Currículo e movimentos sociais. Novas perspectivas à velhos desafios

Enviado por Edineide Jezine


  1. Duas visões acerca da educação.
  2. Didática e Currículo nas Tendências Pedagógicas Liberais
  3. A Perspectiva Crítica da Educação
  4. A Dimensão Educativa dos Movimentos Sociais.
  5. Referências bibliográficas

1. Duas visões acerca da educação.

A educação ao longo da história da humanidade tem tido várias acepções, variando em suas concepções filosóficas e ideológicas, adquirindo ressonância diferenciada nos diversos contextos políticos, sociais, econômicos e culturais, daí decorre duas visões a cerca da educação, a funcional e a crítica. Tais perspectivas apresentam tendências pedagógicas, corporificando o fazer didático e sua expressão no currículo escolar, indicando as concepções político-ideológicas de quem ás planeja e executa. De modo que para a efetivação de uma pedagogia crítica da educação se assinala a necessidade de envolvimentos dos atores educativos com os movimentos da sociedade, sejam sociais, políticos e culturais. Numa visão funcional, a educação é vista como "a ação exercida pelas gerações mais antigas sobre os que ainda não estão prontos para a vida social". (DURKHEIM, 1967, p. 41). Nessa perspectiva a educação é denominada de formal e se insere em um contexto de uma prática institucionalizada, planejada, sistemática, objetivada a dar respostas científicas a determinados fenômenos sociais.Comenius (1592-1670) na obra "Didactica Magna" (1657), indica as bases para uma educação universal, a partir da didática vista como a "arte de ensinar tudo a todos. Atribui á educação um caráter de disciplina autônoma, cabendo-lhe a unidade entre engajamento social e consciência científica. Contudo, sua pedagogia é impregnada de uma forte conotação ético-religiosa para a formação do "homem virtuoso", indicando para isso a necessidade de professores dotados de um bom método de ensino. Assim, o sucesso escolar para Comenius, reside no "método único", chave metodológica da repetição. "Embora as escolas sejam diferentes, não se ensinam porém matérias diferentes, mas sempre as mesmas de maneira diversa, ou seja, todas aquelas coisas que podem tornar os homens realmente homens". (In. CAMBIO, 1999, 288). Isso significa que os conteúdos desconsideram os elementos diferenciadores de sua realidade e da estrutura escolar, estes devem ser repetidos com graduais e progressivos níveis de aprofundamento e reelaboração de acordo com o nível em que o aluno se encontra. A idéia do método único não indica rupturas ideológicas ou pedagógicas entre o modelo das escolas monásticas e o proposto por Comenius na sua "Didática Magna" (1657), pois o centro da problemática a dicotomia teoria-prática, escola-realidade continua a existir. Essa concepção unívoca tem permeado a prática pedagógica de inúmeros educadores que desejam encontrar no método e nas técnicas as soluções para os diversos problemas de aprendizagem, focados aqui sob o prisma da neutralidade ideológica. Nesta visão de educação se apregoa uma sociedade harmônica e sem conflitos, propícia ao desenvolvimento da alienação pelo trabalho e da promoção das habilidades individuais, em que a educação transforma-se em elemento de segregação e classificação dos que sabem e dos que não sabem. Ao contrário do que a sociedade do capital deseja outro olhar se destina a perceber a sociedade e a educação. Na tentativa de mostrar as contradições e os conflitos da sociedade capitalista, Marx lhe atribui novos significados, como assevera Florestan (1987, p. 149).

Trabalho e Capital estão presos um ao outro no modo específico de produção capitalista, não só estruturalmente, mas dinamicamente, por meio de contradições que impõem, com o crescimento constante do capital e do trabalho, a rebelião auto-emancipadora dos trabalhadores.

Pensar a construção de uma educação crítica em uma sociedade capitalista, exige a superação da lógica desumanizadora do capital e a separação entre homo faber e homo sapiens, entendendo que a educação não se encerra no terreno estrito da escola e da sala de aula, da pedagogia, mas deve sair ás ruas para os espaços públicos, abri-se para a sociedade, promover a participação de seus agentes em movimentos da sociedade, a fim de construir novas possibilidades de organização.Diante das duas visões e das problemáticas que circundam a educação é possível pensar nos desafios que continuam a existir. Como construir uma educação que tenha como referência o ser humano? Ou mesmo. Como se constitui uma educação que realize as transformações necessárias para a emancipação humana?

2. Didática e Currículo nas Tendências Pedagógicas Liberais


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