Guerreiro Ramos e a redenção sociológica: capitalismo e sociologia no Brasil

Enviado por Edison Bariani


Partes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Trincheiras
  4. DASP, administração, política e modernização
  5. O arsenal em construção
  6. Grupo de ITATIAIA, IBESP e os cadernos de nosso tempo
  7. Iseb: fábrica de controvérsias
  8. Às armas: a crítica conflagrada
  9. O "problema" do negro e a sociologia do preconceito
  10. A sociologia crítica e a crítica da sociologia
  11. A redução sociológica
  12. Uma batalha: guerreiro ramos versus florestan fernandes
  13. A arte da guerra
  14. Povo, desenvolvimento e industrialização
  15. A revolução brasileira
  16. Nacionalismo: ideologia revolucionária e ciência
  17. Crise do poder, instituições e representação
  18. A crítica em combate
  19. Programa, estratégia e tática na revolução brasileira
  20. A utopia desarmada
  21. Referências bibliográficas
  22. Bibliografia consultada
  23. Anexo a – cronologia
  24. Anexo b – relação de obras consultadas de Guerreiro Ramos
  25. Anexo c – legislação e atribuições do dasp

"A vida intelectual é uma possessão."

Guerreiro Ramos

"Partindo do princípio fundamental do pensamento dialético – isto é, do princípio de que o conhecimento dos fatos empíricos permanece abstrato e superficial enquanto ele não foi concretizado por sua integração ao único conjunto que permite ultrapassar o fenômeno parcial e abstrato para chegar a sua essência concreta, e, implicitamente, para chegar à sua significação – não cremos que o pensamento e a obra de um autor possam ser compreendidos por si mesmo se permanecermos no plano dos escritos e mesmo no plano das leituras e das influências. O pensamento é apenas um aspecto parcial de uma realidade menos abstrata: o homem vivo e inteiro. Este, por sua vez, é apenas um dos elementos do conjunto que é o grupo social. Uma idéia, uma obra só recebe sua verdadeira significação quando é integrada ao conjunto de uma vida e de um comportamento. Além disso, acontece freqüentemente que o comportamento que permite compreender a obra não é o do autor, mas o de um grupo social (ao qual o autor pode não pertencer) e, sobretudo, quando se trata de obras importantes, o comportamento de uma classe social".

Lucien Goldmann (1979, p. 7-8)

RESUMO

A trajetória de Guerreiro Ramos – a relação tensa e dinâmica de vida e obra – é uma contribuição no sentido de trazer ao debate intelectual uma percepção de certos dilemas da sociologia no Brasil e propiciar subsídios na tentativa de compreender a situação brasileira; as formulações, temas, ênfases e equívocos do autor são, em certa medida, reflexos dos problemas que suscitaram tais esforços, bem como sua obra uma radical tentativa de criação de um pensamento nacional autêntico que, para ele, redimiria os pecados da miséria brasileira e de sua cortesã, a sociologia alienada da realidade nacional. Tal empenho imbrica-se em sua obra – e no contexto histórico-social – com os anseios de construção de um capitalismo nacional e autônomo de certa classe média, e teria na própria elaboração de uma sociologia nacional um dos seus principais instrumentos de remissão. Os esforços de Guerreiro Ramos foram envidados no sentido da redenção sociológica da sociologia e sociedade brasileiras, estigmatizadas – segundo ele – por um pecado original: a transplantação/importação de idéias. Mas poderia a sociologia não só impulsionar o desenvolvimento nacional como salvar-se por meio de si mesma?

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