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A ascencao dos governos de esquerda na America Latina no seculo XXI (página 3)

Andrea Lucia De Souza Lima
Partes: 1, 2, 3

    1. ANOS 80:"DÉCADA PERDIDA"

    2. Se a década de 70 na América Latina pode ser caracterizada como a década do endividamento, os anos 80 se caracterizaram como os anos da crise, e também e marcada pelo processo de redemocratização .

      No inicio dos anos 80, a dívida externa pública crescente, que financiava déficits públicos cada vez maiores, transformou-se em crise fiscal do Estado. A crise latino-americana que então explodiu era essencialmente conseqüência de duas decisões tomadas no início dos anos 70: pelo lado da América Latina, a decisão de continuar com uma estratégia de crescimento e com um modo de intervenção estatal (a substituição de importações) que não mais funcionavam; pelo lado dos países credores, a decisão de financiar essa estratégia, assegurando assim sua sobrevida artificial.

      .Essas duas decisões, num primeiro momento, aumentaram o endividamento dos países; num segundo, levaram o Estado de cada país latino-americano à falência, à crise fiscal, com o aumento do déficit público, o encolhimento das poupanças públicas, a explosão dos níveis da dívida pública e a evaporação do crédito público. Inicialmente, a dívida externa não era predominantemente pública. Nos anos 70, os empréstimos tomados pelo Estado respondiam por aproximadamente 50% da dívida. No início dos anos 80, contudo, à medida que as empresas privadas pagavam suas dívidas a seus respectivos bancos centrais em moeda local, financiando com isso o déficit público, a dívida externa rapidamente se tornava pública.

      As poupanças externas foram usadas pelos governos latino-americanos, particularmente pelo Brasil, para financiar pesados projetos de substituição de importações, e também para financiar o consumo (populismo econômico). Em meados dos anos 80, com o processo de nacionalização completa da dívida externa, aproximadamente 90% da dívida tornou-se obrigação do Estado. A "estatização" da dívida externa era uma forma perversa de financiamento do déficit público que se casava com a falta de moeda estrangeira para pagá-la. Nos anos 70, o déficit público foi financiado principalmente por empréstimos externos; na primeira metade dos anos 80, pelas empresas privadas que pagaram suas dívidas em moeda local ao Estado (normalmente em condições privilegiadas), o qual, não dispondo de moeda estrangeira para pagar aos bancos, assumia a dívida privada.

      No que tange as questão referente a democracia, muitos paises ainda estavam carente. Na segunda metade da década de 80, a América Central ainda estava às voltas com guerras civis. Em 1985, a Guaté mala não era de maneira nenhuma uma democracia, apesar de uma certa melhora em 1986. El Salvador encontrava-se imerso em uma terrível guerra civil, com pesadíssimas violações dos direitos humanos, enquanto o Panamá era governado por Manuel Noriega. Nos anos 80, a América do Sul também apresentava bolsões de autoritarismo que desapareceram na década de 90.O Chile era governado por Pinochet, o Brasil esteve sob um regime militar até 1985 e o Paraguai teve uma ditadura até 1989. Por fim, no México, o predomínio de um só partido foi mais evidente nos anos 80 do que na década seguinte. Os únicos países onde as perspectivas para a democracia foram piores nos anos 90 eram o Peru, após o "autogolpe" de Fujimori, a Colômbia, onde a violência da guerrilha e dos grupos paramilitares progressivamente limitava o exercício da democracia desde a década anterior.

      No final dos anos 80, alguns países conseguiram reduzir drasticamente seus déficits públicos através da redução dos salários e do consumo interno, como no caso de Chile e México, outros aprofundaram suas crises fiscais, como aconteceu com a maioria dos países latino-americanos. Praticamente todos os países latino-americanos estavam comprometidos com políticas apertadas de ajuste fiscal. O déficit fiscal, entretanto, era muito elevado, e seu componente de juros relacionado à dívida pública já era muito pesado, de maneira que não foram capazes de ajustar suas economias. Ademais, a possibilidade de estatização da dívida antiga era uma maneira fácil de financiar os déficits correntes. Assim, os empréstimos estrangeiros, que nos anos 70 sustentaram a estratégia de substituição de importações conduzida pelo Estado e a indisciplina fiscal, continuaram a ter esse efeito na primeira metade dos anos 80 na medida em que a estatização da divida fomentava a indisciplina fiscal, e estabelecia as bases de uma profunda crise fiscal do Estado.

      Em novembro de 1989, o Institute for International Economics em Washington D.C. realizou uma conferência para retomar o curso das discussões sobre as políticas de ajuste econômico levadas a cabo pela América Latina e avaliar o conjunto de mudanças ocorridas em profundidade em alguns países da região após meados de 1985. Especialistas de diversos países desenvolvidos e também dos em desenvolvimento debaté ram a extensão dos resultados recentes das reformas, tomando como texto básico de referência, um artigo do economista John Williamson, que cunhou o termo "Consenso de Washington" (WILIAMSON,1990).

      O artigo define o que seria considerado em Washington como uma desejável política de reforma econômica na região, e expressa o conjunto ou "pacote" de medidas a ser "sugerido" aos países latino-americanos, com o aval dos organismos multilaté rais de crédito, FMI e Banco Mundial, o Tesouro dos EUA, o FED (Federal Reserve - Banco Central dos EUA), dos vinte maiores bancos mundiais e demais países do G.7.

      O peso da inércia recessiva dos anos 80, ampliado pela degradação da qualidade de vida, pela inadequação entre a estrutura da demanda externa (produtos intensivos de capital) e pela composição das exportações da região(alimentos, matérias-primas agrícolas e minerais); pela obsolescência crescente das plantas industriais e de infra-estrutura física por conta do desmantelamento dos serviços públicos e redução dos investimentos, produziram um "caldo de cultura" extremamente pernicioso. A frustração de amplas camadas sociais e a falta de perspectiva ou de projetos alternativos têm gerado situações de apatia social, que estimulam a descrença no aparentemente único ganho político dos anos 80, que foi a consolidação democrática.

      No plano político a derrubadas das ditaduras e em meio à crise, a América Latina inicia a inicia a construção de um espaço democrático favorável a intensificação da luta pela integração econômica e pela retomada do desenvolvimento independente da região.

      Nesse contexto, na tentativa de resolver a crise no centro do imperialismo, os EUA pressionam os países dependentes e, no caso, os países latino-americanos, através do FMI, dos Bancos Credores e dos monopólios transnacionais, a aplicar internamente a política econômica neoliberal.

      Nos últimos 15 anos, por exemplo, os regimes militares, fruto da chamada política de segurança nacional, cederam lugar, do Brasil ao Chile, da Bolívia ao Panamá, do Peru ao Uruguai, às democracias que, com maior ou menor intensidade, se esforçam para vencer aquele que é, historicamente, o maior desafio do continente. Unir num mesmo molde de liberdade uma democracia política sólida com uma democracia social consistente. É ilustrativo lembrar que nos anos 80, a chamada década perdida, apenas dois países eram considerados democráticos: Colômbia e Venezuela

    3. ANOS 90: "AJUSTE NEOLIBERAL E DESAJUSTE SOCIAL"

Os anos 90 inicia-se com uma onda neoliberal, causando revoluções nas economias e nas sociedades dos paises. Baseada no modelo econômico proposto no consenso de Washington, avançaram neste período as reformas estruturais.

O Consenso de Washington é um termo criado pelo economista John Williamson em 1989 quando escreveu uma lista de recomendações aos países dispostos a reformar suas economias.

Para Williamson, uma descrição sumária do conteúdo do consenso se expressa em:

1) previdência macroeconômica,

2) orientação externa e

3) liberalização interna.

O diagnóstico da crise regional seria reduzido a, basicamente, dois problemas:

  • .O excessivo crescimento do Estado, representado pelo protecionismo modelo substitutivo de importações , pela excessiva regulação e por empresas estatais ineficientes e numerosas;
  • populismo econômico, entendido como a incapacidade de controlar o déficit público e de manter sob controle as demandas salariais, tanto no setor privado como no setor público.

A abordagem de Washington, armada com diagnóstico tão exíguo e incompleto quanto pragmático, propõe 10 instrumentos de política econômica capazes segundo seu ponto de vista de superar a crise e retomar o crescimento. São eles:

1. Controle do Déficit Fiscal: o Fundo Monetário Internacional, há já bastante tempo, fez da disciplina fiscal uma condicionante para a participação dos países membros nos seus empréstimos e avais; com a finalidade de eliminar o déficit público;

2. Priorização d os Gastos Públicos: aumentar gastos em saúde e educação

e eliminar subsídios;

3. Reforma Tributária: aumentar os impostos se for inevitável;

4. Taxa de Juros: deve ser determinada pelo mercado e deve ser positiva,para enfrentar a fuga de capitais e aumentar a poupança;

5. Taxa de Cambio: também determinada pelo mercado, garantindo-se,ao mesmo tempo, que seja competitiva. Existe uma forte convicção em Washington de que a orientação "para fora" e a expansão das exportações não tradicionais seriam necessárias para recuperação da região (BALASSA, 1986);

6. Política Comercial: o comércio deveria ser liberalizado e orientado para o exterior. O acesso à importação de insumos intermediários a preços competitivos é considerado tão importante quanto a promoção das exportações, enquanto uma política de proteção das indústrias nacionais contra a competição internacional é vista como geradora de distinções que findam por penalizar as exportações e empobrecer a economia nacional;

7. Investimentos Externos: não devem sofrer restrições;

8. Privatização: a sua principal defesa é a crença de que a indústria privada é administrada mais eficientemente do que as empresas públicas. Após o Plano Baker, em 1985, é que se tornou oficial, na política dos EUA, a promoção da privatização externa. O FMI e o BIRD, desde então, têm encorajado essas medidas no 3º Mundo. Segundo eles, a falta de um forte setor privado endógeno foi a razão que motivou alguns países a promoverem as estatais. Sendo uma motivação nacionalista, não é respeitada por Washington.

9. Desregulação: o resultado potencial desta medida pode ser muito grande na América Latina, a julgar pela opinião de Balassa:

A maioria dos grandes países da A.Latina está entre as economias de mercado mais reguladas do mundo; pelo menos no papel. Entre os mais importantes mecanismos regulatórios estão: controle para o estabelecimento de firmas e novos investimentos, restrições de fluxos de investimentos estrangeiros e de remessa de lucros; controle de preços, barreiras de importação, alocação discriminatória de créditos, mecanismos de redução de taxas, limites de dispensa de empregados(...) em alguns casos a teia de regulação é administrada por pessoas mal remuneradas. O potencial de corrupção é enorme. A atividade produtiva pode ser regulada por legislação, por decretos de governo e caso a caso por decisões políticas. Esta última prática é disseminada e perniciosa na região e cria uma incerteza considerável e abre possibilidades para corrupção. Ela também discrimina pequenas e médias empresas que, embora importantes geradoras de emprego, raramente têm acesso aos altos escalões da burocracia. (BALASSA, 1986).

10. Direito de Propriedade: que deveria ser garantido mais firmemente na

região.

Estes 10 pontos programáticos podem ser sintetizados em 2 pontos básicos:

a) Promoção da estabilização da economia através do ajuste fiscal e da adoção de políticas ortodoxas, tendo o mercado como eixo central;

b) Redução drástica do Estado.

Nesta época, criou-se a impressão de que havia um grupo de medidas a serem tomadas no campo da economia que valeriam para o crescimento de todos os países, estas idéias foram implementadas e adotadas por muito tempo sem serem contestadas, depois devido a alguns fracassos decorrentes da implementação destas políticas, o Consenso começou a ser questionado.

A primeira crítica que pode ser feita ao "Consenso de Washington", e talvez a mais gritante, é a completa omissão do problema da dívida externa como força motriz do déficit público nos países da região. É evidente que não se pode negligenciar aspectos da gerência incorreta dos recursos pelos devedores, nem tampouco a súbita paralisação dos fluxos financeiros, como fatores importantes para o problema da dívida.

A segunda crítica ao "consenso" é a sua completa visão histórica, igualando países heterogêneos em termos de dimensão territorial, de populações, de estruturas político-sociais e industriais, de sua base de recursos.

A terceira crítica é que as políticas de estabilização proclamadas por Washington são recessivas, impedindo o retorno ao crescimento econômico.

A quarta é que a liberalização interna, via desmontagem da estrutura tarifária, pode produzir, conforme seja adotada, sérios desequilíbrios na balança de pagamentos ( as importações em expansão crescem rapidamente e as exportações, pelos baixos níveis de investimento, são mais lentas), por uma lado, e pode vir a sucaté ar parte significativa do parque industrial instalado, por outro. A Argentina foi um exemplo clássico de desindustrialização na região, entre 1989 a 1999, com o governo de Carlos Menem. As políticas de ajuste na América Latina não podem ser reduzidas ao fenômeno econômico. Os aspectos sociais e políticos internos, o contexto internacional, as assimetrias entre os países têm de ser levados em conta.

A última, mas não menos importante, crítica: a questão do Estado Mínimo, que pela importância que ocupa, seja no 1º ou no 3º Mundo, merece aqui ser destacada.

Gilberto Sarfati em seu livro Teoria de Relações Internacionais diz sobre a teoria marxista que :

"As mudanças na historia são explicadas a partir das alterações na estrutura (infra estrutura) econômica, ou seja quando há uma modificação no modelo econômico há uma mudança na historia . daí vem a frase : A Economia e o motor da historia" (2005, p. 114)

Sendo assim, podemos dizer que essa mudança foi marcante na historia dos paises latinos, uma vez que assistimos ai uma ruptura do antigo sistema econômico passando agora a vigorar um regime de liberalismo de mercado.

O professor Vizentini entende que nos anos 90 ocorreu uma conversão da América Latina ao neoliberalismo. Com a queda do Muro de Berlim, a esquerda se desarticulou sob o impacto da globalização. "Mesmo lideranças expressivas abandonaram a esquerda ou admitiram premissas neoliberais para buscar vitórias eleitorais". O efeito foi oposto: derrota dos sandinistas na Nicaraguá, desmontagem dos modelos desenvolvimentistas mexicano e brasileiro, falência da Venezuela exportadora de petróleo que tinha um governo social-democrata. Até mesmo o legendário comandante Zero, Eden Pastora, que comandou a tomada da Câmara dos Deputados em 1978 e derrubou o ditador Anastácio Somoza da Nicaraguá, diz que pretende chegar à presidência e apresenta uma plataforma neoliberal.

Na metade da década de 90, a América Latina retrocedeu em todos os indicadores sociais: aumento do desemprego, queda nos índices de saúde e de escolaridade, crescimento da violência e da instabilidade. "Tudo isso fez a população opor um certo freio", diz Vizentini

A candidatura Fernando Henrique surgiu no Brasil como uma síntese entre a visão nacional-desenvovimentista e as idéias neoliberais do Consenso de Washington. Uma síntese social-democrática e pragmática. O nacional-desenvolvimentismo e a teoria da dependência esgotaram suas virtualidades com a crise dos anos 80. O neoliberalismo, por sua vez, embora tenha tido o senso de oportunidade de criticar corretamente as distorsões sofridas por um aumento descontrolado do Estado, é uma visão conservadora, que acredita no mercado como um instrumento milagroso de coordenação econômica, e que tem como objetivo utópico o Estado mínimo.
Dizia, por outro lado, que o Consenso de Washington não podia pretender o monopólio de políticas e reformas econômicas orientadas para o mercado, nem da disciplina fiscal, porque estas eram simplesmente medidas econômicas corretas, essências para a estabilização e a retomada do desenvolvimento.

Cinco anos depois, o Consenso de Washington ou o neoliberalismo conservador é uma ideologia em franca retirada no primeiro mundo. Em Washington, na época que Clinton foi eleito, começou a ser abandonado pelas agências multilaterais. No Leste Europeu o triunfalismo neoliberal é coisa definitivamente do passado, enquanto se buscam soluções social-democráticas e pragmáticas, do mesmo tipo que existem na Europa Ocidental e no Japão. No Brasil, o neoliberalismo nunca foi dominante. Nem mesmo no tempo de Collor, que se perdeu pela corrupção e pela incompetência das políticas de estabilização que adotou.

Neoliberalismo não é ser a favor de disciplina econômica e reformas orientadas para o mercado, mas acreditar que o mercado possa ser o único coordenador da economia. O verdadeiro neoliberalismo é contra qualquer intervenção do Estado da economia. É contra política industrial e tecnológica, e até mesmo contra política social.

Surge então, em protesto a essas reformas neoliberais, em varias partes do mundo movimentos sociais de resistências ao mundo capitalista. Os anos 90 foi uma década marcada por inúmeras manifestações de repúdio às políticas neoliberais impostas principalmente pelo imperialismo americano.
Merecem destaque os movimentos realizados em Seattle, Washington e Praga que protestaram contra a Organização Mundial do Comércio (OMC) e as políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, respectivamente. Todo esse cenário apontou a necessidade emergente de um movimento de resistência de caráter mundial para além das fronteiras nacionais. Um espaço internacionalista para reflexão e organização de todas as pessoas que se contrapõem às políticas neoliberais. Um movimento que, para além da crítica radical ao capitalismo, fosse capaz de reunir forças para a construção de alternativas coerentes e viáveis para o combaté às mazelas típicas do capitalismo. Um movimento que se propusesse a priorizar o desenvolvimento humano e a superação da dominação dos mercados dos países ricos sobre os chamados países de terceiro mundo.
Desse desejo é que, em 1999, surgiu a proposta de se realizar o Fórum Social Mundial. Logo se tornou consenso que o evento se desse paralelamente ao Fórum Econômico Mundial (FEM), realizado anualmente em Davos, nos Alpes suíços. Começa então a partir daí, acontecer na América Latina, O Fórum Social Mundial, a principio na cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil, e 2005, em Caracas , na Venezuela, assim como em outros continentes.

A década de 90 é marcada por grandes mudanças, é a partir dessa década que a esquerda começa a se destacar mostrando sua insatisfação com as políticas que regiam o continente. O reflexo dessa insatisfação só e percebido e discutido pelos cientistas políticos e intelectuais no inicio dos anos 2000, quando vários paises apostam em governos de esquerda.

3. ATUALIDADES DA GUINADA DA ESQUERDA NA AMERICA LATINA

Nos últimos 7 anos os estados latino-americanos têm experimentando governos com tendências esquerdistas. Paises como Argentina, Bolívia, Brasil, Uruguai, Venezuela, alguns menos outros mais radicais buscam alternativas para o imperialismo em seus territórios. O surgimento dos movimentos sociais (populares e de outra natureza  de gênero, ecológicos, indígenas, de negros, de direitos humanos, etc.), são geradores de novos sujeitos sociais que fortaleceram a sociedade civil nas últimas décadas, trazendo práticas inovadoras que questionaram práticas tradicionais implementadas pelo Estado e pelo mercado, tais como o rompimento com vários privilégios.

O tema da ascensão da esquerda ganhou destaque entre os analistas e cientistas políticos , a partir das eleições ocorridas na América Latina no período recente, quando líderes identificados com as "causas populares" foram eleitos com ampla maioria de votos. Falou-se de uma "esquerdização" na América Latina, cujo sentido foi assim expresso por uma autoridade política:

O que há, sem dúvida nenhuma, é uma tendência de governos mais comprometidos com reformas sociais, com maior autonomia em relação às grandes potências do mundo e maior vontade de integração regional. Se você identificar esquerda com a visão de progresso, reforma social, democracia e com forte defesa dos interesses nacionais, a resposta à sua pergunta é sim.(AMORIM, 2006).

Depois de tantos anos submetidos às explorações de paises imperialistas, no inicio a Europa e depois os EUA, cansadas de viver uma situação de estrangulamento econômico, e muitas vezes teve sua soberania violada por essas potencias, a sociedade latina americana começa a buscar novidades para as urnas com esperança de mudanças do atual sistema.

Diante dos avanços dos movimentos populares, notadamente organizações indígenas, em todo o hemisfério, os dirigentes não poderiam menosprezar o diploma de progressismo e de independência dos Estados Unidos que pode conferir um apoio visível por parte de Hugo Chávez e Evo Morales. Além do mais, a amplidão das entradas de divisas que lhe proporcionam as suas exportações de hidrocarbonetos permite a Caracas conduzir uma diplomacia de influência, e não apenas na América Latina, como também em paises Árabes, que hoje são os principais inimigos dos Norte-Americanos.

O presidente Venezuelano hoje difunde em seu pais a chamada Revolução bolivariana. Conta com apoio de grande parte da população, de origem carente para fazer as reformas necessárias. Durante o Fórum Social das Américas que aconteceu entre 23 a 29 de janeiro de 2006, na capital, Caracas, apresentou aos intelectuais, estudantes, e membros de movimentos sociais de toda América Latina que estavam ali presentes várias conquistas de sua revolução. Tem entre alguns de suas prioridades inovadores programas sociais, que garantiram educação gratuita para um milhão de crianças pobres e a alfabetização de 1,2 milhão de pessoas, que resultaram na triplicação do orçamento na área da saúde e que distribuíram terras para 117 mil camponeses. Além de garantir aos pobres, saúde gratuita, também estatizou uma rede de supermercado onde são vendidos produtos a preço popular nas comunidades mais carente. As razões para a popularidade de Chávez são óbvias. Nenhum regime anterior tinha este comprometimento com os pobres.

Podemos então qualificar que as reforma que Hugo Chavez propõe ao povo Venezuelano tem caráter revolucionário, segundo o conceito de Bresser citado no primeiro capitulo que diz

Quem quer acabar com a ordem é um extremista ou um revolucionário, que busca instalar uma outra ordem. Extremista se sua perspectiva for autoritária, se a ordem que busca destruir for democrática; revolucionário, se seu compromisso for com a democracia, se a ordem que precisa derrubar é opressiva. De esquerda, se seu objetivo for a igualdade plena, de direita, se sua aspiração maior for apenas restaurar uma ordem que julga perdida ou ameaçada. (1997 p.55)

Uma vez que foi eleito democraticamente pelo povo, e ainda tem o consentimento e a simpatia da grande maioria da população. Ao mesmo tempo em que, também pode-se qualificá-la, de Velha esquerda, segundo o conceito desse mesmo autor, quando diz :

A Velha Esquerda tem uma visão negativa do nacionalismo, convencida de que o país é cercado por potências imperialistas. Tem, em geral, uma atitude "contra" países avançados, vistos como "potências imperialistas", e prefere antes fechar o país à influência estrangeira a negociar interesses mútuos e conflitantes (2000p. 155)

Nestes termos pode-se dizer que impera hoje na Venezuela é uma esquerda, revolucionaria e velha, segundos os conceitos de Bresser.

O Chanceler Mexicano, Jorge Castañeda , atribui a guinada da esquerda na América Latina, nos últimos anos, uma conseqüência do reformismo econômico dos anos 90 não viu a massa de excluídos que fermentava na América Latina e hoje coloca a centro-esquerdo no poder. Em uma entrevista publicada no Estado de São Paulo em 30 abril 2006 ele responde essa questão afirmando que :

Por um lado, as reformas econômicas realizadas no período da democratização não produziram os resultados prometidos às pessoas. O Chile é exceção. Por outro lado, os governos desse período produziram resultados positivos em termos de democracia. Se você permite que as pessoas votem livremente em países cujas economias não prosperam, não é portanto um milagre haver um movimento para a esquerda.Aconteceu na Europa entre o fim do século 19 e a 2ª Guerra. E acontece hoje na América Latina. Os pobres, a grande massa dos excluídos, votam pelas políticas e para políticos que, assim esperam, os farão menos pobres. Quando escrevi A Utopia Desarmada: a Esquerda Latino Americana depois da Guerra Fria (publicado em 1994) já estava claro para mim que, independentemente dos resultados das reformas econômicas então em curso em vários países, a combinação de mais democracia com a desigualdade no acesso à renda, à riqueza, ao poder e às oportunidades, que é maior na América Latina do que em qualquer outra parte do mundo, resultaria em governos de centro esquerda na região.

Afirma ainda que o que vemos hoje são duas esquerdas. De um lado, a "boa esquerda", que, paradoxalmente, é herdeira da esquerda tradicional, identificada com os partidos socialistas e comunistas do passado. Em graus variados, ela é reformista, moderna, está aberta a novas idéias. É também internacionalista. Estou falando aqui na esquerda do Chile, de parte da esquerda brasileira, de parte da esquerda uruguaia. Ela busca a inclusão através de políticas sociais, da criação de empregos, de programas para melhorar a educação, a saúde, as condições e de organização das pessoas, respeitando os equilíbrios macroeconômicos básicos. É uma esquerda que busca resultados. Chama a outra esquerda de herdeira do populismo, que é a contribuição da América Latina à ciência política e o que há de pior em nossa história. Aponta adjetivos como : nacionalista, barulhenta, mentalmente fechada. E qualifica como essencialmente, burra. Ao contrário da esquerda reformista, que aprendeu com os erros do passado, a esquerda populista não aprendeu nada. É diz que é esquerda só mesmo na retórica. Quanto sua atuação ele diz:

Na ação, nada oferece de novo. Repete os populistas do passado. Sua solução para os problemas é distribuir dinheiro público. É assim que tenta incluir as massas. É o que faz Chávez com a gente pobre dos ranchos de Caracas. Ela dá dinheiro porque tem dinheiro, graças ao petróleo. Não está criando emprego, não está melhorando a educação, não está levando à redução dos níveis de pobreza. O mesmo ocorre com Kirchner, na Argentina. Ele não tem uma política econômica de geração de emprego, de busca de competitividade, de melhoria da educação. O que há é a redução dos pagamentos da dívida e distribuição do dinheiro por meio de programas assistenciais.

No que se refere ao Presidente Evo Morales da Bolívia Castañeda diz que É líder de um movimento camponês tradicional, latino-americano, que chega ao poder por uma série de ações um "pouco caudilhescas". Segundo ele Morales não vem da esquerda. Não vem nem da tradição da COB (Central Obrera Boliviana), nem do Partido Comunista, nem do trotskismo boliviano, que foi importante em seu momento. "Morales é um dirigente cocalero cuja força deriva em parte dos indígeneas, em parte de uma base popular entre os excluídos nas cidades, por razões que não têm muito a ver com fenômenos de esquerda". Vê como responsável da sua presença no poder os movimentos sociais. E não vê como democrática suas atitudes.

Referente a posição brasileira e dos demais paises latinos quantos ao anti-imperialismo Castaneda diz que "o Brasil é um país demasiado grande, demasiado sério, com demasiados interesses e demasiadas responsabilidades para jogar o anti -imperialismo". Esse é um jogo a que só permitem aos pequenos. Não vê com otimismo as relações entre o Brasil e a Venezuela, acredita que essa relação tende se desgastar, porque os interesses reais não são os mesmos. Não vê o Brasil como imperialista na região. Afirma que o presidente Venezuelano não honra com seus compromissos internacionais no combate ao narcotráfico e crime organizado.

Existe uma ausência de política americana voltada para América latina no momento pois os Estados Unidos estão preocupados com os paises árabes e o terrorismo, e nesse momento o que observa-se, segundo Castañeda no continente latina americano e um sentimento muito forte anti-americanismo. A política de Washington nesses países é claramente insuficiente. O projeto da Alca foi o centro da estratégia de Bush. Não importa se a Alca era boa ou ruim. O que importa é que fracassou. Também não há política ativa sobre narcotráfico. E os EUA parecem não fazer distinção entre as duas esquerdas que há hoje na América Latina.

O professor do Departamento de Economia do Trabalho da Universidade de Campinas (Unicamp) e especialista em salário mínimo, Cláudio Dedecca discorda da posição do autor Jorge Castañeda . Para ele a posição do Castañeda é típica da arrogância intelectual. Não reflete a dinâmica política da América Latina. Trata-se de uma posição que despreza a história recente do continente. Dedecca diz ainda que , fazer uma dicotomia entre a "boa esquerda" – que seria refinada e culta – e a outra, é muita pretensão.

Ele defende em um debate , publicado no jornal da Unicamp que :

O que tem de novo nesses movimentos de esquerda da América Latina é que quem faz não é a esquerda da gravata, dos representantes poliglotas, mas sim aquela que representa um povo que não teve oportunidade de se organizar e de falar o que pensa. A sociedade culta não só estranha como vê nisso uma imoralidade

E quando e quanto à posição de Castañeda ele discorda dizendo :

Essa posição conservadora do Castañeda não tem pé nem cabeça. Você pode até questionar os rumos que parte da esquerda está adotando, mas é inegável que as experiências brasileira, argentina, venezuelana, boliviana, além de outras, são avanços democráticos extremamente importantes para a América Latina, inclusive no sentido de conformar partidos políticos e esquerdas mais consistentes. Isso faz parte da democracia.

CONCLUSÃO

Pelos fatos apresentados pode-se constatar que os principais fatos que marcaram e projetaram mudanças políticas na América Latina, sobretudo durante a década de 90, tanto no âmbito político, como no econômico, encontram-se, em sua maioria, relacionados à ofensiva das políticas de cunho neoliberal que, neste período, avançaram significativamente nos países latino-americanos. Tais políticas, como se sabe, preconizam o conceito do Estado mínimo; o plano político e econômico se sobrepondo ao social; a descentralização, privatização e focalização das políticas sociais (pois as mesmas são vistas como o principal vilão dentro do contexto de extrema dificuldade do setor da economia), tendo os movimentos sociais potencial de relevância no que diz respeito à universalização das políticas públicas e uma maior democratização.

Ao analisar-se o quadro geral apresentado neste período de 3 décadas – caracterizado pela instabilidade financeira global, a queda dos indicadores sociais, o aumento do desemprego e a lentidão do crescimento econômico – percebe-se que o mesmo não foi favorável às políticas neoliberais. O crescimento da economia latino-americana em taxas muito baixas resultou em um aumento das disparidades observadas entre a América Latina e os países desenvolvidos

Observa-se ainda , o que estaria ocorrendo na América Latina seria uma crise de governabilidade, sem produzir um movimento uniforme na direção da esquerda. Em cada país, um "mosaico de respostas específicas a estruturas políticas decadentes e aos cada vez mais altos níveis de desigualdade social e exclusão social". Em termos de governabilidade, estamos atravessando um momento extraordinariamente difícil devido ao desmoronamento dos partidos tradicionais, as corrupções praticadas por políticos e o surgimento de movimentos sociais.

Durante o estudo, pode-se concluir que nos mais diferentes períodos e fases da historia, a esquerda estava sempre apoiada de algum movimento de resistência, até mesmo na década de 70, quando a esquerda estava totalmente esmagada , percebe-se vários movimentos de resistência contra as decisões dos militares, que naquele período, representava a direita.

Nos anos 80, com a retomada da democracia nos paises que eram dominados pelos regimes militares, vários intelectuais considerados de esquerda retorna aos seus paises depois do exílio, é a partir desse momento, volta existir liberdade de expressão política, é quando a esquerda começa a interagir no cenário político.

No final da década de 90 e inicio do século XXI, é quando a esquerda aparecer com maior representatividade, despertando entre cientista políticos e acadêmico interesse em explicar essa nova tendência que surgi na América latina, com uma proposta de combaté r as políticas neoliberais. Alguns desses estudiosos apostam nessa nova tendência, e vê com esperança a mudança de pensamento, outros discordam justificando que existe na América Latina uma tendência ao populismo e que a esquerda dificilmente conseguira se estabelecer.

REFERENCIAS

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Dedico este trabalho ao projeto Marcha para o Desenvolvimento "Latinos Unidos", a todos que contribuíram para a realização desta grande experiência, e aos meus pais que sempre estiveram presente em todas as horas de minha vida.

Agradeço a Deus e aos meus pais que sempre estiveram presentes em todos os momentos importante da minha vida e também a todos os docentes do curso de Relações Internacionais no qual agradeço pelos conhecimentos adquirido que certamente me acompanharam por toda minha vida acadêmica.

"No Caminho com Maiakovski"

"...Na primeira noite eles se aproximam

e roubam uma flor de nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem:

pisam as flores,

matam nosso cão,

e não dizemos nada.

Até que um dia,

o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada." (Eduardo Alves Costa)

 

Andrea Lucia De Souza Lima

andrea.lima.br[arroba]gmail.com

VILA VELHA

2006

Partes: 1, 2, 3


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