harmônica que possa reger as regras das instituições sociais e organizacionais da sociedade. Chegou a hora do homem tomar a iniciativa de ter uma relação harmônica com o ambiente social em que se encontra inserido. Não pode-se mais continuar com essa dicotomia entre homem e homem, ou entre homem e natureza. A natureza tem nos mostrado a possibilidade de considerar a realidade como um todo maravilhosamente harmônico e interrelacionado. E hora do homem reconhecer essa necessidade, e modelar de forma harmônica as instituições que ele precisa para organizar a realidade social e organizacional.

O paradigma orgânico representa uma proposta viável do que pode ser feito em nível organizacional e social para estabelecer uma dinâmica em que a separação do homem seja formalmente superada. A rede representa um meio muito poderoso para enxergar o homem intimamente relacionado à sociedade e à natureza, e permite reconhecer uma série de fenômenos não explicáveis pelas teorias individualistas e sociais cartesianas.

Poderão surgir outras propostas que interpretem de forma adequada a tendência humana de cooperar e se organizar em comunidades. Consideramos bem-vinda qualquer proposta que vise melhorar a atual condição de separação do homem moderno, e apoiamos qualquer iniciativa que vise melhorar a atual condição do ser humano, desde que se reconheça a possibilidade da solidariedade do ser humano como tendência natural e a necessidade de superar o patamar racional das relações sociais e organizacionais. Por enquanto esta é a nossa proposta: A Sociedade Orgânica, resultante de profunda reflexão sobre nossa trajetória profissional e pessoal que, sem desprezar a empíria, baseou-se, essencialmente, na literatura pertinente.

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Autor:

Carlos Henrique Sosa Araque

Dissertação realizada na FGV/EBAPE para a obtenção do título de Mestre em Administração Pública, Rio de Janeiro, Brazil, 2000.


[1] Para Gandhi, a definição de Verdade constituía uma questão difícil, mas ele a resolveu estabelecendo que era o que a voz interna de cada um diz. A Verdade encontra-se em cada Coração humano e cada pessoa deve procurá-la aí, e permitir ser guiado pela Verdade como cada um a vê. Mas, ao mesmo tempo ele estabelece que ninguém tem o direito de constranger alguém a fazer alguma coisa segundo a sua visão da Verdade (Gandhi. 1958). Fromm (1952) também estabelece a existência de uma voz interna natural no que diz aos valores relacionados á justiça e a verdade. "Tenemos razones para suponer que (...) la tendencia hacia la justicia y la verdad constituye un impulso inherente a la naturaleza humana" (Fromm. 1952: 240)

[2] "Up to 1906, I simply relied on appeal to reason (...) But I found that reason failed to produce an impression when the critical moment arrived in South Africa (...) if you want something really important to be done you must not merely satisfy the reason, you must move the heart also" (Gandhi, 1958: 90)

[3] Apesar dos grandes esforços feitos por Gandhi para a reconciliação de ambas as duas comunidades, o processo levou á desmembração da Índia e á criação do Paquistão.

[4] "Num primeiro momento, a realidade não se dá aos homens como objeto cognoscível por sua consciência crítica. Noutros termos, na aproximação espontânea que o homem faz do mundo, a posição normal fundamental não é uma posição crítica mas uma posição ingênua. A este nível espontâneo, o homem ao aproximar-se da realidade faz simplesmente a experiência da realidade na qual ele está a procura. Esta tomada de consciência não é ainda conscientização, porque esta consiste no desenvolvimento crítico da tomada de consciência. A conscientização implica, pois, que ultrapassemos a esfera espontânea de apreensão da realidade, para chegarmos a uma esfera crítica na qual a realidade se dá como um objeto cognoscível e na qual o homem assume uma posição epistemológica (...) Por isso, a conscientização é um compromisso histórico. é também consciência histórica: é inserção crítica na história, implica que os homens assumam o papel de sujeitos que fazem e refazem o mundo." (Freire. 1980: 26)

[5] Jules-Henri Poincaré (1854-1912), professor de Mecânica Física e Celeste da Universidade de Paris no século passado, foi considerado por seus contemporâneos como o último grande sábio universal. Em 1885 foi nomeado responsável pelo Curso de Mecânica Física e Experimental da Faculdade de Ciências da Universidade de Paris. Em 1886 ocupa a cadeira de Física Matemática e Mecânica Celeste. Foi membro de todas as sociedades científicas internacionais de sua época.

[6] A Teoria da Complexidade estabelece a mesma análise do ponto de vista biológico e informático, e em disciplinas relacionadas á economia e a cultura, quanto que a nossa perspectiva é organizacional e social. Assim, eles definem os Sistemas Adaptativos Complexos (Complex Adaptive Systems), constituídos no mundo natural pelo cérebro, os sistemas imunológicos, os ecosistemas, os embriões em crescimento e as colônias de formigas, e no mundo humano, eles incluem sistemas sociais e culturais como partidos políticos ou comunidades científicas. Cada sistema está constituído por uma rede de muitos agentes agindo em paralelo, onde cada um se encontra interagindo com os outros agentes, e, em cada sistema, existem diferentes níveis de organização, em que cada agente serve como "bloco de construção" (building blocks) para o nível superior, assim, um grupo de células constitui um tecido, uma coleção de tecidos formará um órgão, uma associação de órgãos formará um organismo, um grupo de organismos formará um ecosistema, e assim por diante (Waldrop. 1992).

[7] Por exemplo: o material orgânico que constitui um ser vivo (as células, os órgãos, e assim por diante), após a morte deste, se desagrega e passa a constituir outro tipo de sistema. O material orgânico não se destrói, mas passa a conformar um tipo de sistema diferente (por ex. Fazendo parte do material orgânico do solo).

[8] Muitas células do corpo humano se renovam constantemente, envolvidas numa dinâmica em que as que morrem são substituídas por células novas, mas o corpo humano continua existindo e conservando sua identidade, até ocorrer sua morte. O mesmo pode se dizer de uma organização, pois ela continua existindo mesmo que haja uma dinâmica contínua de renovação de seu pessoal. No caso de uma empresa morrer (falir), essas pessoas se desagregam, passando a constituir outro tipo de organização.

[9] Aqui nos referimos a qualquer sistema presente na natureza que possa ser modelado como uma estrutura orgânica. Muitos sistemas naturais se encaixam nessa definição.

[10] Uma célula do fígado pode não interagir com uma célula do pé, mas o fato de ambos pertencerem ao mesmo organismo e exercer cada uma a sua função de forma a manter o funcionamento adequado do corpo, já permite estabelecer que a interação entre as duas células é igual a 1, pois ambas são beneficiadas indiretamente pelo funcionamento da outra. Da mesma forma, numa organização pode se estabelecer a mesma relação, em que um empregado do departamento de produção não interage diretamente com um empregado do departamento de pesquisa, mas ambos se beneficiam mutuamente devido a que o trabalho dos dois faz constitui para o funcionamento da organização.

[11] O determinante de uma matriz quadrada se obtém com base a operações matemáticas simples de soma, subtração e multiplicação. Por exemplo, uma matriz quadrada de 2 x 2 elementos se resolve da seguinte forma: (a11 * a22)-( a21 * a12 ).

[12] Do ponto de vista matemático, uma matriz representa um sistema de equações, e a resolução do determinante associado á matriz permite saber se o sistema é linearmente dependente ou independente. Assim, se o determinante for igual a zero, significa que as equações são linearmente dependentes, isto é, que pelo menos uma das equações foi obtida a partir de operações feitas com qualquer uma das outras equações. A interpretação matemática estabelece que essa equação não acrescenta nenhuma informação adicional ás já existentes.

[13] "Competition is a very general phenomenon in nature. It occurs whenever the resources or raw materials necessary for sinthesis, growth or survival, are limited or become scarce"

[14] "A person can be reduced to starvation if some economics change makes it no longer possible for him or her to acquire any commodity bundle with enough food. This can happen either because of a fall in endowment (e.g. alienation of land, or loss of labour power due to ill health), or because of an unfavourable shift in the condition of exchange (e.g. loss of employment, fall in wages, rise in food prices, drop in the price of goods or services sold by the person, reduction of the social security provisions)"

[15] "It is easy to establish that the acquirement problem is really central to questions of hunger and starvation in the modern world"

[16] Como no caso da Teoria da Relatividade e o caso da Teoria Newtoniana, em que a Teoria da Relatividade permitiu enxergar a realidade de uma forma diferente, explicando os fenômenos explicados pela teoria vigente, e permitindo explicar novos fenômenos

[17] A propriedade da autopoiesis expressa que o sistema de percepção de um organismo não processa informações vindas do meio ambiente, nem constrói representações deste ambiente em sua memória; em vez disto, ele cria referências do ambiente e lhes atribui padrões de comportamento como uma forma de expressar sua própria lógica interna de organização (Bauer. 1998)

[18] A Lei de Ação e Reação da Física estabelece que a qualquer força de ação exercida em uma direção determinada opõe-se uma força de reação da mesma magnitude e sentido contrário

[19] Nesse sentido podemos fazer apelo ao estabelecido por Prigogine: "A termodinâmica dos processos irreversíveis descobriu que os fluxos que atravessam sistemas físico-químicos e os afastam do equilíbrio podem nutrir o fenômeno de auto-organização espontânea, rupturas de simetria, evolução no sentido de uma complexidade e diversidade crescentes" (Prigogine. 1984: 207)

Partes: 1, 2, 3, 4


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