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Novas Tecnologias, Comunicação e Educação (página 2)

Estevam de Toledo

Andrew Hart, afirma que a educação para os meios surge como a força que descobrimos para começarmos a refletir sobre as mensagens, os textos e a tecnologia. A consideração feita por Hart, leva-nos a entender com maior facilidade o porquê do padrão já identificado por ocasião de preparação de material didático  no campo da educação virtual, por exemplo. Sabe-se que são necessárias 100hs de preparo de material para 1h de aplicação do mesmo em situação de ensino efetivo.

Katlhleen Tyler, chama-nos a atenção para o risco de se cair em verdadeira armadilha, caso nos limitemos a trabalhar em nível apenas local. Segundo a Professora, torna-se indispensável a visão de conjunto, do grande panorama dos momentos, dos contextos. Bem, sempre se soube da importância de se considerar o todo e não somente a parte. Se se aplica esta forma de pensar ou não, , isto é uma outra coisa. De qualquer forma, em um mundo como este em que vivemos hoje, caracterizado pelo que se convencionou chamar de globablização, sem dúvida que as ponderações de Mrs. Tyler são relevantes.

Finalmente, Robert Fergusson e Augustin Matilla, preferem focalizar a questão enquanto ligada ao papel dos jovens. Segundo Fergusson, os jovens estão mais afeitos ao uso das novas tecnologias, mas temos que ajudá-los a tornarem-se mais inquisitivos no uso destas mesmas tecnologias. Já Augustin Matilla, percebe o papel dos jovens enquanto construtores de pontes entre as gerações na formação de uma nova estética, uma nova sensibilidade, uma nova forma de pesquisar a realidade. Às ponderações de Fergusson e Matilla, poderíamos dizer que, de fato, este papel de ponte já vem sendo evidenciado em vários países.

III Conclusões

As reflexões  feitas pelos especialistas acima mencionados, permitem-nos concluir que, a grosso modo, a questão "novas tecnologias, comunicação e educação", possa ser analisada sob duas dimensões: a dimensão pedagógica, e a dimensão da política educacional.

Boa parte das reflexões feitas pelos especialistas situa-se no campo da dimensão pedagógica e, dentro desta, avulta a questão de formação de professores. Sabemos que as transformações pelas quais passa o segmento da educação, denominado tecnologia da educação, são profundas e resultantes sobretudo dos avanços verificados no campo que se denomina telemática (telecomunicações+informática). No mundo atual,  caracterizado pelo que vem sendo denominado de "era da informação",  o papel do professor não pode continuar sendo o mesmo do passado. Sua função agora consiste em ensinar o ofício de aprender. Consiste no que Juan Carlos Tedesco chamou de "acompañante cognitivo", e supõe, sobretudo, alta carga de interatividade entre o professor, o aluno e os outros alunos, em abordagem pedagógica que seja conduzida sobretudo por procedimentos centrados na solução de problemas.  

Vejamos agora, a dimensão da política educacional. Neste caso, ao examinarmos os comentários feitos pelos especialistas, veremos que o mexicano Orozco foi quem tocou no tema, na medida em que sugere que se deva capacitar a todos no uso alternativo das tecnologias. Ora, eis aí uma questão nitidamente ligada ao campo da política educacional democrática. Afinal, sabemos que o risco de polarização social é realmente eminente, caso os governos não se proponham a implementar ações concretas visando o acesso das camadas sociais menos favorecidas ao domínio de códigos e uso dos instrumentos das novas tecnologias de informação e comunicação. Neste sentido, a tarefa revela-se simplesmente gigantesca para os países menos desenvolvidos. A  propósito, Jérome Bindé, em "Les Clés du XXI siécle" (Unesco/Seuil), nos afirma que "as novas tecnologias parecem eliminar as distâncias e nos dão a impressão de que o mundo é de fato pequeno, e parecem inscrever um número crescente de seres humanos no círculo da humanidade, mas deixam ainda, no presente momento, uma grande maioria da população á margem do caminho".

Aplicada de forma restrita ao segmento da educação, a reflexão de Jerome Bindé leva-nos a considerar que em educação há mais dificuldades que possibilidades. E, desta maneira, mais do que nunca, os responsáveis por políticas públicas, juntamente com planejadores, administradores e professores deverão agir de forma concertada, lançando mão de iniciativas que estejam calcadas em elementos básicos indispensáveis para a superação deste desafio e que a nosso ver, incluem: vontade, habilidades, estratégia, coragem e criatividade!

Minha Opinião

O impacto que as tecnologias de informação vem provocando sobre a educação e a comunicação, traz em seu bojo reflexos profundos para os responsáveis pela formulação de políticas públicas, planejadores, professores e para os próprios alunos. Pode-se dizer, também,  que o desenvolvimento das novas tecnologias de informação fortalece em muito a modalidade de Educação a Distância e modifica profundamente os enfoques tradicionais tanto presencial quanto a distância e a própria articulação entre ambas formas de educação. Neste caso, convergência certamente irá tornar-se palavra chave para que se consigam avanços efetivos nesta área.

Bibliografia

1.0     Bindé, Jerome (organizateur). "Les clés du XXI siécle". SEUIL.Editions UNESCO. Paris, Avril, 2000.

2.0     Masahiro, Narita. "Barriers for Educational Use of the Internet in Japanese Higher Education". Texto apresentado no International Symposium 1999, promovido por NIME - National Institute of Multimedia Education. Japan. Vide: http://www.nime.ac.jp

3.0     Tedesco, Juan Carlos. "La educación y las nuevas tecnologias de la información". Vide:  htt://www.edudistan.com_juan_carlos_tedesco.htm

 

 

Autor:

Estevam de Toledo

stevantoledo[arroba]terra.com.br

BH/MG/Brasil

UNED - UNIVERSIDAD NACIONAL DE EDUCACIÓN A DISTANCIA
MASTER UNIVERSITARIO EN NUEVAS TECNOLOGIAS DE LA INFORMACIÓN Y DE LA COMUNICACIÓN

MASTER UNED NNTTIC

Módulo Comunicação Educacional

Professores-Tutores: Roberto Aparici e Francisco Sierra Caballero

Data: 14/10/2000



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